Por Roberto Peixoto, g1


Metano e outros hidrocarbonetos são emitidos em uma instalação de petróleo e gás no Texas, Estados Unidos. — Foto: AP Photo/David Goldman, File

Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial, a agência da ONU especializada em estudos climáticos, mostra que em 2021 o mundo registrou o maior aumento nas concentrações de metano desde o início das medições históricas, há mais de quatro décadas.

A publicação anual, divulgada nesta quarta-feira (26), aponta também que os índices atmosféricos de dióxido de carbono e óxido nitroso também atingiram novos recordes no ano passado. Juntos, os três gases estão entre os principais causadores do aquecimento global.

“[O nosso estudo] destaca, mais uma vez, o enorme desafio – e a necessidade vital – de uma ação urgente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e evitar que as temperaturas globais subam ainda mais no futuro”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Segundo dados da OMM, no ano passado, as concentrações de dióxido de carbono foram de 415,7 partes por milhão (ppm - o número de moléculas do gás a cada milhão de moléculas de ar), as de metano, 1.908 partes por bilhão (ppb) e as de óxido nitroso, 334,5 ppb.

Essas taxas indicam um aumento de, respectivamente, 149%, 262% e 124% em relação as emissões durante o período pré-industrial, quando a atividade humana começou a alterar o equilíbrio natural desses gases na atmosfera.

Embora dure menos tempo na atmosfera que o CO2 (dióxido de carbono), o CH4, como também é chamado o metano, é o segundo gás que mais contribuiu para o aquecimento global.

Emissões de metano em ppb/ao ano — Foto: Arte/g1

Num período de cem anos, o metano é responsável por esquentar o planeta cerca 28 vezes mais do que uma molécula de dióxido de carbono (CO2), o principal gás responsável pelo efeito estufa.

No caso do metano em específico, o Boletim da OMM sobre Gases de Efeito Estufa aponta que os aumentos anuais em 2020 e 2021 foram de 15 e 18 ppb, respectivamente.

“Temos que transformar nossos sistemas industriais, de energia e transporte, e todo o nosso modo de vida. As mudanças a serem implementadas são economicamente viáveis ​​e tecnicamente viáveis. O tempo está se esgotando”, acrescentou Taalas.

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