Abuso sexual contra crianças e adolescentes tem aumentado durante a pandemia.

As restrições provocadas pela pandemia da COVID-19, trouxeram um dado preocupante para o Brasil – O aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes – tendo em vista que com o fechamento de escolas, centro educacionais, creches e outros ambientes os pequenos ficaram mais em casa, muitas vezes em ambientes onde sofrem algum tipo de exploração e abuso, principalmente, sexual.

Conforme dados do Disque 100, somente no primeiro semestre de 2021, foram registradas 5.106, violações de crianças e adolescentes, contra 3.342 referentes aos primeiros seis meses de 2020.

O instituto Liberta, através de informações governamentais e da sociedade civil, mostra que o Brasil é o segundo colocado no ranking de exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com o Instituto, a violência ocorre 75% com meninas, sendo que destas, 55,8% têm idade entre 12 e 14 anos e 13,6% de 8 a 11 anos, em sua maioria em grande parte com meninas negras.

“Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes, em sua maioria, acontecem dentro de casa, com pessoas da convivência da vítima. Entidades ligadas à defesa dos Direitos Humanos, como o Unicef, têm denunciado que a violência contra crianças e adolescentes, especialmente a sexual, tem crescido significativamente desde que foi iniciado o isolamento social devido à pandemia. Portanto, não estamos diante de uma tarefa fácil”, conta a juíza Articlina Oliveira Guimarães, da 2.ª Vara de Crimes Contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes da Comarca de Manaus 

Apesar das restrições devido a pandemia, O IACAS – Instituto de Assistência à Crianças e Adolescente Santo Antônio, junto com a sociedade civil, entidades e órgãos municipais e estaduais, continuou as ações de combate à exploração contra crianças e adolescentes no Amazonas, através de seminários, oficinas, palestras, atuando em Manaus, no bairro Compensa, Santo Antônio e Mauzinho, assim como no Rio Preto da Eva, Careiro e Coari, em projetos como o Mobilizar e Agir e Fazendo Acontecer. 

Amanda Ferreira, coordenadora do IACAS, orienta quais as atitudes o cidadão deve ter ao identificar um caso de exploração sexual contra crianças e adolescentes, “Ao ter conhecimento de algum caso, é procurar uma delegacia e também o Conselho tutelar mais próximo para que tomem atitudes legais”.  

Outra forma é através do Disque 100, o serviço funciona durante 24h em qualquer lugar do Brasil, e as ligações podem ser feitas de um telefone fixo, móvel ou público.