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MANUAL DE
GALEGO CIENTFICO
ORIENTAONS LINGSTICAS
2. ediom, revista e acrescentada
Atravs Editora
2011
MANUAL DE GALEGO CIENTFICO
ISBN: 978-84-87305-42-9
Depsito legal: C 5060-2011
Autores:
Prof. Doutor CARLOS GARRIDO
Departamento de Traduom e Lingstica
Faculdade de Filologia e Traduom
Universidade de Vigo
36200 Vigo
correio-e: cgarrrido@uvigo.es
Conceom de capa:
Panchez
Diagramaom e impressom:
Sacauntos Cooperativa Grfica - www.sacauntos.com
APNDICES
Apndice I: O alfabeto grego e o lxico cientfico 521
Apndice II: Leitura de nmeros e expressons quantitativas 523
Apndice III: Smbolos matemticos 529
Apndice IV: Grandezas e unidades do Sistema Internacional (SI) 531
Apndice V: Tabela peridica dos elementos qumicos 533
Cerca de dez anos tenhem decorrido desde a publicaom da primeira ediom do Ma-
nual de Galego Cientfico. A nossa dedicaom durante esse perodo investigaom, do-
cncia e ao exerccio da traduom especializada, bem como o nosso envolvimento na or-
ganizaom e ministraom, na Universidade de Vigo, de vrios cursos de galego cientfico,
tenhem-nos proporcionado um conhecimento mais aprofundado do galego-portugus
tcnico-cientfico. Umha vez que a primeira ediom do Manual est j praticamente esgo-
tada, dispomos agora da oportunidade de plasmar numha segunda ediom da obra, revista
e alargada, umha visom mais completa e rigorosa de recurso tam importante para a pro-
moom social da lngua na Galiza.
Assim, com o intuito de oferecermos um panorama mais abrangente da constituiom
do galego-portugus tcnico-cientfico e de incrementarmos, por conseguinte, a utilidade
da obra, na presente ediom do Manual inclumos, como novidade, umha extensa secom
(parte V) consagrada ao estudo da morfossintaxe da lngua especializada, aspeto funda-
mental para um cultivo eficaz do galego cientfico 1. Outros contedos novos que incor-
pora esta segunda ediom som o reforo da anlise da estratgia de habilitaom em galego
das lnguas especializadas, agora tambm aplicada ao setor da morfossintaxe, a intro-
duom de emendas, aditamentos ou pontos de vista diferentes julgados mais rigo-
rosos nalguns captulos concretos (acentuaom dos termos, nominalizaom do infini-
tivo, caraterizaom semntica e pragmtica de alguns termos, etc.) e a inclusom de novos
apndices de interesse prtico (sobre a leitura de nmeros e expressons quantitativas, por
exemplo). Naturalmente, a revisom do texto tambm deu ensejo para acrescentarmos nu-
merosos exemplos e para corrigirmos alguns erros formais e factuais que se insinuaram na
primeira ediom, assim como, j sob o aspeto normativo, para atualizarmos a ortografia
conforme a adaptaom galega do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990 efe-
tuada em 2009/10 pola Comissom Lingstica da Associaom Galega da Lngua2.
1
Na realidade, grande parte da descriom e orientaom lingsticas que nessa nova secom se oferece, nomea-
damente no que di respeito s estruturas que qualificamos de intensificadas (infinitivo flexionado, futuro do
conjuntivo, passiva prpria, perfrases verbais, mecanismos de coesom, etc.), tambm se revela pertinente em
relaom ao uso do galego culto geral, circunstncia que, por um lado, reala o entroncamento da lngua especi-
alizada com a lngua normativa geral e, por outro lado, torna tambm til o Manual de Galego Cientfico para um
pblico alheio, em princpio, ao campo tcnico-cientfico, mas interessado no conhecimento das fases formais
da lngua da Galiza.
2
A aplicaom do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 1990, hoje j em vias de plena efetivaom em
Portugal e no Brasil, acarreta para a nossa expressom tcnico-cientfica vantagens evidentes em dous captulos:
economiza e regulariza o emprego do hfen nas vozes (re)compostas e contribui para unificar (sem o conse -
guir plenamente) os usos das seqncias consonnticas cultas entre o galego-portugus europeu e o america -
no (o que potencia a eficcia da comunicaom cientfica). Precisamente a essa atualizaom ortogrfica se vin-
cula a nova redaom do captulo dcimo quarto do Manual, respeitante s seqncias consonnticas cultas.
(Por seu turno, a atualizaom ortogrfica realizada pola Comissom Lingstica da AGAL no relativo ao emprego
do hfen e terminaom em -n dos greco-latinismos graves ou esdrxulos nom exigiu qualquer alteraom de
fundo nesta segunda ediom, pois tais aspetos j foram incorporados, de modo preventivo e reivindicativo, na
primeira ediom da obra).
13
14 - PRLOGO SEGUNDA EDIOM
3
Sobre os conceitos de produom, difusom e socializaom da Cincia, cf. Carles Riera (2005b). A produom da
Cincia a primeira comunicaom de conhecimento, diretamente derivada da investigaom, que se verifica
entre especialistas na mesma disciplina (por exemplo, atravs da redaom e defesa de teses doutorais); a difu-
som da Cincia consiste na extensom ou espalhamento dos conhecimentos obtidos na investigaom no seio
da comunidade internacional de especialistas e feita atravs de umha interlngua, tipicamente mediante arti-
gos de revista especializada ou comunicaons em congressos; a socializaom da Cincia corresponde trans-
missom do conhecimento entre um especialista (ou mediador especializado) e leigos ou aprendizes, e inclui o
ensino e a divulgaom da Cincia, realizados por meio de livros de texto, de livros ou artigos de divulgaom, de
documentrios cientficos, etc. Justamente, a constataom de nom se registar na prtica significativa inferiori-
dade do galego a respeito do castelhano na capacidade para a comunicaom cientfica mesmo quando se
desconsidera, por ignorncia, pusilanimidade ou sectarismo, a unidade lingstica galego-portuguesa fazia
parte da carta que em maio de 2009 dirigrom sociedade galega nove investigadores orindos da Galiza vin -
culados ao Centro Europeu de Investigaom Nuclear ( CERN), indignados polos ataques de que estava a ser
alvo o galego por parte de caraterizados coletivos sociais que, nalgum caso, com obscurantismo e falsidade,
atribuam nossa lngua ineptidom para a expressom cientfica (cf. Faro de Vigo, 11.6.2009: secom de cartas
dos leitores).
Desejamos deixar aqui testemunho do nosso cordial agradecimento Associaom Galega
da Lngua, ao seu Presidente, Prof. Valentim R. Fagim, e aos responsveis pola coorde-
naom editorial, Jos Manuel Outeiro e Miguel Penas, que amavelmente se prontificrom
para publicar esta segunda ediom do Manual de Galego Cientfico, bem como a trs
lingistas que, de maneira especial, nos facilitrom a elaboraom da obra, fazendo suges-
tons de melhoramento ou atendendo as nossas consultas sobre diversas questons tc-
nicas: Prof. Jos Lus Rodrigues, professor catedrtico de Filologias Galega e Portuguesa
da Universidade de Santiago de Compostela e sbio companheiro na Comissom Lings-
tica da AGAL; Prof. Xos Ramn Freixeiro Mato, professor de Filologia Galega da Universi-
dade da Corunha, de cuja magnfica Gramtica nos servimos proveitosamente para a con-
feom dos captulos sobre morfossintaxe, e Prof. Salvador Mourelo, professor de portu-
gus na Escola Oficial de Lnguas de Vigo e amigo sempre generoso, que nos disponibi-
lizou umha lista de gralhas e lapsos presentes na primeira ediom do Manual.
APRESENTAOM4
O leitor tem nas maos um manual de galego cientfico: umha introduom lngua es-
pecializada da Matemtica, das Cincias Naturais e da Tcnica. O livro trata de modo di-
dtico os aspetos lingsticos mais relevantes sob os quais pode perspetivar-se o lxico e a
morfossintaxe dos textos tcnico-cientficos, procurando sempre facilitar umha consulta
gil e proveitosa.
Este Manual de Galego Cientfico o primeiro que se publica sobre o tema e, embora
chegue com evidente demora, a altura em que ele vem a lume, julgamos ns, nom pode ser
mais oportuna. Com efeito, a situaom atual deve caraterizar-se como de encruzilhada
para a lngua galega: por um lado, num contexto de crescente modernizaom social, de
mundializaom da cultura e de imposiom da economia comunicativa, nunca o galego,
como cdigo minorizado, correu tanto risco de desaparecer; mas, por outro lado, no pre-
sente quadro de revalorizaom social dos seus usos e de incipiente planificaom do seu
corpus, nom deixam de apreciar-se sinais promissores e potencialidades que podem deter-
minar num prximo futuro a sua plena normalizaom, processo que, nom em desde-
nhvel medida, depende do acesso macio do idioma aos prestigiados campos da Cincia
e da Tcnica.
Ora, o cultivo da lngua galega registado at agora no campo tcnico-cientfico tem de
qualificar-se como marcadamente deficiente, tanto polo que di respeito quantidade
como qualidade. Mas se at h pouco tempo essa deficincia expressiva nom revestia
grande importncia, pois a presena da lngua no domnio especializado era meramente
testemunhal e reivindicativa, o alargamento paulatino da sua funcionalidade, potenciado
pola recente introduom do idioma no ensino e nos meios da comunicaom social, exige
no momento presente um aggiornamento ou aprontamento da ferramenta lingstica que
torne o galego um cdigo coerente, preciso e extenso, capaz de veicular de maneira eficaz e
econmica ideias cientficas e de concorrer num plano de igualdade com o castelhano.
Contribuir nalgumha medida para este objetivo o que tenciona o presente Manual.
O Manual de Galego Cientfico parte da sntese e adaptaom de duas obras de Carles
Riera devotadas ao estudo da terminologia cientfica catal: o Manual de catal cientfic
(1992) e o Curs de lxic cientfic (1998). Para a elaboraom do Manual galego, prestou-se
especial atenom aos fundamentos da habilitaom do lxico e da morfossintaxe especiali-
zados e aos aspetos constitutivos e contrastivos (em relaom ao castelhano) da linguagem
tcnico-cientfica galego-portuguesa, vistas as peculiares condions em que hoje tem de se
desenvolver a nossa lngua na Galiza. A obra consta de cinco partes bem diferenciadas. Na
primeira, de natureza propedutica, enunciam-se os carateres distintivos das lnguas espe-
cializadas em geral, e em particular os da terminologia tcnico-cientfica, e delineia-se de
modo argumentativo e crtico a nica estratgia natural, econmica e eficaz disponvel
para habilitar em galego os termos e a fraseologia das diversas disciplinas. A segunda parte
do Manual dedica-se aos aspetos prosdicos e ortogrficos do lxico cientfico e nela som
4
Esta Apresentaom reproduom fiel do Prefcio da primeira ediom do Manual, exceto por pequenas mo-
dificaons que tenhem a ver, sobretodo, com a nova estrutura desta segunda ediom.
17
18 - APRESENTAOM
Os Autores
5
O leitor interessado nesta proposta normativa pode consultar o Estudo Crtico e o Pronturio Ortogrfico da
Associaom Galega da Lngua (Comissom Lingstica da AGAL, 1985, 1989) ou, com umha focagem mais di-
dtica, os manuais de Castro (2006), Castro Lopes, Peres Bieites e Sanches Maragoto (2007) e Fagim (2009).
6
A criaom no pas de estudos universitrios de Traduom e Interpretaom, em Vigo, e de Jornalismo, em
Santiago de Compostela, nom fai senom salientar a urgente necessidade de contributos que, como o presente,
orientem e ordenem nalgumha medida o uso do galego no campo tcnico-cientfico.
SIGLAS E ABREVIATURAS
LINGSTICAS
adj. adjetivo ingl. ingls
al. alemm it. italiano
Br. galego-portugus do Brasil lat. latim
cast. castelhano lit. literal(mente)
cat. catalm luso-br. luso-brasileiro
cf. confronte-se, compare-se [m] masculino
dim. diminutivo pl. plural
din. dinamarqus Pt. galego-portugus de Portugal
espec. especialmente sin. sinnimo
[f] feminino sing. singular
fr. francs subst. substantivo
gal. galego(-portugus da Galiza) s.v. sub voce
gl-pt. galego-portugus tb. tambm
gr. grego v. veja
Gz. galego-portugus da Galiza
var. variante
BIBLIOGRFICAS7
AOLP Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa (1990)
DACL Dicionrio da Lngua Portuguesa Contempornea,
da Academia das Cincias de Lisboa
DALP Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa
DBCN Dicionrio Breve de Cincias da Natureza
DHLP Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa
DITC Dicionrio Verbo de Ingls Tcnico e Cientfico
DZSI Dicionrio de Zoologia e Sistemtica dos Invertebrados
ELBC Enciclopdia Luso-Brasileira de Cultura Verbo
GDVC Grande Dicionrio Visual da Cincia
GELPCS Guia Essencial da Lngua Portuguesa para a Comunicao Social
IUPAC-SPQ Guia IUPAC para a Nomenclatura de Compostos Orgnicos. Traduo
Portuguesa nas Variantes Europeia e Brasileira de A Guide to IUPAC
Nomenclature of Organic Compounds Recommendations 1993
OSIU O Sistema Internacional de Unidades (SI)
POG Pronturio Ortogrfico Galego, da Comissom Lingstica da
Associaom Galega da Lngua
7
As referncias bibliogrficas completas constam da secom final de Bibliografia.
19
20 - SIGLAS E ABREVIATURAS
DISCIPLINAS CIENTFICAS
ACST. Acstica GEOMORF. Geomorfologia
AEROD. Aerodinmica HIDROL. Hidrologia
AERON. Aeronutica HIG. Higiene
AGR. Agricultura HIST. CINC. Histria da Cincia
LG. lgebra HISTOL. Histologia
ALIM. Alimentaom ICT. Ictiologia
ANAT. Anatomia Humana IMUNOL. Imunologia
ANAT. ANIM. Anatomia Animal INFORM. Informtica
ANAT. VEG. Anatomia Vegetal LING. Lingstica
ANTROP. Antropologia MAT. Matemtica
ANTROP. FS. Antropologia Fsica MEC. Mecnica
APIC. Apicultura MED. Medicina
ARIT. Aritmtica METAL. Metalurgia
ASTR. Astronomia METEOR. Meteorologia
ASTROF. Astrofsica METROL. Metrologia
BIOL. Biologia MICROB. Microbiologia
BIOQ. Bioqumica MIN. Minaria
BOT. Botnica MINERAL. Mineralogia
CIBERN. Ciberntica MIT. Mitologia
CIR. Cirurgia OCEANOG. Oceanografia
CIT. Citologia ODONT. Odontologia
COR. Corantes OFTAL. Oftalmologia
COSM. Cosmtica PT. ptica
COSMON. Cosmonutica ORNIT. Ornitologia
CRISTAL. Cristalografia PALEONT. Paleontologia
DIAG. Diagnose PAT. Patologia
ECOL. Ecologia PEDOL. Pedologia
EVOL. Evoluom PETROG. Petrografia
ELET. Eletricidade PR-HIST. Pr-Histria
ELETRN. Eletrnica PSIC. Psicologia
EMBRIOL. Embriologia PSIQ. Psiquiatria
ENOL. Enologia QUM. Qumica
ENTOM. Entomologia QUM. ANAL. Qumica
ESTAT. Estatstica Analtica
ESTRATIG. Estratigrafia QUM. INORG. Qumica
FARM. Farmcia Inorgnica
FS. Fsica QUM. ORG. Qumica
FS. ATM. Fsica Atmica Orgnica
FISICOQUM. Fisi(c)oqumica RADIOTEC. Radiotecnia
FISIOL. Fisiologia TECNOL. Tecnologia
FISIOL. ANIM. Fisiologia Animal TELECOM. Telecomunicaons
FISIOL. VEG. Fisiologia Vegetal TERAP. Terapia
FITOPAT. Fitopatologia TERMO. Termodinmica
GEN. Gentica TOPOG. Topografia
GEOBOT. Geobotnica VETER. Veterinria
GEOG. Geografia VITIC. Viticultura
GEOL. Geologia ZOOL. Zoologia
GEOM. Geometria
ZOOT. Zootecnia
SIGLAS E ABREVIATURAS - 21
2. No ndice de Termos remissivo que figura nas pginas finais do presente Manual recen-
seiam-se os termos cientficos, galegos (que, salvando pequenas diferenas ortogrficas,
coincidem com os portugueses, mas nem sempre com os brasileiros: v. 9) e naturali-
zados em galego, que se citam no corpo do texto e que se consideram corretos (embora
nem todos sejam considerados preferentes!).
PARTE I
INTRODUOM LNGUA ESPECIALIZADA
DA CINCIA
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS
E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
AS LNGUAS ESPECIALIZADAS: O GALEGO CIENTFICO
1. A especializaom nos diversos domnios do saber humano, devida, por um lado, aos
processos de diferenciaom de cada ramo do conhecimento e, por outro lado, aos pro-
cessos de inovaom que operam nos campos da Cincia e da Tcnica, leva constituiom
de cdigos verbais especficos para cada umha das reas nocionais concretas, denomi-
nados lnguas especializadas ou lnguas de especialidade (tb. lnguas para fins espec-
ficos; cf. al. Fachsprachen; fr. langues spcialises, langues de spcialit; ingl. special languages, lan-
guages for special purposes, LSP)8. Quanto forma, estas lnguas especializadas participam da
lngua normativa geral ou comum, mas caraterizam-se, sobretodo, por um alto grau de for-
malismo terminolgico e, secundariamente, por umha peculiar seleom de estruturas
morfossintticas. Quanto funom, trata-se de cdigos capazes de veicular informaom
especfica mediante a seleom e o potenciamento dos recursos lingsticos mais aptos
para cada rea de especialidade concreta. As lnguas especializadas som, portanto, sistemas
lingsticos (se bem que incorporem certos recursos para- e extralingsticos) cuja finali-
dade consiste em descrever ou designar campos de cada rea ou microrea do conheci-
mento humano9.
8
Talvez por influncia do ingls, onde a palavra language remete tanto para o conceito de linguagem como
para o de lngua, tornou-se freqente a expressom linguagem especializada, que deveria ser abandonada em fa-
vor da mais correta lngua especializada. No entanto, cedendo perante um uso hoje muito estendido e, sobreto-
do, em benefcio da economia expressiva, na presente obra utilizar-se ocasionalmente o termo linguagem cien-
tfica em vez de lngua(s) especializada(s) da Cincia.
9
Outras definions de lngua especializada que, no entanto, excluem do conceito a comunicaom (tambm
especializada!) que decorre entre especialista e leigo (didtica e divulgaom cientficas: comunicaom extradis-
ciplinar) som, por exemplo, as trs seguintes, propostas por Schmidt, por Gerbert e por Sager, Dungworth e
McDonald (para umha sinopse, cf. Garrido, 2001: 66-71):
A lngua especializada o meio para um timo entendimento num mbito de conheci -
mento especializado entre especialistas, caraterizado por um vocabulrio especfico e normas es-
peciais referentes seleom, utilizaom e freqncia dos recursos lexicais e gramaticais da lngua
comum, que nom existe como manifestaom autnoma da lngua, antes ele atualizado nos tex-
tos especializados, os quais, alm do estrato correspondente lngua de especialidade, conte-
nhem sempre elementos da lngua comum. (Schmidt, 1969: 18, cit. Fluck, 1996: 14-15, trad.
de C. Garrido)
Com o termo lngua especializada referimo-nos ao acervo dos meios lingsticos que, a di-
ferentes nveis (lexical, morfolgico e sinttico), possibilitam a articulaom de contedos e enun-
ciados especializados e a sua transmissom a outros participantes na comunicaom. (Gerbert,
1970: 14, trad. de C. Garrido)
Special languages are semi-autonomous, complex semiotic systems based on and derived
from general language; their use presupposes special education and is restricted to communicati-
on among specialists in the same or closely related fields. (Sager, Dungworth e McDonald,
1980: 69)
25
26 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
10
A designaom verifica-se pola vinculaom convencional de umha unidade lexical a umha definiom, de
modo que Kalverkmper (1983: 154) v os termos de especialidade como representantes das suas respetivas
definions e contextos de uso (Kondensation von (Klein)Texten und deren Handlungssequenzen). A con-
venom das designaons pode tornar-se explcita em determinados gneros jurdico-normativos: patentes de
invenom e, sobretodo, glossrios de normas tcnicas.
11
Tendncias que nom excluem a existncia mais rara que na lngua comum, mas nom infreqente: v. cap.
26, 27 de termos sinnimos, de termos polissmicos (ou homnimos) e de redes nocionais incompletas ou
que envolvem relaons ambguas ou mal definidas.
12
Nem todas as lnguas especializadas da Cincia e da Tcnica apresentam um grau de formalidade idntico.
A maioria, porm, combinam elementos das denominadas linguagens artificiais ou simblicas (que recorrem a
grficos, desenhos, modelos, ou a sinais, smbolos, letras, algarismos ou ideogramas) com umha base lingsti -
ca geral. As lnguas especializadas de carter essencialmente simblico, artificial ou abstrato como, por ex-
emplo, a da formulaom qumica ou a da lgebra matemtica s podem ser compreendidas polos especia-
listas ou iniciados. Conforme o contexto de uso nom o mesmo redigir umha tese doutoral ou a comunica-
om destinada a um congresso de especialistas que escrever um artigo jornalstico de divulgaom cientfica ou
proferir umha palestra para o grande pblico, o teor ou grau de especializaom da linguagem cientfica tam-
bm muda. A extensom social da informaom cientfica determina-se escolhendo um registo lingstico ade-
quado a cada situaom comunicativa (oral ou escrita).
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 27
3. Quanto morfossintaxe das lnguas especializadas da Cincia 13, diga-se que ela, ao
contrrio do que acontece com o lxico, nom substancialmente diferente da que cons-
titui a lngua normativa geral, o que nom obsta para que nela se podam apreciar certas ca-
ratersticas particulares. Estas peculiaridades da morfossintaxe dos textos especializados,
de natureza antes quantitativa do que qualitativa, decorrem de trs processos que se fam
incidir sobre as estruturas morfossintticas da lngua geral (cf. Gerbert, 1970): a) intensifi-
caom, em virtude da qual certas estruturas presentes na lngua comum nos textos especia-
lizados se apresentam reforadas, isto , com umha freqncia de apariom elevada; b)
reestruturaom, em virtude da qual certas estruturas, tambm presentes na lngua comum,
surgem nos textos especializados com modificaons; c) rarefaom, em virtude da qual
certas estruturas freqentes na lngua comum, na lngua especializada nunca ou quase
nunca ocorrem, por se revelarem inapropriadas para os enunciados tcnico-cientficos.
13
As palavras Cincia e cientfico som usadas neste livro em sentido restrito, isto , de modo a compreenderem
apenas a Matemtica e as Cincias Naturais (que, na classificaom tradicional, som a Fsica, a Qumica, a Bio-
logia e a Geologia), com inclusom de algumhas disciplinas aplicadas e tecnolgicas (como a Engenharia, a Far-
mcia, a Medicina e a Veterinria).
14
Como se sabe, reas de conhecimento afins disponhem de elementos lexicais comuns e, ao lado de termos
caratersticos de umha disciplina particular (codom, condio, gene e operom em Gentica; cosseno, seno e polin-
mio em Matemtica), h muitos outros que pertencem a mais de umha lngua especializada (por exemplo, anel
termo usado em lgebra, Anatomia, Engenharia e Qumica).
15
O leitor interessado, alm de no lxico e na morfossintaxe, nos aspetos culturais e textuais das lnguas especi-
alizadas tcnico-cientficas pode consultar, entre outras fontes, Sager, Dungworth e McDonald (1980), Ko-
kourek (1982), Gpferich (1995), Schmitt (1999) e Garrido (2001).
16
Ao longo da presente monografia, galego e galego-portugus da Galiza utilizam-se como expressons equivalen-
tes para denotar a variante galega da lngua romnica autctone da Galiza e de Portugal.
17
As deficincias e as estratgias de habilitaom prprias do componente morfossinttico do galego cientfico
som semelhantes s do componente lexical e serm consideradas de modo especfico no incio da parte v da
monografia.
28 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
18
Com a ressalva de que era o latim o que desempenhava certas funons prestigiadas (cf. , p. ex., Vasques Cor-
redoira, 1998: 19-32).
19
O leitor interessado numha perspetiva global da histrica degradaom do lxico galego e dos atuais proces -
sos normativizadores no campo lexical pode consultar a monografia de Garrido (2011), intitulada Lxico Ga-
lego: Degradaom e Regeneraom.
20
Nom se devem esquecer, todavia, alguns casos de substituiom que afetam o lxico cientfico, e que, sobreto-
do no caso da substituiom do significado (cf. Garrido, 2011), som particularmente insidiosos (assim, por ex-
emplo, a adoom, devida pressom do castelhano, da esfera semntica de leo por parte da voz azeite: v. 211).
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 29
30 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
rei ~ renrm ~ roizenha ~ rosinha ~ sabinhom ~ sarampim ~ sovelinha ~ teresinha ~ vaca-loira ~ vaca-ruiva ~ ve-
lairinha ~ voaninha ~ vonha [6]
Portugal e Brasil, supradialetal-formal: joaninha (seleom de variante geogrfica)
Ora bem, estas trs estratgias habilitadoras nom se apresentam ao lingista e ao cien-
tista galego com idnticos mritos, pois, como a boa lgica dita e apesar de notveis va-
cilaons a moderna tradiom do galego escrito confirma 21, o recurso s soluons luso-
brasileiras constitui o critrio natural e econmico para enriquecer e modernizar o l-
xico galego22. Em primeiro lugar, trata-se da estratgia mais natural porque o galego que
nom um idioma isolado, como poda s-lo o vascono, por exemplo tem no lusitano e
no brasileiro as modalidades lingsticas mais prximas (galego, lusitano e brasileiro som
variantes do mesmo diassistema lingstico, da mesma lngua: o ibero-romnico ocidental ou
galego-portugus). Em segundo lugar, esta a estratgia mais econmica num duplo sentido:
no sentido de que com ela se evita ter de empenhar esforos na Galiza destinados a re-
solver eventualmente de modo insatisfatrio problemas neolgicos h tempo bem
resolvidos (em Portugal e no Brasil: v. infra), e no sentido de que a coordenaom lexical
galego-portuguesa faculta o especialista galego, exprimindo-se em galego, para produzir e
receber informaom tcnica no seio de umha comunidade que potencialmente atinge os
21
O subsdio do luso-brasileiro para o enriquecimento do lxico culto galego foi reconhecido j desde o Res-
surgimento literrio do sculo XIX (sobretodo por Manuel Murguia e por Eduardo Pondal) e, embora nom sem
reticncias e incoerncias nos diversos autores, foi beneficiado nos decnios de 1920 e 1930 polos represen-
tantes das Irmandades da Fala, da Geraom Ns e do Seminrio de Estudos Galegos, os quais, ainda que timida-
mente, consegurom forjar em galego um incipiente registo tcnico nos seus escritos jornalsticos e de tema ge-
ogrfico, etnogrfico, histrico e arqueolgico (cf. Carvalho Calero, 1981: 48).
22
Em palavras de Carvalho Calero (1983b: 42): Assi que os termos tcnicos prprios da vida moderna xur -
dirom cando se necessitarom, e a estm ao nosso dispor. Nom necessitamos tom-los do castelhano, o que,
como dixem, desvirtuaria a nossa personalidade lingstica; nom necessitamos invent-los arbitrariamente, o
que, como dixem, nos conduziria a um anacrnico e utpico isolamento. Temo-los mao, vigentes na pola
meridional do nosso idioma, catalogados nos dicionrios portugueses, porque hoje a modalidade portuguesa
do nosso romano a forma mais divulgada, que, como lngua oral e escrita de mais de cento e cinqenta mi-
lhons de persoas, tivo que fazer frente a todos os problemas que planteja a moderna vida profissional e cientfi-
ca. Assi, muito antieconmico escrever um texto tcnico galego sem consultar os textos homlogos escritos
ao sul do Minho, onde estm resoltos todos os problemas que, se cadra, nos afanamos ns magoadamente em
resolver..
34 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
200 milhons de pessoas (tendncia para a internacionalidade que, como na 10.1 se ver,
carateriza irrenunciavelmente o discurso tcnico-cientfico)23.
Dando por bem assente o carter antieconmico de qualquer habilitaom terminol-
gica em galego que nom se fundamente na coordenaom com o luso-brasileiro, repa-
remos a seguir nos anteriores exemplos 1-20, que constituem umha amostra representa-
tiva da situaom geral, como ilustraom do carter antinatural de umha habilitaom termi-
nolgica baseada na adoom das soluons castelhanas, e nom das luso-brasileiras. Assim,
as soluons lexicais luso-brasileiras revelam-se mais naturais em galego do que as caste-
lhanas, o que pode apreciar-se em:
do ponto de vista prosdico, nos exemplos [11], [12], [16] e [18], por causa de que, sendo o galego,
em geral, umha modalidade lingstica conservadora em relaom ao latim, espera-se que os seus eru -
ditismos mostrem com freqncia umha acentuaom etimolgica, algo que sim acontece em luso-
brasileiro, mas nom em castelhano, lngua em que um grande nmero de eruditismos apresentam
acentuaom antietimolgica (cf. Garca Yebra, 2003). Assim, alergia [alerga], atmosfera, eritrcito, he-
mcia e medula apresentam umha prosdia mais harmoniosa com a etimologia (v. infra cap. 2) que as
respetivas soluons castelhanas alergia [alrgia], atmsfera, eritrocito, hemate e mdula.
do ponto de vista morfolgico, nos exemplos [1] alcantarilla, [4] bombilla e [5] soplete (sufixo diminu-
tivo nom galego -ilha; seqncia -pl- em soplete, em vez da patrimonial -pr-).
do ponto de vista lexemtico, nos exemplos [10] perezoso (face a preguia), [15] corteza (face a crusta) e
[16] glbulo rojo (face a glbulo vermelho).
do ponto de vista semntico, no exemplo [9], pois cobra, em galego (v. 213), em contraste com o que
acontece em castelhano, nom pode denotar um ofdio venenoso da famlia Elapdeos que vive nas re-
gions clidas da frica e da sia e cujo pescoo se dilata quando o animal se excita 24, j que cobra sig-
nifica qualquer ofdio ou serpente (e particularmente da famlia Colubrdeos) 25.
23
O repdio da neologia de invenom e a preferncia pola convergncia lexical com o luso-brasileiro para ha-
bilitar terminologia em galego tambm estm presentes no esprito (mas, infelizmente, como se ver, ainda
nom na praxe!) dos representantes da Real Academia Galega e do Instituto da Lingua Galega, j que, no ponto
quarto da Introducin s suas Normas Ortogrficas e Morfolxicas do Idioma Galego (RAG/ILG, 2003: 12), pode
ler-se: As escollas normativas deben ser harmnicas coas das outras linguas, especialmente coas romances en
xeral e coa portuguesa en particular, evitando que o galego adopte solucins insolidarias e unilaterais naqueles
aspectos comns a todas elas. Para o arrequecemento do lxico culto, nomeadamente no referido aos mbitos
cientfico e tcnico, o portugus ser considerado recurso fundamental, sempre que esta adopcin non for
contraria s caractersticas estruturais do galego..
24
De facto, as denominaons castelhana, catal, francesa, romena, inglesa e alem destes ofdios elapdeos ( co-
bra e Kobra) provenhem do galego-portugus provavelmente porque os navegadores, comerciantes e colo-
nos portugueses do sc. XV from os europeus que primeiro entrrom em contacto com as regions onde habi-
tam estas serpentes, e os primeiros que lhes drom nome, mas atravs da elipse do segundo componente
nominal do termo originrio cobra-(de-)capelo.
25
Se para o lema cobra tanto o dicionrio da Real Academia Galega ( RAG, 1997) como o escolar Obradoiro-
Santillana (AA.VV., 1995b) oferecem a conflituosa e castelhanizante aceom de ofdio venenoso extico de regi-
om cervical dilatvel, esta ltima obra, para arranjar nalgumha medida o problema terminolgico levantado,
propom (colocando-o ao p de umha ilustraom) o neologismo cobra da India. Ora, esta umha soluom in-
satisfatria, j que acontece que as cobras-capelo ou najas habitam, alm de na sia, tambm no continente
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 35
africano (!). Vemos exemplificado neste caso, portanto, o antieconmico e arriscado que pode vir a revelar-se
desprezar as soluons luso-brasileiras e enveredar polas insolidrias vias da neologia de invenom. Outro ex -
emplo de habilitaom insolidria mal sucedida no seio da normativa RAG-ILG o seguinte: para denominar o
milho rebentado polo calor que se toma com sal ou acar (cast. palomita(s), ingl. popcorn), no dicionrio
Obradoiro-Santillana habilita-se, por via insolidria, o vocbulo floco de millo, desprezando a soluom luso-bra-
sileira pipoca. Ora, floco de milho nom parece recomendvel para designar as pipocas porque, entom, que nome
receber em galego o cereal que costuma tomar-se com leite no almoro e que em ingls se chama corn flakes e
em luso-brasileiro flocos de milho? Alis, a palavra floco, nem no dicionrio da Academia Galega, nem no Obra-
doiro-Santillana, apresenta a aceom de pequena porom, lasca, necessria para se poder utilizar em floco de
millo (de facto, estes dicionrios nom conhecem floco de neve, e com este sentido empregam unicamente
fole(r)pa)!
36 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
no domnio conceptual dos objetos contemporneos (exemplos 1-5), a codificaom da RAG-ILG har-
moniza com o luso-brasileiro em autoestrada e lmpada utenslio eltrico para produzir luz, mas con-
verge com o castelhano em bolgrafo, soprete27, bombilla (crasso castelhanismo que se aceita ao lado de
lmpada!) e lmpada aparelho de suporte de lmpadas (decalque do castelhano claramente disfun-
cional em galego!)28, ao mesmo tempo que introduz o neologismo de invenom (por semanturgia)
sumidoiro esgoto.
no domnio conceptual das realidades exticas (exemplos 6-10), a codificaom da RAG-ILG harmo-
niza (imperfeitamente) com o luso-brasileiro em anans (pois aceita anans ao lado do castelha-
nismo suplente pia), mas converge (perfeitamente) com o castelhano em cacahuete e cobra (ainda a
custo da semntica prpria!!)29.
26
Tomamos aqui como referncia a mais recente ediom do dicionrio da Real Academia Galega ( RAG, 1997).
27
No seio da norma RAG-ILG, o alargamento semntico das palavras vivas na fala espontnea galega apenas se
produz de harmonia com o castelhano, e nom com o luso-brasileiro. Assim, sob o lema mazarico, o dicionrio
da RAG (1997) s oferece a aceom de ave limcola (nom incluindo os outros significados que dam os dicio-
nrios luso-brasileiros: instrumento para soldar, pessoa inexperiente, etc.); como aceom de grade s inclui a
de instrumento agrcola para esterroar (e nom as de locutrio de convento ou cadeia, instrumento para cau-
terizar, grelha de lmpada eletrnica, caixa de plstico com alvolos para garrafas de cerveja, etc. [aqui o DRAG
nem sequer considera o significado armaom ou caniada, que sim est presente no atual galego espontneo
e que, de facto, motiva em luso-br. as aceons modernas da palavra!]). Polo contrrio, de harmonia com o
castelhano, caapo, por exemplo, alm de filhote de coelho, passa a significar, no DRAG, erro, aceom que, no
entanto, nom adquire nessa obra o vocbulo gralha.
28
Aqui, a intervenom infeliz dos codificadores da RAG-ILG, aliada castelhanizaom, fai nascer ambigidade
designativa e, portanto, disfuncionalidade no modelo de lxico culto por eles promovido. Com efeito, num es-
tabelecimento comercial de material eltrico ou de iluminaom, que dever entender o empregado quando o
cliente lhe solicitar umha lmpada? Que eficcia e elegncia comunicativas poder encerrar o enunciado
Desejo adquirir umha lmpada de dez lmpadas? Caso este tanto mais lamentvel quanto que candeeiro (a
voz que no atual luso-br. designa o aparelho de suporte de lmpadas eltricas) palavra conservada no galego
espontneo (cf., p. ex., Pousa Ortega, 2002: 258), mas neste, e nos dicionrios galegos que seguem o padrom
RAG-ILG, a sua esfera semntica (como acontece com a de muitas outras vozes) nom est atualizada e remete
unicamente para um conceito da cultura tradicional (agrria), nomeadamente, para um utenslio de ilumina-
om prprio de tempos pretritos, que servia de suporte a umha vela.
29
Como claro sinal da pobreza e limitaom de horizontes do dicionrio da RAG (1997), nele nom se regista
nengumha voz relativa aos animais arara nem preguia. Sob o lema preguiza, na ausncia de habilitaom se-
mntica, nessa obra s figura, portanto, o significado de indolncia, aversom ao trabalho.
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 37
menclaturais (como -ite para doena inflamatria) do luso-brasileiro, mas em cloruro e Crvidos to-
ma-os do castelhano; em atmosfera, hemcia e medula segue a prosdia etimolgica presente em luso-
brasileiro, mas em alerxia e eritrocito (termo que nom aparece como lema no dicionrio da RAG, mas
sim o seu homlogo leucocito!) segue a prosdia castelhana antietimolgica; por ltimo, com o sen-
tido de tubarom, instaura quenlla30 mediante insolidrio alargamento semntico e tambm recorre
neologia de invenom (guiada polo castelhano!) no caso de codia terrestre (por crusta), decalque do
cast. corteza terrestre31.
30
A voz quenlha (tb. quelha: variante geogrfica preferente [recolhida em, p. ex., Rios Panisse, 1977: 179]) ou
tintureira denota em galego-portugus o peixe selquio pertencente espcie Prionace glauca (famlia Carcar-
deos). Nom conveniente que umha espcie receba a mesma denominaom que o grupo a que pertence (cf.
al. Blauhai/Hai, cast. tintorera/tiburn, cat. tintorera/taur, fr. requin bleu/requin, ingl. blue shark/shark), polo que
resulta inaceitvel utilizar o termo quenlha, mediante artificial alargamento semntico, no sentido de peixe car-
tilagneo elasmobrnquio pleurotremado. Com esse sentido, e de modo natural, econmico e preciso, o gale-
go deve acolher a voz tubarom, convenientemente adaptada do luso-brasileiro tubaro.
31
Desde h um tempo, e no seio da normativa RAG-ILG, alguns utentes informados, como L. Davia Facal (cf.,
p. ex., a sua compilaom de artigos: Davia Facal, 1999: 40-42, 56-58, 73-76, 76-77, etc.), tentam corrigir certas
deficincias da habilitaom terminolgica isolacionista. Infelizmente, como nom pode deixar de acontecer a
partir de posions que nom questionam a radice os pressupostos da normativa isolacionista, estes autores
caem, eles prprios, em evidentes incoerncias (p. ex., qual a causa de que, seguindo um critrio etimolgico,
se recomende a prosdia gmeta, nuclolo e eritrcito, mas nom a de alerxa, crebro, enciclopeda, filoxena, perife-
ra ou sintoma? Por que nom denunciar tambm grafias tam antietimolgicas como osxeno ou esxeno?).
38 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
32
O advrbio intensificador assaz, prprio de registos elevados e conhecido e usado em galego na poca medi-
eval, determina adjetivos e , por exemplo, o equivalente funcional em galego do harto castelhano que surge no
seguinte enunciado: cast. Cuestin sta harto compleja, sin duda... = gal. Questom esta assaz complexa,
sem dvida.... Exemplos de uso em textos cientficos som os dous seguintes: Os cristais [do berilo] exibem
hbito prismtico, por vezes assaz perfeito. (ELBC: s.v. berilo) | Cor [a do corindo] assaz variada: cinzenta,
azul (ou azulada), amarela, verde, vermelha e ametista. (ELBC: s.v. corindo).
33
Exemplo de uso num texto cientfico: A finalidade pretendida [com a instalaom de caixas pretas nos avi -
ons a jacto] era obter elementos de estudo para permitir a anlise completa dos acidentes que porventura se vi-
nhessem a registar, de modo a evitar a sua repetiom. (ELBC: s.v. caixa preta).
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 39
pular). Assim, por exemplo, as variantes galegas amijoa [ZOOL.] (luso-br. amijoa), o
calor [FS.] (luso-br.: o calor), cotovelo articulaom brao-antebrao [ANAT.] (lu-
so-br. cotovelo articulaom brao-antebrao), eixo [TECNOL.] (luso-br. eixo), enxofre
[QUM.] (luso-br. enxofre), ervilha [BOT.] (luso-br.: ervilha), guelra [ANAT.] (luso-br.
guelra), janela oval [ANAT.] (luso-br. janela oval), joelho [ANAT.] (luso-br. joelho),
poupa [ZOOL.] (luso-br. poupa), rim [ANAT.] (luso-br. rim), sabugueiro [BOT.] (luso-
br. sabugueiro) e torneira chave para lquidos [TECNOL.] (luso-br. torneira) deverm
ser preferidas para os usos formais a, respetivamente, ameija, a calor, cotovelo n do
dedo, eixe, xofre, chcharo (e ervelha, etc.), guerla (e galada, etc.), fiestra oval (e *vent
oval!), geonlho (e gionlho, etc.), bubela (e galo-merdeiro, etc.), ril (e rile, etc.), bieiteiro (e
birouteiro, etc.) e bilha, enquanto que, para designar a larva aqutica dos anfbios, se re-
correr em galego, de harmonia com o luso-brasileiro, voz moderna (e erudita) gi-
rino.
Som estes, portanto, os critrios que, nas pginas da presente monografia que se se-
guem, orientam a instauraom e os usos (idiomticos, coerentes, econmicos, predizveis
e nom arbitrrios) dos termos cientficos em galego. Neste contexto, nom pode deixar de
vincar-se a premente necessidade de os redatores tcnicos galegos (investigadores, do-
centes, tradutores, jornalistas, etc.) se manterem habitualmente em contacto com a biblio-
grafia especializada composta em luso-brasileiro, com o objetivo de aprontarem e aperfei-
oarem os seus cdigos expressivos.
Finalmente, cumpre salientar que aquando da instauraom na Galiza de novos termos,
o mbito de atuaom deve ser o do nosso sistema lingstico, quer dizer, a neologia dever
fazer-se tendo em conta (para os efeitos de avaliar a necessidade ou a prioridade de umha
nova terminologia) o labor j desenvolvido nos pases de expressom galego-portuguesa e
34
A variaom terminolgica entre o Brasil e Portugal (sobretodo de tipo morfolgico) relativamente impor -
tante e poder constatar-se ao longo da presente monografia (cf. tb. Garrido, 1996).
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 41
10.2. Precisom
A tendncia para a precisom deriva da necessidade de sistematizaom conceptual que
mostram as lnguas especializadas tcnico-cientficas. Tende-se para a mxima biunivoci-
dade possvel entre conceitos e denominaons, de maneira que idealmente se atinja a mo-
norreferencialidade e se eliminem a sinonmia e a homonmia/polissemia (v. supra desig-
naons duplas disfuncionais, no seio da codificaom RAG-ILG, lmpada lmpada eltrica /
utenslio de suporte de lmpadas eltricas e quenlha tubarom / tubarom Prionace glauca;
v. tb. 59.3-b3: leo ~ leon). Um campo importante de precisom o das nomenclaturas ci-
entficas.
10.3. Coerncia
A coerncia das lnguas especializadas tcnico-cientficas manifesta-se, por um lado, na
tendncia para umha formaom regular dos seus elementos lexicais (coerncia lexical) e,
por outro, na configuraom de umha sintaxe concisa ou econmica, clara e objetiva, que
sirva para veicular com eficcia informaons especficas (coerncia sinttica).
Como exemplo do primeiro aspeto da coerncia, podemos citar o caso da srie de
termos ingleses (do campo da Gentica das Populaons ou da Evoluom, e referentes ao
processo da especiaom) allopatric speciation, parapatric speciation e sympatric speciation, os
quais ham de passar para galego, de harmonia com as palavras da lngua comum aptrida e
euptrida, como especiaom aloptrida, especiaom paraptrida e especiaom simptrida, res-
petivamente, e nom, apesar do que habitualmente se v na bibliografia, como *especiaom
aloptrica, *especiaom paraptrica e *especiaom simptrica. Um outro exemplo de coe-
rncia lexical o caso do substantivo gentico -a, com o sentido de especialista em Gen-
tica, o qual dever impor-se em galego-portugus a termos como *genetista ou *geneticista,
os quais, formalmente decalcados do ingls geneticist, nom harmonizam, nom som coe-
rentes, com o modo tradicional de construir em galego-portugus substantivos designa-
tivos do especialista numha disciplina cuja denominaom finde no sufixo - ica (p. ex., Bot-
nica > botnico -a, Fsica > fsico -a, Matemtica > matemtico -a, Qumica > qumico -a).
No aspeto da coerncia sinttica, a sintaxe dos textos tcnico-cientficos abunda em ora-
ons declarativas e carece de interjeions, de palavras carregadas de conotaons (v.
201.2) ou de proposions exclamativas, na procura de neutralidade emotiva e de umha ex-
pressom objetiva e impessoal (estilo nominalizado, emprego do plural de modstia, da
passiva prpria e da passiva reflexa, etc.). Pode dizer-se que, em benefcio da funcionali-
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 43
10.4. Formalidade
No plano formal, as lnguas especializadas tcnico-cientficas caraterizam-se polo seu
freqente recurso a elementos referenciais especiais (alm da terminologia), de natureza
paralingstica ou extralingstica, como sejam os nmeros, os sistemas de nomenclatura e
de notaom, as abreviaons ou reduons, a tipografia e a iconografia (fotografias, dese-
nhos, tabelas, grficos...), etc.
11.1. Etimologia
Como se sabe, a Etimologia o ramo da Lingstica que estuda a origem das palavras e
dos termos e que descreve a sua evoluom fontica, morfolgica e semntica ao
longo do tempo, orientando, portanto, sobre a forma grfica que eles ham de adotar. O l-
xico cientfico do galego-portugus tem a sua origem, numha percentagem muito alta, nas
lnguas clssicas (grego e latim), sendo mais elevado o nmero de elementos de origem
grega do que latina, ainda que a passagem do vocabulrio grego ao galego-portugus foi
feita normalmente atravs do latim (e, freqentemente, tambm atravs do francs: v. cap.
2).
35
Como se ver ao longo da presente monografia (cf. tb. Garrido, 1996), nalguns casos este polimorfismo ter-
minolgico de natureza geogrfica, concorrendo umha soluom prpria do Brasil com outra prpria de Por -
tugal (e da Galiza).
36
Se no caso da habilitaom terminolgica exercida no seio da normativa RAG-ILG o critrio da etimologia mui-
to desconsiderado (o que, p. ex., dificulta a interpretaom do sentido dos termos [esxeno, por exgeno, parece
integrado polos mesmos formantes gregos que iniciam esotrico e xenofobia!; osxeno, por oxignio, parece estar
mais relacionado com sido ou ose do que com xido!; autgeno original do prprio organismo, que foi gerado
polo prprio organismo que o contm e autxeno parasita monogentico, i. , que passa toda a sua vida num
nico hospedeiro confundem-se em autxeno...] e isola o galego entre as lnguas europeias [Xeoloxa!]: cf. Gar-
ca Surez, 1993; Garrido e Conde, 1993: 277-278) e o critrio da tradiom, claro, intil, nom podemos dei-
xar de recomendar neste ponto um critrio que nesta codificaom sim deveria ser urgentemente aplicado: o da
eufonia. Assim evitaramos ter de ler e ouvir cunhagens aberrantes (e indecentes) como o cono (por o
cone), a icona (por o cone, termo importante em Informtica) ou a silicona (por a silicone). Lem-
bremos, tambm, a esse respeito, que at 2003 a codificaom RAG-ILG avalizava expressons como o cu de To-
bin (por o qu de Tobin, q de Tobin, funom utilizada em Econometria).
44 - 1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO
A maior parte das normas ortogrficas que se verm nos captulos deste livro tenhem a
sua base filolgica na etimologia. Como exemplo, antecipamos agora (v. 33) que a distri-
buiom das consoantes galegas c / qu em termos de origem grega responde distribuiom
das consoantes / , nesta lngua. Vejamo-lo de modo esquemtico:
Um caso em que a aplicaom do critrio etimolgico serve para resolver umha vaci-
laom na forma de um termo , por exemplo, o de mitocndrio ~ mitocndria. Dado que o
segundo radical integrante de ambas as formas provm do vocbulo grego , dimi-
nutivo de grao (no sentido de organelo citoplasmtico) 38, a variante abonada
pola etimologia (e qual, polo menos em princpio [v. 11.2], deve dar-se preferncia)
mitocndrio (cf. al. Mitochondrium, ingl. mitochondrion).
Outro caso de vacilaom terminolgica que pode achar soluom atravs do critrio da
etimologia o constitudo por rano ~ Urano, como denominaom de um planeta do Sis-
tema Solar (por exemplo, rano utilizado no GDVC e na ELBC s.v. planeta, enquanto Urano
registado na ELBC s.v. Urano). Assim, dado que o de (timo grego de rano ~
Urano) breve, e passa para latim como RNUS, com a breve, em virtude da regra da
quantidade voclica (v. 13) rano a forma abonada pola etimologia, e aquela a que
deve dar-se prioridade.
11.2. Tradiom
Examinando a origem de algum termo, observa-se por vezes que ele grafado, j desde
antigo, de um modo que se aparta da forma etimolgica. Em casos assim, se se trata de
termos muito usados na literatura cientfica, pode considerar-se oportuno, em virtude do
critrio da tradiom, manter a grafia nom etimolgica.
Vimos na alnea anterior, por exemplo, que o inicial do termo grego se tornou
na consoante galega c de cisto (e derivados). No entanto, tambm existe a variante quisto,
com etimologia idntica, e que, de facto, das duas, , de longe, a forma mais freqente-
mente utilizada na bibliografia especializada, polo que convm nom desaconselh-la.
Um caso similar o de bactria, termo que, por provir do timo grego bas-
tonete deveria grafar-se bactrio (cf. cat. bacteri, ingl. bacterium, it. battrio). Todavia, a vari-
37
Quton: Molusco marinho, anfineuro, dos Polyplacophora, cuja concha formada por placas articuladas.
38
O primeiro radical dos termos provm do gr. fio.
1. AS LNGUAS ESPECIALIZADAS TCNICO-CIENTFICAS E A SUA HABILITAOM EM GALEGO - 45
12.1. Vogais
As sete vogais do alfabeto grego dividem-se:
sempre breves
sempre longas40
breves ou longas
abertas
fechadas
12.2. Ditongos
Os ditongos formam-se pola uniom das vogais abertas com as fechadas. Podem ser
prprios e imprprios.
a) Os ditongos prprios resultam da uniom das vogais abertas breves com as fe-
chadas. A seguinte tabela mostra exemplos de ditongos prprios presentes em termos
cientficos:
39
Veja-se o Apndice I (O alfabeto grego e o vocabulrio cientfico).
40
Tambm representam vogais sempre longas (que passa a pronunciar-se bem cedo, no sc. III, como [i]) e
(que passa a [u]).
49
50 - 2. A ACENTUAOM
GREGO GALEGO
Ditongo Exemplo Resultado Exemplos
sangue e hemo-: hemoglobina, hemlise
sismo i41 sismo-: sismgrafo, sismologia
vinho e42 eno-: enloga, enmetro
um prprio au aut(o)-: autogiro, autpsia
bom, verdadeiro eu eu-: eucarionte, euglena
urina u ur(o)-: uremia, urologista
b) Os ditongos imprprios resultam da uniom das vogais abertas longas com o (iota
subscrito):
GREGO GALEGO
a
e
o (e)
b) Umha slaba longa por posiom se contm umha vogal breve ( e em todos os
casos; , e nalguns casos) seguida de umha consoante dupla ( ) ou de duas ou
mais consoantes que nom sejam oclusiva ( ) ou aspirada ( ) mais lquida
( ), como a primeira slaba de - derme, pele e a segunda de - unha.
ACENTUAOM ETIMOLGICA
13. Nas lnguas vernculas, entre as quais o galego-portugus, a via normal de adoom
de helenismos atravs do latim quer tenha existido, quer nom, o correspondente hele-
nismo em latim (nalguns casos, como em dipldoco, os helenismos presentes nas lnguas
vernculas modernas som de instauraom artificial, recente, e eles nom existiam nem em
grego nem em latim), de modo que a sua acentuaom se considera etimolgica quando
se identifica com a acentuaom do correspondente termo latino (embora esta nom coin-
cida com a que o termo tinha em grego) e, vice-versa, a sua acentuaom se considera nom
etimolgica, ou antietimolgica, quando tal acentuaom nom se identifica com a do cor-
respondente termo latino (embora sim se identifique, eventualmente, com a do timo
grego).
44
O que nom exclui a possibilidade da existncia no galego-portugus cientfico de greco-latinismos oxtonos
de prosdia etimolgica, como cateter (proveniente do lat. CATHTREM, e este do gr. - ), cre-
master (< lat. CRMASTREM < gr. - ; tb. cremster), masseter (< lat. MASSTREM < gr.
- ) e trocanter (< lat. TROCHANTREM < gr. - ; tb. trocnter).
52 - 2. A ACENTUAOM
O termo hectmetro esdrxulo porque, ainda que o segundo componente grego con-
tenha duas consoantes () diante da vogal breve () da penltima slaba, esta nom
alonga por posiom, dado que aquele o grupo consonntico oclusiva + lquida. Em
troca, hectolitro um termo grave porque a vogal da penltima slaba do segundo com-
ponente () longa por natureza.
45
Diga-se ainda que boa parte dos componentes eruditos do vocabulrio (latinismos e grecismos) foram
adoptados primeiro pelo francs, chegando s atravs deste canal ao portugus. (Piel, 1989: 15).
2. A ACENTUAOM - 53
ACENTUAOM ANALGICA
15. Um outro fator que determina a acentuaom dos termos cientficos a analogia,
que se manifesta na tendncia para regularizar a prosdia e para aplicar as normas dos sis-
temas de nomenclatura. Assim, a acentuaom dalguns termos nom segue as regras da pro-
sdia greco-latina (etimologia), antes obedece, por exemplo, ao padrom acentual dos vo-
cbulos patrimoniais que findam com a mesma seqncia de letras (assimilaom terminal
ou sufixal), fenmeno que posteriormente pode estender-se a todo um conjunto de
termos que se formam a partir do termo primitivo de acentuaom analgica. Por outro
lado, os sistemas de nomenclatura tambm podem determinar que certas unidades lexi-
cais mostrem umha acentuaom nom etimolgica, se includas numha srie terminolgica
de prosdia homognea (p. ex., o sufixo -ite das denominaons de minerais; v. 17.1,
175). Este critrio de regularizaom acentual em termos de umha mesma srie ou grupo
aplica-se tanto a sufixos j existentes na lngua (provenientes do latim ou do grego) como
a sufixos formados modernamente que o galego-portugus adotou por imitaom doutra
lngua contempornea.
Assim, enquanto em galego-portugus brasileiro a prosdia de termos como on (do
gr. , particpio de caminhar), os seus compostos nion e ction, e eltron (do gr.
mbar) harmoniza com a etimologia46, em galego-portugus europeu os seus
cognados iom, aniom, catiom e eletrom (ortografia de Portugal: io, anio, catio, eletro) se-
guem um padrom acentual analgico com o sufixo patrimonial -om (-o)47. O mesmo
acontece nos seguintes termos dos campos da Eletrnica e da Fsica Nuclear, que em ga-
lego contenhem os sufixos -om e -trom: bosom (Brasil: bson), excitom (Brasil: xciton),
fotom (Brasil: fton), gluom (Brasil: glon), gravitom (Brasil: grviton), mesom (Brasil:
mson), negatrom (Brasil: ngatron), neutrom (Brasil: nutron), nucleom (Brasil: ncleon), po-
sitrom (Brasil: psitron48) e protom (Brasil: prton), como nomes de partculas; algotrom, be-
tatrom, ciclotrom e sincrotrom, como nomes de aceleradores de partculas; ignitrom, magne-
trom, microtrom e trocotrom, como nomes de dispositivos diversos; e filotrom (nome de ins-
talaom) e tecnetrom (dispositivo eletrnico).
16. Por analogia formam-se ainda os seguintes termos findos em -om, pertencentes
Qumica e Biologia:
a) termos da Qumica: deuterom, radom (do lat. radium; mas o termo preferente
rdon, de harmonia com o resto de denominaons dos gases nobres e outros: rgon,
crpton, fron, non, xnon), interferom, termiom (Br. termon), zwitteriom (Br. zwitteron)49.
46
O DHLP regista tambm as formas inio, anon e cationte.
47
Como, alis, acontece em espanhol.
48
O DHLP tambm regista psiton.
49
Mas, em contraste com o espanhol, coldio (do gr. ; cast. colodin, ingl. collodion) e glutationa (cast.
glutatin, ingl. glutathione).
54 - 2. A ACENTUAOM
b) termos da Biologia: cistrom (Br. cstron), codom (do lat. codex -icis; Br. cdon, codnio),
anticodom (Br. anticdon, anticodnio), exom (Br. xon), glucagom (Br. glucgon, glu-
cagnio), introm (Br. ntron), mutom (Brasil: mton), operom, priom (Br. pron)50, re-
plicom, viriom (do lat. virus, por analogia; Br. vrion, cast. virin, ingl. virion)51.
VARIAOM ACENTUAL
17. A linguagem cientfica e, em geral, qualquer lxico de especialidade tende ao
mximo para a biunivocidade conceito-denominaom ou para a monorreferencialidade
(v. 2, 10.2), isto , para o emprego de apenas um termo com umha nica forma gr-
fica e fnica para denominar cada conceito. Polo que diz respeito acentuaom das
unidades lexicais, acabamos de ver quais som os principais fatores que intervenhem: a eti-
mologia, a analogia e a interferncia. Na adoom de tecnicismos das lnguas clssicas em
galego-portugus, observa-se que, por vezes, nom termina de impor-se claramente um cri-
trio sobre o outro, do que resulta que alguns termos se acentuam de dous modos dife-
rentes (dualismo). Outra classe de dualismo acentual da terminologia cientfica galego-
portuguesa o dualismo vinculado a certos tipos de variaom morfolgica (v. 17.2), em
que concorrem duas (ou mais) unidades lexicais sinnimas que se diferenciam entre si
pola estrutura formal dos seus componentes. Tanto o dualismo acentual devido opo-
siom etimologia/analogia como o que acompanha a variaom morfolgica podem, ou
nom, estar associados geografia (galego-portugus de Portugal e da Galiza, por um lado,
e galego-portugus do Brasil, por outro lado), e umha terceira classe de variaom prosdi-
co-acentual a decorrente da diferenciaom de timbre das vogais tnicas de grau mdio
sempre o est. A seguir trataremos estas trs classes de variaom prosdico-acentual
que afeta a situaom do acento de intensidade na seqncia silbica da palavra ou o
timbre da vogal tnica em trs alneas: 1. Variaom acentual por oposiom
etimologia/analogia no galego-portugus da Galiza (e de Portugal); 2. Variaom acentual
ligada variaom morfolgica no galego-portugus da Galiza (e de Portugal); 3. Variaom
acentual ligada geografia.
50
O termo priom deriva de protena + infeom + -om.
51
Na literatura especializada portuguesa, ao lado dos termos findos em -o (exo, interfero, intro, etc.), depa-
ra-se freqentemente com formas nom acentuadas terminadas em -on (exon, glucagon, interferon, intron, etc.).
Estes termos nom acentuados som importados diretamente do ingls (emprstimos puros) e, em todos os ca-
sos, devem ser substitudos polas formas adaptadas findas em -o (galego -om).
2. A ACENTUAOM - 55
52
O DHLP regista ainda a forma astatnio.
53
No Brasil, com o sentido de mineral, utiliza-se o sufixo -ita (calcita, pirita, etc.).
54
Talvez a macia presena de denominaons (de acentuaom nom sujeita a variaom) de minerais que tam-
bm podem findar em -ite [f] (bauxite, calcite, fluorite, limonite, pirite, pirolusite, etc.) torne preferveis nestes casos
de dualismo acentual as formas analgicas.
56 - 2. A ACENTUAOM
Galiza, polo contrrio, nom se d esta oposiom fonemtica e o a tnico, nas circunstn-
cias mencionadas, leva acento agudo: mbar, cnhamo, reactncia, urnio.
Em segundo lugar, tambm entre o galego-portugus cientfico do Brasil, por um lado,
e o de Portugal e da Galiza, por outro, se registam divergncias na acentuaom de alguns
termos. Esta variaom acentual ligada geografia lingstica manifesta-se nalguns casos na
posiom da slaba tnica e noutros casos no timbre da vogal mdia (e ou o) tnica (aberto
na Galiza e em Portugal e fechado no Brasil). Quanto variaom da posiom da slaba t-
nica, as principais divergncias geogrficas advenhem da disjuntiva entre os critrios eti-
molgico e analgico (no seguinte exemplrio, as formas sublinhadas som as de acentu-
aom etimolgica): Gz.+Pt. gmeta [gmeta]/Br. gameta, Gz.+Pt. iom [io]/Br. on, Gz.+Pt.
neutrom [neutro]/Br. nutron, Gz.+Pt. urter/Br. ureter, etc.; a este respeito, tambm se re-
vela operativa a variaom morfolgica, pois parte dela est ligada geografia (assim: Gz.
+Pt. clula cloragognea/Br. clula cloraggena, Gz.+Pt. clula tricognea/Br. clula tricgena,
Gz.+Pt. estrognio/Br. estrgeno ou estrognio, Gz.+Pt. hormona/Br. hormnio, etc.).
As vogais tnicas de abertura mdia podem apresentar um timbre diferente no Brasil,
por um lado, e na Galiza e em Portugal, por outro. Assim, o e e o o tnicos seguidos de con-
soante nasal em termos paroxtonos e proparoxtonos som abertos na Galiza e em Por-
tugal, mas fechados no Brasil. Exemplos: abdmen/abdmen, anagnese/anagnese,
axnio/axnio, blastmero/blastmero, colnia/colnia, fmur/fmur, gnero/gnero, hidro-
gnio/hidrognio, metassmico/metassmico, peritnio/peritnio, smen/smen.
chamin
chassi ou chassis (cast. chasis)
condor
cremaster (tb. cremster)
esfincter (forma rara, embora etimolgica; tb. esfncter)
farol torre junto ao mar, dotada de foco luminoso; lanterna de veculo (cast. faro)
imbecil (PSIC.)
lagostim crustceo Nephrops norvegicus (= cast. cigala; cast. langostino crustceo Penaeus kerathurus)
lils (cast. lila)
mar
masseter
ocapi
pavom [ZOOL.] e Pavom [ASTR.] (cast. pavo real e Pavo Real)
pirex tipo de vidro
pulsar (e quasar)
quivi (fruta e ave)
tamandu (cast. tamanda)
tamarim calitricdeo do gn. Saguinus (cast. tamarino)
tenaz [f] ferramenta (cast. tenazas)
Topnimos: Amesterdm, Calcut, (Nova) Deli, Fero, Guin (cast. Guinea), Malawi, Mali, Roterdm...
trocanter (tb. trocnter)
UCI55
55
As siglas silbicas que, como UCI, terminam em i ou u nom includos em ditongo e nom apresentam acento
grfico algum, de harmonia com as regras de acentuaom, som de prosdia aguda. Assim, ovni e ONU som
tambm termos oxtonos (v. 180.2).
58 - 2. A ACENTUAOM
56
A palavra galego-portuguesa ema (que est na raz da inglesa emu, da alem Emu e da castelhana em) empre-
ga-se freqentemente na bibliografia em dous sentidos: por um lado, pode designar as aves pernaltas corredo-
ras (ratitas) australianas da espcie Dromaius novaehollandiae (ordem Casuariiformes; sin. emu); por outro,
pode referir-se s ratitas sul-americanas das espcies Rhea americana e Pterocnemia pennata (ordem Rheifor-
mes), tambm denominadas nandus ou nhandus (respet., n(h)andu-vulgar e n(h)andu-de-darwin; cf. DHLP).
57
Diferente de -fono que fala umha determinada lngua: anglfono, galecfono, lusfono, etc.
58
Os termos findos nos sufixos -ncia (ressonncia, varincia, etc.) e -ncia (efervescncia, luminescncia, etc.),
alm de angstia, ceclia, cercria, demncia, famlia, filria, indstria, inrcia, insnia, insnia (e hipersnia), mem-
ria, obstetrcia, pecuria, provncia, tbia, tlia, urticria e viglia, entre muitos outros, nom constituem exceom ao
afirmado, por provirem do latim, e nom do grego. Na seguinte classificaom de helenismos findos em -ia, nom
se consideram: 1., os provindos de antecedentes em - (s em -, -, - ou -), como brnquia ou ciznia
(BOT. joio, Lolium temulentum); 2., os helenismos em que o i da terminaom -ia, nom etimolgico, de natu-
reza meramente epenttica (como dispneia ou ureia); 3., os helenismos que, como bactria ou cecdia (forma
preferente, em virtude do critrio etimolgico: cecdio), findam em -ia por alteraom anmala da termina-
om a partir de um timo que apresenta o sufixo diminutivo - (em relaom a bactria, v. 11.2; cecdia [= ce-
cdio] < < suco que escorre; [noz de] galha do carvalho).
2. A ACENTUAOM - 59
3) Termos cujo antecedente grego termina em -: anafilaxia, foresia (ZOOL.; mas -fo-
rese: MED. cataforese, diaforese, BIOQ. eletroforese), paralisia, profilaxia, sepsia (MED.; tb., mais
raros: sepse, spsis), -stasia (em concorrncia com -stase [e -stase: v. 18.3]: epistasia [GEN.] ou
epstase, eustasia [GEOL.] ou eustase ou eustatismo, hemostasia ou hemstase, homeostasia ou ho-
mestase ou homeostase, etc.), trofalaxia, etc. (cast.: anafilaxis, foresis, parlisis, profilaxis, sepsis,
epistasis, homeostasis, trofalaxis).
piloro
pton [m] serpente da fam. Bodeos (tb. pitom [m]; cast. pitn [f])
pletora (cast. pltora)
presbita (cast. prsbita ou prsbite)
quadrceps (tb. [msculo] quadricpite; cast. cudriceps ou cuadrceps)
radiano (cast. radin)
regime (cast. rgimen)
rubrica (cast. rbrica)
-sfera (do gr. esfera): atmosfera (cast. atmsfera ou atmosfera), batisfera, biosfera,
cromosfera, estratosfera, fotosfera, hidrosfera (cast. hidrosfera ou hidrsfera), litosfera, pi-
rosfera, termosfera, etc.
sintoma
tavao (cast. tbano)
termstor
timalo
Topnimos: Aquisgrana (al. Aachen, cast. Aquisgrn), Beirute (cast. Beirut), Iraque (cast.
Iraq), Madagscar (cast. Madagascar), Moscovo (cast. Mosc), Singapura (cast. Sin-
gapur)...
transstor
traqueia
triptofano (mais freqente que triptfano, a forma etimolgica)
trocarte (CIR.; cast. trocar ou trcar)
trgon (ORNIT.; cast. trogn)
tucano (cast. tucn)
tulipa ou tlipa (cast. tulipn)
tutano (cast. tutano)
zangao (tb. zngao)
crebro
cato
ctiso (cast. citiso ou ctiso)
(do gr. clula): adipcito (cast. adipocito), amebcito, astrcito, coancito, eri-
-cito
trcito, espermatcito, ucito, fagcito, gametcito, leuccito, linfcito, mastcito (do al.
Mast engorda, ceva), nefrcito, ocito (do gr. ovo + ), ovcito (do lat.
OVUM ovo + ), protcito, trombcito, etc.
-clase (do gr. fissura, fratura < romper; sufixo utilizado em Geologia para
denotar tipo de fratura; cf. cast. -clasa): diclase, litclase, perclase, plagiclase61.
cana ou cano
cotildone [f]
ctilo (cast. cotila ou cotilo)
-crino : apcrino, endcrino, excrino
crisntemo (lat. CHRYSANTMON ou CHRYSANTMUM)
crispraso ou crisoprsio (cast. crisoprasia)
dctilo (cast. dactilo)
diabsio ou dibase (cast. diabasa)
dnamo [m] (cast. dinamo ou dnamo [f])
dipldoco (cast. diplodoco)
drsera (cast. drosera ou drsera)
ectrpion ou ectrpio, entrpion ou entrpio, epploon ou epploo (cast. epipln), etc.
den (cast. edn)
fira (cast. efira)62
-mese (do gr. vomitar): hematmese, etc., e mese vmito
epdoto (cast. epidota)
esfcelo (cast. esfacelo ou esfcelo)
-fago (do gr. comilom): bacterifago, cianfago, colfago, fitfago, etc.
-fase: anfase (BIOL.), bfase (ELET.; adj.: bifsico), prfase (BIOL.), telfase (BIOL.), etc.
-fito (do gr. 63 vegetal): aerfito, brifito, cormfito, epfito (cast. epifito), espermat-
fito, esporfito, gametfito, halfito, saprfito, tropfito, xerfito, zofito, etc.64
-foro (do gr. que leva ou transporta, que produz): biforo, eletrforo, fsforo, ne-
crforo, etc.
gmeta [m] (Br. gameta [m])
gmeo e Gmeos (ASTR.) (cast. gemelo)
-gnio [subst.], -gneo -gnea [adj.] (elementos alternantes com -geno , comuns ao
-gena
castelhano): aglutinognio, alergnio (tb. alrgeno), alucinognio, antignio (tb. ant-
geno), clula cloragognea (Br. cloraggena), clula tormognea (Br. tormgena), clula
tricognea (Br. tricgena), colagnio (gr. cola + engendrar), fibrino-
gnio, gs lacrimogneo, glndula bissognea, glicognio, halognio, hidrognio, oxignio,
patognio, etc.
-geno [subst./adj.]: alrgeno [subst.] ou alergnio (cast. alergeno ou alrgeno), patgeno
[adj.] (= patognico; subst.: patognio).
-geo (-geia [f]): endgeo, hipgeo ou hipogeu (fauna hipogeia; cast. hipogeo -a)
61
Cf., derivado do mesmo timo, -clsio, sufixo utilizado em Geologia para denotar minerais (ex.: oligoclsio, or-
toclsio, plagioclsio; v. 175).
62
fira (ZOOL.): jovem cifomedusa, pouco depois de ter surgido do cifstoma ou cifoplipo.
63
Nom confundir com folha, que deu, p. ex., antofilo (com flor: folha floral), nem com
amigo (de amar), que d antfilo (amigo de flores, que vive entre flores).
64
Regista-se vacilaom entre -fito e -fita
(assim, p. ex., DITC: espermatfita, xerfita; DHLP: espermatfita / esperma-
.
tfito, xerfito). De harmonia com a etimologia, a forma preferida deve ser -fito
2. A ACENTUAOM - 63
-glia (do gr. grude, substncia pegajosa ou gelatinosa): astrglia, macrglia, micr-
glia, neurglia (cast. neuroglia ou neurogla), oligodendrglia, etc.
-glifo (do gr. cavar, gravar): glifo, dermatglifo, hierglifo (cast. jeroglfico), opist-
glifo, petrglifo (cast. petroglifo), proterglifo, sifonglifo, solenglifo, trglifo, etc.
-gnato : gnato (ZOOL.; cf. BOT. agnado), ortgnato, prgnato, quetgnato (por analogia com
outros nomes de filos que findam em -es, tb. freqente deparar-se na bibliografia
com a denominaom Quetognates).
hemcia (cast. hemate)
hematcrito
hemono (cast. hemin o hemono)
-aco -aca: amonaco (cast. amoniaco ou amonaco), cardaco (cast. cardiaco ou cardaco),
etc.
-ase (doenas): bilharzase (tb. bilharziose), esquistossomase (tb. esquistossomose), ftirase,
midrase, miase, etc.
icnumone [m] (tb. icnumon; cast. icneumn)65
cone [m] (cast. icono)
-deo (do gr. forma; cf. -dio): 1 sufixo nomenclatural utilizado nas denomina-
ons paracientficas de grupos zoolgicos com o sentido de famlia de animais
(equivalendo ao sufixo -idae das denominaons cientficas: Ariondeos [= Ario-
nidae], Colubrdeos [= Colubridae], Feldeos [= Felidae], Homindeos [= Hominidae],
etc.; cast. -idos); 2 sufixo nomenclatural utilizado nas denominaons paracient-
ficas de grupos zoolgicos com o sentido de txon animal de alta categoria (equi-
valendo ao sufixo -ida das denominaons cientficas: Aneldeos [= Annelida], Aracn-
deos [= Arachnida], Priapuldeos [= Priapulida]). Neste ltimo sentido, o sufixo zoo-
lgico -deos est a ser cada vez mais substitudo, em benefcio da precisom desig-
nativa, por -idos (Arcnidos, Priaplidos...); 3 indicativo de componente de umha
srie de elementos qumicos: actindeo, lantandeo, nucldeo; 4 variante do sufixo
para indicar famlia de substncias orgnicas: nucleotdeo (ou nucletido), pep-
-ido
tdeo (ou pptido), sacardeo (ou sacrido), etc.; 5 em Astronomia, posposto ao
nome de umha constelaom, designa um enxame de estrelas cadentes ou meteo-
roides cujo ponto radiante se situa nessa constelaom: andromeddeo, bieldeo, li-
rdeo, etc.
-dio estrutura, corpo, elemento do organismo (do lat. -idium; freq. escrito, erronea-
mente, como *-deo): condio, cromatdio, omatdio, odio, plasmdio, plastdio, etc.
-io (substncias qumicas; cast.: termos graves findos em -o): clorofrmio, crmio (mas
mercurocromo), molibdnio, telrio, tungstnio (tb. volfrmio), etc.
isbara, isbata (cast. isobara ou isbara, isobata)
-lcito (do gr. gema de ovo): alcito (cast. alecito ou alcito), centrolcito, ectol-
cito, endolcito, isolcito, mesolcito, oligolcito, polilcito, telolcito, etc. Tb. lcito vitelo.
lgure ou ligrio (cast. ligur)
-lise e -lito (do gr. dissoluom e decomposto, dissolvido): citlise, eletr-
lise, fotlise, glicogenlise, gliclise, hemlise, hidrlise, plasmlise, protelise, etc.; catlito,
eletrlito (cast. electrolito), etc.
65
Icnumone (do gr. ) denota em Zoologia, por um lado, umha espcie ibrica de mangusto (Herpestes
ichneumon), popularmente conhecido polos nomes de rato-de-fara, rato-do-egito ou saca-rabos, e, por outro, um
grupo de insetos himenpteros parasitas, semelhantes s vespas, da famlia Icneumondeos. O icnumone (no
sentido de mangusto ibrico) forma, junto com outras espcies afins, a subfamlia Herpestinae dos Viverrde-
os.
64 - 2. A ACENTUAOM
-stoma (do gr. boca): cifstoma (cast. escifistoma), epstoma, hipstoma, nefrs-
toma, pneumstoma (cast. pneumostoma), etc.
trmite [f] ou trmita67
tlia (cast. tila)
: arqutipo (cast. arquetipo), daguerretipo, ectipo, estrattipo, fentipo, gentipo, ha-
-tipo
panttipo, hapltipo, holtipo (cast. holotipo ou holtipo), lecttipo, logtipo, partipo,
prottipo, sertipo, sntipo, toptipo, etc.
-toco (do gr. nascimento, filho): toco, eptoco, etc.
-tomo (do gr. corte, fatia, secom): micrtomo (cast. microtomo), mitomo, etc.
-tono (gr. tensom, intensidade): ectono (cast. ecotono), eletrtono (tb. eletro-
tnus), istono, etc.
-topo (do gr. lugar): bitopo (cast. biotopo ou bitopo), istopo, etc.
-trico (do gr. cabelo, pelo): gastrtrico, loftrico, melantrico, etc.
-trofo (do gr. alimento): auttrofo, hetertrofo, quimitrofo, etc.
tlipa ou tulipa (cast. tulipn)
rano (cast. Urano)
67
Nom confundir trmite (inseto socivel da ordem Ispteros) com termite (mistura de alumnio em p e um
xido metlico).
3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM
19. O hfen ou trao de uniom emprega-se em galego para combinar os dous ele-
mentos (nalguns casos, mais de dous elementos) de certos termos compostos (prprios
ou contnuos) surgidos por associaom de palavras (palavras unidas, mas nom soldadas: v.
20) ou por prefixaom (v. 23) e de alguns recompostos (v. 24)68.
21. Tambm nom se utiliza hfen (elementos soldados por justaposiom) nos termos
compostos surgidos por associaom de palavras e carentes de preposiom (assindticos)
que designam substncias nos campos da Qumica e da Bioqumica (acerca do emprego
do hfen na designaom de enzimas, v. 22.2): adenosinatrifosfato (abreviaom: ATP; tb. tri-
fosfato de adenosina), benzenossulfonato, diclorodifeniltricloroetano (abreviaom: DDT), trifenil-
clorometano, etc.70
22. Utiliza-se hfen nos compostos (prprios) surgidos por associaom de palavras
em que se mantm a noom de composiom, quer dizer, em que cada elemento mantm a
sua independncia fnica ou acento prprio, e em que o conjunto apresenta perfeita unidade
de sentido. A seguir destrinamos sucessivamente numha srie de categorias os termos
compostos por associaom de palavras nom soldadas que apresentam (ou nom) hfen.
68
Quanto ao uso do hfen, na presente monografia partimos das regras expostas no Acordo Ortogrfico da Ln-
gua Portuguesa (1990: Bases XV e XVI) e das matizaons feitas (e soluons propostas) no Vocabulrio Ortogrfico
da Lngua Portuguesa da Porto Editora (Malaca Casteleiro, 2009), as quais, visando umha adaptaom realida-
de dos usos da literatura cientfica (circunstncia, alis, tida em conta polo prprio AOLP: cf. Base XVI, alnea 2.),
aqui desenvolvemos.
69
Termos em que as palavras aparecem, portanto, soldadas por justaposiom ou por aglutinaom (v. 150.1).
70
Polo contrrio, sim devem usar-se hfens na designaom de substncias qumicas quando no nome apare -
cem localizadores ou algarismos de posiom (ex.: adenosina-2'-fosfato, 2-oxi-4-aminopirimidina) ou letras isola-
das (ex.: L-citrulina).
66
3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM - 67
mentos de que eles constarem e da sua categoria gramatical72, de modo que esta a nica
categoria importante de termos em que abundam os compostos por mais de duas palavras
ligadas por hfen73. Assim: andorinha-do-mar, cobra-capelo (tb. naja), cobra-de-gua, cruza-
bico, coral-mole (antozorio da ordem Alcionceos), diamante-de-gould (pxaro estrilddeo
Chloebia gouldiae)74, estrelinha-de-poupa, formiga-branca (trmite), formiga-leom, gara-real,
gato-bravo (tb. gato-monts), lagostim-do-rio, leom-asitico (Panthera leo persica), leom-ma-
rinho, lesma-de-conchinha (gastrpode do gn. Testacella), lesma-marinha (gastrpode da
subclasse Opisthobranchia), lince-ibrico, louva-a-deus, noitib-da-europa (Caprimulgus euro-
paeus), ourio-do-mar, papo-ruivo (tb. pisco), peixe-martelo, pica-pau, pica-peixe, quebra-ossos
ou brita-ossos (ave Gypaetus barbatus), sapo-concho (quelnio ou tartaruga dulciaqcola;
Pt.+Br. cgado), urso-formigueiro (tb. tamandu), vaca-loura, vaga-lume, vbora-de-seoane, etc.;
alho-porro, cana-de-acar, carvalho-comum, cauda-de-raposa, cedro-do-lbano, couve-flor, erva-
71
Realmente, para alm de gneros e espcies, as denominaons vernculas de organismos (compostas por
duas ou mais palavras ligadas por hfen) podem corresponder-se com txons de muito diferentes categorias da
sistemtica tradicional, desde subespcies, raas ou variedades at filos ou divisons (assim, p. ex., leom-asitico
corresponde subespcie Panthera leo persica; vbora-de-seoane, espcie Vipera seoanei; lesma-de-conchinha, ao
gnero Testacella; peixe-chato, ordem Pleuronectiformes; verme-chato, ao filo Plathelminthes). Mesmo al-
gumhas dessas denominaons vernculas de organismos poderm nom se corresponder com qualquer txon
natural (= monofiltico) reconhecido pola sistemtica (filogentica), como lesma-terrestre. Por outro lado,
deve ter-se em conta que as denominaons de flores enquanto tais, de frutos, de gomos, de razes, de sementes
ou de produtos a partir deles obtidos nom levarm hfen a ligar as suas palavras constituintes, mesmo quando
coincidam com a denominaom da correspondente planta produtora (assim, p. ex., escrever-se que o leo de
copaba um produto de propriedades medicinais obtido a partir da copaba, rvore leguminosa do gnero Co-
paifera nativa do Brasil, rvore tambm conhecida polo nome de leo-de-copaba).
72
O emprego do hfen a ligar as palavras componentes das denominaons vernculas de (espcies de) animais
e plantas, embora parea, em princpio, complicar a escrita, apresenta a vantagem de permitir identificar facil-
mente a extensom do correspondente nome vernculo, evitando possveis ambigidades e leituras errneas.
Assim, p. ex., nom ser possvel confundir um gato-bravo (necessariamente, da espcie Felis silvestris) com um
gato bravo (o qual pode ser um indivduo feral ou assilvestrado do gato-domstico); umha mobelha pe -
quena (por exemplo, da espcie Gavia immer) nem sempre poder incluir-se entre as mobelhas-pequenas (G.
stellata), e os linces europeus som algo mais variados (Lynx lynx e L. pardina) que os linces-europeus (Lynx
lynx); atente-se na diferena entre formiga-branca (trmite, inseto Isptero) e formiga branca (p. ex.: indiv-
duo albino de umha colnia de formigas, insetos Himenpteros). A este respeito, muito significativo que, p.
ex., o alemm adote a convenom de grafar com maiscula inicial todos os componentes verbais destes nomes
vernculos (p. ex.: ein Groer Brachvogel, e nom *ein groer Brachvogel [al. Groer Brachvogel = gl-pt.
maarico-real = Numenius arquata]).
73
Fora desta categoria (nomes vernculos de organismos), unicamente apresentam mais de duas palavras liga-
das por hfen (cf. Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa da Porto Editora [Malaca Casteleiro, 2009: 9], o
qual, de modo razovel, e para a Galiza muito prtico, melhora o prescrito em AOLP: XV, 6.) as vozes limpa-pa-
ra-brisas (v. 22.3) e mais-que-perfeito (mas nom, p. ex., as locuons gua de colnia [igual que gua de cal, gua
de Javel, etc.], arco da velha, cor de rosa, p de meia ou pomo de Adm proeminncia larngea [mas cf. pomo-de-a-
dm rvore!]), por um lado, e os topnimos cujos elementos estm ligados por artigo (ex.: Sobre-os-Monhos,
Trs-os-Montes: cf. AOLP: XV, 2.), por outro lado.
74
Observe-se que nestes termos compostos os nomes prprios (como Gould em diamante-de-gould, Deus em
louva-a-deus, Europa em noitib-da-europa, Seoane em vbora-de-seoane, Incio em fava-de-santo-incio, etc.) se gra-
fam com minscula inicial.
68 - 3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM
22.3. Utiliza-se hfen nos termos compostos por associaom de palavras em que se
combinam verbo + substantivo (com a exceom dos vistos em 20 e com a inclusom
dos vistos em 22.1), sendo especialmente empregadas as formas verbais conta-, corta-,
guarda-, lana-, mata-, para-78, porta-, quebra-, saca- e tira-: abre-latas, apara-lpis, arranha-
cu(s), busca-plos, cata-vento (cf. catassol), conta-gotas, corta-papel, draga-minas, guarda-
chuva, guarda-costas, guarda-lama(s), lana-chamas, limpa-neves (cast. quitanieves), limpa-pa-
ra-brisas, marca-passo, mata-ratos, para-brisas, para-raios, pesa-papis, porta-objeto (para pre-
paraom microscpica; tb. lmina; cf. lamela ou lamnula), quebra-gelo (navio), quebra-mar,
saca-rolhas, tira-ndoas, etc.
22.4. Tambm levam hfen os termos compostos constitudos por verbo + verbo
(com a exceom dos vistos em 20): bole-bole (tb. bule-bule: planta gramnea), pisca-pisca
luzes dos veculos que se acendem intermitentemente, etc.
78
Nom confundir a forma verbal para- (sempre ligada na composiom por hfen, exceto nos soldados paraque-
das, paraquedismo e paraquedista) com o prefixo (s ocasionalmente ligado por hfen na composiom) para-
(ex.: para-hidrognio, parapsicologia, parassntese).
79
Mas nom levam em geral hfen os adjetivos de natureza radicolexical (recompostos), integrados por um ra-
dical greco-latino e um adjetivo patrimonial (v. 24, 102.2), mesmo quando o primeiro elemento apresenta,
ou pode apresentar, um acento de intensidade (secundrio): temporomandibular (articulaom), arteriovenosa
(comunicaom), farmacoteraputica (categoria), vomeronasal (rgao), toxicodependente, etc.
70 - 3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM
cido actico, cido butrico, cido gordo, cido ntrico, cido sulfrico, cido tartrico, etc.
81
Em gram-duque bufo o hfen tambm demandado por a palavra designar umha espcie animal.
82
Mas, por se tratar de outro contexto: eletronegativo, eletropositivo (QUM.).
83
Contodo, nalguns poucos casos esta regra poder revelar-se de aplicaom equvoca. Exemplo: gua-oxigena-
da ou gua oxigenada? Enquanto perxido de hidrognio (H2O2), deveria grafar-se gua-oxigenada; enquanto
dissoluom aquosa de perxido de hidrognio, gua oxigenada. Talvez seja prefervel em casos como este dar
por vlidas as duas formas (que, alis, aparecem registadas na bibliografia cientfica luso-brasileira).
72 - 3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM
febre aftosa, febre amarela, febre escarlatina, febre lctica, febre recorrente, febre tifoide, etc.
ferro batido, ferro bruto, ferro doce, ferro forjado, ferro fundido, ferro galvanizado, etc.
gs cido, gs carbnico, gs doce, gs hilariante, gs ideal, gs inerte, gs lacrimogneo,
[ gs natural, gs nobre, gs perfeito, etc.
23.1. Em todos os casos, com os seguintes prefixos (tnicos, em que o segundo ele-
mento tem vida parte: cf. pr-clmax, previsom): alm- (ex.: alm-Atlntico, alm-mar), n-
tero- (ex.: ntero-dorsal, ntero-posterior), aqum- (ex.: aqum-mar), bem- (ex.: bem-estar, bem-
soante, bem-vindo, bem-visto)85, cncavo- (ex.: cncavo-convexo), cnico- (ex.: cnico-espiral),
convexo- (ex.: convexo-cncavo), ex- (com o sentido de estado anterior ou cessamento: ex-
diretor), xtero- (ex.: xtero-inferior)86, nfero- (ex.: nfero-posterior), ntero- (ex.: ntero-supe-
rior), ltero- (ex.: ltero-abdominal)87, mdio- (ex.: dorsal mdio-ocenica, mdio-palatal), nom-
(quando forma substantivo, como em nom-eletrlito, nom-fumador, nom-metal, [termodin-
mica do] nom-equilbrio, mas [modelo] nom paramtrico, [elemento] nom radioativo, etc.),
plano- (ex.: plano-convexo), ps- ou aps- (ex.: [servio] (a)ps-venda, (a)ps-guerra, ps-
clmax, ps-combustom, ps-operatrio), pstero- (ex.: pstero-inferior), pr- (ex.: pr-adulto,
pr-clmax, pr-cordal, pr-mittico), quase- (quando forma substantivo, como em quase-e-
quilbrio, mas sem hfen [em contraste com o uso ingls] quando determina um adjetivo:
quase analgico [ingl. quasi-analog], quase esttico [ingl. quasi-static], quase estelar [ingl. qua-
si-stellar], quase peridico [ingl. quasi-periodic], etc.), recm- (ex.: recm-nascido), sem- (ex.:
sem-fim) e spero- (ex.: spero-anterior)88.
23.2. Nos compostos por prefixaom em que o segundo elemento comea por h, ex-
ceto no caso dos compostos que contenhem os prefixos an-, bi-, bis-, cis-89, des-, dis-, ex-
84
Nos compostos por prefixaom que nom levam hfen e em que o primeiro elemento termina em vogal e o
segundo elemento comea por r ou s, estas consoantes duplicam: contrarregra, cosseno, infrassom, suprarrenal,
etc. Por outro lado, s se grafa um esse medial quando se associam o prefixo trans- e umha palavra que comea
por s: trans- + sudaom ==> transudaom.
85
Nuns poucos compostos, o advrbio bem aparece soldado ao segundo elemento (nunca se este comea por
vogal, h, m ou n): benfazejo, benfeitor, benquerena, etc.
86
Tambm existe como radical (ou prefixo tono), extero-, que se grafa soldado: exterorrecetor.
87
Tambm existe como radical (ou prefixo tono), latero-, que se grafa soldado: lateroflexom.
88
Tambm se utiliza hfen com os prefixos, de somenos importncia para a linguagem cientfica, pr- (quando
tnico e com o significado de favorecedor de: pr-oxidante; mas sem hfen obrigatrio quando tono e com o
sentido de antecedncia: promnio, proatlas, probacterifago, procarionte, procutcula, proecdise, proinsulina, pro-
moom, proncleo, prossmio, etc.), sota-, soto-, vice- (vice-presidente, etc.) e vizo-.
89
Exceto quando se trata da forma prefixada de valor nomenclatural em Qumica (indicativa de configuraom
num estereoismero), que aparece ligada por hfen: cis-dibromotetracarbonilcrmio(II).
3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM - 73
(com o valor negativo ou de externo), in-, per-, re-, retro- e trans-90, nos quais o segundo ele-
mento perde o h- inicial e se produz soldadura dos elementos: ante-histrico, anti-helmn-
tico, anti-higinico, anti-hormona, ciclo-heptano, circum-hospitalar, co-herdeiro, co-hipnimo91,
di-hidroenantotoxina, infra-heptico, iso-hdrico, para-hiperqueratose, pseudo-halognio, pro-
to-hormona, sub-heptico, etc.; mas: anidrido, biebdomadrio, desidrataom, inarmnico, peri-
drofenantreno, reabilitaom, transumncia, etc.
23.3. Nos compostos por prefixaom em que o prefixo termina na mesma vogal com
que se inicia o segundo elemento, exceto com os prefixos co-, pre- tono e re-: anti-incrus-
tador, auto-organizaom, 1,3,6-heptatri-ino92, iso-octano, poli-iodeto, poli-insaturado, sobre-enve-
lhecimento, supra-auricular, tri-iodometano, etc. (mas autoaglutinina, autoanafilaxia, endoa-
neurismorrafia, endoenterite, endoenzima, etc.93); cooperaom, coordenada, hexacoordenado
(complexo), preencher, preenchimento, reelaboraom, reentrncia, reescrita, etc.
23.4. Nos compostos por prefixaom com os prefixos circum-94, mal- e pan-95, quando
o segundo elemento comea por (alm de h, caso j considerado) vogal ou, no caso de
circum- e pan-, por m ou n: circum-ambiente, circum-murado, circum-navegaom (mas circum-
polar, circunjacente), mal-afamado, mal-estar (mas malformaom, malmandado, malnutrido,
malsoante), pan-africano, pan-monofilo, pan-negritude (mas pambrasileiro, pantropical).
23.5. Nos compostos por prefixaom com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando
combinados com elementos iniciados por r: inter-rdio, super-refraom, super-regeneraom,
etc.
90
Exceto quando se trata da forma prefixada de valor nomenclatural em Qumica (indicativa de configuraom
num estereoismero), que aparece ligada por hfen: trans-tetra-aminodiclorocobalto(II).
91
Mas quando a palavra que segue ao prefixo co- (com o significado de a par de) nom tem vida prpria, nom
tem acento prprio e/ou, de facto, o composto j existia em latim, entom o segundo componente perde o h
etimolgico e o composto grafa-se sem hfen: coabitar, coabitaom, etc.
92
No caso da nomenclatura dos compostos orgnicos, em Portugal, antes de vigorar neste pas o AOLP-1990,
para se pouparem hfens num mbito abundante neles, preferiu-se (cf. Campos e Mourato, 1999: 28; IUPAC-
SPQ, 2002) grafar justapostas duas vogais iguais consecutivas (isooctano, 1,3,6-heptatriino). Umha vez que no
Brasil tal exceom ortogrfica nunca regeu, e que agora o AOLP-1990 vai vigorar em Portugal (e, com as adapta-
ons precisas, tambm na Galiza), aqui preferimos sujeitar regra geral de hifenaom dos prefixos tambm
este mbito terminolgico.
93
Nos compostos formados por um prefixo findo em o e a palavra esqueleto, cai o primeiro e do segundo com-
ponente: endosqueleto, exosqueleto, etc.
94
O prefixo (ou radical) circum- assume a forma circun- quando vai soldado ao seguinte elemento e este nom
comea por b ou por p.
95
Tendo em conta a constituiom dalguns dos compostos que se formam com circum-/circun- e pan- (p. ex.:
circum-nutaom [FISIOL. VEG.], circunvoluom [ANAT. ANIM.], pan-mixia [GEN.]), estes elementos podem considerar-
se, alm de prefixos, tambm radicais (quando o segundo elemento do composto nom tem vida parte), e, de
facto, em secons posteriores da presente monografia, eles serm recenseados tanto entre os prefixos gerais
como entre os radicais greco-latinos.
74 - 3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM
23.6. Nos compostos por prefixaom com os prefixos acabados em -b (ab-, ob-, sob-,
sub-), quando a palavra seguinte comea por (alm de h-) b- ou r-: ab-reaom, sub-betumi-
noso, sub-bibliotecrio, sub-bosque, sub-radular, sub-regiom, sub-reptcio, sub-rotina, etc.
23.7. Nos compostos por prefixaom com o prefixo ad- quando a palavra seguinte co-
mea por (alm de h-) d- ou r-: ad-digital, ad-radial, ad-renal (mas: adrenalina), etc.96
96
Um caso especial, por ltimo, aquele em que o hfen pode utilizar-se depois de um prefixo para marcar a
elisom do correspondente elemento lexical numha seqncia de dous compostos que compartilham o segun-
do formante. Ex.: Alm disso, nom pode esquecer-se que a partir da protuberncia, em qualquer dos lados, a
via [auditiva] contm fibras homo- e heterolaterais. (ELBC, s.v. via auditiva).
97
Nos recompostos em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento comea por r ou s,
estas consoantes duplicam: biorritmo, biossatlite, eletrossiderurgia, microssistema, ribossoma, etc.
98
Trs casos se se considerar a condiom de radical de circum-/circun- e de pan- em recompostos como circum-
nutaom, pan-mixia, etc. (segundo elemento comeado por vogal, m ou n).
99
Por sua vez, a palavra pode ser um recomposto. Por outro lado, lembre-se que o primeiro elemento compositi-
vo de um recomposto pode ser um radical greco-latino ou um prefixoide (v. 102).
100
Portanto, de harmonia com os casos expostos, nom se utiliza hfen em termos radicolexicais como os se -
guintes: agropecurio, cranioenceflico, glandulomamrio, mineromedicinal, vegetoanimal, vegetomineral, vertebrome-
dular, vomeronasal, etc.
3. USO DO HFEN OU TRAO DE UNIOM - 75
101
Exceto no caso de encontro de radical findo em o + esqueleto, em que se conserva o o: citosqueleto (tb. citoes-
queleto).
102
Nalguns recompostos (como arteriosclerose, aterosclerose; hidrosfera; hepatosplenomegalia, etc.), a ausncia de
encontro voclico na zona de junom dos radicais de carter primrio, etimolgico, e deve-se a que o corres -
pondente elemento de composiom interpositivo ou pospositivo apresenta um s lquido (-scler-, -sfera, -spleno-,
etc.), contrastante com a seqncia es- das variantes antepositivas desses radicais (escleroprotena, esclerose, etc.;
esfera, esferocitose, esferoidal, etc.; esplnico, esplenite, etc.).
4. VOCALISMO: A / E
25. Umha vez vistas as generalidades do galego cientfico (parte I, captulo 1), a acentu-
aom dos termos (parte II, captulo 2) e o emprego do hfen (captulo 3), comeamos agora o
bloco de captulos dedicados a aspetos sistemticos da ortografia (vocalismo e consonan-
tismo) com o estudo das vogais a/e. O estudo dos termos de origem grega ou latina formados
por sufixos ou elementos nominais que findam em -a ou em -e tem importncia, em primeiro
lugar, polo seu peculiar comportamento face ao gnero gramatical e, em segundo lugar,
porque alguns deles, como veremos, estm sujeitos a certa vacilaom morfolgica.
a) -cida, do sufixo latino -cida (derivado de caedere matar): algicida, arboricida, ascaricida,
bactericida, fungicida, germicida, herbicida, inseticida, microbicida, pesticida, praguicida, raticida,
etc.
b) -ma, do sufixo nominal grego -: aneurisma, coma (MED.), diafragma, edema, enantema,
epndima, eritema, estigma, exantema, floema, fonema, miasma, plasma, quiasma, sintoma,
soma (e tripanossoma, etc.), teorema, trauma, tricoloma, xilema, zigoma, etc. Inclui-se neste
grupo a terminaom -oma, do sufixo grego -, que se acha em: 1 substantivos do voca-
bulrio mdico, em que indica doena tumoral: adenoma, ateroma, carcinoma, cilindroma,
fibroma, glaucoma, hematoma, leucoma, lipoma, mioma, neuroma, papiloma, sarcoma, etc., e 2
substantivos do vocabulrio biolgico: bioma, condrioma, estroma, hadroma, pleroma, riti-
doma, rizoma, tricoma, vacuoma, etc.
103
Trata-se de adjetivos substantivados (p. ex.: um [organismo] eucariota); as formas de exclusivo carter nominal,
e talvez as mais corretas, som eucarionte e procarionte.
104
,
O galego-portugus utiliza com mais freqncia que o castelhano a terminaom -logista, em detrimento de -logo
para constituir substantivos derivados que denotam o especialista no ramo do conhecimento indicado pola raz: v.
80.
76
4. VOCALISMO: A / E - 77
25.2. Repare-se nos seguintes termos de interesse cientfico que apresentam, ou nom,
um a- inicial (vacilante): abadejo/badejo (peixe), abbada (e abobadar, abobadado, etc.),
acampamento, amostra (e amostragem), apzema (cast. pcima), apresentaom, arroaz/roaz
(golfinho). sempre, polo contrrio, sem a inicial: recife.
25.3. Termos de origem grega ou latina formados por meio de um sufixo ou elemento
nominal findos em -e (freqentemente femininos):
a) -e [f], do sufixo grego -: falange, faringe, laringe, meninge (paquimeninge, etc.), met-
bole105, mirade (tb. mirada), rgade (tb. rgada), sndrome (tb. sndroma), siringe, etc.
De origem rabe alidade (rgua mvel usada em instrumentos de topografia; cast.
alidada). Incluem-se neste grupo as terminaons -ade e -ide:
a.1) -ade (ou -a[s]106) [f], do sufixo nominal grego -, que se acha em termos
da categoria taxonmica de gnero: ccade (ou cica; Cycas sp.), criptomnade (ou
criptomonas; Cryptomonas sp.), hamadrade ou hamadrada, leptomnade (ou lep-
tomonas; Leptomonas sp.), nitrosomnade (ou nitrosomonas; Nitrosomonas sp.), etc.
a.2) -ide [f], do sufixo nominal grego - 107: amarlide (ou amarlis), ascride,
cpside [f/m], cartide (tb. cartida), clitride (tb. cltoris [m]), cromtide (tb.
cromatdio), eflide, eplide (tb. eplida), hamamlide, hidtide, partide (tb. pa-
rtida), pirmide, slfide, ttrade [f/m] (tb. ttrada), etc.
b) -e (ou -a) [f], do sufixo nominal grego - ou -: anmona, apcope, higiene, hiprbole,
mgala, rafe [m] (pseudorrafe, etc.), sncope (tb. sncopa), etc.
c) -se [f], do sufixo nominal grego -: base, elipse (do gr. -), fase e -fase (anfase,
diplfase, haplfase, metfase, prfase, telfase, etc.), -fise (-; apfise, difise, epfise, hi-
pfise), -forese (de ; termos dos campos da MED. e da BIOQUM.: diaforese, eletrofo-
rese, etc.; cf. foresia [ZOOL.]), gnese (de ; blastognese, partenognese, etc.), -lise (-
; anlise, dilise, eletrlise, gliclise, etc.), -urese (; alginurese, diurese, enurese
[tb. enuresia], etc.), etc. A terminaom -se, fazendo parte de sufixos nomenclaturais,
est presente ainda em trs grandes conjuntos de termos:
105
Nom confundir metbole (LING.: figura que consiste em repetir umha ideia empregando termos diferentes
aos primeiramente empregados) com metbolo (BIOL.: sujeito a metamorfoses) e os seus derivados hemimet-
bolo, holometbolo, etc.
106
Para as denominaons paracientficas de gneros de plantas, protozorios e outros organismos que em la -
tim findam em -as.
107
Mas cantrida apesar do timo .
78 - 4. VOCALISMO: A / E
c.2) Sufixo -ose [f] nas denominaons dos sacardeos (v. 165): celulose, frutose,
galactose, glicose (tb. glucose), lactose, levulose, maltose, ribose, sacarose, etc.
Tambm no mineral ortose.
c.3) Sufixos -ose [f] (gr. -) e -ase [f] (gr. -) em termos de Anatomia, Fisi-
ologia e Medicina (v. 176), sobretodo nos denotativos de doena ou afeom
(parasitria): acarase ou acariose, amebase, anastomose, artrose, ascaridase, bilhar-
zase ou bilharziose, cirrose, elefantase, esclerose, esquistossomose, fibrose, filarase, fti-
rase, helmintase, hematose, hipnose, leishmanase ou leishmaniose, leptospirose, meta-
morfose, miase, neurose (Pt. tb. nevrose), pediculose, psorase, tenase, triquinase ou
triquinose, tripanossomase, varroase, virase, etc.
d) -cie [f], do sufixo nominal latino -cies: espcie (do lat. species), interface [f] (do lat.
inter + facies), superfcie (do lat. super + facies), etc.
e) -oide [m/f] (do gr. -, de - aspeto, forma)109, terminaom que se acha em:
1 termos de etimologia grega originariamente adjetivos, mas substantivizados: (estru-
tura) alantoide, (membrana) aracnoide, asteroide [m] (ASTR.), Asteroides [mpl] (ZOOL.)110,
(curva) astroide, (curva) cissoide, coracoide [m: osso/f: apfise], (membrana) coroide,
(curva) epicicloide, escafoide [m], esferoide [m], feldspatoide, filoide, geoide, (parte) hemisfe-
roide, hemorroide(s) (tb. hemorrida(s); adj.: hemorroidal), (membrana) hialoide,
(curva) hipocicloide, mastoide [m: msculo/f: apfise], (curva) sinusoide, (febre) tifoide,
(glndula/cartilagem) tireoide (tb. tiroide) e paratireoide (tb. paratiroide), (apn-
dice) xifoide, etc.; 2 termos de etimologia latina: varioloide (varola benigna ou modifi-
cada pola vacina), etc.
108
O DHLP propom como preferente, para designar as enzimas, o sufixo -ase (amlase, catlase, etc.), fundando-
se na prosdia de distase. No entanto, dado que -ase forma extremamente minoritria frente a -ase, e dado
que o argumento da acentuaom de distase nom determinante (determinante s a sua terminaom), aqui
advogamos o emprego como forma nica do sufixo -ase para denotar enzimas.
109
Os sufixos -oidal, -ideo (variante: -oideu) / -oideia e -oidiano / -oidiana constituem adjetivos com o significa-
do de prprio da estrutura denotada por raz+-oide ou a ela relativo. Assim, por exemplo, hialideo significa
relativo hialoide, hemisferoidal, prprio de um hemisferoide, tela coroideia, membrana relacionada com a
coroide e xifideo (tb. xifoidiano) relativo ao apndice xifoide.
110
Asteroides som os equinodermos pertencentes classe Asteroidea; as outras classes do filo som: Concentrici-
cloides (Concentricycloidea), Crinoides (Crinoidea), Equinoides (Echinoidea), Holoturoides (Holothuroidea) e
Ofiuroides (Ophiuroidea).
4. VOCALISMO: A / E - 79
25.4. Nos seguintes grupos de termos de origem grega ou latina, de gnero masculino
ou feminino, a terminaom em -e revela-se de interesse por estar sujeita a certa vacilaom,
ou por nom se apresentar em castelhano:
a) -cele [m], do grego tumor, hrnia: adipocele, condrocele, hidrocele, lipocele, mu-
cocele, varicocele, etc. Nom confundir com os termos findos em -celo ou -clio, que cor-
respondem ao timo cavidade (como em blastoclio ou blastocelo, hemoclio ou
hemocelo, etc.).
b) -derme, do grego - pele: derme [f], ectoderme [f] (tb. ectoderma), endo-
derme [f] (tb. endoderma), epiderme [f], hipoderme [f], periderme [f], etc.
c) Em -ite [f] terminam: 1 nomes de afeons inflamatrias (gr. -; cast. -itis): apendi-
cite, bronquite, hepatite, pleurite, etc.; 2 nomes de minerais e afins (gr. -; Br. -ita; cast.
-ita): azurite, bauxite, calcite, cobaltite, dolomite, ebonite, estalactite, estalagmite, limonite,
etc.111; 3 nomes de animais fsseis (gr. -; cast. -ite): belemnite, graptolite, numulite, tri-
lobite, etc.; 4 nomes de divisons corporais, em concorrncia com -ito (gr. -): den-
drite [f] ou dendrito [m]112, esclerite [f] ou esclerito [m], esternite [f] ou esternito
[m], somite [f] ou somito [m], tergite [f] ou tergito [m], etc.113 Em contraste com o
castelhano, termina em galego em -ita, e nom em -ite, ratita ave palegnata.
d) Em -e (por vezes com dupla soluom -e/-is: v. 59.3-b5) findam muitos termos de
origem grega ou latina que no timo apresentam - ou -is (cast. -is)114: bile [f] (tb. blis
[f]), crise [f], cute [f] (tb. ctis [f]115), derme [f] (e epiderme, hipoderme, etc.), glote [f],
pelve [f] (tb. plvis [f]), prpole [m] (tb. prpolis), pube [m] (tb. pbis [m]), raque [f]
(tb. rquis [f]), etc.
111
Os nomes das rochas freqentemente som masculinos e acabam em -ito: arenito, condrito, granito, pegmatito,
pomito (tb. pedra-pomes), etc. (v. 175).
112
Dendrite ou dendrito, alm do seu significado histolgico (prolongamento ramificado, celulpeto, do neu-
rnio), apresenta tambm significaom em Geologia (cada umha das incrustaons arborescentes, originadas
pola precipitaom de soluons de xidos de ferro ou de mangansio, que aparecem nas paredes das diclases
das rochas e lembram, por vezes, vegetais fsseis).
113
Na vacilaom entre -ite e -ito com o significado de parte do corpo, consideramos preferentes (como tam-
bm fai o DHLP) as variantes em -ito, as quais incluem, como forma nica, organito (formaom prpria das clu-
las dotada de constncia estrutural e funcional; sin. organelo).
114
S com -is em galego: amarlis, bis, osis, pnis, sfilis.
115
Cute emprega-se mais na lngua comum, e ctis na lngua especializada (da Zoologia).
116
Na variante brasileira, os nomes paracientficos de grupos de animais tambm podem findar em -podo : gas-
trpodo, pterpodo, etc.
80 - 4. VOCALISMO: A / E
25.5. Repare-se nos seguintes termos galegos que, em contraste com o que acontece
em castelhano, findam em -e ou contenhem esta letra: aborgene [m], ametista [f], aresta,
azeviche (cast. azabache), betume e betuminoso (cf. cast. bituminoso, ingl. bitumen), blide
[f/m] (aerlito e automvel de corrida; tb. blido), clice (e glicoclice), celofane [m], cha-
min [f] (de um vulcm, p. ex.), ciclone, cline [m] gradaom de um carter gentico, ao
longo de umha variaom ambiental, clone [m], cone [m] (figura geomtrica), crude [m]
(anglicismo; sin. petrleo bruto; cast. crudo), desconformidade, descontinuidade, desembarque,
dinamite [f], enfarte [m] (de um rgao; tb. enfartamento), engrenagem, enguia, estepe [f], fiorde
[m], gaze [f] (cf. cast. gasa), gene [m], gengival (de gengiva; cast. gingival), geode [m] (cast.
geoda), grude [m] (cast. engrudo), (grupo) heme [f], cone [m] (cast. icono), jante [f] (cast.
llanta), levedura (cast. levadura), luminescncia (cast. luminiscencia), mar [f], querosene, (ave)
rapace, tresmalho (cast. trasmallo).
Polo contrrio, os seguintes termos carecem em galego de e: abbada, bloco (cast.
bloque), borda (tb. bordo), calcrio (da natureza do cal ou do clcio: cast. calcreo, ingl. cal-
careous / rocha sedimentar constituda por carbonato de clcio e de magnsio: cast. ca-
liza, ingl. limestone), crnio (adj.: craniano; e raquidiano [cast. raqudeo], xifoidiano, etc.), cria-
cionismo, crista, esprio, labirinto, lastro (lastro gentico, p.ex.), polia (cast. polea), tranar ou
entranar (cast. trenzar).
117
Ainda que, como sabido, as vozes populares costumam provir do acusativo latino, aqui damos os termos em
nominativo, que a forma mais identificvel e a que fica mais bem refletida nos eruditismos.
118
Em galego, o substantivo moreia polissmico, pois, na lngua especializada, pode significar: a) o peixe Muraena
helena; b) detritos transportados e depositados por um glaciar (tb. morena).
81
82 - 5. VOCALISMO: O / U
dondada de umha parte do corpo (com o aberto; cast. lbulo), nimbo, odio, poro, seno,
soro119, talo, timo, tipo, trago.
29. Regista-se duplicidade o/u, por vezes com significados e aplicaons diferentes, em:
bolbo/bulbo cormo subterrneo (tb. bulbo piloso ou bolbo piloso, bulbo raquidiano ou bolbo
raquidiano, etc.), crosta/crusta (crusta carapaa dos crustceos; crosta (terrestre) ou crusta
(terrestre) camada mais externa da litosfera), lombricoide/lumbricoide, volva membrana em
forma de bolsa que envolve certos cogumelos no comeo do seu desenvolvimento / vulva
partes externas do aparelho genital feminino.
31. Repare-se nas seqncias gu e qu das seguintes palavras galegas em que o u pro-
ferido: angiforme (angicida, etc.), antigidade, delinqir (como delinqente), eqidade,
eqdeo e eqino121, eqidistante, eqisseto, eqitativo, exeqvel executvel, qercitol (e qerce-
tina, etc.), qingentsimo (mas quinquagsimo, quinqunio e quinquenal), quociente (tb. coci-
ente), sanginria, sangneo (mas a voz patrimonial sangue), seqestro e seqestraom,
tranqilo e tranqilizante, ungiculado.
Compare-se liquaom processo de separaom de metais mediante o calor com lique-
fazer e liquefaom ato de liquefazer, de fazer passar um slido ou gs ao estado lquido.
119
Soro pode significar: a) Lquido sangneo desprovido de protenas (do lat. serum; forma prefixada: sero-: se-
roalbumina); b) grupo de esporngios das criptogmicas vasculares ou grupo de gametngios ou de esporn-
gios das algas (do gr. ).
120
Soma, com o fechado, significa adiom; com o aberto denota a parte do organismo que perecvel (o cor-
po propriamente dito) e que independente da outra parte (germe) constituda por clulas germinais virtual-
mente eternas. Suma significa resumo.
121
Compare-se eqino relativo ao cavalo com equino (relativo ao) ourio-do-mar.
6. CONSONANTISMO: VISOM GERAL
32. Como sabido, do patrimnio da lngua grega, passando polo latim, provm
grande parte do vocabulrio cientfico e tcnico galego. Quanto ao consonantismo, con-
cretamente, a transliteraom dos termos clssicos nossa lngua segue umha correspon-
dncia precisa (alterada tam s nalguns casos especiais por razons morfolgicas determi-
nadas), tal como se pode observar na tabela da pgina seguinte (cf. Ahrens, 1992; Papa-
vero, 1994: 152-154; Prieto et al., 1995).
Esta tabela apresenta a correspondncia em latim e em galego das consoantes
gregas, classificadas segundo a constituiom (consoantes simples e consoantes duplas)
e segundo o modo de articulaom (consoantes mudas [fortes, suaves e aspiradas] e con-
soantes contnuas [nasais, lquidas e sibilantes]). Acompanha-se cada correspondncia
com um exemplo.
b b BASIS base
d d DRUPA drupa
g g GENESIS gnese
ph f PHOENIX fnix
th t THALAMUS tlamo
ch que,i, c CHYLON quilo
CHIRURGIA cirurgia
m m METALLUM metal
n n STRONGYLUS estrngilo
n n SPHINCTER esfncter
ANCYLOSIS ancilose
ANGULUS ngulo
n n PHARYNX faringe
n n CONCHA concha
n n NAUSEA nusea
l l LEPRA lepra
122
Um t latino (ou o dgrafo th) seguido de um i breve pode originar, em galego, c + i ou t + i. Assim, por exem-
plo, no referente aos elementos qumicos, temos: a) estrncio (do latim strontium), lutcio (de lutetium), prom-
cio (de promethium ou prometheum), tecncio (de technetium). Cf. sinccio (lat. sincitium, cast. sincitio); b) ltio (de
lithium), prtio (gr. primeiro, lat. protium), trtio (ocasionalmente, tb. trcio; do gr. terceiro,
lat. tritium). Cf. endodontia, homotetia, idiotia, ortodontia, presbitia ou presbiopia (cast. endodoncia, homotecia, idio-
cia, ortodoncia, presbicia; ingl. endodontia, homothety, idiocy, orthodontia).
83
84 - 6. CONSONANTISMO: VISOM GERAL
s s SALAMANDRA salamandra
ps ps PSYCHICUS psquico
z z ZOSTER zster
x x XIPHIAS Xifideos
CONSOANTES EXEMPLOS
grego galego grego galego compostos
c - na cabea encfalo
CONSOANTES EXEMPLOS
grego galego grego galego compostos
,
qu e,i
tartaruga quelnio
cruzamento quiasma
tnica quitina
123
Seguindo um critrio etimolgico, som preferveis estas formas com c- s alternantes com qu-: queratina,
queratite, queratotomia, etc. Cf. al. Keratin, ingl. keratin, cast. queratina, fr. kratine, it. cheratina.
124
Do elemento cin(e)- deriva o termo cinase (grupo de enzimas que convertem proenzimas em enzimas ati-
vas, como a enterocinase, a urocinase, etc.), que habitualmente tambm se v escrito como quinase (e enteroquina-
se, uroquinase, etc.; cf. ingl. kinase).
85
86 - 7. CONSOANTES FORTES: C / QU / K
Atente-se nos seguintes termos, que apresentam, de harmonia com a regra etimolgica
que se acaba de expor, um c ou um qu, e em que podem suscitar-se dvidas, devido sua
grafia vacilante ou contrastante com a habitual castelhana: ancilose (do gr. ; cf.
cast. anquilosis, ingl. anchylosis ou ankylosis), ancilosar, ancilstomo (tb. anquilose, anqui-
losar); arquiplago (gr. ), arquivo (gr. ); batrquio (do gr. ;
cast. batracio); ceratina (tb. queratina), ceratite, ceratotomia; cinase (ingl. kinase); cisto (tb.
quisto; do gr. ), cstico, cisticerco, cistite, cistina, etc.; colquicina, clquico (do gr.
); interleucina (ingl. interleukin; do gr. ); quelidnia planta do gn. Chelido-
nium (tb. celidnia); selquio (do gr. ; cast. selacio).
Caso especial o constitudo pola seguinte srie (devida a umha vacilaom entre coe-
rncia grfica e coerncia prosdica):
34. O grafema k, que propriamente nom pertence ao alfabeto galego, deve reservar-se
para escrever os smbolos de certas unidades (ex.: km por quilmetro, kW por quilowatt) e
certos termos provenientes de lnguas cujos alfabetos contenhem essa letra: kelvin (do
nome de lorde Kelvin), kala azar leishmanase, karst (tb. carso), kimberlito, aparelho de
Kipp, krill, kwashiorkor (doena), etc.
125
Consideramos preferentes os termos com c (alceno, alcino; alcenilo, alcinilo) porque som os mais freqente-
mente usados (em Portugal e no Brasil), como atesta o seu emprego nas obras especializadas de Campos e
Mourato (1999) e de IUPAC/SPQ (2002).
8. CONSOANTES SUAVES: B / V
35. Por mudanas fonticas na evoluom das palavras desde o latim ao galego-portu-
gus alteraons que ficrom refletidas na grafia e que a gramtica histrica estuda, o
caudal lexical de elementos patrimoniais originariamente com b ou com v deu na nossa
lngua, em determinadas posions do elemento lexical, palavras com grafia diferente: v e b,
respetivamente. Nom obstante, os termos cientficos provenientes do latim, como se in-
corporrom ao galego pola via do emprstimo, apresentam coincidncia grfica nestas
duas lnguas polo que di respeito ao b e ao v. Na tabela seguinte pode ver-se umha srie de
exemplos de interesse cientfico em que concorrem eruditismos de origem latina que con-
servam o b ou o v etimolgicos e palavras patrimoniais que apresentam esses grafemas tro-
cados.
126
Nom confundir fabiforme em forma de fava com faviforme em forma de favo ou alvolo.
87
88 - 8. CONSOANTES SUAVES: B / V
36. Repare-se em que som com b: abetarda, abbada, bafo, baga, banha, balor fungo
(Pt.+Br. bolor), baunilha (mas vanilina), beta (letra do alfabeto grego [raios beta] / lista de
cor / veio de metal em rocha), bexiga, borboleta, fibra, genebra.
37. Repare-se em que som com v os seguintes termos patrimoniais (sobre os erudi-
tismos aparentados com alguns deles, v. anterior tabela): absorver (e absorvncia127, absor-
vente, etc.), rvore, azeviche, azevinheiro ou azevinho, carvalho, carvom, cascavel (serpente), ca-
valo, cevada, cevo, cotovelo, couve, cvado, crivo, erva, ervilha, escaravelho, escova, fava, fivela, gen-
giva, javali, nvoa e nevoeiro, nuvem, orvalho, pavilhom, pevide, polvo, prova, proveta, rodavalho
(Pt.+Br. rodovalho), ruivo, saraiva, savana, seiva (cast. sabia), sovaco, tavao, torvelinho, trave,
travom, trevas, trevo, trovom, turvo, vrzea, vermelho, verniz, vidoeiro, vime, virilha, vranha.
127
Absorvncia: (FS.): logaritmo decimal da razom entre a intensidade da radiaom incidente num meio absor-
vente e a intensidade da radiaom emergente.
9. CONSOANTES SUAVES: G / X
128
Com poucas exceons (eutexia ==> eutctico, galxia ==> galctico, paralaxe ==> paralctico, -taxia ==> -tcti-
co [ex., geotaxia ==> geotctico]; termos derivados de (pan-)mixia, para se evitar a homonmia com mtico, de
mito: dimctico, pan-mctico, etc.), o grupo culto -ct- assim derivado simplifica-se em galego-portugus em -t-
(ex.: anafilaxia ==> anafiltico [mas Br. anafil(c)tico], anorexia ==> anortico [mas Br. anorctico], pirexia ==>
pirtico). A alternncia -x-/-ct- tambm ocorre em grego: /.
89
90 - 9. CONSOANTES SUAVES: G / X
40. A respeito da consoante x nos termos cientficos devem ter-se em conta as se-
guintes observaons:
40.1. O x tem o valor fnico palatal [] em palavras patrimoniais de tipo popular (ex.:
buxo, caixa, coxa, feixe, graxa129, seixo, enxoval, etc.)130 e tambm nas seguintes eruditas de
uso cientfico (repare-se especialmente nas marcadas a negrito):
elixir, enxaqueca, enxertar, enxerto, enxugar, esdrxulo, laxante, lixa, lixvia, luxar, luxaom, Luxem-
burgo, luxo, marraxo, praxe, relaxar, tarraxa, taxa, taxativo, vexar.
xant(o)- (do gr. amarelo): xantina, xantofila, xantptero, etc.
xen(o)- (do gr. estrangeiro): xenofilia, xenofobia, xenotransplante, etc.
xero- (do gr. seco): xerodermia, xerfilo, xerfito, xeroftalmia, etc.
xif(o)- (do gr. espada): xifirrinco, xifoide, xifpagos, xifosuro, etc.
xil(o)- (do gr. madeira): xilema, xileno, xilfago, xilofone, xilognio, xilose, etc.
40.2. Tambm tem valor palatal o x dos seguintes termos de provenincia extica
(rabe, inglesa, japonesa, persa, etc.), que em castelhano substitui um ch ou um s(h): der-
vixe (ou dervis), haxixe131, x soberano da antiga Prsia, xamanismo (e xamanista, etc.),
xampu (xabom lquido), xelim (unidade monetria), xerife132, xintosmo (religiom do
Japom), xivasmo seita indiana que tem Xiva por divindade, xgum (grau militar no
Japom)133.
40.3. Os seguintes termos de interesse cientfico comeam por x- com valor palatal:
xareta, xarope, xvega, xisto (e xistosidade, xistoso, etc.), xistro, xistrpodes.
129
Como elemento terminolgico, graxo apresenta uso no Brasil: cido graxo (Gz.+Pt.: cido gordo).
130
Mas nom, em geral, nas vozes cultas delas derivadas, como Buxceas ou coxal: v. 40.7.
131
Como curiosidade lingstica (v. 204), sinalemos que o termo rabe haxixe poom narctica feita de fo-
lhas de cnhamo-ndico se acha na raz etimolgica da palavra assassino (bebedor de haxixe).
132
Xerife: 1 Ttulo usado por prncipes mouros descendentes de Mafoma; 2 ttulo dos mussulmanos que visi-
trom trs vezes o templo de Meca; 3 magistrado nos condados de Inglaterra.
133
Som com ch- em galego: charuto, chefe (e chefiar) e choque (no sentido de embate e no de traumatismo:
choque eltrico, p. ex.; ingl. shock).
9. CONSOANTES SUAVES: G / X - 91
40.4. Existe alternncia entre x (com valor []) e s: na comparaom entre a Galiza, por
um lado, e Portugal e o Brasil, polo outro, em pxaro (Gz.) / pssaro (Pt.+Br.), xabom
(Gz.) / sabo (Pt.+Br.) e xiba (Gz.) / siba (Pt.+Br.); no seio da variante galega, em (formas
preferentes, comuns com o luso-brasileiro, a negrito) pssego / pxego, sarda / xarda (sin.
cavala) e surdo / xordo (mas apenas surdez, surdina).
40.5. Som com s: bssola, escavar (escavaom, etc.), espoliar, espraiar, espremer (diferente
de exprimir), isento (isenom, etc.), justalinear, justaposiom, mistura (e misto, etc.), seringa.
40.7. Exceto nos greco-latinismos anteditos, o x tem o valor fnico culto [ks] ([s] em
caso de relaxaom) nos termos eruditos provenientes do x latino ou do grego, incluindo:
anexo, axial, axila, axioma, Buxceas, cox(o)- (coxal, coxalgia, coxartria, coxartropatia, co-
xito, coxodinia, coxpode, etc.)134, exame, exe- (execuom, executar, executivo, exemplo,
exercer, exerccio, exercitar, exrcito), externo, filoxera, fixar (fixaom, etc.), fixo, -fixo (pre-
fixo, etc.), -flexo (reflexo, etc.), fluxo, -fluxo (afluxo, influxo, refluxo), nexo, oxignio, para-
doxo, paralaxe, piroxena, -plexia (apoplexia, cataplexia), plexo, -plexo (complexo, per-
plexo), prxis, prolixo, prximo, saxom, saxnico, taxia, txon.
40.8. Os termos galegos que provenhem de um timo latino findo em -ax , -ex
ou -ix
podem adotar umha ou duas (alternncia) destas trs soluons: a) terminarem em -ax , -ex
, segundo corresponder; b) terminarem em -ice
ou -ix , a partir do acusativo etimolgico; c)
terminarem em -az, -ace ou -iz, segundo corresponder. Vejamos com exemplos cada umha
destas possibilidades.
c) Termos findos em -az, -ace ou -iz: antraz [m] (lat. antrax, cast. ntrax), rapace ave de
rapina (lat. rapax), retriz (pena), tectriz (pena), tetraz pita-do-monte ou galo-da-flo-
resta (lat. tetrax), etc.
134
No mbito luso-brasileiro, para alm do valor fnico culto, o x pode adotar a pronncia popular nos termos
coxal, coxalgia, coxartria, coxartropatia e coxodinia (cf. DHLP: s.v. cox(o)-).
92 - 9. CONSOANTES SUAVES: G / X
135
A formaom de coccige e coccgeo a partir de cccix separa-se algo deste esquema.
136
Tanto crtex como crtice denotam em Botnica a casca das rvores, mas apenas crtex designa em anatomia
zoolgica a camada externa ou perifrica de rgaos corporais como o rim, o ovrio, o crebro, etc. (v. 263).
137
Frnix termo de anatomia que designa umha estrutura do encfalo; frnice termo de arquitetura e desig-
na umha abbada.
138
Hlix: 1 rebordo exterior do pavilhom da orelha; 2 gnero de moluscos gastrpodes. Hlice: 1 Linha curva
traada sobre um cilindro de revoluom, espiral; 2 aparelho de propulsom (traom ou sustentaom) acionado
por um motor e aplicado aos navios, torpedos, aeronaves, etc.
139
Os termos hrax e hrace designam os mamferos da ordem Hiracoides (como o daimm [Procavia capen-
sis]).
140
Contrariamente ao que acontece em castelhano, slex e slice em galego som termos perfeitamente sinni-
mos (nom confundir com slica e silcio) e aludem a um mineral tambm conhecido por pederneira (v. 305).
10. CONSOANTE NASAL: -N (ENE FINAL)
41. Em galego acabam com -n (e com fonema n velar, habitual na lngua espontnea),
e nom com -m, o prefixo pan- (exceto se seguido por b ou p: pamboreal, etc.) e umha srie
de termos cientficos (quase todos, eruditismos greco-latinos) de acentuaom grave ou es-
drxula (nunca aguda) e de plural findo em -ns141. Em numerosos casos, a partir destes
termos etimolgicos findos em -en ou -on produzrom-se formas paralelas sinnimas
findas em vogal mediante dous expedientes diferentes:
42. Neste grupo de termos som freqentes os casos de duplicidade, mas tambm
existem casos de umha nica soluom, quer seja a etimolgica, quer a inovadora 143. A se-
guir fornece-se umha lista extensa, mas nom exaustiva, destes termos:
Termos findos em -en (e em -e ou -ene): abdmen (tb. abdome), albmen (tb. albume), acmen (tb.
acume), almen (tb. alume), cacmen, certmen (tb. certame), cermen (tb. cerume), dlmen, durmen
(tb. durame), den, espcimen (pl. espcimens144; tb. espcime), formen (tb. forame), grmen (tb. germe),
glten (tb. glute), hfen, hmen, lactmen (tb. lactume), lquen (Pt. lquen(e)), lmen (tb. lume), pcten,
plen, putmen, rmen (tb. rume), smen, slen, tgmen, velmen (tb. velame).
Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -e ou em -ene: aborgene, regime.
Termos findos em -on (e em -o ou -one): cron, rgon, aron, scon (tb. asco), bncton, cnon (pl. c-
nones; tb. cnone), celnteron (tb. celntero), clxon, clon (tb. colo), corndon (tb. corindo), crion (tb.
crio), crpton, nteron (tb. ntero), on, epploon (tb. epploo), psilon (tb. psilo), fron, hippion (tb. hi-
141
No relativo ao emprego em galego de -n nos termos greco-latinos, preferimos seguir aqui a praxe do Brasil,
e nom a de Portugal. Em Portugal, em contraste com o que acontece no Brasil, a pronncia desse - n habitual-
mente alveolar e o plural dos termos irregular (tlson, tlsones; txon, txones).
142
O termo cardume bando de peixes (de cardo + ume o conjunto das puas do cardo) nom provm de um ti-
mo findo em -n, apesar de que o seu equivalente castelhano mais freqente, cardumen que nesta lngua um
galeguismo ou lusismo, sim o faga.
143
Em geral, cumpre-se que quanto mais especializado for um texto, mais se utilizam nele nos casos de duplici-
dade as formas etimolgicas ou conservadoras, em detrimento das inovadoras. Alis, deve ter-se em conta que,
com o fim de se evitarem ambigidades, em certos casos se revelam especialmente recomendveis as formas
etimolgicas (clon e lmen, face a colo e lume).
144
Em Portugal, o plural de espcimen, especmenes, forma-se com deslocamento acentual, como acontece com
outros termos da srie que som esdrxulos (celnteron: Gz.+Br. pl. celnterons, Pt. celentrones; nteron: Gz.+Br. pl.
nterons, Pt. pl. entrones; singmeon: Gz.+Br. pl. singmeons/singmeons, Pt. singamones).
93
94 - 10. CONSOANTE NASAL: -N (ENE FINAL)
ppio), icnumon (tb. icnumone), leon (v. 59.3-b), lion (tb. lio), psilon (tb. psilo), squion (tb. squio),
lucon, mcron (tb. micro, micra, micrmetro), ncton, nfron (mais comum: nefrnio), non, nuston,
oblion (tb. oblio), micron (tb. micro), opstion (tb. opstio), Oron (tb. Oriom ou Orionte), perion, pe-
ron, pton (tb. piton [m]), plncton (tb. plancto), plon, plsion, potmon, protonnfon, quton, rdon,
rgon, sston, scon145, singmeon, txon (Pt. txon(e))146, tlson (tb. telso), xnon, xlon (tb. xilo).
Termos que apresentam apenas a forma inovadora finda em -o ou em -one: acrmio, ciclone, clone, coti-
ldone, deltoto, esterno, gnio, hemono, himnio, cone, pericrio, perneo (tb. perineu), pilone, scone (tb. si-
cnio)147.
145
Scon ou sicandra (ZOOL.): Modalidade estrutural das esponjas (Porifera) em que a coanoderme aparece
dobrada formando cmaras que embocam diretamente no espongiocelo. V. infra scone/sicnio.
146
Tambm freqente na bibliografia biolgica luso-brasileira, por influncia do ingls e do francs, o hele-
nismo puro (de acentuaom grave) taxon (plural: taxa, com [ks]). Contodo, pola fcil confusom do plural de
taxon com o termo taxa (razom, percentagem, valor, com []), desaconselha-se o emprego da forma taxon em
galego-portugus.
147
Scone ou sicnio (BOT.): Infrutescncia de recetculo carnudo e frutos inclusos, de que exemplo o figo. V.
supra scon.
11. CONSOANTES LQUIDAS: L (/LH), R (/RR)
43. Em galego, as seqncias e ll do grego e do latim from simplificadas em l.
Como em castelhano esta regra nom se cumpre em todos os casos e, sobretodo em pala-
vras patrimoniais, esses nexos etimolgicos podem dar ll (dgrafo que representa o fo-
nema palatal prprio do lh galego-portugus), convm prestar atenom a termos como os
seguintes, que divergem quanto grafia nas duas lnguas citadas: ampola e empola (lat. am-
pulla, cast. ampolla), argila (lat. argilla, cast. arcilla), armila (lat. armilla, cast. armilla), cabelo
(lat. capillus, cast. cabello), calo e calosidade (lat. callum, cast. callo, callosidad), camelo (gr.
, lat. camelus, cast. camello), cavalo (lat. caballus, cast. caballo), colo (lat. collum, cast.
cuello), ebuliom (lat. ebullitione, cast. ebullicin), estrela (lat. stella, cast. estrella), fivela (lat. fi-
bella < fibula, cast. hebilla), Galinceas (lat. gallina, cast. Gallinceas), mola (lat. mollis, cast.
muelle), sela (lat. sella, cast. silla), talo (gr. , lat. thallus, cast. tallo/talo; cf. caule/talo
260), velo, veloso/viloso, vilosidade (corinica ou intestinal, p. ex.; cf. pilosidade pubiana), mi-
crovilosidade (lat. villus, cast. vello, vellosidad).
Quanto distribuiom l/lh, interessa frisar que som com lh as palavras brilho, milho
(mas miliceo ou miliar semelhante ao milho) e pilha (eltrica, de Volta, etc.); milha e mi-
lhar148 (mas mil, milsimo, miliar, milirio), e milhom (mas milionsimo, biliom [1012], triliom
[1018], quatriliom [1024], etc.149). O termo designativo do roedor andino escreve-se chin-
chila (cast. chinchilla), o do cameldeo americano pode escrever-se lama ou lhama, e o da
ave calandra ou calhandra.
utiliza-se -ilha em termos (de origem castelhana) como anilha (ZOOL.: anel para marcagem de aves
nas patas; TCN.: pea de sujeiom arredondada utilizada com parafuso, sin. arruela, cast. arandela,
ingl. washer), armadilha (cf. trapa 314; cf. tatu, cast. armadillo, ingl. armadillo; mas Armadildeos, fa-
mlia de crustceos), balestilha, baunilha, monquilho (doena dos animais) e pastilha.
duplicidade -ilo, -ila / -ilho, -ilha (lat. -illus, -illa, -illum) em termos de origem latina como: bulbilo /
bulbilho, fibrila / fibrilha e desfibrilar / desfibrilhar, sensila / sensilha, etc.
44. Como se sabe, o som mltiplo do erre representa-se entre vogais como -rr- (erre
duplo). Assim, nos termos compostos cujo primeiro elemento finda em vogal, o erre du-
plica no caso de o segundo elemento comear por esta letra. Vejamos esta regra aplicada
nos seguintes exemplos, que classificamos, por um lado, em compostos iniciados por pre-
fixos e, por outro, em compostos integrados por radicais.
148
A forma milheiro nom de uso cientfico (v. 291).
149
No Brasil, bilho (109), trilho (1012), quatrilho (1015), etc.
95
96 - 11. CONSOANTES LQUIDAS: L (/LH), R (/RR)
45. Por influncia do castelhano (ou por outras causas), os seguintes termos, que apre-
sentam a consoante r (ou rr), podem aparecer mal escritos: asparagina (de asprago, as-
pargo ou espargo; cast. asparragina), asparaginase, captopril, cirurgia (cast. ciruga; do gr. -
), dentfrico, ps-prandial, propranolol, propriorrecetor (tb. propriocetor).
150
Nom se utiliza o erre duplo, por aparecer trao de uniom, nos termos prefixados com ntero-, hiper-, inter-,
pr-, pr- e super- (ex.: pr-retinal).
151
Cf. al. Arhythmie/Arrhythmie, cast. arritmia, cat. artmia, fr. arythmie, ingl. arrhythmia, it. aritmia; cf. gal. algaris-
mo, algoritmo, logaritmo.
152
Termos diferentes dos compostos mediante a associaom da forma verbal para e um substantivo, que apa-
recem ligados por trao, como para-raios, para-sol, etc.
12. CONSOANTES C / / Z / S / SS
97
98 - 12. CONSOANTES C / / Z / S / SS
Repare-se nas famlias irregulares de palavras formadas por abduzir e o eruditismo abducente; por con-
duzir e o eruditismo conducente; por cruz, face aos eruditismos crucfera, cruciforme; por deduzir e dedu-
cente; por dezena (voz patrimonial), face aos cultismos comeados por dece- (ex.: decnio) e por deci-
(ex.: decilitro, dcimo, decimal); por jazer e os eruditismos adjacente, circunjacente, circunjacncia, etc.; por
luz (e luzeiro, luzente, luzidio, etc.), face aos cultismos comeados por luci- (ex.: lucidez, lcido, luciferase,
luciferina, lucfero, lucfilo, lucfugo); por produzir e producente.
48. Uso de s e de ss
O dgrafo ss (duplo esse) utiliza-se s em interior de palavra em posiom intervoclica
(como o rr), lugar em que tambm pode aparecer a letra s. A seguir estudaremos a distri-
buiom do s e do ss considerando sucessivamente os termos simples e primitivos, os
termos compostos e os termos derivados.
as- + vogal: asa, sia, asilo, asir / ass- + vogal: assear, asserto, assmptota, assunto, etc.
case-: casease [f], casena, caseinato, etc. / casse-: cassete [f].
casi-: casino / cassi-: Cassiopeia, cassiterite.
dis-153: disemia (do gr. alteraom + sangue: alteraom do sangue; cf. dissemia), disenteria,
disepatia, disidria, disidrose, disodia, disopia, disorexia, disosmia, disria, disrico, etc. / diss-: dissertaom,
dissidncia, dissipaom, dissuasom, etc.154
esse-: essncia, essencial, etc.
foss-: fossa, fssil, fosso, etc.
gloss- (exceto glosa, glosador, glosar): glossalgia, glossrio, glossolalia, glossotomia, etc.
mas- : masoquismo / mass-: massa, argamassa, masseter.
mis-: misantropo, misofobia / miss-: mssil, Mississipiano, missom, etc.
pas-: pasigrafia / pass-: compasso, passagem, passivo, etc.
pes-: peso / pess-: pessrio, pssimo, pessoa, pessoal.
pos-: posar, pose, posiom, positivo, posologia / poss-: posse, possessom, possvel.
153
Trata-se, na realidade, de termos compostos cujo primeiro componente o prefixo dis- (do gr. -), que in-
dica dificuldade, contrariedade, alteraom.
154
Por diss- tambm comeam, como mais adiante se ver, os temos compostos cujo segundo elemento come-
a por s- e o primeiro pode ser ora o prefixo de origem latina di- ou dis-, com os significados de separaom ou
o contrrio de (ex.: disseminaom, dissecaom ou dissecom, dissociaom, dissoluom, dissolvente ), ora o radical de
origem grega di- (< ), com o significado de dous (ex.: dissacardeos, dissilicato).
12. CONSOANTES C / / Z / S / SS - 99
pres-: presa (prendido), prespio, preservativo, presilha / press-: pressa (urgncia), pressgio, pressom,
pressurizaom.
tes-: tese, teso, tesoura, tesouro / tess-: tessela, tessitura.
vas-: vasa, vaselina, vasilha, vaso (vasectomia, etc.) / vass-: vassalo, vassoira.
Som tambm com ss os seguintes termos: acessrio, bisso, bssola, carcassa (carcaa em
Pt. e Br.), classe, codesso, colosso, crasso, crossoptergio (do gr. franja), cupresscea,
dossel, espessura, gesso, gnaisse, grosso, Jurssico, lasso, nassa, necessidade, perissodctilo, pintas-
silgo, potssio, tissular156, tosse (antitussgeno, tussgeno), tussilagem.
48.2. Uso do ss nos compostos prefixados, nos recompostos e nos compostos por
combinaom de palavras
Os termos prefixados, os recompostos e os compostos por combinaom de palavras
em que o segundo elemento da composiom comea por s apresentam ss se o primeiro
elemento finda em vogal ou em s157. Vejamos esta circunstncia considerando primeiro di-
versos prefixos, logo a seguir radicais greco-latinos e, finalmente, alguns casos de com-
postos por combinaom de palavras.
155
Em Portugal e no Brasil, eletrocusso; na Galiza, eletrocuom.
156
Sinnimo, com o sentido de relativo a um tecido orgnico, de hstico, tecidular ou tecidual.
157
Exceto no caso dos compostos constitudos polo prefixo trans- e por um formante comeado por s, que
nom apresentam esse duplo: transexual (< trans + sexual), transnico, transubstanciaom (< trans + substancia-
om), transudaom (< trans + sudaom), transudar, transulfuraom, etc.
100 - 12. CONSOANTES C / / Z / S / SS
A esta lista de prefixos gerais findos em vogal ou s ainda poderiam acrescentar-se al-
guns prefixos ou formas prefixadas de carter especial ou nomenclatural, como, por ex-
emplo, sesqui- (sesquissulfureto) ou tio- (tiossulfrico) em Qumica.
Os termos compostos por prefixaom que levam trao de uniom apresentam s um s:
ntero-superior, pr-seleom, pr-sistlico, etc.
158
Sufixo para formar nomes de enzimas. Proveniente da terminaom - do termo separaom,
truncamento, segundo a ideia de substncia cindida pola aom da enzima.
159
Note-se a ausncia de -s final (em singular) nos sufixos -ase, -ese, -ise e -ose. O sufixo -ase designa umha afe-
om que requer atenom mdica.
160
Sufixo empregado em Anatomia, em Fisiologia e, em geral, em Medicina e Biologia.
13. CONSOANTE MUDA: H
49. Em termos de origem galega, o h, que nom se corresponde com qualquer fonema
(consoante muda), utiliza-se nos dgrafos (ch, lh, mh, nh) e no comeo de palavra, mas
nom em interior de palavra (exceto se se trata do segundo elemento de umha palavra
composta ou recomposta que leva hfen).
Em contraste com o castelhano, grafa-se h em posiom inicial de palavra nos seguintes
termos galegos: harmonia, haste, hedra (tb. hdera), hlice, heureca!, hierarquia, hierglifo,
hirto, humidade (Br. umidade), hmido (Br. mido).
Nom se utiliza h inicial, em contraste com o castelhano, nos seguintes termos galegos:
achar, achado, encher, ermo, erva (e ervanrio; herbrio ou ervrio)161, ervilha, inchao, oco,
ombro, osso, ovo, mero.
Em posiom interior de palavra nom (re)composta, o -h- etimolgico suprime-se, ex-
ceto no caso dos dgrafos (ex.: hulha) e nos termos de origem estrangeira (ex.: bilharzase,
do mdico alemm Theodor Bilharz): aderncia, lcool, baa, coerncia, exaustor, inerente, ve-
culo, etc.
Quando o h- inicial passa a interior de palavra por composiom prefixal, a letra sempre
se mantm precedida do trao de uniom, exceto com os prefixos an-, bi-, bis-, cis-, co-, des-,
dis-, ex- (com significado privativo ou de afastamento) 162, in-163, per-, re-, retro- e trans-.
Assim: anti-helmntico, anti-hipntico, para-hidrognio, pr-histria, mas anarmnico, anidrido,
anidrite, anidrose, coabitaom, desidrataom, desidrogenaom, desumidificador, exalaom, exu-
maom, inbil, inalaom, inumaom, reabilitaom, transumncia, etc.
Nos recompostos (v. 24) integrados exclusivamente por radicais greco-latinos nom
aparece -h- medial (ex.: estenoalino, isoipsa, mesolo), mas sim naqueles em que, alm de
algum radical greco-latino, est presente umha palavra (termos radicolexicais), utilizando-
se entom o hfen (ex.: geo-histria, iso-hdrico, neuro-hormona).
161
Mas som com h- os correspondentes eruditismos comeados por herbi- e herbo- (famlia irregular: v. cap.
15), alm de herbceo e herbtico: herbcola, herbfero, herbvoro, herbolrio, herborista, herborizaom, herborizador,
herborizante, herborizar.
162
Mas quando o prefixo ex- significa estado anterior, cessamento, ele une-se mediante trao: ex-diretor, ex-
presidente, etc.
163
Tanto com o significado de privaom ou negativo (inabitvel) como com o de direom ou movimento
(inumaom, inspiraom).
102
14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS
50. Os grupos consonnticos cultos som seqncias de duas ou trs consoantes que,
merc da sua provenincia direta a partir do grego ou do latim, som muito freqentes nas
palavras eruditas em geral, e em particular nos termos cientficos. A respeito dos grupos
consonnticos cultos, diga-se que eles se vem afetados por duas tendncias contrapostas:
por um lado, umha tendncia conservadora, etimologizante, bastante marcada nas lnguas
especializadas, que se traduz na preservaom da sua seqncia consonntica; por outro
lado, umha tendncia inovadora, mais marcada na lngua comum do que nas especiali-
zadas, que tende a simplific-los para facilitar a sua pronncia (ou para refletir a pronncia
relaxada que de facto se regista na fala). Deixando de parte, polo seu escasso interesse, os
grupos cultos tautossilbicos164, a seguir trataremos o resto de grupos consonnticos
cultos agrupados nas seguintes epgrafes 165: 1) grupos iniciados por b (bb, bc, bd, bf, bg, bj,
bl, bm, bn, bp, bt e bv); 2) grupos iniciados por c (cc/c e ct, cd, cm e cn); 3) grupos iniciados
por d; 4) grupos iniciados por f; 5) grupos iniciados por g; 6) grupos iniciados por nasal;
7) grupos iniciados por p; 8) grupo sc; 9) grupos iniciados por t.
50.1. Grupos iniciados por b. A regra geral manter o b nos grupos bb, bc, bd, bf, bg, bj,
bl, bm, bn, bp, bs, bt, e bv: obcnico, abdutor, sub-bosque, subface, subgloboso, objetiva, sublingual,
submltiplo, obnubilaom, subplano, subsolo, obturador, subvalor, etc.
Conservam o b as seguintes palavras (e derivados) que apresentam os grupos bm, bt e
bl: submergir (submersvel, submersom, submerso), submeter (submisso), subministrar (submi-
nistraom), subtil, sublinhar.
Com os grupos bsc e bst temos, com os seus derivados: abscesso, abscisom (abscisina,
cido abscsico), abscissa, obscuro (carter abstrato face a escuro), subscrever, substncia, substi-
tuiom, substrato.
Nom apresentam s porque provenhem do latim subtrahere: subtrair, subtrator, subtra-
endo, subtraom.
103
104 - 14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS
cc, c
Vozes
coccdeo, coccdio e coccidiose, coccige, coccgeo, cccix; cocom e decocom; convecom; con-
vicom; ficom, ficcional, ficcionista; fricom, friccionar; intelecom; magnetoestricom; occi-
pital, occipcio, occipcio, cciput; seccionar, secom e intersecom; sucom, exsucom; succi-
nato, succnico.
Radicais greco-latinos
coccigeo- coccige (coccigeomesentrico, etc.)
occipito- occipcio (occipitolateral, etc.)
-secom corte (bissecom, dissecom, ressecom, etc.)
succin- relaom com o cido succnico (succinato, succinimida, etc.)
ct
Vozes
actina; actnia; actindeo; actnio; alctone; anfractuosidade e anfractuoso; arctaom (mas:
coartada); autctone e alctone; bactria, bacteriano; brctea, bractola; compacto, com-
pactar, compactaom; conectar (mas conetivo e conetor); contactar, contactvel, contacto;
convicto; cunctatrio; dctilo; decocto; dectico; dctil, ductilidade; ducto (mas oleoduto, ovi-
duto, etc.); ectrpio ou ectrpion; emunctrio; eructar, eructaom; esfncter; estalactite; facto;
fractal; galctico; hectare; hctica, hctico; icto ou ctus; impacto; in-octavo; intacto (mas:
tato, ttil); intelecto, intelectual, intelectivo, intelectualizar; jacto; lecttipo; mctico, dimctico,
pan-mctico (de pan-mixia; Pt. mtico, pan-mtico, etc.); micom, mictrio, micturiom;
nctar, nectreo, nectrio; ncton; obducto; obtecta; octeto; oricterope ou oricteropo; paralc-
tico (adj. de paralaxe); pcten; pectina e amilopectina; perfectivo, perfectvel; perfunctrio;
plncton; protactnio; punctiforme e punctura (mas acupuntura, cardiopuntura, etc.; Pt.
pun(c)tura, etc.); putrefacto (mas: artefato); reactncia; relicto e relictual; rectinrveo para-
lelinrveo (cf. retinrveo com nervuras em retculo; mas: retngulo, retilneo, etc.); re-
tractar(-se) (Pt. retratar-se); ricto; tctico relativo taxia, geotctico, etc. (cf. ttica arte da
batalha / estratgia, ttico [adj.]); tectito; tectnica, tectnico, tectognese; tectriz (mas: re-
triz).
Radicais greco-latinos
actin(i/o)- raio luminoso (actinfero, actinobacilose, actinocarpo, etc.)
arct- urso (arctocfalo, arctopiteco, Arcturo; mas: rtico, antrtico, holrtico, nertico)
bacteri(o)- bactria (bactericida, bacteriologia, etc.)
-dctilo, -dactilia dedo da mao (artiodctilo, braquidactilia, pentadctilo, perissodctilo,
etc.; mas datilo-: datilptero, etc.)
dictio- rede (dictiptero, etc.)
-ectasia extensom (atelectasia, etc.)
ecto- fora (ectoderme, etc.)
ectro- abortar (ectromelia, ectrtico, etc.)
-ectomia extirpaom (amigdalectomia, mastectomia, etc.)
filacto- proteger (filactocarpo, etc.; mas -filtico: anafiltico, etc.)
flucti- ondulaom no mar (fluctgeno, fluctvago, etc.)
galacto- leite (galactmetro, galactose, etc.)
hect(o)- cem (hectare, hectgrafo, hectograma, etc.)
ictio-, -ict- peixe (condrictes, ictnia, ictifago, ictiologia, osteictes, etc.)
lact(o)-, lacti- leite (ablactar, lactante, lactente, lactar, lactato, lcteo, lacticnio, lctico, lac-
tose, etc.)
106 - 14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS
d) Grupo cn. Conserva-se em todos os termos: acne, aracndeo, estricnina, pcnico, tc-
nica, etc.
50.3. Grupos iniciados por d. Conserva-se o d nos grupos dj, dm, dn, dq, dr, ds, dv, inclu-
sive em admoestaom (admoestar), adstringente (adstringir) e advocacia (advogado): adjetivo,
administraom, adnato, adquirir, ad-radial, adscriom, advertncia, etc. Mas nom aparece d em
aquisiom e em aquisitivo (por provirem do latim acquisitione).
50.5. Grupos iniciados por g. Conserva-se o g nos termos que contenhem os grupos
gd, gm e gn (em inicial e interior de palavra) 169: amgdala, gnatostomado, gneisse, gnose, pig-
mento, prognose, prognstico, signo, etc.170
169
No grupo gm o g vocalizou em i ou u nos semicultismos fleimom, fleuma, fleumtico.
170
Por gn- tambm comea a palavra gnu antlope africano do gn. Connochaetes, pronunciada [gn], e que
provm do boxmane atravs do francs ou do ingls.
14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS - 107
b) Grupos ns + consoante
O grupo ns anteconsonntico conserva-se por regra geral 171: conscincia, constante, de-
monstraom (demonstrar, demonstrativo), transcriom, transferncia, translaom, transmissom,
transparente, transplante (transplantar, transplantaom), transtorno (transtornar), transvasar,
etc.
S est ausente o grupo ns de trasbordar, trasfegar, trasladar, trasmontar e traspassar (tb.
trespassar).
171
Tambm, em posiom nom anteconsonntica, em transatlntico e transumncia.
108 - 14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS
No entanto, som mais numerosas as palavras (cultas) que conservam os grupos -pc- (-
p-) e -pt-, como, entre outras:
pc, p
Vozes
consumpom (Pt. consumpo/consuno), consumptivo (Pt. consumptivo/consuntivo),
sumpom; corrupom; egpcio (mas: Egito); erupom, eruptivo; interrupom; irrupom;
nupcial; opom, opcional.
pt
Vozes
abrupto; adaptabilidade, adaptaom, adaptar, adaptvel; adepto; analptica, analptico;
antissptico; apoptose, apopttico; ptero; aptidom; aptitude, apto; assptico; assmptota, as-
simpttico; assumptvel; captar, captaom, captura, captor, capturar; captopril; catalptico e
acatalptico; conceptual, conceptualismo, conceptualizaom, conceptualizar (mas: conceito;
Pt. conce(p)tual, etc.); cripta, crptico, crpton; dioptria; egiptologia, egiptlogo (mas: Egito);
elptico; epilptico; eruptivo; eucalipto; graptlito ou graptolite; interruptor, interrupto, inin-
terrupto; mercaptana; optar; ptica, ptico (Pt. tica, tico); pptido ou peptdeo; peremp-
trio; rapto; reptar, reptante, rptil, reptiliano; repto desafio; ruptura; septicemia; sptico;
septo; sinptico; sumptuoso; susceptncia; transcriptoma; trptico; triptfano ou triptofano.
Radicais greco-latinos
abrupti- abrupto (abruptinrveo, etc.)
calipto-, -calipto oculto (caliptoblasto, eucalipto, etc.)
campto- curvo (camptozorio, etc.)
clepto- roubar (cleptomania, etc.)
-copta cortar (sarcopta, etc.)
cripto- oculto (criptozoologia, etc.)
estrept(o)- curvo, torcido (estreptobacilo, etc.)
glipto- (pedra) gravada (gliptografia, gliptoteca, etc.)
grapto- escrever (graptlito, etc.)
hapt(o)- ligar, tocar (haptoglobina, etc.)
hept(a)- sete (heptano, heptasspalo, etc.)
lepto- delgado (leptospirose, leptoteno, etc.)
mercapto- que se apodera do mercrio (mercaptopurina, etc.)
opto-, -ptico, -optria visual (dioptria, optmetro, ortptico, etc.)
-ptergio barbatana (acantoptergio, crossoptergio, etc.)
-ptero asa (coleptero, helicptero, himenptero, isptero, etc.)
14. GRUPOS CONSONNTICOS CULTOS - 109
gr. taa > formante cifo-: cifstoma (ZOOL., cast. escifistoma), cifomedusa (ZOOL., cast. escifome-
dusa), cifozorio (ZOOL., cast. escifozoo).
lat. scindere > gal. cindir (cast. escindir), cis(s)om (cast. escisin).
gr. esquilo (< sombra + cauda, lit. animal que fai sombra com a cauda) > lat.
sciurus > gal. Ciurdeos (cast. Esciridos), Ciuromorfos (cast. Esciuromorfos), etc.
172
A seqncia ts- inicial aparece nalguns termos originados em lnguas estrangeiras modernas: ts-ts (mosca),
tsunmi (vaga ssmica).
15. FAMLIAS IRREGULARES DE TERMOS
51. No seio de um dado conjunto de palavras que provenhem do mesmo timo latino
e remetem para o mesmo campo conceptual (famlia de palavras) freqente em galego
registarem-se irregularidades devidas concorrncia de termos tomados diretamente do
latim que apresentam umha feiom conservadora e internacionalizante (eruditismos ou
cultismos; ex.: lat. cathedra > ctedra) com termos modificados em diverso grau e de forma
mais vernaculizada (termos patrimoniais; ex.: lat. cathedra > cadeira)173. Dada a freqncia
da sua ocorrncia no lxico cientfico galego e a sua dupla manifestaom, prosdico-orto-
grfica e morfolgica, interessa considerarmos o fenmeno das irregularidades lexicais,
embora sem pretensons de exaustividade, neste captulo da monografia que serve de tran-
siom entre a parte consagrada aos aspetos da prosdia e da ortografia e a parte dedicada
aos aspetos morfolgicos.
52. As irregularidades registadas nas famlias de termos cientficos galegos podem clas-
sificar-se em irregularidades prosdico-ortogrficas em que a variaom se produz num n-
mero reduzido de letras (ou fonemas), freqentemente numha nica letra e irregulari-
dades morfolgicas, as quais acarretam maiores mudanas grficas e fonemticas. J que as
famlias irregulares de tipo prosdico-ortogrfico from tratadas em diversos captulos an-
teriores (v. cap. 5, 8), a seguir dedicamos mais espao a caraterizar as irregularidades de
tipo morfolgico.
110
15. FAMLIAS IRREGULARES DE TERMOS - 111
Reposiom do l e do n intervoclicos
cercear / circinado
cardeal / cardinal (v. 259)
coelho / cunicultura
coroa / corona (v. 265)
expoente / exponente (v. 270)
fio / filiforme
112 - 15. FAMLIAS IRREGULARES DE TERMOS
x / sc
feixe / fascculo, fascicular
peixe, peixaria / piscicultura, pisciforme
Simplificaom
gerar, geraom, gerador, geratriz177 / generativo, regenerar, regeneraom
Outros casos
agulha / accula, aciculiforme
asa / alado, alar, ansa (v. 238)
bexiga / vescula, vesicatrio
compor, decompor, decompositor / componente
conter / contentor
coraom / cordiforme
descer, descida / descender, descendncia
espao / espaciotemporal
manter / manutenom
natureza, desnaturar, desnaturaom, desnaturado / naturalizar, naturalista
n / nodal, ndulo
pelo / piloso
p / pulverulento, pulverizador
povoaom, povoar, superpovoamento / populaom, populoso, superpopulaom (v. 296)
r / ranicultura, randeos, rnula
rim / renal, reniforme
suar, suor / sudaom, sudorparo
176
Observemos o que, a respeito do termo alunagem, di Eurico da Fonseca (ELBC: s.v. alunagem): Neologismo
muito usado, mas incorrecto, pelo que [o seu correlato francs] foi rejeitado pela Academia Francesa. Nasceu
por extenso do vocbulo aterragem, por sua vez derivado do francs aterrisage, que no Brasil deu aterrisage (e
alunisagem). Contudo, por conveno, aterrisage (e logo aterragem ou aterrisagem) aplica-se somente descida
[ou pouso] de um areo [aeronave] dotado com superfcies sustentadoras aerodinmicas (os bales no ater -
ram: descem). Na Lua, no h atmosfera suficientemente densa para permitir a sustentao aerodinmica.
Logo, no possvel aterrar na Lua ou alunar. De resto, a extenso da prtica a outros planetas, satlites e as-
teroides seria difcil e, em alguns dos casos, ridcula ou imprpria (amartar, aganimedesar, auranar, etc.).
Correctamente, deve dizer-se descida (na Lua, em Marte, em Ganimedes, rano, etc.) [...]..
177
Geratriz: (GEOM.) curva que, ao mover-se, origina umha superfcie; funom geratriz (ESTAT.).
PARTE III
ASPETOS MORFOLGICOS
DO LXICO CIENTFICO
16. GNERO E NMERO
OBSERVAONS SOBRE O GNERO
53. Umha vez estudados, na parte II deste livro, os aspetos relativos ortografia e pro-
sdia, comeamos agora a parte III, em que som tratados o gnero e o nmero de certos
termos (cap. 16), bem como os diferentes tipos de neologia da lngua especializada das Ci-
ncias Naturais (cap. 1724).
Quanto ao gnero gramatical dos termos cientficos, cumpre ter em conta as seguintes
observaons:
178
Nalguns casos de duplicidade de gnero no mbito galaico-lusitano, marca-se a negrito o gnero considera-
do preferente (visando a coerncia com o uso brasileiro).
179
Nom confundir com a condrite inflamaom das cartilagens (MED.).
180
O caso de bauxite excecional, pois leva o sufixo -ite apesar de se tratar de umha rocha. A designaom das
variedades de carvom est sujeita a vacilaom: a antracite / o antracito, a grafite / o grafito (cf. um grafito
inscriom ou desenho sobre paredes), a lignite (tb. lenhite ou linhite) / o lignito (tb. linhito).
181
Mas tambm h em galego nomes de mquinas findos em -dora (grelhadora, misturadora, etc.), alm de em
-deira (batedeira, fritideira [Pt.+Br. fritadeira], torradeira [cast. tostador], tostadeira [cast. sandwichera], etc.).
115
116 - 16. GNERO E NMERO
As seguintes unidades de medida: o are (cast. el rea [f]), o centiare (cast. la cen-
tirea), o hectare (cast. la hectrea), etc.; o dine unidade c.g.s. de fora (cast. la dina;
Br. o dina)182.
Alm de:
o alarme (cast. la alarma), o alerta, o(/a) amlgama (cast. la amalgama), o (a)ps-
guerra (perodo; cast. la posguerra), o bando (de aves, de periquitos, p. ex.; cast. la bandada),
o breu (cast. la brea), o cal xido ou hidrxido de clcio (cast. la cal; Pt.+Br. a cal), o carra-
pato (sin. carraa; cast. la garrapata), o cimo183 (cast. la cima), o cano (tb. a cana; cast. la
coana), o cr (cast. la creta), o creme (cast. la crema), o creosoto (cast. la creosota), o crispraso
ou crisoprsio (cast. la crisoprasa), o cromatdio (tb. a cromtide; cast. la cromtida), o(/a)
diabetes (cast. la diabetes), o diadema, o diapositivo (cast. la diapositiva), o dnamo (cast. la di-
namo ou dnamo), o efmero inseto da ordem Ephemeroptera (tb. a efemrida; cast. la ef-
mera), o epdoto (cast. la epidota)184, o escafandro (cast. la escafandra ou el escafandro), o espi-
nafre (cast. la espinaca), o espinho (BOT., cast. la espina), o espiroqueta (como o oligoqueta, o
poliqueta), o esporo clula reprodutora (cast. la espora), o esquadro instrumento para
medir ou traar ngulos retos (cast. la escuadra [+ el cartabn]), o estratagema, o excntrico
pea dos motores (cast. la excntrica), o(/a) fcies (cast. la facies; Br. a fcies), o fel (cast. la
hiel), o geode (cast. la geoda), o grauvaque (cast. la grauvaca; Br. a grauvaca), o grou (gnero
nom marcado [fmea: a grua]; cast. la grulla), o guia (da natureza, dos lepidpteros, etc.:
livro), o(/a) bis (cast. la ibis), o instantneo fotografia obtida com exposiom muito redu-
zida (cast. la instantnea), o integral (MAT.; cast. la integral; Br. a integral), o leite (cast. la
leche), o levstico (cast. la levstica), o lils (BOT., cast. la lila), o malte (cast. la malta), o madre-
porito (ZOOL.; cast. la madreporita), o mangusto ou manguo (cast. la mangosta), o mel (cast.
la miel), o melao (cast. la melaza), o minrio (cast. la mena), o mitocndrio (tb. a mitocn-
dria; cast. la mitocondria)185, o musaranho (cast. la musaraa), o nada (ex.: criar algo do
nada), o nariz, o nefrnio (cast. la nefrona), o neurnio (cast. la neurona), o ofiro equino-
dermo do grupo Ophiuroidea (cast. la ofira), o pagode (cast. la pagoda), os Pampas (cast.
la Pampa), o paradoxo (adj. paradoxal; cast. la paradoja), o pelame (cast. la/el pelambre), o
pesadelo (cast. la pesadilla), o pez, o pezunho (cast. la pezua), o pton ou pitom serpente, o
pombo (gnero nom marcado [fmea: a pomba] e forma nom marcada para denotar di-
versas espcies e variedades de columbiformes; ex.: pombo-correio, pombo-torcaz; cast. la
paloma), o rdio aparelho radiofnico, o ramo (cientfico, de umha disciplina, de umha r-
vore filogentica, etc.; cast. la rama), o sal (e o sal-gema), o sangue (cast. la sangre), o silicone
182
Tenha-se em conta que, apesar de terminarem em -a, som tambm do gnero masculino (como muitos ou-
tros helenismos findos em -ma) o grama (cast. el gramo), o miligrama, o quilograma, etc.
183
Mas a cimeira reuniom (internacional) de representantes (polticos) de alto nvel: a cimeira do clima, p. ex.
184
Silicato bsico de clcio, alumnio e ferro em cristais monoclnicos ou gros e massas informes, us., s ve-
zes, como gema de pouco valor; pistacita. (DHLP).
185
A forma a mitocndria freqente (de facto a nica utilizada no DHLP!), mas a forma abonada pola etimo-
logia e harmnica com as soluons de outras lnguas de designaom cientfica autnoma (v. 11.1) a mas-
culina, o mitocndrio (a ELBC utiliza exclusivamente o mitocndrio).
16. GNERO E NMERO - 117
(cast. la silicona), o sinal (analgico/digital, p. ex.; cast. la seal), o suricato viverrdeo Suri-
cata suricatta (cast. la suricata), o terminal (de aeroporto, de computador, etc.), o terrao
(AGR./GEOL.; cast. la terraza), o traquedio (cast. la traqueida), o bere (cast. la ubre), o vacolo
(cast. la vacuola), o vagonete (cast. la vagoneta).
Termos findos em -ite: 1 minerais (v. 175; Br. -ita): a apatite (cast. el apatito), a
aragonite (cast. el aragonito), a calcite, a limonite, etc.187; 2 animais fsseis: a amonite188
(cast. el amonites), a numulite (cast. el numulites ou la numulita), a trilobite (tb. o trilo-
bite; cast. el trilobites), etc.
Muitos nomes de rvores (de fruto): a ginjeira (cast. el guindo), a macieira (cast. el
manzano), a nogueira (cast. el nogal), a pereira (cast. el peral), a tlia (cast. el tilo), etc.
Alm de:
a(/o) acne (cast. el acn; Br. a acne), a aguardente (cast. el aguardiente), a aguarrs, a alu-
viom e a eluviom, a amarlis, a anlise (cast. el anlisis), a anfbola (cast. el anfbol), a asma
(cast. el asma [f]), a(/o) spide (cast. el spid), a autoclave, a(/o) avestruz (cast. el avestruz), a
blide (tb. o blido; cast. el blido), a capicua (cast. el capica), as Carabas (cast. el Caribe),
a(/o) crdia (cast. el cardias), a cassete (cast. el casete; Br. o cassete), a cnida (ZOOL.; cast. el
cnido), a clera (MED.; cast. el clera), a clica (a partir de a dor clica dor do clon; cast. el c-
lico), a conduta tubo (cast. el conducto), a cor (cast. el color), a(/o) cotildone (cast. el coti-
ledn; Br. o cotildone), a cratera (cast. el crter), a criana (cast. el nio ~ el cro), a ctis ou
cute, a dengue (sin. febre dos sete dias), a disquete (cast. el disquete; Br. o disquete), a dobra (cast.
el doblez, GEOL.: el pliegue), a dor (cast. el dolor), a nfase (cast. el nfasis), a enzima (e a liso-
zima, etc.; cast. el/la enzima), a epgrafe, a equipa (cast. el equipo; Br. a equipe), a equidna mo-
notremado taquiglossdeo, a(/o) espadice (BOT.; cast. el espdice; Br. a/o espdice), a estante
186
E, portanto, a (cartilagem) aritenoide (cast. el (cartlago) aritenoides), a (cartilagem) cricoide (cast. el (cartlago)
cricoides), a (cartilagem) tir(e)oide (cast. el (cartlago) tiroides).
187
O caso de bauxite excecional, pois leva o sufixo -ite apesar de se tratar de umha rocha. A designaom das
variedades de carvom est sujeita a vacilaom: a antracite / o antracito, a grafite / o grafito (cf. um grafito
inscriom ou desenho sobre paredes), a lignite (tb. lenhite ou linhite) / o lignito (tb. linhito).
188
Nom confundir com a amonita explosivo formado por umha mistura de nitrato de amnio ou de sdio e
de trinitronaftaleno.
118 - 16. GNERO E NMERO
mvel com prateleiras (cast. el estante / la estantera), a falha avaria (cast. el fallo), a fe-
lugem (cast. el holln; Pt.+Br. a fuligem), a fnix, a fraude, a frente (fria, polar, etc.), a fronde
folha dos pteridfitos (cast. el fronde), a glande, a glutationa (cast. el glutatin), a granada
mineral (tb. o granate; cast. el granate), a hemcia (cast. el hemate), a heme 'grupo prost-
tico da hemoglobina' (cast. el hemo), a insnia (cast. el insomnio), a internet (cast. el/la in-
ternet), a ris membrana do olho, a jazida (arqueolgica, de fsseis, de minerais; cast. el ya-
cimiento; MINERAL. tb. o jazigo), a ligstica (cast. el ligstico), a manga fruto da rvore Mangi-
fera indica (cast. el mango), a maratona (cast. el maratn), a mercaptana (cast. el mercap-
tano), a micrpila (tb. o micrpilo; cast. el micrpilo), a mola (cast. el muelle), a mole mol-
cula-grama (cast. el mol; Br. o mol)189, a monom, a nascente local onde nasce um rio (cast.
el nacimiento), a objetiva (a partir de a lente objetiva; cast. el objetivo), a octana unidade da oc-
tanagem (tb. o octano; cast. el octano)190, a ocular (a partir de a lente ocular), a olivina (cast. el
olivino), a omoplata (cast. el omplato ou omoplato), a opala (cast. el palo), a(/o) orbital
(FS./QUM.; cast. el orbital; Br. o orbital), a ordem (em todas as aceons do termo), a origem, a
otria (cast. el otario), a oval (cast. el valo), a palafita (cast. el palafito), a parecena (cast. el
parecido), a pelcia (cast. el peluche), a ptala (cast. el ptalo), a piroxena (cast. el piroxeno; Br.
o piroxnio), a platina elemento qumico de nmero atmico 78 e smbolo Pt (cast. el pla-
tino), a policlnica estabelecimento mdico (cast. el policlnico), a ponte (cast. el puente), a
precinta (cast. el precinto), a preguia xenartro bradipoddeo arborcola (tb. o bicho-pre-
guia; cast. el perezoso), a glicana (e proteoglicana, etc.; cast. el glicano; Br. o glicano), a(/o)
pbis ou pube (cast. el pubis; Br. o pbis ou pube), a quelcera (cast. el quelcero), a raposa (g-
nero nom marcado [macho: o raposo]; cast. el zorro), a rquis ou raque, a rena (tb. o ran-
gfer; cast. el reno), a safira (cast. el zafiro), a sebe (cast. el seto), a spala (cast. el spalo), a sn-
cope, a sndrome ou sndroma (portanto, a sida ou SIDA), a tpala (cast. el tpalo), a torradeira
eletrodomstico para fazer torradas (cast. el tostador), a(/o) trilobite (cast. el trilobites; Br. a
trilobita ou o trilobito), a torrente, a toupeira (cast. el topo), a tulipa ou tlipa (cast. el tulipn),
a vodca.
53.3. Por diversas causas, o gnero gramatical dos seguintes termos reveste-se de in -
teresse:
Admitem os dous gneros (a negrito, o gnero aqui recomendado): a/o acme
ponto mais agudo de umha doena (Br. o acme), a/o acne (Br. a acne), a/o aml-
gama, a/o spide, a/o avestruz, a/o crdia, a/o componente, a/o cotildone (Br. o coti-
ldone), a/o diabetes, a/o entorse (Br. o entorse), a/o espadice, a/o fcies (Br. a fcies),
a/o bis, a/o interrogante, a/o orbital (FS./QUM.; Br. o orbital), a/o pbis ou pube (Br.
o pbis ou pube), a/o trilobite (Br. o trilobito ou a trilobita).
Os seguintes termos apresentam significados diferentes dependendo do gnero
atribudo: o coma (MED.: estado de inconscincia em certas doenas de gravidade)
/ a coma (FS.: aberraom de umha lente; ASTR.: cauda dos cometas), o coracoide
189
Trata-se da unidade de quantidade de matria, cujo smbolo mol.
190
A octanagem ou ndice de octanos um nmero percentual que mede o comportamento antidetonante da ga-
solina nos motores de combustom interna, o qual depende do teor da gasolina em octanos (octano hidrocar-
boneto de frmula C8H18).
16. GNERO E NMERO - 119
191
Repare-se que em galego a palavra clera, tanto com o significado de doena infeciosa humana causada por
um bacilo, como com o de fria, violncia, sempre do gnero feminino.
192
Nos casos de feromona/feromnio e hormona/hormnio (do gr. excitar), as soluons brasileiras som
mais etimolgicas que as galegas (timos findos em - ou -), ainda que som as denominaons galegas (e lu -
sitanas) que se revelam coerentes com os nomes de algumhas hormonas (sufixo -ona: aldosterona, ecdisona,
progesterona, testosterona, etc.).
193
As variantes com -derma harmonizam com o timo ( pele), mas as terminadas em -derme som anlo-
gas de epiderme (*epiderma nom existe).
194
(< porta) inclui, tambm, appila, prospila, etc.
A srie de termos com o radical grego -pila
120 - 16. GNERO E NMERO
53.4. Finalmente, deve ter-se em conta que, em contraste com o que acontece em cas-
telhano, os seguintes adjetivos mostram flexom de gnero: duplo -a (ex.: dodo duplo
[ELETRN.], ligaom (qumica) dupla [QUM.] = cast. enlace doble), triplo -a (ponto triplo [FS.],
ligaom (qumica) tripla [QUM.] = cast. enlace triple) e o resto dos multiplicativos (v. 244.2-
b), e salobro -a (ex.: gua salobra, lago salobro). , polo contrrio, invarivel o adjetivo es-
tanque (ex.: depsito estanque, estrutura estanque).
195
Diferente, naturalmente, o caso dos termos (agudos) findos em -z, os quais formam o plural em -es: o al-
batroz os albatrozes, o antraz os antrazes, o hipocraz os hipocrazes, a tenaz as tenazes, etc.
196
s vezes tb. cosmo (e sempre macrocosmo e microcosmo: v. infra). Alm de universo, o termo cosmo(s) pode
referir-se a umha erva da famlia das compostas (Cosmus bipinnatus), de flores rseas ou brancacentas, origin-
ria do Mxico.
16. GNERO E NMERO - 121
54.6. Atente-se na formaom do plural dos seguintes termos: sing. jovem pl. jovens;
sing. sal pl. sais, sing. sol pl. sis; sing. fssil pl. fsseis, sing. mssil pl. msseis, sing.
rptil pl. rpteis.
54.7. Os seguintes termos formam o plural acrescentando -(e)s: sing. aval pl. avales,
sing. fel pl. feles (tb. fis), sing. fol(e) pl. foles, sing. gel pl. geles (tb. gis), sing. mal
pl. males, sing. mel pl. meles (tb. mis), sing. pele pl. peles, sing. vale pl. vales.
197
Compare-se culos com culo instrumento ptico cilndrico para ver ao longe, dotado de umha ocular e de
umha objetiva (sin. luneta; cast. catalejo; ingl. spyglass).
122 - 16. GNERO E NMERO
ordem das Geraniales, umha licopodiale ordem das Licopodiales, um opilione represen-
tante do grupo Opiliones, i. , um opiliom ordem Opiliones, etc.
54.12. Os smbolos das unidades de medida nom se usam, polo geral, em plural: 1 bar,
5 bar; 1 lux, 23 lux; 1 m, 3 m.
198
O plural de lcool conserva a acentuaom do singular na Galiza e em Portugal (lcoois), mas forma-se com
deslocamento acentual no Brasil: sing. lcool pl. alcois.
199
Repare-se em que regime e a sua rara variante regmen nom apresentam deslocamento acentual na constru-
om do plural: regimes/regmenes, respet.
17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES
TIPOLOGIA GERAL
55. A cincia e a tcnica suscitam na sua incessante busca de novos conhecimentos
e aplicaons no quadro de umha progressiva especializaom e aprofundamento de cada
ramo do saber e dos ofcios constantes inovaons no campo das lnguas de especiali-
dade200. Neste captulo serm enunciadas, num primeiro momento, as diferentes modali-
dades de criaom neolgica (produom de novos termos especializados), aspeto que se
repercute de mltiplas formas noutros pontos do presente estudo, e, a seguir, ser carateri-
zada umha destas estratgias neolgicas: a baseada na instauraom de emprstimos e decal-
ques.
Pierre Auger e Louis Rousseau (1987: 46), de um ponto de vista diacrnico, histrico,
definem neologia como o processo de formaom de novas unidades lexicais, e en-
tendem por neologismo201:
O terceiro caso, ou seja, a neologia feita por meio de emprstimos e decalques, ser o
desenvolvido neste captulo, mas, antes disso, vejamos brevemente o significado dos ou-
tros dous tipos de neologia seguindo Auger e Rousseau.
200
Consideremos, ao respeito, o seguinte comentrio de Bernard Quemada (1971: 137, 138): Il est devenu
vident, pour la majorit des usagers, quune langue de culture moderne, ncessairement scientifique et techni-
que, doit voir dans la nologie lexicale autre chose quun mal vitable. Cest la premire condition partir de la-
quelle la langue peut esprer demeurer un instrument de communication national, voire international, et plus
simplement rester une langue vivante. Elle doit mme considrer la crativit lexicale comme lun des gages de
sa richesse immdiate, comme le signe premier de sa vitalit. Une langue qui ne connatrait aucune forme de
nologie serait dj une langue morte, et lon ne saurait contester que lhistoire de toutes nos langues nest, en
somme, que lhistoire de leur nologie.. Mas, logo a seguir, acrescenta (p. 138): Que la nologie lexicale soit
devenue souhaitable dun point de vue technique ne despense pas de la considrer avec discernement et de la
practiquer avec maintes rserves. Nous savons de longue date distinguer divers types de nologismes.. Em re-
sumo, perante os neologismos deve adotar-se umha posiom recetiva, mas, ao mesmo tempo, prudente.
201
Os neologismos prprios de um campo especializado costumam denominar-se, de modo especfico, neni-
mos.
123
124 - 17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES
buir umha nova categoria gramatical (e significado) a umha palavra sem lhe mudar a
forma, e a redefiniom, em que um termo passa de umha determinada lngua especializada
para umha outra lngua especializada, ou da lngua comum para umha lngua especiali-
zada.
EMPRSTIMOS E DECALQUES
56. O emprstimo um elemento lingstico (unidade lexical) algeno que passa de
umha lngua para outra e se integra na que o recebe 202. Portanto, som emprstimos lings-
ticos do galego cientfico tanto os termos provenientes das lnguas clssicas, por via do
eruditismo recente (latinismos e helenismos), como aqueles termos que procedem de
idiomas modernos (termos tambm denominados emprstimos contemporneos).
Um tipo particular de emprstimo o decalque (ou decalque semntico), que con-
siste em imitar com os recursos da prpria lngua o esquema formal e semntico de umha
palavra ou locuom estrangeiras (e nom a sua realidade fnica). Por exemplo, a partir do
termo ingls radiotracking pode formar-se, em galego, radiosseguimento, embora a for-
maom do termo por meio de um sintagma lexicalizado, seguimento por rdio, seja mais re-
comendvel.
202
A incorporaom de um emprstimo pode produzir-se com mudana de forma e/ou de significado. Assim,
p. ex., o galego-portugus forneceu ao ingls as vozes cobra, mediante o truncamento do termo original cobra-
capelo, e marmalade, mediante a alteraom do significante original marmelada e do significado original doce
pastoso feito de marmelo (para passar a significar doce pastoso feito de citrinos).
203
Derrame de lava com aspeto superficial escoriceo e fragmentado ( DBCN).
17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES - 125
do fr. ou ingl. geyser), icebergue (do dinamarqus is gelo e berg montanha, atravs do ingl.
iceberg), inlndsis glaciar continental, calota glaciar (do al. Inlandeis gelo continental,
atravs do ingl.), lemingue (do noruegus, atravs do ingl.), tsunmi grande vaga destrui-
dora de origem ssmica ou vulcnica (do japons tsu porto + nami onda, atravs do
ingl.), tundra (do lapom ou finlands tuntur, atravs do russo e do fr. toundra), etc.204
Pratt (1980) distingue, no estudo dos anglicismos, entre o timo ltimo e o timo
imediato de um termo. Assim, por exemplo, a unidade lexical abiognese tem como timo
ltimo os formantes gregos - (prefixo privativo), vida e nascimento,
origem, mas o termo cunhou-no como tal o bilogo Thomas Henry Huxley no ano 1870
na forma inglesa abiogenesis, que o timo imediato do termo galego.
LATINISMOS
59. Num contexto neolgico, pode definir-se latinismo lexical como aquela palavra to-
mada emprestada do latim ou constituda segundo as normas estruturais desta lngua e in-
troduzida na lngua recetora por influxo culto. Tradicionalmente, e ainda na atualidade, a
lngua cientfica nutriu-se abundantemente de elementos lexicais provenientes do latim
muitos dos quais som, simultaneamente, de origem grega e, portanto, existem em
galego numerosssimos termos tomados das lnguas clssicas. A estes, ainda cabe acres-
centar hoje os neologismos que o ingls criou a partir do grego e do latim e que transmitiu
ao nosso caudal lexical: som os denominados anglicismos de origem clssica.
204
O galego-portugus, por seu turno, agiu como lngua intermediria, por exemplo, na adoom por parte do
ingls de muitos emprstimos originarios do tupi-guarani que designam a realidade natural americana, como
jaguar (do tupi yawara, atravs do gl-pt. jaguar), piranha (do tupi pir sainha, atravs do gl-pt. piranha) e toucan
(do tupi tucana, atravs do gl-pt. tucano).
126 - 17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES
LATINISMOS
ESTRITOS ADAPTADOS
ORTOGRAFICAMENTE MORFOLOGICAMENTE
59.1. Som latinismos sem mudana visvel de feiom, ou seja, latinismos estritos:
a) Termos: albedo (ECOL.), cauda (ANAT. ANIM.), granum (pl. grana; CIT), locus (pl. loci;
GEN.), lux (FS.), pilus (pl. pili; MICROB.), placebo (MED.; do futuro do verbo latino placeo
causar prazer), quantum (pl. quanta; FS.), saliva (FISIOL.), tumor (MED.), ulna (ZOOL.), va-
gina (ZOOL.), etc.
205
Como bceps/bicpite e crtex/crtice, existem em galego umha srie de latinismos adaptados ortografica-
mente que provenhem de nominativos da terceira declinaom e que alternam com significado idntico ou
diferente: v. 40.8 e 263 com latinismos adaptados morfologicamente derivados do acusativo (v. infra).
206
A forma hbitat (lat. habitat ele habita), com prosdia esdrxula e acentuaom grfica, a que propomos
para o galego, de harmonia com o brasileiro; em contraste, em Portugal utiliza-se o latinismo puro habitat,
sempre grafado em tipo itlico e proferido com acento agudo, pronncia esta nom etimolgica (a acentuaom
etimolgica a esdrxula, retida de facto pola forma galega e brasileira).
17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES - 127
a) Com umha nica forma (por exemplo: termos findos em -on, -um e -us em latim e
galeguizados modernamente no relativo desinncia): acrmio, australopiteco (Austra-
lopithecus sp.), cmbio (procmbio; lat. cambium, procambium), cribelo (lat. cribum), c-
mulo (lat. cumulus), detrito (lat. detritus), ectipo (lat. ecotipus), espadice (BOT.; lat. spadix
-icem), espculo (lat. speculus), esterno, gnio, hilo pequena abertura ou depressom num
rgao por onde penetram os seus vasos e nervos (lat. hilus), homnculo (lat. homun-
culus), muco (lat. mu(c)cus; cf. monco), prevenir (lat. praevenire), rdio (lat. radius), ronco
(MED.; lat. rhonchus), septo (lat. septum), trombo (lat. trombus)...
ANGLICISMOS LEXICAIS
60. Modernamente, o ingls forneceu ao galego como a muitas outras lnguas
umha grande quantidade de tecnicismos, tanto polo que di respeito aos emprstimos di-
retos como aos decalques. Trata-se de um fenmeno que apresenta umha forte incidncia.
Como acontece com os latinismos, tambm os estrangeirismos ou emprstimos
contemporneos nom sofrrom todos, at agora, o mesmo grau de adaptaom estru-
tura formal da nossa lngua.
Os estrangeirismos podem detetar-se de duas maneiras: pola pronncia e pola grafia.
210
O w dos termos alemns (de valor fontico [v]) costuma passar para galego-portugus como v: Edelweiss >
edelvais (Leontopodium alpinum), Grauwacke > grauvaque [m]. Outros termos geolgicos de origem alem em
que cumpre reparar (polo seu contraste com os correspondentes castelhanos) som feldspato (al. Feldspat; cast.
feldespato) e gnaisse ou gneisse (al. Gneiss; cast. gneis).
17. NEOLOGIA. EMPRSTIMOS E DECALQUES - 129
POLISSEMIA
62. Em virtude da polissemia, os significados das palavras existentes som ampliados
por meio do smile, da metfora ou da metonmia.
62.1. Smile
O smile surge de umha comparaom. As modalidades de smile terminolgico mais
freqentes em galego som:
b) Termos adjetivais que incluem o radical -forme: araneiforme (em, p. ex., gito aranei-
forme, ingl. spider-like spruce), cordiforme, dentiforme, filiforme, reniforme, etc.
62.2. Metfora
As motivaons mais freqentes da metfora como procedimento neolgico som a
forma, a funom e a posiom. Os termos da assimilaom costumam ser, polo menos no
campo da tcnica, as partes do corpo (da cabea, sobretodo), os animais e as plantas. A
metfora constitui um dos processos de terminologizaom mais produtivos.
que o adjetivo estaminal significa em galego prprio dos estames. As outras soluons habituais nos textos de
divulgaom escritos em galego-portugus, clula-mae e clula-tronco, embora nom tam infelizes como a anteri-
or, tambm nom se revelam adequadas, j que, por um lado, clula-mae qualquer clula que sofre cisom e d
origem a (duas) clulas-filhas (clula-mae = ingl. parent cell ou mother cell) e, por outro lado, o termo clula-tronco
pouco expressivo. Como soluom idnea para evitar esses problemas designativos, aqui propomos, de har -
monia com a sugestom feita por Fernando A. Navarro para o castelhano (cf. Navarro, 2005: s.v. stem cell), os
termos blastcito ou citoblasto (e embriocitoblasto, neurocitoblasto, etc.).
130
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 131
a) Metforas corporais: cabea de cilindro (MEC.; ingl. cylinder head), cabea de gravaom
(TECNOL.; ingl. record head), cabea de medusa (MED.; tb. sinal de Cruveilhier; ingl. caput
medusae, Cruveilhier sign), cabelo de relgio (TECNOL., tb. mola de cabelo; ingl. hairspring),
face de cristal (MINERAL.; ingl. crystal face), face de vlvula (TECNOL.; ingl. valve face), olho de
gato214 (MINERAL.; ingl. cats eye), olho de sapo215 (MINERAL.), olho mgico (TELECOM.; ingl.
magic eye), perna de cam (MIN.; ingl. dog leg), etc.
c) Metforas vegetais: folheto (branquial, embrionrio, etc.; EMBRIOL.: cast. hoja embrio-
naria), raz (ODONT.: ingl. root), etc.216
62.3. Metonmia
A metonmia, em que se toma a parte polo todo, um procedimento de terminologi-
zaom muito usado para designar seres vivos: cruza-bico (Loxia curvirostra, cast. piquituerto,
ingl. crossbill), papo-ruivo (tb. pisco; al. Rotkehlchen, cast. petirrojo, ingl. robin), rabirruivo
(Phoenicurus spp., cast. colirrojo, ingl. redstart), torcicolo (Jynx torquilla, cast. torcecuello, ingl.
wryneck), etc.
REDEFINIOM
63. Na redefiniom, umha unidade lexical transferida de um mbito de uso para outro,
adquirindo entom um novo significado. A transferncia da redefiniom pode ter lugar da
lngua comum para umha lngua especializada, de umha lngua especializada para a lngua
comum217 e, finalmente, de umha lngua especializada para umha outra lngua especiali-
zada (o que origina termos homnimos: v. 196).
219
Esperana matemtica (ESTAT.) a mdia de umha funom de umha varivel aleatria sobre umha distribui -
om desta varivel.
220
Fora (FS.) todo agente capaz de alterar o mdulo ou a direom da velocidade de um corpo; todo agente
capaz de imprimir umha aceleraom a um corpo.
221
Trabalho (FS.) grandeza cuja variaom infinitesimal igual ao produto escalar de umha fora polo vetor
deslocamento infinitesimal do seu ponto de aplicaom.
222
Velocidade (FS.) 1 relaom entre umha distncia percorrida e o tempo de percurso, no movimento unifor-
me; 2 num sistema de referncia determinado, o vetor igual derivada do vetor posiom de um ponto em rela -
om ao tempo; 3 o mdulo do vetor velocidade, velocidade escalar.
223
Flora (BOT.) 1 o conjunto das espcies vegetais de umha determinada localidade; 2 conjunto de plantas que
servem para determinado fim.
224
Flora bacteriana (FISIOL., MICROB.) o conjunto das bactrias que existem normalmente em determinada parte
do organismo, como, p. ex., o intestino. Tb. microflora intestinal, etc.
225
Glabela (ANAT., MED.) ponto craniomtrico situado entre as duas salincias supraciliares do mesmo crnio.
226
Glabela (ZOOL., PALEONT.) lobo central da regiom anterior de umha trilobite.
227
Vrus (BIOL.) entidade submicroscpica, freqentemente patognica, que consta de umha nica molcula
de cido nucleico rodeada por umha coberta de protenas, e que capaz de replicaom apenas no interior de
clulas (de animais, de bactrias ou de vegetais).
228
Vrus (INFORM.) programa que se introduz inadvertidamente num computador e se propaga em seguida a
outros computadores atravs das redes informticas ou dos dispositivos de memria, estorvando, quando ati-
vado, o normal funcionamento do computador.
229
O termo derivaom imprpria tambm se usa em Morfologia (ramo da Lingstica) como sinnimo de deri-
vaom regressiva (v. 85).
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 133
um cam dlmata ==> um dlmata (da Dalmcia, antiga provncia romana que corresponde parte da
costa croata do mar Adritico)
um cam samoiedo ==> um samoiedo (do povo dos Samoiedos, etnia que habita nas estepes da Sibria
que confinam com o rtico, desde o Mar Branco at ao rio Ienissei)
-oide em forma do elemento indicado pola base ==> -oidal, -ideo/-idea, -oideu/-oideia ou -oidiano/-
oidiana relativo estrutura que porta o nome correspondente findo em -oide: o tumor carcinoide ==>
o carcinoide + sndrome carcinoidiana; apfise coracoide ==> a coracoide + feixe coracideo ou coracoideu,
fratura coracidea ou coracoideia, janela coracidea ou coracoideia, ligamento coracideo ou coracoideu; o
osso etmoide ==> o etmoide + fratura etmoidal; o corpo hemisferoide ==> o hemisferoide + estrutura hemisfe-
roidal; cartilagem tir(e)oide e glndula tir(e)oide231 ==> a tir(e)oide + artria tir(e)idea ou tir(e)oideia,
corpo tir(e)ideo ou tir(e)oideu, hormona tir(e)idea ou tir(e)oideia, vaso tir(e)ideo ou tir(e)oideu; apn-
dice xifoide ==> o xifoide + regiom xifoidiana, etc.
230
Caso similar mas diferente o de alvo, que, alm de adjetivo, funciona como substantivo com o sentido de
objetivo, ponto de mira (cast. blanco, ingl. target) e, em sentido metafrico, se emprega na lngua da cincia
(ex.: clulas-alvo de umha hormona, alvo nuclear, etc.).
231
A voz tir(e)oide significa, etimolgicamente (cf. DHLP: s.v. tir(e)o-), em forma de escudo (comprido) (gr.
) ou em forma de porta (gr. ) e deveria aplicar-se, estritamente, apenas cartilagem, e nom gln -
dula (cf. Navarro, 2005: s.v. thyroid). Por conseguinte, a denominaom mais correta da glndula a (glndula)
tir(e)oideia, mas este termo , na prtica, bastante menos usado do que a (glndula) tir(e)oide.
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 135
-il ==> -iliano/-iliana: um animal rptil ==> um rptil + espcie reptiliana, organismo reptiliano 232, etc.
-ceno/-cena ( novo, recente) ==> -cnico/-cnica: o perodo eoceno ==> o Eoceno + poca eocnica,
perodo eocnico233, etc.
Apesar disso, at meados dos anos 60, assistiu-se, em muitas das reas da Ecologia, apenas a um
acumular de factos sem qualquer teoria subjacente. (Ecologia das Populaes e das Comunidades: 2) [tb.
umha acumulaom]
A puberdade provoca tambm, principalmente nos rapazes, o aumento da massa sangnea e da
hemoglobina e o ampliar do volume das cavidades cardacas e da espessura do miocrdio, aumentam
tambm a capacidade vital e a tensom sistlica. (ELBC: s.v. puberdade) [tb. a ampliaom]
Em seguida, umha vez realizado o apontar da palavra que pretendemos assinalar ou marcar,
basta clicar no rato. Ao executar esta operaom, ativmos a respetiva hiperligaom. (ELBC: s.v. hiper-
navegao)
Quando pasta a um ritmo lento, [o wallaby-de-pescoo-vermelho] deixa por vezes marcas do
arrastar da cauda e das patas posteriores. (Guia Fapas dos Mamferos: 163) [tb. a arrastadura, o ar-
rastamento]
232
Tambm existe o adjetivo reptante, sinnimo de rptil.
233
Apesar do que acontece em ingls, castelhano e catalm, um caso similar aos anteriores nom se regista em
galego-portugus a respeito dos termos aerbio e anaerbio, por um lado, e polmero, por outro, pois estes dete-
nhem tanto o valor substantivo como o adjetivo (nom existe *a(na)erbico ou *polimrico). Assim: os a(na)er-
bios, respiraom a(na)erbia; o polmero, estrutura polmera. Mas, por provir diretamente do ingls (aerobics): (gi-
nstica) aerbica.
136 - 18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO
-ado, -ato, -ido (lat. -atum; ingl. -ate): o coacervado (QUM., fase coloidal obtida no pro-
cesso da coacervaom), o concentrado, o dialisado, o exsudado ou exsudato (PAT./BOT.,
humor que sai de umha clula, de um vaso ou de um capilar / lquido que sai dos r-
gaos das plantas), o filtrado (p. ex., o [lquido] filtrado glomerular do nefrnio; cf. fil-
traom ou filtragem), o hemolisado lquido resultante de umha hemlise, o homogenei-
zado (ingl. homogenate), o lavado (MED., lquido resultante de umha lavagem de rgao
cavitrio), o lisado, o nado-morto (nado, particpio irregular de nascer), o nado-vivo, o re-
cm-nascido, o precipitado, o quelato (QUM., composto qumico cujas molculas conte-
nhem um anel fechado de tomos, dos quais um metlico, resultado da quelaom), o
sublimado (QUM., produto resultante de umha sublimaom), o transudato, etc.
Neste ponto, importante assinalar que no galego-portugus atual som muito es-
cassos os particpios de passado habilitados como substantivos para denotar aom 237 e,
ainda mais raros, os habilitados, em particular, para significar processo ou operaom tc-
nica238. Na prtica, entre os pouqussimos casos de tal habilitaom que apresentam inte-
resse para a expressom tcnico-cientfica encontram-se apenas o achado (tb. o acha-
mento), o alado (tb. o alceamento; termos do campo das artes grficas), o traado (tb. o
traamento)239 e a colheita (de dados, de peixe [apanha], de sangue [extraom], etc.), voz
esta ltima proveniente de um particpio arcaico e irregular (verbo colher)240.
Por conseguinte, e em conclusom, diferentemente do que acontece em castelhano, em
galego-portugus os particpios de passado raramente podem ser habilitados como
237
Algum antigo particpio de passado irregular foi habilitado como substantivo com um valor especial: defeso
(do lat. defensu defendido), com o sentido de poca do ano em que defeso ou proibido caar ou pescar
(cast. veda). Por outro lado, tenha-se em conta que o aprendizado (sin. de aprendizagem no sentido de aom e
efeito de aprender) nom particpio (< aprendiz + -ado).
238
No campo da siderurgia utiliza-se com freqncia, como sinnimo de o revenimento (do ao), o termo o
revenido, mas este um decalque do francs (cf. DHLP: s.v. revenir).
239
Exemplo: Isto facilita o traado de trajetrias em cartas isentrpicas. (ELBC: s.v. vorticidade).
240
Tenha-se em conta que, exceto nos casos de o achado, o alado e de o traado (vozes que som tanto ou mais
freqentes que, respet., o achamento, o alceamento e o traamento), em geral os escassos particpios de passado
que podem habilitar-se como substantivos designativos de aom (o acabado, o lavado, etc.) som antes entra-
das de dicionrio do que vozes de uso real e, em qualquer caso, a sua atual freqncia de uso muito menor
que a dos correspondentes termos derivados, tendncia que se exacerba nos textos tcnico-cientficos, nos
quais, pode dizer-se, nengum particpio de passado indica processo ou operaom tcnica. Assim, p. ex., no mo -
tor de pesquisa interntica Google, o nmero de stios encontrados (consulta realizada a 14.7.2009) que conti-
nham o segmento o acabado da pea era nulo, enquanto que o segmento o acabamento da pea aparecia
em c. 540 stios; os stios internticos que incluiam a lavagem da roupa ascendia a 1370, mas o lavado da
roupa foi detetado num nico stio luso-brasileiro (as outras ocorrncias deste segmento, at c. 240, corres -
pondiam a stios galegos, nos quais elas som moldadas polo castelhano e, portanto, esprias!); enquanto os
segmentos lavagem do estmago e lavagem ao estmago eram detetados, respetivamente, em 358 e 734 s-
tios, lavado do estmago e lavado ao estmago nom ocorria em nengum.
138 - 18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO
substantivos para significar aom ou efeito241, e nunca o podem ser para indicar pro-
cesso ou operaom tcnica, de modo que muitos substantivos castelhanos com este
valor semntico que terminam em -ado ou -ido (habilitados a partir de particpios) em cor-
reto galego correspondem a infinitivos substantivados, a derivados regressivos ou, sobre-
todo, a derivados progressivos formados mediante os sufixos -ada/-ida, -agem, -om, -dura,
-mento ou -ume (v. 86.1)242. Assim, por exemplo: o acabamento (cast. el acabado, ingl. the
finishing), o barbear (cast. el afeitado, ingl. the shaving), a brunidura (cast. el bruido, ingl. the
polishing), a centrifugaom (cast. el centrifugado), a cifraom ou cifragem (cast. el cifrado, ingl.
the encryption), a clonagem (cast. el clonado ou la clonacin, ingl. the cloning), a coloraom ou a
tingidura (cast. el teido ou la tincin, ingl. the staining), a curetagem ou a raspagem (cast. el
raspado, ingl. the curettage), o curtimento, a curtiom ou o curtume (de peles, p. ex.; cast. el cur-
tido), a decifraom ou o deciframento (cast. el descifrado, ingl. the decryption), o despejo ou des-
pejamento (cast. el vertido, ingl. the dumping), o enlatamento (cast. el enlatado, ingl. the can-
ning), o envasilhamento ou envasamento (cast. el envasado, ingl. the packaging), a enverniza-
dura ou o envernizamento (cast. el barnizado), o enxaguamento (cast. el aclarado), a etique-
tagem, a rotulaom ou a rotulagem (cast. el etiquetado; ingl. the labelling), a fiaom (cast. el hi-
lado, ingl. the spinning), a filtraom ou filtragem (cast. el filtrado, ingl. the filtering), a forjadura,
a forjagem ou o forjamento (cast. el forjado, ingl. the forging), o freamento, a freagem ou a tra-
vagem (cast. el frenado, ingl. the braking), a defumaom, a defumadura ou a fumagem (do
peixe, p. ex.; cast. el ahumado, ingl. the smoking), a galvanizaom (cast. el galvanizado, ingl. the
galvanizing), a laminaom ou laminagem (cast. el laminado, ingl. the lamination), a lavagem
(cast. el lavado, ingl. the washing ou the lavage), a legendagem ato de inserir legendas num
filme ou documentrio (cast. el subtitulado, ingl. the subtitling), a marcaom (cast. el mar-
cado, ingl. the marking), o polimento (cast. el pulido, ingl. the polishing), a reciclagem (cast. el
reciclado ou reciclaje, ingl. the recycling), a refinaom (cast. el refinado, ingl. the refining), a reve-
laom (de umha pelcula fotogrfica; cast. el revelado, ingl. the development), a salga (cast. el
salado ou la salazn, ingl. the salting), o sangramento (cast. el sangrado, ingl. the bleeding), a se-
cagem (cast. el secado, ingl. the drying), a seladura ou selagem (cast. el sellado), o varrimento ou
241
Um caso particular muito interessante o do cast. recorrer - el recorrido (= gl-pt. percorrer - o percurso). Em
castelhano necessria neste caso a habilitaom do particpio de passado como substantivo para indicar a
aom e o efeito de percorrer (cast. recorrer fazer um deslocamento ao longo de), pois que o regressivo de base
latina recurso nesta lngua est pr-ocupado polo verbo recurrir (gl-pt. recorrer). Em galego, onde os verbos per-
correr (percurso) e recorrer (recurso) nom interferem entre si, o emprego de percorrido em vez de percurso consti-
tui, portanto, um flagrante castelhanismo e introduz umha aberraom num paradigma totalmente regular
(concorrer - concurso, decorrer - decurso, discorrer - discurso, recorrer - recurso, transcorrer - transcurso, etc.); polo con-
trrio, na nossa lngua percorrido est bem utilizado como particpio em frases como: na autoestrada deve pa-
gar-se o percurso percorrido.
242
Para afianar definitivamente este ponto, diga-se, p. ex., que o DHLP define o lavado como aom, mas s na
lngua corrente, e nom como processo ou operaom especializada. No campo mdico, esse dicionrio, com o
significado de operaom tcnica, apenas inclui a lavagem (lavagem do estmago, lavagem dos brnquios, etc.),
enquanto que consigna o lavado (p. ex., lavado brnquico, lavado gstrico, etc.) unicamente como produto ou
resultado da operaom tcnica ( PATOL. Lquido que, introduzido em rgo cavitrio e dele aspirado, pode
conter clulas cujas caratersticas contribuam para a feitura de diagnstico.).
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 139
a varredura (microscpio eletrnico de varrimento; Br. ~ de varredura; cast. el barrido, ingl. the
scanning), a vertedura (cast. el vertido), a vitrificaom (cast. el vitrificado), etc.
um bico de Bunsen ou queimador de Bunsen (nome do qumico alemm Robert Wilhelm Eberhard von
Bunsen, 18111899) ==> um bunsen (al. Bunsenbrenner, ingl. Bunsen burner)
um extrator de Soxhlet (nome do qumico alemm Franz Ritter von Soxhlet, 18481926) ==> um
soxhlet
um balom Kitasato (nome do bacteriologista japons Shibasaburo Kitasato, 18521931) ==> um
kitasato
um frasco de Erlenmeyer (nome do qumico alemm Emil Richard August Carl Erlenmeyer, 1825
1909) ==> um erlenmeyer
um prisma de Nicol (nome do fsico escocs William Nicol, 17681851) ==> um nicol
243
Nom confundir farad (unidade do S.I. que se identifica com a capacitncia ou capacidade de um con-
densador onde se cria a diferena de potencial de 1 V quando carregado com umha carga eltrica de 1 C,
smbolo F) com faraday (tb. constante de Faraday, quantidade de eletricidade necessria para libertar ou depo-
sitar eletroliticamente um equivalente-grama de eletrlito; equivale a 96.490 C).
140 - 18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO
244
O leitor interessado na origem dos nomes dos elementos qumicos pode consultar o artigo de Bermejo
(1999) ou o livro de Trueb (2005).
245
Os nomes galego-portugueses dos elementos qumicos (e de minerais) que provenhem de antropnimos
estrangeiros devem refletir a grafia da forma original com poucas alteraons (ex.: de Einstein, alemm [ ain-
tain], einstinio; de Rutherford, ingls [rfd], rutherfrdio; de Seaborg, ingls [si:b:g], seabrgio), embo-
ra haja algum caso de forma terminolgica nica que reflete certa adaptaom grafemtica ou fnica (assim, de
Lawrence, ingls [lrns], laurncio). A este respeito, consideremos o que afirma o DHLP (s.v. derivado): Os
termos derivados de nomes prprios estrangeiros com grafias estranhas ao portugus preservam, neste dicio-
nrio, as caractersticas da grafia original, de acordo com praticamente todas as convenes de simplificao
ortogrfica do portugus tentadas no Brasil e em Portugal: byroniano, kepleriano, beaufrtia, wagneriano, behavi-
orismo, moehrngia etc.; registram-se tb. as formas mais aportuguesadas, quando existentes, mas como entradas
remissivas (boemita: boehmita). A regra s quebrada no caso de vocbulos que desceram ao nvel zero da
lngua, popularizando-se: dlia (e no dahlia, embora este seja o nome do classificador, o botnico sueco A.
Dahl)..
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 141
246
Note-se como curiosidade que o nome desta vila sueca deu origem denominaom de quatro elementos
qumicos: rbio, itrbio, trio e trbio.
247
As denominaons azougue e argento-vivo (como a inglesa quicksilver; cf. al. Quecksilber), apesar de serem si-
nnimas de mercrio, polo seu sabor antigo (prprio da Alquimia), nom se utilizam atualmente num contexto
cientfico.
142 - 18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO
Nomes de microrganismos (com a terminaom -ela ou -ia), animais, doenas, tcnicas, instru-
mentos e remdios provenientes de antropnimos:
248
Consideremos os dous seguintes comentrios a propsito do termo banho-maria: Los antiguos alquimis-
tas solan poner sus obras al amparo del nombre de un personaje histrico, ya por acrecentar la celebridad o
para evitar las persecuciones, y as existe un Discurso de la muy sabia Mara sobre la piedra filosofal y un Tratado
de Mara la Profetisa, hermana de Aaron. Du Cange supone que el nombre bao de Mara, o sea aquel en que sir-
ve el agua de intermedio, recuerda el de la alquimista as llamada (Espasa-Calpe, s.v. Mara); bao de Mara,
bao Mara. La Academia registra as esta denominacin. No obstante, otros autores se han inclinado por es-
cribir bao (de) mara (con minscula) por creer que esta voz se deriva de ma har, que en rabe significa agua
caliente; por lo tanto, bao de mara equivaldra a bao de agua caliente. Otros autores creen que aqu la voz Ma-
ra proviene del nombre de la hermana de Moiss, a la que se atribuan obras de alquimia. (Martnez de Sou -
sa, Diccionario de tipografa y del libro, s.v. bao de Mara).
249
A denominaom bernardo-eremita (tb. eremita, casa-alugada, casa-roubada, paguro) refere-se a caranguejos
decpodes anomuros, os quais, para protegerem o seu abdome mole e desprovido de carapaa, se introduzem
nas conchas abandonadas de caracis marinhos.
250
Popular peixe dulciaqcola de aqurio, Lebistes reticulatus, originrio das Antilhas e do N da Amrica do Sul.
O seu nome deriva do do religioso de Trinidad que pola primeira vez enviou exemplares do peixe ao Museu
Britnico.
251
Hipocraz [m]: FARM., cordial feito com vinho, canela, acar, amndoas, etc.. Vejamos o que, a respeito da
etimologia de hipocraz, sustenta o Diccionari etimolgic i complementari de la llengua catalana (s.v. crter): Hip-
pocras, nom que es donava a lEdat Mitjana al fams metge grec Hippcrates; per la forma del mot es prestava
a la falsa etimologia - sota de e mescla, o que va donar lloc a la creena que Hipcrates havia in -
ventat tals barreges, i desprs saplic el seu nom a una delles.
252
Martinete: 1 Martelo grande e pesado, movido por gua ou vapor, e utilizado para distender barras de ferro e
malhar a frio o ferro ou o ao; 2 ZOOL. O gavim (e outras aves); 3 BOT. Flor amarantcea, semelhante ao pena-
cho dos grous.
253
Nnio (MAT./FS.): escala que se move ao longo de umha escala fixa, possibilitando a subdivisom na leitura
dessa escala. Em ingl. vernier, denominaom derivada de Paul Vernier, matemtico francs.
254
O nome do damasco, fruto do damasqueiro (Prunus armeniaca), provm do topnimo Damasco.
18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO - 143
255
Ainda que nom pertencem estritamente linguagem cientfica, nom podemos deixar de lembrar aqui os
numerosos topnimos habilitados que fam referncia a alimentos (vinhos, queijos, bebidas), como, p. ex.,
amontilhado, curaau, gruyre, porto, ribeiro, xerez, etc.
256
Bugia, em galego, significa pequena vela de cera (e tambm sonda para a uretra e fmea do macaco
bugio), mas nom, como em castelhano, pea dos motores de explosom onde se produz a fasca, pois esse
conceito expresso polo termo vela (de igniom).
257
Do galico-irlands (atravs do ingls) carragheen, alga vermelha comestvel da espcie Chondrus crispus,
prpria das costas rochosas da Amrica do Norte e do Norte da Europa, usada em bebidas, medicamentos e
geleias, e, como agente emulsivo e gelificante (E407), na elaboraom de diversos alimentos de sobremesa e be -
bidas.
258
Segundo o opsculo La asombrosa historia de la Aspirina (Aspirin Foundation, Londres, 1981), os cientistas
que estudrom os cidos saliclico e acetilsaliclico para a casa Bayer propugrom que o nome comercial de -
bera registrar la derivacin del cido saliclico de la familia de plantas Spiraea y por tanto la slaba spir. De-
lante colocaron la vocal a (para sealar el proceso de acetilacin que converta el cido saliclico en cido ace -
tilsaliclico). Nadie parece conocer la razn de las letras finales (p. 6).
259
Nom confundir frmica com formica (doena herptica).
260
Nome proveniente do alemm Heroin (< lat. heros heroi), patenteado pola casa Bayer.
144 - 18. NEOLOGIA DE SIGNIFICADO
APROPRIAOM
65. Um fenmeno contrrio, em certo sentido, ao da habilitaom o da apropri-
aom, em virtude do qual nomes comuns passam a nomes prprios atravs de umha mu-
dana semntica. Exemplos de apropriaom som os seguintes (alguns j registados em
latim)261:
asfalto (QUM. ORG.), asfaltar, asfaltagem, asfltico (p. ex. cimento asfltico) ==> Asfltico (lago de Jeric e Zo-
aran; o famoso historiador Josefo, 35 dC, llama al mar Muerto Lago del asfalto (
)262, porque o asfalto da Palestina tinha grande fama)263.
brasil (BOT./COR.)264 ==> Brasil (topnimo a que deu o nome a planta Caesalpinia echinata, de nome vern-
culo galego-portugus pau-brasil ou brasil, com tronco vermelho, abundantssimo neste pas do novo
continente, o que fijo com que os primeiros marinheiros portugueses que desembarcrom nas suas
costas, vendo o horizonte completamente vermelho, o denominassem Brasil).
cesariana (CIR.; lat. caesareus, de lex caesarea)265 ==> Csar Caio Jlio (o facto de que nascesse por cesariana
ajudou a popularizar a expressom).
esmeralda ==> Monte Esmeralda (Smaragdus, Jebel Cebara, montanha do Alto Egito, perto da costa do Mar
Vermelho, a que drom o nome as grandes minas de esmeraldas).
261
Alm dos numerosos exemplos que podem ser aduzidos no domnio da onomstica, baseados na apropria-
om de, por exemplo, nomes de animais e plantas como apelidos (Ameixeiras, Coelho, Corvacho, Gato, Lavan-
deira, Lobato, Maaira, Nespereira, Pereira, Troitinho, etc.; cf. Monterroso Devesa, 1990).
262
Enciclopedia de la Biblia, ed. Garriga, Barcelona, I, 1963, s.v. asfalto.
263
Alguns etimologistas pretendem fazer derivar o termo asfalto do topnimo Asfaltites: lasfalto citato da
antichi scrittori (Dioduro Siculo, Plinio, Isidoro di Siviglia) che stupivano di fronte a questa misteriosa sostan -
za che galleggiava sulle acque del lacus Asphalticus, fra Gerico e Zoaran. Il lago asfaltico oggi noto come Mar
morto, Dizionario storico di deonomastica, s.v. asfalto. Em hebraico, a denominaom do Mar Morto era Yam
ha-melakh, ou seja, mar do sal; em latim asphaltus significa betume (cf. betume da Judeia).
264
Note-se o derivado brasilina (COR.).
265
Segundo The New Encyclopaedia Britannica, s.v. cesarean section, pouco conhecida a origem do termo e a
histria do procedimento da cesariana. De acordo com Plnio e outras fontes antigas, o procedimento toma o
nome de um ramo da antiga famlia romana Jlia, cujo apelido, Csar (lat. caedere cortar) se origina a partir de
um nascimento por este meio. Contudo, certos historiadores modernos sustentam que o procedimento e o
nome derivam da lex regia romana, um de cujos decretos, estabelecido durante o reinado (715673 aC) de
Numa Pompili e que continuou vigente durante o reinado dos Csares (lex caesarea), indicava o corte abdomi-
nal da mulher que tivesse falecido num estdio avanado da gravidez.
19. NEOLOGIA DE FORMA. GENERALIDADES
66. A neologia de forma, que constitui o mbito mais fecundo da terminologizaom
no campo cientfico, consiste em criar novas unidades lexicais partindo de elementos
do sistema morfolgico da prpria lngua ou das lnguas clssicas (grego e latim). Os
procedimentos da neologia de forma som a derivaom, a composiom, a abreviaom ou
braquigrafia, a criaom onomatopeica, a analogia e a designaom livre. Antes de comear a
estudar pormenorizadamente cada um destes procedimentos, consideraremos aqui
umha srie de aspetos gerais que dim respeito morfologia dos termos.
Do ponto de vista morfolgico, os termos cientficos podem classificar-se em sim-
ples, derivados, compostos, parassintticos ou sintagmticos 266:
DERIVAOM
67. Como sabido, os termos como qualquer palavra podem ser primitivos
(tambm denominados simples) ou derivados. Um termo propriamente derivado
aquele em que se pode separar um elemento radical (dito tambm, simplesmente, ra-
dical, ou ainda raz ou palavra primitiva) de um ou mais elementos derivativos (denomi-
nados em conjunto afixos e, em particular, sufixos). Entendemos por radical um ele-
mento lingstico comum separado espontaneamente mediante a comparaom com
umha srie de palavras aparentadas e que porta a ideia comum a todas elas.
Ora, existe umha derivaom imprpria, consistente em atribuir funons lingsticas
novas a umha palavra sem lhe mudar a11 forma, que j tratmos no captulo dedicado
neologia de significado sob a epgrafe de conversom ou habilitaom semntica.
Alm disso, existe a chamada derivaom regressiva, que afeta umha srie de termos
truncados a partir do infinitivo do verbo (denominados termos ps-verbais ou deri-
vados regressivos). Cumpre, alis, nom confundir a derivaom com a flexom (mudanas
na terminaom que sofrem as palavras conforme o gnero, o nmero ou a conju -
gaom verbal); o estudo da flexom mais prprio das gramticas que de um manual
sobre lxico.
COMPOSIOM
68. Pode-se definir a composiom como a uniom de dous ou mais elementos, seja
um prefixo e um termo, sejam dous ou mais termos entre eles, para formarem um outro
termo com autonomia morfolgica e semntica. Na formaom do lxico cientfico
ocupam um lugar destacado os denominados recompostos ou compostos de formaom eru-
dita, que resultam da combinaom de radicais (ou formas afixadas) greco-latinos.
266
Desde j advertimos que nesta monografia consideramos conjuntamente, e de um ponto de vista sincrni -
co, os derivados e compostos criados em galego-portugus e os criados j em grego e em latim.
145
146 - 19. NEOLOGIA DE FORMA. GENERALIDADES
TIPOS DE AFIXOS
69. Um afixo umha partcula adida a umha palavra para compor umha outra de signi-
ficaom diferente.
Os afixos dividem-se em prefixos, sufixos e infixos, segundo se associarem no princpio,
no fim ou no interior de um termo, respetivamente.
69.1. Prefixos
Um prefixo (do lat. praefixus, particpio passado de praefigere colocar frente) um
morfema que se acha ao comeo de umha unidade lexical e que lhe modifica o sentido.
Os prefixos propriamente ditos costumam ser preposions ou advrbios que podem
agir independentemente (como a preposiom latina inter, que encontramos no lat. inter-
nodium, e a galega entre, que aparece no seu equivalente gl-pt. entren268).
Tambm podem agir como prefixos determinados adjetivos gregos com as modifica-
ons oportunas (p. ex.: gr. falso > pseudo-, da pseudoparnquima, etc.). Por outro
lado, h prefixos que apenas existem como elementos da composiom (p. ex.: ambi-, dis-,
re-). Note-se que, por vezes, pode encontrar-se mais de um prefixo fazendo parte de um
termo, como acontece no adjetivo indecomponvel, em que concorrem os prefixos in-, de- e
com- sucessivamente.
Normalmente, o facto de se antepor um prefixo a um termo nom envolve mudana de
categoria gramatical: psicologia (substantivo) ==> parapsicologia (substantivo), deslizante
(adjetivo) ==> antideslizante (adjetivo), aquecer (verbo) ==> preaquecer (verbo). Contodo,
regista-se algumha exceom: spala (substantivo) ==> asspalo -a (adjetivo).
Em benefcio da homogeneidade, os prefixos gregos deveriam adir-se unicamente a
palavras de origem grega, e os latinos somente a palavras de origem latina; quando isto
nom se cumpre, ou seja, quando um elemento do composto grego e o outro latino, as pa-
lavras denominam-se hbridas. Exemplos:
267
Por exemplo, a partir de vis (ESTATST., cast. sesgo, ingl. bias), por adjunom do prefixo en- e do sufixo verbal
-ar, forma-se por parassntese o verbo enviesar.
268
Outro exemplo de par de prefixos latim/galego som: supra, super/sobre: supra-axilar, superciliar, sobrevivn-
cia.
19. NEOLOGIA DE FORMA. GENERALIDADES - 147
grego + grego
hipogstrio (< baixo + - estmago, ANAT. ANIM.)
parasselnio (< ao lado de + Lua, METEOR.)
latim + latim
extracelular (extra fora + cellula, dim. de cella cela, compartimento, CIT.)
obnubilaom (ob diante + nubilus nevoeiro, nebuloso)
69.2. Sufixos
Um sufixo (do lat. suffixus, particpio passado de suffigere fixar) um morfema adido
no fim de um termo que determina o significado, o gnero e o carter gramatical do deri-
vado.
Em geral, o facto de se adir um sufixo acarreta mudana da categoria gramatical do
termo, fenmeno que pode denominar-se transcategorizaom.
A transcategorizaom concretiza-se em quatro casos:
Cumpre advertir que na formaom de derivados nom propriamente lexicais, mas que
exprimem intensidade (diminutivos e aumentativos) ou aspeto (pejorativos ou deprecia-
tivos), nom se d o fenmeno da mudana de categoria, pois a qualidade do termo nom
269
Os advrbios em -mente costumam incluir-se entre os derivados porque hoje se sentem com esse valor, mas,
originariamente, trata-se de palavras compostas resultantes da combinaom de um adjetivo feminino e do
ablativo latino mente.
148 - 19. NEOLOGIA DE FORMA. GENERALIDADES
varia (v. 70). Exemplos: glob- (< globo, subst.) + -ulo ==> glbulo (subst.); cid- (< cido,
adj.) + -ulo ==> acdulo (adj.).
Tambm deve ter-se em conta que h sufixos que integram nomes populares, outros
que integram nomes cultos e, finalmente, outros que integram tanto nomes populares
como cultos. Exemplos: 1 populares: -eiro, -enho: ferreiro, ferrenho; 2 cultos: -ico: frrico; 3
populares e cultos: -oso: ferroso, ferruginoso.
69.3. Infixos
Como os infixos som prprios da linguagem popular, encontram-se poucos no nosso
campo e, precisamente, em palavras de tipo popular. Exemplos: -ig-, -l-: fum-ig-ar (de
fumo), cha-l-eira (de ch).
149
150 - 20. DERIVAOM
massa de vidraceiro (do cast. masilla), pastilha (forma farmacutica), rabilho (atum
Thunnus thynnus)271, rastilho (cast. reguero (de plvora), mecha), etc.
-im, -ina: barretina (de barrete), lagostim272 (espcie Nephrops norvegicus; cast. cigala, ingl.
Norway lobster; de lagosta), selim (de sela), etc.
-inho, -inha (nalgum dos seguintes exemplos, diminutivo lexicalizado)273: colarinho, do-
ninha (Mustela spp.), estrelinha (Regulus spp.), falanginha (tb. falange mdia), tominho
subarbusto Thymus vulgaris (Pt.+Br. tomilho), etc.
-olo, -ola (cf. -olo
, -ola
; cf. -olo, -ola aumentativos): bandeirola, corriola (planta convolvu-
lcea dos gneros Convolvulus ou Calystegia), germolo rebento, portinhola, etc.
-ote, -ota, -oto: baleota, baleote, calota (polar, craniana), filhote (sin. cria), ilhota (de Lan-
gerhans, p. ex.; tb. ilhu), perdigoto, etc.
-elo, -ela (lat. -ellus, -ella, -ellum): columela, flagelo (< lat. flagrum chicote, azorrague), la-
mela (para preparaons microscpicas; tb. lamnula; dim. do lat. lamina), lenticela, ocelo
(lat. ocellus, dim. de oculus olho), organelo (CIT., organelo citoplasmtico; tb. orga-
nito)274, pedicelo, vitelo, etc.
-culo, -cula (lat. -iculus, -icula): accula, lentcula, ossculo (do ouvido mdio, p. ex.), pan-
culo, retculo, etc.
-ilo, -ila (lat. -illus, -illa, -illum): bulbilo (dim. de bulbo; tb. bulbilho), fibrila (dim. de
fibra; tb. fibrilha), sensila (tb. sensilha), etc.
-ite, -ito (gr. -, sufixo usado em Biologia para formar nomes de realidades anatmicas
e citolgicas elementares ou de pequenas dimensons): dendrite (tb. dendrito; gr.
< rvore), esclerito, esporozoto (gr. animal), esternito, mero-
zoto (gr. parte + animal), organito (tb. organelo), somito, tergito, etc.
Tambm em Mineralogia: cristalito estdio inicial de cristalizaom de um magma.
-olo
, -ola (lat. -olus, -ola, -olum): arterola (relativo a artria), centrolo (relativo a centro),
arola (relativo a rea), bractola, drupola, rosola (PAT., relativo a rosa), traquola (rela-
tivo a traqueia), etc.
-ulo
, -ula
(lat. -ulus, -ula), sufixo para formar termos de sentido especializado, sempre a
partir de umha base latina: animlculo animal microscpico, corpsculo (FS., de corpus
corporis corpo), flsculo (BOT., de flos floris flor), glomrulo (ANAT., de glomus glomeris
271
Alm do atum-rabilho (Thunnus thynnus; cast. atn (rojo), ingl. bluefin tuna), os tundeos (atuns) de maior
importncia comercial som: a albacora (Thunnus albacares; cast. rabil, atn claro, ingl. yellowfin tuna), o (atum)-
gaiado ou listado (Euthynnus pelamis; cast. listado, ingl. skipjack), o atum-patudo (Thunnus obesus; cast. patudo,
ingl. bigeye tuna), o atum-voador ou, popularmente, bonito (Thunnus alalunga; cast. albacora, atn blanco, boni-
to del Norte, ingl. albacore, white tuna) e a merma (Euthynnus alletteratus; cast. bacoreta, ingl. little tunny, little tuna).
Aos tundeos tambm pertence Sarda sarda, de nome vernculo galego-portugus bonito ou sarrajom (cast. bo-
nito, ingl. bonito)
272
Lagostim-do-rio: crustceo malacstraco decpode de gua doce (gneros Astacus e Cambarus; cast. cangrejo
de ro, ingl. crayfish, crawfish), raro na Galiza, mas abundante noutras regions peninsulares.
273
As terminaons -inho e -inha nom tenhem carter diminutivo, entre outras, nas seguintes palavras: andori-
nha, arminho, cominho, espinha, espinho, monho, torvelinho.
274
A forma *organela, construda a partir do plural latino organella, est incorreta.
20. DERIVAOM - 151
novelo), grnulo (de granu grao), lamnula (para preparaom microscpica; tb. la-
mela), lnula (do lat. luna, figura geomtrica), vescula (CIT., de vesica bexiga), etc. O su-
fixo -ula especializou-se no campo da Embriologia (com o valor diminutivo denotativo
de estado embrionrio) e acrescenta-se a razes de palavras de origem latina ou grega:
blstula, gstrula, mrula, plnula (ZOOL., fase larvar), etc.
-ao, -aa, -ia275: carnaa, carnia, sargao, fumaa, rabia, vidraa, etc.
-az: agraz, carnaz, cartaz, duraz, lobaz, montaraz, pratarraz, torcaz (do lat. torquace torque,
colar; aplicado palavra pombo para denotar Columba palumbus, o pombo-torcaz, pola
mancha em forma de colar que apresenta no pescoo), vivaz di-se de planta que apre-
senta rizoma, tubrculo, bulbo ou raz tuberosa que emite gemas a cada ano, etc.
-olo, -ola (cf. -olo, -ola diminutivos): caranguejola, fumarola, galinhola, patola, etc.
-om, -ona: abelhom276, arrastom embarcaom de pesca que reboca umha rede de arrastar,
fogom, foguetom277, longueirom bivalve Ensis siliqua, saltom, vespom, etc.
-ada, -ado (agrupamento): enxurrada, folhada conjunto de folhas cadas no solo das flo-
restas que formam umha camada (humfera) (tb. manta (morta); cast. hojarasca; ingl.
leaf-litter), galhada cornos de ruminantes / armaom dos veados, teclado, trovoada, etc.
-om (agrupamento): nervaom conjunto de nervuras ou veias das folhas de umha
planta ou das asas de um inseto, tubulaom conjunto de tubos, venaom conjunto de
veias ou nervuras, etc.
-agem: cablagem conjunto ou instalaom de cabos (eltricos) (a partir do fr. cble), pe-
lagem, plumagem, tubagem conjunto ou instalaom de tubos; este sufixo tambm se
aplica a termos de tipo tcnico, com valor coletivo, de grandeza fsica ou outros: enfer-
magem, ensamblagem (tb. ensambladura), tonelagem, voltagem (de volt < Volta, Ales-
sandro, 17451827), etc.
275
Mas em robalia (de robalo peixe Dicentrarchus labrax), o sufixo -ia tem valor diminutivo.
276
O termo abelhom pode designar: 1 o macho ou zngao das abelhas (gnero Apis); 2 diversas espcies de hi-
menpteros sociais, de grande tamanho e de corpo recoberto de pelos, que pertencem ao gnero Bombus (fa-
mlia Apidae). Nesta segunda aceom, na Galiza abelhom fai-se sinnimo de abesouro, ainda que, em Portugal e
no Brasil, besouro denota qualquer coleptero (Gz. escaravelho).
277
Foguetom: veculo que propulsionado pola impulsom obtida da reaom da matria ejetada, previamente
acumulada no seu interior, utilizado principalmente para transportar satlites artificiais e lan-los numha de -
terminada rbita, para exploraom do espao csmico, etc.
152 - 20. DERIVAOM
-al (lugar plantado de, comunidade vegetal; conjunto de): carvalhal, cravelhal con-
junto de cravelhas (tb. cravelhame), fental (Pt.+Br.: fetal), fiunchal (Pt.+Br.: funchal),
olival, tojal, etc.; instrumental, etc.
-ame, -mia/-ama, -ume/-men: cerume/cermen, cravelhame (tb. cravelhal), cheirume,
dentmia (tb. dentama), madeirame, ossmia (tb ossama), pelame, etc.
-aria (atividade): olaria, ourivesaria, perfumaria, pescaria278, tinturaria, etc.
-dura: dentadura, galhadura cornos de ruminantes / armaom dos veados, tubuladura
conjunto de tubos, etc.
-edo: arvoredo, azevedo, figueiredo, rochedo, vidoedo, etc.
-eiro, -eira: carvalheira, corujeira, formigueiro, gesteira, pedreira, poeira, silveira, termiteiro (Br.
cupinzeiro), urzeira, etc.
-elo (lugar plantado de): ervedelo (de rvedo ou medronheiro), sargadelo (de sarga), etc.
-menta, -mento: armamento, ferramenta, ossamenta, travejamento, etc.
-rio (lat. -arium, exprime coletividade, nome de continente, etc.): animalrio, apirio (do
lat. apis abelha), aqurio (do lat. aqua gua), documentrio filme que serve de docu-
mentaom (cf. adj. documental), herbrio, planetrio (lat. planetarium), oceanrio, ser-
pentrio, termitrio (tb. termiteiro), terrrio, etc.
-oma (a partir de genoma): cnidoma conjunto de cnidas de um cnidrio, genoma con-
junto de toda a informaom gentica de um organismo, plastidoma conjunto dos
plastdios de umha clula, proteoma conjunto de todas as protenas expressas polo ge-
noma, transcriptoma conjunto dos ARNm transcritos a partir do genoma, vacuoma
conjunto dos vacolos de umha clula, etc.
-tura: ciliatura conjunto de clios de umha clula ou organismo, corporatura279, folheatura
(BOT., maneira como se disponhem as folhas nas gemas ou como se apresentam as fo-
lhas novas no incio do desenvolvimento), ossatura, etc.
-eiro, -eira (rvore que produz fruto / estrutura que contm): ameixeira, bacalhoeiro
(navio), baleeiro (p. ex., embarcaom baleeira), cafeeiro (gn. Coffea), castanheiro, ge-
leira280, hospedeiro (de um parasita), macieira, nespereira, pesqueiro regiom do mar onde
278
Nom confundir pescaria (cast. pesquera, ingl. fishery) com pesqueiro (cast. caladero, ingl. fishing ground,
fishery). O primeiro termo, pescaria, designa a indstria e comrcio pesqueiros (ou das pescas) sediados
numha dada regiom e que exploram um dado recurso; o segundo termo, pesqueiro, denota a regiom do mar em
que abunda um dado recurso (em que se abriga umha determinada espcie) que explora umha pescaria, umha
frota, etc.
279
Exemplo de uso: [O hipoptamo-anao] Distingue-se do hipoptamo-vulgar, principalmente, nom s
pola menor corporatura (comprimento c. 1,75 m, altura 0,751 m, peso 160240 kg) [...]. ( ELBC: s.v. hipo-
ptamo).
280
Geleira: 1 GEOL. Amontoamento de gelo (que pode deslocar-se), nas regions em que a queda de neve ultra-
passa o degelo, glaciar; 2 grande acmulo natural de gelo; 3 cavidade, nas altas montanhas, onde se forma gelo;
20. DERIVAOM - 153
umha dada espcie pescada, pessegueiro, pilriteiro (tb. estrepeiro, espinheiro-alvar; gn.
Crataegus), etc.
(lat. -ius, -ia), que indica sobretodo gneros de microrganismos, plantas ou animais (es-
-ia
pecialmente, denominaons derivadas de antropnimos): babsia (gn. de protozo-
rios Babesia, de Victor Babe, 18541926, mdico e bacteriologista romeno), begnia
(gn. de plantas Begonia, de Michel Bgon, sc. XVII, governador de Sam Domingos),
theilria (gn. de protozorios Theileria, de Arnald Theiler, 18671936, microbilogo
suo), etc.
(gr. -): eflide mancha na pele exposta luz, eplide tumor, hidtide larva / quisto
-ide
/ tumor, etc.
-ico especialista numha disciplina cujo nome finda em -ica: botnico -a (de Botnica),
, -ica
fsico -a (de Fsica), gentico -a (de Gentica)281, informtico -a (de Informtica), matem-
tico -a (de Matemtica), qumico -a (de Qumica), etc.
-ismo (lat. -ismus), sufixo que tanto pode aplicar-se a nomes comuns como a nomes pr-
prios. Consideremos alguns exemplos classificados:
-ista (lat. -ista), sufixo que serve para indicar pessoa que segue umha determinada dou-
trina ou ideologia ou pessoa especialista numha disciplina ou que exerce umha deter-
minada profissom ou especialidade. Exemplos:
1. Derivados de termos que nom denotam especialidade ou, se a denotarem, que nom
findam em -logia: alquimista (de Alquimia), anatomista (de Anatomia), anestesista (de anes-
tesia; cf. anestesiologista), calista (de calo dureza, sin. de pedicuro), cientista (de cincia), natu-
ralista especialista em Cincias Naturais, esp. Botnica, Zoologia e/ou Geologia (cf. natu-
rista), taxonomista (de Taxonomia; raro: taxlogo), etc.
281
A denominaom correta do, ou da, especialista em Gentica , portanto, gentico -a; na bibliografia luso-bra-
sileira (e tambm na escrita em castelhano), por decalque do ingl. geneticist, v-se freqentemente geneticista,
mas esta soluom deve ser considerada barbarismo censurvel.
282
Nom confundir com darwiniano relativo ou pertencente ao darwinismo: v. 88.1.
283
Observemos que ainda existem, com este significado, outras terminaons: o sufixo, acima tratado, - ico/-ica
(matemtico, etc.), gemetra especialista em Geometria, polmata versado em muitas cincias, sistemata espe-
cialista em Sistemtica...
20. DERIVAOM - 155
Substantivos abstratos
82. A seguir expom-se um conjunto de substantivos abstratos, de tipo erudito ou po-
pular, que provenhem todos de adjetivos. Esta enunciaom segue a ordem alfabtica
dos sufixos.
-eira (sufixo popular que forma nomes abstratos que denotam qualidade, condiom
ou estado): canseira (de cansado), cegueira (de cego), coxeira (de coxo), rouqueira (de
rouco), etc.
-ez, -eza, -ice (lat. -itia; forma nomes abstratos que indicam qualidade, condiom,
etc.): acidez (qualidade de cido), curteza (de curto), fetidez (de ftido), fraqueza (de
fraco), grandeza (fsica) (de grande; cf. cast. magnitud), gravidez (de grvida, cast. emba-
284
Em galego, para denotar especialista em Xlogia concorrem as terminaons -logista e -logo /-loga (estomatolo-
gista,podlogo -a). Exceto (cf. DHLP) nos poucos casos em que apenas possvel a terminaom -logo /-loga (ge-
logo -a, lexiclogo -a, podlogo -a, telogo -a, etc.), ou naqueles mais numerosos em que som possveis as duas,
mas predominam as soluons findas em -logo /-loga (antroplogo -a e antropologista, bilogo -a e biologista,
eclogo -a e ecologista, zologo -a e zoologista, etc.), a terminaom mais produtiva parece ser -logista, a qual
pode ocorrer, nom raro, como soluom nica (citologista, estomatologista, histologista, mineralogista, otorrinola-
ringologista, urologista, anestesiologista, climatologista, etc.) ou como soluom preferente (carcinologista e car-
cinlogo -a, criminologista e criminlogo -a, entomologista e entomlogo -a, ginecologista e gineclogo -a,
liquenologista e liquenlogo -a, malacologista e malaclogo -a, meteorologista e meteorlogo -a, odonto-
logista e odontlogo -a, ornitologista e ornitlogo -a, paleontologista e paleontlogo -a, parasitologista e
parasitlogo -a, vulcanologista e vulcanlogo -a, etc.). A predominncia da terminaom -logista sobre -logo /-
loga muito pronunciada quando se trata de denotar o praticante de umha especialidade (mdica), por oposi -
om ao cientista propriamente dito (cf. DHLP: s.v. -logista), como, por exemplo, na oposiom dermatologista m-
dico ou mdica que trata afeons da pele / raro: dermatlogo -a investigador(a) no campo da Dermatologia.
285
Ecologista ou eclogo o especialista na disciplina cientfica da Ecologia. Nos ltimos tempos regista-se em
galego, por influncia do castelhano, a tendncia para especializar o termo ecologista com o significado de pes-
soa ou grupo que advoga o ecologismo ou ambientalismo, isto , a defesa e conservaom do meio natural frente
poluiom e degradaom ambientais, mas, nesse sentido, deve dar-se preferncia ao termo ambientalista.
156 - 20. DERIVAOM
razada), incerteza (de incerto; cf. cast. incertidumbre), meninhice (de meninho; Pt.+Br.:
meninice), morbidez ou morbideza (de mrbido doente; v. infra morbilidade), mudez (de
mudo), surdez (de surdo), translucidez (de translcido), velhice (de velho), etc.
-ia (este sufixo tnico, de tipo popular ou erudito, forma nomes abstratos que ex-
primem qualidade, estado e, freqentemente, doena): afasia (de afsico), ardentia
(de ardente)286, arritmia (de arrtmico), atonia (de atnico), caquexia (de caqutico), etc.
-idade (lat. -itas -itatis; sufixo de tipo erudito que forma nomes abstratos com o sen-
tido de qualidade, propriedade, estado, etc.)287: absortividade (qualidade de absor-
tivo; PT., absorvncia especfica; cf. absorvidade), mobilidade (de mvel)288, morbili-
dade289 (v. supra morbidez(a)), raridade, etc. Terminam em -ilidade os termos subs-
tantivos derivados de adjetivos findos em -il : contratilidade (de contrtil), ductilidade (de
dctil), etc.
-idom (lat. -itudo -itudinem; sufixo popular que forma nomes abstratos que exprimem
a ideia de qualidade [tb., com outra constituiom, multidom e solidom ou solitude]; cf.
-itude): amplidom (de amplo; tb. amplitude), aptidom (de apto; tb. aptitude), exatidom
(de exato), vastidom (de vasto), vermelhidom (de vermelho), etc.
-itude (lat. -itudo -itudinem; sufixo erudito que forma nomes abstratos que exprimem
qualidade, grau, distncia, etc.; cf. -idom): acritude, altitude (de alto), amplitude, lati-
tude (sobre a base do lat. latus amplo), longitude (v. 213: comprimento ou longura),
etc.
-ismo (lat. -ismus; sufixo de tipo erudito que, aplicado a radicais adjetivos, costuma
empregar-se em terminologia mdica com o sentido de tendncia para ou afeom, e
forma termos relacionados com um adjetivo findo em -ico , -ica
): artritismo disposiom
do organismo a sofrer artropatia (de artrtico), reumatismo conjunto de afeons acom-
panhadas, entre outras manifestaons, de dores nos msculos, nas articulaons e nos
tendons (de reumtico), sadismo modalidade de comportamento sexual (de sdico, a
partir de marqus de Sade290), etc.
-or (sufixo de tipo popular que forma nomes abstratos que exprimem qualidade):
amargor, ardor, dulor, negror, etc.
-ose (gr. -; sufixo de tipo erudito que forma termos do campo da Patologia M-
dica): acidose autointoxicaom orgnica (de cido), arteriosclerose esclerose ou endu-
recimento das artrias (de arteriosclertico), etc.
-ume (sufixo popular que forma substantivos abstratos, sempre do gnero masculino,
que indicam qualidade, estado, etc.)291: azedume sabor acre / acidez do estmago
(de azedo), negrume escuridade, trevas (de negro), etc.
286
Ardentia: 1 fosforescncia martima; 2 ardor.
287
Separam-se algo deste esquema os derivados findos em -iedade (a partir de adjetivos findos em -io: arbi-
trariedade [de arbitrrio], propriedade [de prprio], solidariedade [de solidrio], variedade [de vrio], etc.), em -ei-
dade (diafaneidade, heterogeneidade, homogeneidade, etc.) e divindade (de divino), trindade (de trino) e virgindade
(de virgem).
288
Nalguns casos como o de mvel mobilidade, o derivado nom se forma a partir do adjetivo patrimonial,
mas a partir do eruditismo latino, polo que surgem irregularidades. Mais exemplos deste fenmeno som: geral
generalidade, maduro (tb. maturo, imaturo BIOL.) maturidade, pessoal personalidade.
289
No DHLP, morbidade. Trata-se da relaom entre o nmero de casos de doena e o nmero de habitantes de
um aglomerado populacional.
290
Ou seja, Donatien Alphonse Franois Sade (17401814), escritor francs; o termo sadismo, introduzido
por Richard von Krafft-Ebing (18401902), deve-se ao facto de algumhas personagens da obra de Sade tipi-
ficarem este comportamento sexual.
291
V. 86.1: sufixo -ume para formar deverbais (curtir > curtume, urdir > urdume, etc.).
20. DERIVAOM - 157
-ura (lat. -ura; forma palavras que denotam grandeza, dimensom, medida): altura
(de alto), alvura (de alvo), doura (de doce), espessura (de espesso), grossura (de grosso),
largura (de largo, cast. ancho, anchura), longura (de longo; sin. de comprimento; v.
213: longitude), etc.
Diminutivos especializados
83. Tambm derivam de adjetivos certos substantivos em -ete, -eta, em -inho, -inha e em
-olo, -ola, os quais formam termos diminutivos que adquirem um valor especializado.
-ete, -eta (lat. -ittus, -itta; sufixo de tipo popular, originariamente com valor diminutivo,
que forma nomes distintivos ou prprios a partir de nomes de cores): branqueta certo
tipo de tecido ou pano (de branco), verdete carbonato ou acetato de cobre que se
forma por alteraom da superfcie de objetos de cobre (de verde), etc.
-inho, -inha (tb. -ilho, -ilha, -ito, -ita; sufixos de tipo popular, na origem diminu-
tivos, que formam substantivos a partir de adjetivos cromticos): negrilho olmo, ne-
grinha certa espcie de pxaro / certa planta herbcea da famlia das Ciperceas, ne-
grinho certa variedade de uva tinta, negrita tipo de traos muito mais fortes do normal,
usado em destaques tipogrficos, vermelhinho pxaro Carduelis cannabina (tb. pin-
tarroxo), etc.
-elhom, -ilhom, -olo (a partir de nomes de cores): verdelhom ou verderolo (pxaro Car-
duelis chloris), etc.
Deverbais regressivos
85. Os deverbais regressivos (denominados tambm derivados imprprios, derivados
ps-verbais) som aqueles que surgem por truncamento de um verbo sem que se produza a
adjunom de qualquer verdadeiro sufixo (embora sim de algumha terminaom especial).
Os deverbais regressivos galegos findam em -a, -e, -eio e -o (exemplos: alcanar > alcance, ar-
quear dobrar em arco > arqueio, bloquear > bloqueio, cevar > ceva [tb. cevagem], degelar > de-
gelo, derivar > deriva [deriva gentica, p. ex.], enxertar > enxerto, escapar > escape, girar > giro,
rastrear > rastreio). Revela-se de interesse considerarmos a seguir alguns casos em que o ga-
lego fai uso de derivados regressivos que desconhece o castelhano e, ao contrrio, alguns
casos em que o galego nom recorre aos regressivos, enquanto sim o fai o castelhano.
292
Na bibliografia sobre Morfologia, o termo deverbal por vezes fai-se sinnimo de derivado verbal regressivo,
aceom restrita que aqui desconsideramos.
158 - 20. DERIVAOM
duto de excreom do metabolismo, p. ex.; tb. despejamento; cf. cast. vertido de residuos),
desviar > desvio (p. ex.: desvio-padrom; cast. desviacin tpica), empuxar [como sinnimo
de empurrar; cf. puxar] > empuxo293 (cast. empuje), fabricar > fabrico (tb. fabricaom),
mergulhar > mergulho, ordenhar > ordenha (tb. ordenhaom, mungida, mungidura; cast. or-
deo), piorar > piora (tb. pioramento), pousar > pouso (de um helicptero ou balom, p.
ex.; sin. descida, cast. descenso), preparar > preparo (tb. preparaom), recuar > recuo (tb. re-
cuada, de umha arma, p. ex.; cast. reculada), regar > rega (junto com irrigaom, no m-
bito da Agricultura; cast. riego)294, restaurar > restauro (tb. restauraom), salgar > salga
(tb. salgaom, salgadura; cast. salado, salazn), etc.295
293
Empuxo: 1 ASTR. Fora exercida num veculo reaom na direom do seu movimento, e resultante da eje-
om de gases da combustom, ou de ions, ou de fotons; 2 FS. num corpo imerso num fluido, sujeito aom da
gravidade, fora que age para cima com mdulo igual ao peso do volume do fluido deslocado polo corpo, em-
puxo arquimediano.
294
No campo da Fisiologia, com referncia circulaom sangnea local de um rgao ou tecido, h de empre -
gar-se unicamente o termo irrigaom (cf. cast. riego sanguneo).
295
O caso de curar particular, porque em galego s dispom de derivado regressivo (cura), enquanto em cas-
telhano existe um derivado regressivo e outro progressivo (cast. cura ou curacin).
296
Observe-se que este uso corresponde a umha operaom tcnica; quando se trata da mera aom (e efeito)
de arquear, no sentido de dobrar em forma de arco, emprega-se o regressivo arqueio.
20. DERIVAOM - 159
Deverbais progressivos
86. Entendemos por deverbais progressivos aqueles substantivos derivados de verbos
que se formam por intervenom de um verdadeiro sufixo. Distribuimo-los em dous
grupos, segundo designarem 1) aom e efeito ou operaom tcnica, e 2) agente, instru-
mento (de umha operaom tcnica)297.
-agem (lat. -aticum; sufixo de tipo popular, muito produtivo, que equivale freqentemente
ao castelhano -ado na habilitaom de particpios de passado): amostragem, aterragem,
calandragem, clonagem, contagem, cromagem, curetagem, descolagem, desfasagem (tb. desfa-
samento), dosagem e sobredosagem (tb. doseamento; do verbo dos(e)ar, cf. dosificar), ensi-
lagem (tb. silagem), escalagem (do peixe), escovagem (cast. cepillado), filetagem (do peixe,
p. ex.), filmagem, focagem, lavagem, moagem (tb. moedura e moenda), pesagem (tb. pe-
sada), prensagem, raspagem, secagem, soldagem (tb. soldadura), sondagem, tiragem (edito-
rial; cast. la tirada), etc.300
-om (lat. -tionem; com as variantes -som, -tom e -xom): sufixos de tipo popular que, pre-
sentes em vocbulos cultos e especializados, exprimem a aom do verbo e o resultado
ou efeito desta aom (ou operaom tcnica). Distinguimos entre os termos que nom
apresentam vogal temtica e os que sim a tenhem: -aom (tema latino em -a-) e -iom
(tema latino em -i-).
297
Um outro grupo de substantivos deverbais progressivos, mas de somenos importncia para a linguagem ci-
entfica, o constitudo polos nomes findos em -doiro (Pt.+Br. tb. -douro) que indicam lugar onde se exerce a
aom denotada polo verbo: ancoradoiro, comedoiro lugar onde comem animais (cf. sala de jantar, refeitrio),
embarcadoiro, miradoiro, sangradoiro parte interna da articulaom do brao, onde se fazia a sangria, sorvedoiro
redemonho no mar ou num rio, etc.
298
Recorde-se que em galego-portugus, diferentemente do que acontece em castelhano, nom se pode habili -
tar o particpio de passado como substantivo denotativo de operaom tcnica, polo que muitos dos termos
galegos enunciados nesta secom correspondem a termos castelhanos findos em -ado (particpios): v. 64.4.
299
No caso de olhar > o olhar / a olhada, aprecia-se especializaom semntica, pois o olhar (infinitivo habilitado
como substantivo) indica a simples aom de olhar, enquanto olhada (derivado progressivo) indica um olhar
fugaz, umha olhadela.
300
Nem sempre os substantivos findos no sufixo -agem indicam aom. Assim, p. ex., malhagem nom provm de
verbo, mas do substantivo malha, e nom denota aom, mas tamanho da malha (de umha rede de pesca); em
cablagem e tubagem, o sufixo indica conjunto, instalaom de (cabos ou tubos).
160 - 20. DERIVAOM
a) Sem vogal temtica (termos emprestados do latim que correspondem a verbos ga-
legos): absorom (cf. absorver), adjunom (cf. adjuntar), dissoluom (cf. dissolver), eletro-
cuom (cf. eletrocutar; Pt.+Br. ele(c)trocusso), evoluom (de evoluir ou evolucionar), ma-
nutenom (de manter conservar; v. 222: mantimento/manutenom), poluom (cf. po-
luir; v. infra poluiom301; cf. cast. polucionar), secreom (cf. segregar), sudaom (cf. suar;
cast. sudoracin), torom (e destorom [ZOOL.], distorom, etc.; de torcer), etc.
Notem-se os findos em -(c)om: decocom302 (relacionado com cozer), desinfeom (de
desinfetar), difraom (de difratar), refraom (de refratar), etc.
Notem-se os terminados em -faom (< lat. -factionem < facere fazer): arefaom desse-
caom das substncias que ham de ser reduzidas a p, calefaom, liquefaom (de lique-
fazer; cf. liquaom: 221), putrefaom, rarefaom (FS., de rarefazer), rubefaom
(PAT./PEDOL.), torrefaom (p. ex.: torrefaom do caf, do cacau, do tabaco; de torrefazer),
tumefaom (PAT., de tumefazer), etc.
Atente-se nos findos em -jeom (ou na sua variante semierudita -jeiom), do latim
-jectione (de jectare lanar), pois em galego, de harmonia com a etimologia e com as
outras lnguas modernas, a srie regular na sua totalidade, incluindo o freqente-
mente ignorado, por falta de apoio do castelhano, rejeitar > rejeiom (*rejeitamento, *re-
jeite, *rejeito)303. Assim: dejeom (de dejetar), ejeom (de ejetar, do lat. ejectione aom de
expulsar ou expelir), injeom (de injetar), objeom (de objetar), projeom (de projetar),
rejeiom (de rejeitar; cf. ingl. rejection; p. ex., MED., rejeiom de um tecido aps um trans-
plante), sujeiom (de sujeitar), etc.304
Terminados em -som: adesom (de aderir), coesom (de coerir; adj.: coeso)305, colisom (de
colidir), contusom (de contundir), eclosom (de eclodir), erosom (de erodir), explosom (de
explodir), extorsom (de extorquir), fusom (de fundir; com o significado de soldar, unir
tb. se emprega fusionar), tensom (de estender ou retesar), etc.
Terminados em -ssom: fissom, precessom (ASTR./FS.), pressom, recessom (ASTR.; p. ex., re-
cessom das galxias), regressom (p. ex., funom de regressom), etc.
Terminados em -tom: digestom (de digerir), gestom (de gerir), ingestom (de ingerir), su-
gestom (de sugerir ou sugestionar), etc.
301
Poluom, alm de significar, como poluiom, ato ou efeito de poluir (v. 225), tambm denota a ejacula-
om espontnea de esperma.
302
Decocom:1 FARM. Operaom de extrair os princpios ativos de umha substncia vegetal por contacto mais
ou menos prolongado com um lquido em ebuliom; 2 FARM. o produto lquido dessa operaom, decocto.
303
Mas existe rejeito (de falha) (sin. rejeiom de falha), como termo geolgico especfico, para denotar o desloca-
mento relativo dos lbios de umha falha.
304
Na realidade, esta srie conhece umha exceom, ainda que de somenos importncia para a linguagem cien-
tfica: enjeitar > enjeitamento abandono dos filhos ou filhotes por parte dos progenitores (p. ex. tb. abandono
do ninho em que tocou o home por parte dos pxaros progenitores).
305
Observe-se o contraste entre os verbos galegos que motivam estes deverbais progressivos (incluindo os j
vistos ou ainda por ver nesta secom adir, coerir, colidir, distorcer, eclodir, explodir, gerir, poluir, etc.) e os corres-
pondentes castelhanos (adicionar, cohesionar, colisionar, distorsionar, eclosionar, explosionar, gestionar, polucionar,
respet.), que, na realidade, som derivados de substantivo (verbos denominais): v. 95.
20. DERIVAOM - 161
Terminados em -xom: conexom (de conectar), deflexom (de defletir), flexom (de fletir ou
flexionar; cf. msculo flexor), inflexom (de infletir; cf. ponto de inflexom), reflexom (FS., re-
fletir; com o significado de ponderar, tb. reflexionar), etc.
-dura (lat. -ura; sufixo erudito que indica aom e efeito e procedimento tcnico; com as
variantes -adura, -edura e -idura): acanaladura, curtidura (tb. curtiom, curtimento, cur-
tume), envasadura (tb. envas(ilh)amento), envernizadura (tb. envernizamento), forjadura
(tb. forjagem e forjamento), moedura (tb. moagem e moenda), mungidura, semeadura
(MICROB.; ala de semeadura), soldadura (tb. soldagem), urdidura (tb. urdimento, urdume),
varredura (tb. varrimento), vertedura (mas cf. despejo de resduos), etc.
-mento (lat. -mentum; com a rara variante -menta): sufixo de tipo popular que indica
aom e efeito e operaom tcnica; podem distinguir-se os derivados com vogal te-
mtica a (termos procedentes de verbos da primeira conjugaom) dos que apre-
sentam vogal temtica i:
306
Observe-se a diferena de significados, na lngua especializada, entre o termo regressivo seqestro e o pro-
gressivo seqestraom: seqestro: PATOL. Porom de tecido morto, principalmente de tecido sseo, que, no de-
curso de necrose, foi afastado do tecido sao; seqestraom: QUM. Remoom efetiva de ions de umha soluom
mediante a sua coordenaom com outro tipo de iom ou molcula para formar complexos que nom apresen -
tam o mesmo comportamento qumico que os ions originais.
307
Nem sempre estes termos tenhem o correspondente verbo galego, j que se trata de formas analgicas: ce-
ratinizaom, cutinizaom, vesicaom, etc.
162 - 20. DERIVAOM
-om (sufixo de tipo popular, de pouca significaom cientfica, que indica aom repentina
ou violenta): empurrom, rasgom (tb. rasgadura e rasgamento), puxom, etc.
-ume (sufixo popular de pouca produtividade que indica aom e efeito): curtume (de
curtir; tb. curtiom, curtidura, curtimento), tapume (de tapar), urdume (de urdir; tb. urdi-
dura, urdimento), etc.308
dador(a) / recetor(a) (MED., de rgaos no quadro de transplante; Br. doador -a; cast. do-
nante), dador / aceitador (ELET., de eletrons...; Br. doador; cast. dador/aceptor), desencade-
ador (cast. desencadenante), destruidor navio de guerra (mais freqente que destrutor),
exsicador recipiente para secar substncias, como, no laboratrio, o de gel de slica,
grelhadora, guiador pea metlica que dirige os movimentos dos automveis, bicicletas,
etc., indicador, misturadora, retentor, secador (de cabelo, p. ex.), tectriz (1 ZOOL. Cada
umha das penas que recobrem a cauda e as asas das aves; 2 ANAT. cada umha das l-
minas que constituem a parte posterior do osso frontal), trator, etc.
Repare-se nos termos motor, motora e motriz (p. ex.: fora eletromotriz, mas, num com-
boio, locomotiva [cast. locomotora]). A partir de decompor, forma-se o eruditismo decompositor
(ECOL., organismo que ocupa a base da pirmide trfica de umha comunidade e decompom
os resduos orgnicos), e a partir de conter, contentor (cast. contenedor, ingl. container).
Relaom ou pertena
88. Estes sufixos significam, basicamente, relaom ou pertena e, portanto, equi-
valem a relativo a ou pertencente a. Os adjetivos derivam de substantivos mediante os
sufixos seguintes:
-al (lat. -alis; sufixo de tipo culto): arsenical (< lat. arsenicon < gr. ou forte, vi-
goroso), coxal (< lat. coxa), gengival (de gengiva), gravitacional (tb. gravtico; p. ex.,
campo gravitacional), laboratorial (de laboratrio), lingual (< lat. lingua lngua), queixal
(dente queixal: sin. dente molar), sazonal (de sazom; sin. de estacional), vesical (< lat. ve-
sica bexiga), etc.
Repare-se na terminaom -oidal (relacionada com -oide; v. 64.2b): esferoidal (de esfe-
roide), helicoidal (sin. de helicoide), trapezoidal (sin. de trapezoide), etc.
164 - 20. DERIVAOM
-ar (lat. -aris; sufixo de tipo culto): capilar (< lat. capillus < caput cabea + pillus pelo, ca-
belo; p. ex., tubo capilar), elementar (de elemento), jugular (< lat. jugulus pescoo, gar-
ganta, p. ex., veia jugular), larvar (de larva; tb. larval, larvrio), rudimentar (de rudi-
mento), salivar (tb. salival; do lat. saliva), etc.311
-rio, -ria (de tipo culto312): arbitrrio (de arbtrio), avirio prprio das aves (do lat. avis;
p. ex., gripe aviria ou gripe das aves; cf. subst. avirio paxareira), calcrio (< lat. calx -cis
310
Por extensom, dito dos quatro planetas gigantes Jpiter, Saturno, rano e Netuno, de caratersticas co-
muns, por oposiom aos planetas menores, ditos terrestres ou telricos (do tipo da Terra). O adjetivo jovial (<
lat. jovialis de carter alegre, amigo da alegria) deve-se aos astrlogos terem atribudo umha influncia benfi-
ca queles que nasciam sob o signo de Jpiter.
311
Em geral, o sufixo -ar mais produtivo em galego do que em castelhano para formar adjetivos derivados de
substantivos, de modo que em galego som freqentes adjetivos assim derivados que nom conhecem correlato
em castelhano (onde nestes casos tendem para usar-se os sufixos -al ou -ario): alimentar (de alimento; p. ex., ca-
deia alimentar, indstria alimentar, regime alimentar), complementar (tb. complementrio; de complemento), condi-
mentar (de condimento), elementar (de elemento), sedimentar (de sedimento; p. ex., rocha sedimentar), segmentar
(tb. segmentrio; de segmento), suplementar (tb. suplementrio; de suplemento), etc.
312
Existe a variante -reo em palavras como nectreo relativo ou semelhante ao nctar, diferente do substanti-
vo nectrio rgao glandular situado especialmente na flor que produz nctar.
20. DERIVAOM - 165
cal; p. ex., rocha calcria313), dentrio (de dente; p. ex.: clnica dentria, frmula dentria),
embrionrio (de embriom), formulrio (de frmula), orbitrio (tb. orbital; de rbita), pa-
rasitrio (de parasita), pecurio (relativo a pecuria criaom de gado, do lat. pecu gado,
rebanho), pigmentrio (de pigmento), etc.
-eo,
-ea (< lat. -ius -ia ou -eus -ea; sufixos tonos de tipo culto): areo (< lat. aereus), caro-
tdeo relativo ou pertencente cartida, etreo, frreo (de ferro)314, hercleo (< Hrcules;
p. ex., braos hercleos), lcteo da natureza do leite (tb. lctico; cf. cido lctico)315, sseo
(de osso), plmbeo da natureza do chumbo, purpreo (< lat. purpureus), sulfreo da na-
tureza do enxofre (do lat. sulphur -uris), vtreo (< lat. vitrum -i), etc.316
-s, -esa (sufixo de tipo popular): pedrs salpicado de preto e branco na cor, siams (de
Siame; p. ex., irmaos siameses, gato-siams), etc.
1) Casos gerais
-ica
Em -ico, : lpico (tb. alpino; do topnimo Alpes), cardtico relativo ou pertencente
cardite318, crpico e metacrpico (ossos; tb. (meta)carpiano), clrico (de cloro), estpico
(de estepe; nom existe em galego *esteprio), gravdico prprio da gravidez ( MED.), grav-
tico prprio da fora da gravidade ( FS.; tb. gravitacional). Do gentlico magnsio (corres-
pondente ao topnimo Magnsia), habilitado como substantivo, formou-se o adjetivo
magnsico.
313
Calcrio, como substantivo, significa GEOL. rocha constituda essencialmente por carbonato de clcio
(equivalendo ao termo cast. caliza) ou ZOOL. esponja de espculas calcrias; como adjetivo, calcrio significa
que contm clcio, da natureza do cal ou relativo ao calcrio.
314
Cf. frrico (QUM. INORG.) e ferrenho semelhante ao ferro, na cor ou na dureza / duro, inflexvel, intransigente,
frreo (ex.: vontade ferrenha).
315
Os preparados alimentcios elaborados com leite som os lacticnios.
316
Casos especiais (por recuperaom de fonema etimolgico) som: clitordeo (de cltoris [ou clitride!]), cocc-
geo (ANAT., de cccix osso por que termina a coluna vertebral < gr. - cuco, pola semelhana do
osso com o bico desta ave), corpreo (do lat. corpus -oris corpo), ebrneo (< lat. eburneus < ebur marfim), etc.
317
Consulte-se tambm o sufixo nomenclatural -ico empregado na linguagem da Qumica no 161.
318
Veja-se, mais adiante, cardaco (tb. cardial).
166 - 20. DERIVAOM
Em -aco, -aca321: afrodisaco (de afrodisia < Afrodite, deusa grega)322, ambrosaco (de am-
brosia), cardaco (do gr. ), celaco relativo ou pertencente ao intestino ou abdome
(do gr. ventral, de ventre), elefantaco atacado de elefantase, helaco (gr.
solar), hipocondraco (de hipocondria), ilaco (de lio), manaco (de mania), pso-
raco (que padece psorase), etc. Repare-se na distinom entre amonaco relativo ou perten-
cente ao gs de frmula NH3 (de Ammon [Lbia]; p. ex., gas amonaco) e amnico relativo
ou pertencente ao radical amnio ou ao iom amnio (NH4+) (v. 240).
2) Casos especiais
b) Sncope
algbrico (de lgebra), bntico (tb. bentnico324; da raz bent- < gr. profundidade;
cf. ingl. benthal, benthonic, benthic), clico (da raz col- < clon parte do intestino grosso),
fardico (de Faraday), etc.
319
Ainda que na bibliografia tambm se registem termos como analgtico ou displstico, com t, eles devem con-
siderar-se mal formados ou nom preferentes (at porque, p. ex., convm diferenciar entre neoplsico [< neopla-
sia formaom de um tecido novo de origem patolgica, tumor] e neoplstico [< neoplastia restauraom de te-
cidos orgnicos destrudos, por aderncia ou autoplastia]).
320
Cf. crise ==> crtico, lise ==> ltico. Termo sinnimo de hemoptsico hemoptico.
321
Repare-se que em galego o acento recai na penltima slaba; em castelhano, em troca, os termos com este
sufixo podem ser pronunciados -aco ou -ico.
322
Com os sentidos de referente a Afrodite ou que excita sexualmente, os dicionrios nom recolhem afrod-
tico, mas afrodisaco; Afrodisia foi umha cidade da Frgia ao sul do rio Meandro, no local da atual Geyve
(Turquia) que possuia um famoso templo de Afrodite.
323
Em contraste com o acontece noutras lnguas (p. ex., cat. cccic), nom h em galego recuperaom do fone-
ma etimolgico [k] em ccico (lat. coccus > gl-pt. coco bactria arredondada), nem em estafiloccico, estreptocci-
co, etc.
324
Bentos (cf. ingl. benthos ou benthon): ECOL.1 Conjunto dos animais e plantas que vivem no fundo do mar ou
de um lago; 2 o prprio fundo do mar ou de um lago.
20. DERIVAOM - 167
A propsito desta ltima terminaom adjetiva, cumpre distinguir, sempre que possvel,
os adjetivos findos em -tico, -tica (que indicam relativo ou pertencente a) dos adje-
tivos findos em -oso, -osa (que indicam que tem, afetado por). Exemplos:
A troca de fonema s ==> t afeta igualmente os adjetivos findos em -ptico provenientes
):
de substantivos findos em -psia (ou -psia
e) Outros casos
Repare-se nos seguintes termos: climcico prprio de clmax (GEOBOT., do gr.
- escala) / climtico (de clima) / climatrico (de climatrio)326; valerinico (< lat.
Valerianus; p. ex., cido valerinico) como sinnimo de valrico (< lat. Valerius; p. ex.,
cido valrico).
-ino, -ina (sufixos cultos) e -inho, -inha (sufixos populares) formam adjetivos que equivalem a rela-
tivo ou pertencente a: bovino (< lat. bos -vis; p. ex., gado bovino, tb. gado vacum), calicino (< lat. calix -icis
clice), cervino (de cervo), diamantino ou adamantino (de diamante, em gr. - - indomvel
325
No DHLP regista-se adpsico e polidpsico, mas a regularizaom do paradigma exige a rejeiom destas formas
em benefcio das que apresentam t.
326
O termo climcico nom aparece nos dicionrios consultados. Na bibliografia freqente deparar com cli-
matrico (ou climactrico) utilizado como sinnimo de climtico relativo ao clima, climatolgico, o que consti-
tui um galicismo. Climatrico, no entanto, deve reservar-se para exprimir a ideia de relativo ou pertencente ao
climatrio, sendo este o perodo da vida de significaom crtica (nomeadamente, no campo fisiolgico ou
mdico, a menopausa e o declnio da atividade sexual masculina).
168 - 20. DERIVAOM
< privativo + domar)327, marinho (de mar; mas submarino), ribeirinho que vive nas margens
de um rio, lago ou mar (de ribeira), salino (de sal), viperino (de vbora), etc.
Repare-se nos termos substantivados marina cais beira-mar para a conservaom e manutenom de
embarcaons de lazer e desportivas (do it. marina), marinha ou salina praia extensa e plana, ou ter-
reno exposto ao vento, para onde se conduz e represa a gua do mar a fim de que se evapore, dei-
xando o sal, que amontoado, curtido devidamente e ensacado para o comrcio e serpentina con-
duto metlico que d numerosas dobras sobre si mesmo, e dentro do qual circula um fluido que
opera trocas de calor com o ambiente.
-ista (sufixo de tipo culto que se aplica a pessoas. A maioria dos termos formados com este sufixo habili -
tam-se como substantivos: v. 80): analista, darwinista, higienista, etc.
-stico, -stica (sufixo originariamente duplo, formado a partir de -ista ou -ismo e -ico): apriorstico, ato-
mstico, estatstico, etc.
Abundncia ou qualidade
89. Os adjetivos derivados de substantivos que a seguir veremos significam basica-
mente abundncia ou qualidade, ou seja, equivalem a provido de, em forma de, etc.
-ado, -ada (sufixo, popular ou erudito, que equivale a provido de, que contm ou, nalgum caso, que
tem a cor de): alado (de asa; antnimo: ptero), amarelado de cor que atira para amarelo, decorticado
(< lat. cortex -icis crtice, crtex), Escamados (de escama; denominaom taxonmica paracientfica
correspondente cientfica Squamata), paliada (lit. provida de paus, em BOT. parnquima em pali-
ada), fenicado que contm cido fnico, etc.
-simo, -sima (sufixo que forma nomes de nmeros ordinais e fracionrios): bilionsimo (de biliom; p.
ex., um bilionsimo, 1012), centsimo (de cem; p. ex., cinco centsimos, 5/100), ensimo (de ene, MAT.; p.
ex., raz ensima, um ensimo, 1/n), milionsimo (de milhom; p. ex., um milionsimo, 1/1.000.000), mil-
simo (de mil; p. ex., um milsimo, 1/1000), etc.
-oso, -osa (lat. -osus; sufixo popular ou erudito que tem o valor de prprio de, em forma de, relativo ou
pertencente a):
a) Popular: caloroso (de calor), chuvoso (de chuva), (rvore) folhosa (de folha; cast. las
frondosas), gorduroso (ou gordurento; de gordura), idoso pessoa de idade avanada (de
idade)328, rugoso (de ruga329), tortuoso, venenoso, volumoso (de volume), etc.
327
Diamante: o mais duro dos corpos, que nengum outro pode riscar. A mesma palavra, modificada depois di-
versamente, est na origem de man.
328
O adjetivo e substantivo idoso -a, deve utilizar-se em galego como necessria forma eufemstica para evitar
os velhos. A esse respeito, a estendida utilizaom, nesse sentido, de os maiores representa um crasso caste -
lhanismo, pois em galego maior nom comparativo de idade, mas de tamanho.
329
Repare-se em que o substantivo que motiva o adjetivo rugoso e o verbo enrugar nom *enruga (criaom por
interferncia do cast. arrugar arruga), mas ruga, como na srie regular de verbo-substantivo encurralar
curral, enforcar forca, enlatar lata, ensopar sopa, etc.
20. DERIVAOM - 169
b) Erudito: acetoso (de cido actico), aftoso (de afta; p. ex., febre aftosa ou, simplesmente,
aftosa), eczematoso (de eczema), gasoso (de gs), reumoso que tem reuma, triquinoso re-
lativo ou pertencente triquina ou triquinose, varicoso relativo ou pertencente s va-
rizes, etc.
-ulo,
-ula
: acdulo levemente cido (a partir de cido).
-um (sufixo popular que forma adjetivos que indicam natureza do gado): cabrum (tb. caprino), ovelhum
(tb. ovino), vacum (tb. bovino), etc.
-ante (lat. -ans -antis; terminaom prpria de deverbais da primeira conjugaom): conglutinante elemento
que conglutina, curarizante (de curarizar administrar frmaco de aom semelhante ou idntica ao cu-
rare), defoliante (ECOL., que suprime as folhas, ingl. defoliant), edulcorante (ALIM., que edulcora, ado-
ante), isolante (sin. de isolador), ruminante (ZOOL., que rumina, membro do grupo dos Ruminantes,
cast. Rumiantes), secante e cossecante (GEOM., sobre o lat. secare cortar), sobrenadante, etc. Excecional-
mente, tambm se encontra a terminaom -ante, na qualidade de sufixo, nalgum substantivo derivado
de substantivo: vesicante (FARM., substncia que produz bexigas na pele, sobre a base do lat. vesica be-
xiga).
-ente (lat. -ens -entis; terminaom prpria de todos os deverbais da segunda conjugaom e da maioria dos
da terceira): absorvente (de absorver), atraente (de atrair), demulcente (do lat. demulcere acariciar; sin.
emoliente), doente, expoente, fervente (p. ex., gua fervente; cast. agua hirviendo), nascente, refrangente ou re-
fringente (de refranger ou refratar; sin. refrativo), utente (de utilizar; melhor que utilizador; Br. usurio;
cast. usuario), vivente, etc. Repare-se no adjetivo de provenincia culta concludente (p. ex., provas conclu-
dentes; de concluir).
Terminam em -iente: emoliente (MED., substncia ou medicamento que amolece ou abranda umha infla-
maom), estupefaciente, excipiente (FARM., lat. excipere), nutriente, paciente, parturiente di-se da
fmea/mulher que est prestes a parir/dar luz, etc.330
330
Quando algum destes adjetivos derivados de (antigos) particpios de presente se utilizam como substanti-
vos para designar pessoas, eles adotam, em geral, os dous gneros sem qualquer alteraom desinencial (a/o es-
tudante, a/o falante, a/o gerente, a/o ouvinte, a/o utente, etc.), incluindo, naturalmente, a/o presidente, voz que, por
170 - 20. DERIVAOM
Teminam em -uente (deverbais de verbos findos em -uir): afluente, diluente, eluente (de eluir), influente, polu-
ente, etc.
Repare-se no adjetivo acaulescente (BOT.), adjetivo derivado do adjetivo acaule (BOT.).
-inte (poucos deverbais da terceira conjugaom): constituinte, contribuinte, ouvinte, reconstituinte (MED.),
substituinte (QUM.), etc.
-ado, -ada (< lat. -atus, -ata): agregado conjunto de elementos agregados, coacervado (QUM., fase co-
loidal obtida no processo de coacervaom), cromado (de cromar), exsudado (PAT./BOT.), niquelado (de
niquelar), sublimado (QUM., produto resultante de umha sublimaom), etc.
-ando, -endo (< lat. -andus, -endus): diminuendo, dividendo, doutorando, ligando, multiplicando, operando,
radicando, subtraendo, etc.
-rio, -ria (lat. -arius, -aria): refratrio (de refratar; p. ex., material refratrio), sedentrio (do lat. sedenta-
rius < sedens, de sedeo estar (as)sentado), etc.
-vel
(com vogais temticas segundo as conjugaons):
-vel (< lat. -abilis): acidificvel, cicatrizvel, desprezvel331, infiltrvel, insaturvel, medicvel, nitrifi-
cvel, oxidvel, vitrificvel, etc.
-vel (< lat. -ebilis): delvel que se pode apagar ou delir, indelvel, etc.
-vel (< lat. -ibilis): absorvvel, corrosvel, miscvel que pode ser misturado, movvel, submergvel (tb.
submersvel), etc.
-vel (< lat. -obilis): automvel, imvel, mvel, etc.
-vel (< lat. -ubilis): dissolvel, insolvel, irresolvel, volvel, etc.
-deiro, -deira, -doiro, -doira, -douro, -doura (sufixos populares): alastradeiro que alastra, que se es-
tende (p. ex., planta alastradeira; al. Kriechpflanze, cast. planta rastrera), duradoiro que dura muito (de
durar), engolideiro (de engolir; p. ex., areia engolideira, sin. de areia movedia), trepadeiro (de trepar; p. ex.:
(planta) trepadeira [= cast. enredadera]), varredouro (de varrer; p. ex., rede varredoura), etc.
vcio engendrado no castelhano, hoje ocorre freqentemente deformada em galego como *a presidenta. Neste
contexto, umha exceom eloqente a parturiente, que s admite gnero feminino.
331
Em Matemtica, desprezar tem o significado de omitir ou nom considerar um termo, umha quantidade,
etc., que se julga insignificante para a relaom em causa.
20. DERIVAOM - 171
-dio, -dia, -dio, -dia (sufixos populares que formam adjetivos deverbais com o significado de que
tende para): quebradio (de quebrar), escorregadio ou escorregadio (de escorregar), movedio (de mover;
p. ex., areia movedia), etc.
-dor, -dora (e variantes eruditas -tor, -tora ou -triz < lat. -tor, -tora, -trix): acelerador, contador, fator, fo-
nador (p. ex., aparelho fonador), etc.
-il
(lat. -ilis; sufixo tono, equivalente culto do sufixo -vel, que indica relaom. O derivado nominal do su-
fixo adjetival -il -idade): contrtil (< lat. contracto -avi -ctum tocar, apalpar, relacionado com contrair),
dctil (< lat. duco duxi ductum conduzir), prensil (< lat. prenso agarrar, relacionado com prender), sa-
xtil que habita entre pedras (sin. saxcola), vibrtil (relacionado com vibrar), etc.
-ivo, -iva (lat. -ivu, -iva; sufixo erudito que indica relaom)332: anticoncetivo (como adj., sin. de anticonce-
cional; como subst., meio mecnico ou qumico destinado a possibilitar relaons sexuais sem fecun -
daom; anglicismo: contracetivo), conservativo (FS., di-se de um sistema ou de um processo em que
nom h dissipaom de energia mecnica; BIOL., replicaom semiconservativa do ADN), dissipativo (de
dissipar), sensitivo relativo sensaom ou aos sentidos (cf. sensorial referente aos sentidos ou aos r-
gaos dos sentidos: rgao sensorial).
-trio, -tria (lat. -orius, -oria; sufixo erudito que indica relaom ou pertena): circulatrio (do verbo cir-
cular; p. ex., aparelho circulatrio), depilatrio que serve para a depilaom, masticatrio ou mastigatrio
(de mastigar), oscilatrio (de oscilar), rotatrio (TECNOL., sin. de rotante), etc.
Repare-se no seguinte adjetivo, que, propriamente, deriva de um substantivo, mas com umha ideia
verbal implcita: vesicatrio (< lat. vesica bexiga).
Repare-se nos seguintes substantivos, que indicam lugar: ambulatrio (sobre a base de ambulare
caminhar), consultrio, observatrio, sanatrio.
migratrio relativo migraom (ex.: hbitos migratrios) / migrador di-se das espcies
animais que mudam periodicamente de regiom, que migram (ex.: aves migradoras).
secretrio relativo secreom ou que segrega, secretor / secretor (rgao ou tecido) que
segrega, que produz secreom.
332
Com a forma feminina -iva constroem-se alguns substantivos que denotam aom ou resultado de umha
aom, entre os quais estimativa (de estimar; cast. estimacin, ingl. estimate, estimation) se emprega em Estatstica
com o significado de clculo aproximado, avaliaom.
172 - 20. DERIVAOM
-ar: algaliar sondar com a alglia, amarar (parassinttico; de mar), aterrar (paras-
sinttico; de terra), clorar, dessalinizar (parassinttico), engordurar untar com gordura (pa-
rassinttico), engravidar (parassinttico; de grvida), esvaziar (parassinttico; de vazio),
faiscar, formatar (INFORM.), grudar colar com grude, isolar, liquar, necrosar (de necrose), pes-
quisar, salinizar, telefonar, etc.
Tenha-se em conta a seguinte srie de verbos denominais da primeira conjugaom,
que, ao contrrio do que acontece em castelhano, nom se formam por intervenom de
-izar, mas por simples adjunom de -ar raz (cf. Souto, 1985: 331332): analisar (de
anlise), aterrar (de a- + terra), catalisar (de catlise), dialisar (de dilise), eletrolisar (de ele-
trlise), hidrolisar (de hidrlise), paralisar (de paralisia), telefonar (de telefone)... Mas, de pa-
tente, patentear registar umha patente.
Repare-se em que, como se advertiu anteriormente (v. 86.1), existe um conjunto de
verbos galegos de largo uso cientfico que, diferentemente do que acontece aos seus equi-
valentes castelhanos, nom som da primeira conjugaom, mas da terceira (ou segunda), e
nom se formam a partir de substantivos (verbos denominais), antes eles harmonizam for-
malmente com os seus timos latinos (e com os seus correlatos noutras lnguas modernas,
20. DERIVAOM - 173
tanto novilatinas como germnicas). Vejamos alguns exemplos deste grupo: adir (tb. adi-
cionar; subst. adiom; lat. addere, cast. adicionar, ingl. to add), coagir (subst. coaom; lat.
co(a)gere; cast. coaccionar), coerir (subst. coesom; lat. cohaerere, cast. cohesionar, ingl. to
cohere), colidir (subst. colisom; lat. collidere, cast. colisionar, ingl. to collide), contundir (subst.
contusom; lat. contundere, cast. contusionar), distorcer (subst. distorom; lat. distorquere, cast.
distorsionar, ingl. to distort), eclodir (subst. eclosom; lat. exclaudere, cast. eclosionar, ingl. to
eclode), erodir (subst. erosom; lat. erodere, cast. erosionar, ingl. to erode), evoluir (tb. evoluci-
onar; subst. evoluom; lat. evolvere, cast. evolucionar, ingl. to evolve), explodir (subst. explosom;
lat. explodere, cast. explosionar, ingl. to explode), extorquir (subst. extorsom; lat. extorquere,
cast. extorsionar, ingl. to extort), fletir (tb. flexionar), gerir (subst. gestom; lat. gerere, cast. ges-
tionar), implodir (subst. implosom; formado conforme o modelo de explodir), involuir
(subst. involuom; formado conforme o modelo de evoluir), poluir (subst. poluiom; lat. pol-
luere, cast. polucionar, ingl. to pollute), refletir (FS.; subst. reflexom, reflexo; lat. reflectere, cast.
reflejar, ingl. to reflect), etc.
-ear: bloquear, bombardear, bombear, branquear, patentear, rarear, sombrear, vaguear, etc.
-ejar: bocejar, bordejar, chamejar, flamejar, gotejar (subst. gotejamento), manejar, pestanejar (cast. parpa-
dear), etc.
-entar (sufixo que forma derivados por parassntese a partir de adjetivos ou verbos): acrescentar (de
acrescer), adormentar fazer dormir, adormecer / anestesiar, narcotizar, amolentar tornar um pouco
mole, amolecer, etc.
-ificar: acidificar (de cido), desertificar (de deserto), petrificar (de petra pedra), saponificar (de sapo
-onis xabom), vitrificar (de vitrum vidro), etc.
-izar: alcalinizar (tb. alcalinar e alcalizar; de alcalino), focalizar (de foco), fosforizar (de fsforo), galva-
nizar (de Galvani), otimizar (de timo), pasteurizar (de Pasteur), polarizar (de polar), satelitizar (de sa-
tlite), sintetizar (de sntese), etc.
-ecer: apodrecer (sin. putrefazer), abalorecer (Pt.+Br. abolorecer), amolecer, endurecer, escurecer, palidecer,
etc.
INTRODUOM
98. Dentro da neologia de forma, a composiom representa um dos procedimentos
mais produtivos na instauraom de termos cientficos. Como se trata de um campo muito
vasto, convm apresentarmos classificados os diferentes tipos de compostos que serm
enunciados nos pargrafos seguintes:
174
21. COMPOSIOM - 175
333
Em Qumica Orgnica existe um sistema de nomenclatura, denominado radicofuncional, que apresenta um
problema lingstico que a seguir comentaremos. As denominaons radicofuncionais constam de umha parte
referida a umha funom qumica (nome de classe funcional) e dos nomes de um ou mais radicais, substituintes
nessa funom qumica, que caraterizam especificamente a molcula entre todas as que contenhem a funom
citada. Consideremos o seguinte exemplo: o composto qumico de frmula CH3OH.
- Grupo caraterstico: OH, ou seja, um lcool (nome de classe funcional).
- Radical ou grupo substituinte: CH3, isto , metilo.
- Denominaom do composto: lcool metlico (tb. metanol)
Observaons importantes:
a) Em ingls e em francs, o nome funcional e o radical citam-se em palavras separadas. O nome radical
tem significado de adjetivo, de modo que em ingls ele precede o nome de classe funcional ( methyl alcohol),
enquanto que em francs a ordem se inverte (alcool mthylique). Noutras lnguas, como em alemm, o nome
do radical precede o nome de classe funcional e o conjunto escreve-se com os dous componentes do termo
soldados (Methylalkohol).
b) Em galego-portugus, prefervel situar em primeiro lugar o nome de classe funcional e, a seguir (por
ordem alfabtica), os nomes dos radicais em forma adjetivada (lcool metlico).
c) Nas lnguas de origem latina existem duas formas equivalentes de designar o nome do radical (ou radi-
cais) de determinados tipos de compostos orgnicos: a adjetivada e a de complemento. Assim, em galego-portu-
gus, empregando a forma de complemento, dir-se cloreto de metilo, sulfureto de dimetilo, etc., ao passo que, se
se emprega a forma adjetivada, se dir cido actico, lcool etlico, etc.
d) Na prtica, lnguas latinas como o castelhano, o francs e o italiano adotrom, para a designaom de de -
terminados tipos de compostos com duplo radical heterogneo, umha nomenclatura que poderamos qualifi-
car de encadeamento e que nom senom umha simples imitaom do sistema ingls e alemm que constri es-
tes nomes no sentido adjetival citado. Por exemplo, o composto CH 3CH2COCH3 denomina-se em
ingls ethyl methyl ketone, em castelhano etil metil cetona e em francs thyl-mthyl-ketone. Na nomenclatura qu-
mica galego-portuguesa, embora mantendo a validade de umha denominaom paralela, etilmetilcetona (tb. etil-
metil-cetona), recomenda-se (cf. Campos e Mourato, 1999; IUPAC/SPQ, 2002) umha outra, como preferente, que
a forma adjetivada (termo sintagmtico): cetona etlica e metlica ou cetona etlica-metlica (tb. cetona etil-
metlica, cetona etil-metlica).
e) Portanto, prefervel a denominaom cetona diproplica denominaom dipropilcetona, cetona 2-
hidroxietlica e metlica ou cetona 2-hidroxietlica-metlica (tb. cetona 2-hidroxietilmetlica) melhor que 2-hi-
droxietilmetilcetona, ter dietlico melhor que dietilter, e sulfxido dimetlico ou sulfxido de dimetilo
melhor que dimetilsulfxido.
334
Apesar da possibilidade de recursividade (na Gramtica Generativa, regra recursiva aquela que pode apli-
car-se um nmero teoricamente infinito de vezes), na altura de compor termos novos mediante a adjunom
de elementos um aps o outro, nem todas as lnguas apresentam a mesma capacidade combinatria para criar
termos compostos contnuos. Por exemplo, em galego cientfico deparamos com termos como radiofotolumi-
nescncia, diclorodifeniltricloroetano, radioimunoeletroforese, esternocleidomastideo, polo carter universal das ln-
176 - 21. COMPOSIOM
100.1. Entende-se por termo sintagmtico sindtico aquele que apresenta o seguinte
esquema: substantivo + preposiom + (artigo +) substantivo. Os substantivos destes
termos podem ser acompanhados por determinantes. Os compostos sintagmticos sind-
ticos dividem-se em trs subgrupos:
a) comuns (ou seja, formados por nomes comuns) 335: angina do peito, ansa de Henle,
aviom a jacto (tb. jacto ou aviom de reaom), balom de ensaio, brometo de metilo, buraco
do ozono, camada de ozono, cancro da mama (~ do rim, etc.), caneta de lser (tb. caneta-
lser ou apontador-lser; cast. puntero lser, ingl. laser pointer), chave de fendas (tb. desan-
dador ou chave de parafuso, cast. destornillador, ingl. screwdriver), cloreto de sdio336, co-
nexom terra, eclipse da Lua, eclipse do Sol, efeito de estufa (cast. efecto invernadero, ingl.
greenhouse effect)337, forno de revrbero, gs dos pntanos (i. , metano, CH4), gripe das aves
(tb. gripe aviria), mal das vacas loucas, mal dos mergulhadores, mquina de lavar loua,
mquina de lavar (roupa), meio de cultura, leo de imersom, olho de tigre variedade amare-
lo-avermelhada de quartzo, que apresenta inclusons fibrosas paralelas de crocidolite,
parafuso sem fim, policloreto de bifenilo (tb. PCB, precursor das dioxinas), ponto de fusom,
sal das cozinhas (i. , cloreto de sdio, NaCl), suporte para tubos de ensaio, tratamento de es-
colha (FARM.), tubo de ensaio, vaso de decantar, etc.338
guas de especialidade (v. 10.1), mas j nom se pode exprimir mediante um composto contnuo o conceito
representado polo seguinte termo alemm, que umha lngua com um grau de nominalizaom muito eleva -
do: Volksrntgenreihenuntersuchung, que caberia traduzir em galego com umha expressom sintagmtica: exame
mdico (Untersuchung) sistemtico (Reihen) da populaom (Volk) mediante raios X (Rntgen). claro que na
nossa lngua som mais freqentes os termos sintagmticos do que certos compostos contnuos.
335
Lembre-se que, como exceom entre os termos compostos, os nomes vernculos de txons (= grupos) de
animais e de plantas que respondem a esta estrutura sindtica se grafam com os seus elementos unidos medi -
ante hfens (lagostim-do-rio, lesma-de-conchinha, etc.), de modo que se trata de compostos prprios ou contnu-
os.
336
Em galego-portugus, diferentemente do que acontece em castelhano, na nomenclatura moderna de sais
(inorgnicos) quase sempre se utiliza a forma de complemento (p. ex., de clcio), e nom a forma adjetivada
(*clcico), do nome do metal. Assim, por exemplo: cloreto de potssio (KCl), carbonato de potssio (K2CO3), hi-
drogenossulfato de sdio (NaHSO4), sulfito de clcio (CaSO3), etc. A exceom a esta regra constituda pola de-
signaom de alguns compostos (como os que constam de elementos metlicos, ou alguns oxocidos), na qual
se utilizam os sufixos -oso e -ico para distinguir entre valncias: cido sulfuroso (H2SO3) / cido sulfrico (H2-
SO4), cloreto cobaltoso (CoCl2; tb. cloreto de cobalto (II)) / xido cobltico (Co2O3; tb. xido de cobalto (III), trixi-
do de cobalto ou sesquixido de cobalto), xido cuproso (Cu2O; tb. xido de cobre (I)) / xido cprico (CuO; tb. xi-
do de cobre (II)), etc.
337
Em contraste com o que acontece em castelhano e em ingls, em galego-portugus regista-se umha tendn -
cia para incluir a preposiom de nos termos sintagmticos que designam efeitos fsicos ou biolgicos e cujo l-
timo formante nom um adjetivo: efeito de Doppler (FS., cast. efecto Doppler, ingl. Doppler effect), efeito de estufa
(METEOR.), efeito de gargalo (GEN., cast. efecto cuello de botella, ingl. bottleneck effect), efeito do fundador (BIOL., cast.
efecto fundador, ingl. founder effect), etc.
338
Os termos vistos nesta alnea podem qualificar-se de compostos sintagmticos coesos, pois que formam umha
unidade semntica inseparvel entre o substantivo e o determinante (e, portanto, costumam ser recolhidos
como tais nas obras lexicogrficas). Contodo, h tambm compostos sintagmticos livres, que nom formam
umha unidade semntica tam estrita, de modo que o substantivo pode aparecer sem o concurso do determi -
21. COMPOSIOM - 177
100.2. Termos sintagmticos assindticos (ou sinpticos) som os que nom apre-
sentam elemento de ligaom. Hai-nos de dous tipos:
nante (que fica subentendido). Exemplos: leite de vaca (ou, simplesmente, leite), pera de borracha (FARM., ou,
simplesmente, pera), ponto de sutura (ou, simplesmente, ponto).
339
O emprego de denominaons eponmicas muito freqente nalguns ramos da cincia (p. ex., em Medici -
na, para as doenas) e responde ao desejo de honrar umha personagem que se destacou numha dada especiali-
dade ou a autora de umha descriom. s vezes, estes termos constam de mais de um nome prprio, quer seja
porque o correspondente fenmeno (doena, lei, etc.) foi estudado ou descrito em equipa ou em conjunto
por mais de um cientista, quer seja porque, trabalhando independentemente, cientistas de diferentes naciona -
lidades chegam (aproximadamente ao mesmo tempo) aos mesmos resultados e a comunidade cientfica opta
por umha soluom de compromisso e combina na denominaom os nomes dos correspondentes cientistas
(lei de Hardy-Weinberg). Nalguns destes casos registam-se discordncias entre os pases (ex.: a lei de comporta-
mento dos gases que ns conhecemos por lei de Boyle e Mariotte [de R. Boyle, irlands, e E. Mariotte, francs],
conhecida nos pases de fala inglesa por Boyles law).
340
Vrus da famlia Filoviridae que causa febres hemorrgicas, residente nas selvas subsaarianas. O nome bola
provm do rio do norte da Repblica Democrtica do Congo (antigo Zaire) que banha a regiom onde o agen-
te infecioso foi inicialmente detetado.
341
Os termos compostos assindticos que surgem por combinaom de dous substantivos nom levam trao de
uniom (isto , som termos compostos imprprios ou descontnuos) quando formam umha srie terminolgica
clara (assim, como se v nos exemplos aduzidos, a srie dos anions e cations, a srie das veias e artrias, etc.).
Mas, cf. ( 22.6) algodom-plvora, balom-sonda, carta-bomba, goma-laca, rocha-mae, vermelho-congo, etc.
178 - 21. COMPOSIOM
a.1) Comuns: aniom sulfato, artria aorta, catiom amnio, catiom clcio, crocodilo
fmea, crocodilo macho342, efeito tnel (FS. ATM.), veia porta, etc.
a.2) Eponmicos: efeito Stark (FS.), efeito Venturi (METEOR.), nmero Mach (AERON.),
sonda Galileu, tubo Geissler, turbina Kaplan, etc.
a.3) Toponmicos: vrus bola (mais correto: vrus do bola), vrus Everglades
(mais correto: vrus dos Everglades), etc.
b.1) Comuns: cido frmico, cido sulfnico, gua dura343, algodom hidrfilo, mbar
cinzento, botom sinptico (tb. ndulo sinptico), chuva cida, contagem decrescente (tb.
contagem regressiva; cf. cast. cuenta atrs, ingl. count-down), corrente sangnea, dorsal
ocenica, efeito piezoeltrico, estrela cadente (cast. estrella fugaz, ingl. falling star ou shoo-
ting star), falha antittica (GEOL.), febre suna (VETER.), gs hilariante, gs natural, gripe
aviria (tb. gripe das aves), mar vermelha (ECOL.), matria cinzenta (cf. cast. materia
gris)344, nmero primo (MAT.), pilha eltrica345, ponto triplo (FS.), soda custica, sistema
mtrico, vasos comunicantes, etc.
b.3) Toponmicos: aurora boreal, chave inglesa, sela turca depressom do osso esfe-
noide onde assenta a glndula pituitria, etc.
342
Mediante a aposiom das palavras macho e fmea ao nome de um animal, indica-se o sexo do indivduo em
questom quando a correspondente denominaom invarivel quanto ao gnero.
343
Mas gua-m, gua-marinha, gua-rgia, argento-vivo, etc. (v. 22.8d).
344
Mas matria-prima (v. 22.8).
345
Inventada polo italiano A. Volta em 1799, o nome aplicaom translatcia de pilha como monte, empilha-
mento de cousas (nomeadamente, de lminas metlicas: cobre, zinco, carbono; cobre, zinco, carbono...).
21. COMPOSIOM - 179
RECOMPOSTOS: GENERALIDADES
101. Denominam-se recompostos aqueles termos que resultam da combinaom de radi-
cais346 greco-latinos347. A recomposiom o procedimento neolgico que fornece a maioria
dos termos tcnicos e cientficos e, por isso, adscreve-se formaom erudita.
Antes de oferecermos umha extensa lista dos radicais greco-latinos que servem para formar
recompostos (v. 103147), trataremos a seguir de modo sucinto algumhas particulari-
dades da recomposiom que se revelam de interesse para a linguagem cientfica galega.
346
Os radicais (que som lexemas) dos recompostos tambm se podem denominar formantes, formas afixadas
ou elementos de composiom ou compositivos, e, salvo exceons, nom aparecem ligados entre si por hfen (v. 24).
347
Diferentemente da maioria dos compostos, os recompostos apresentam umha nica slaba tnica (os com-
postos, polo geral, tenhem duas) e, portanto, prosodicamente constituem umha s palavra, embora semantica-
mente compreendam mais de umha ideia. (No entanto, v., em 102.2, presena de um acento de intensidade
secundrio nalguns termos radicolexicais).
348
Essa precisamente a motivaom do termo recomposto (aqui o prefixo re- denota iteraom).
180 - 21. COMPOSIOM
101.2. interessante constatarmos que um mesmo radical pode adotar formas fle-
tidas diversas, dependendo da posiom do radical no incio, no meio ou no fim no
recomposto, como j vimos no exemplo do radical rin-, rino-, etc. Pode falar-se, portanto,
de um certo polimorfismo dos elementos radicais que se prende concorrncia de mor-
femas de flexom diversos. Neste contexto, a vogal infletiva do primeiro elemento costuma
ser o no caso dos helenismos (p. ex., oligofrenia, pirotecnia, plutocracia, zoologia) ou i no caso
dos latinismos (p. ex., carnvoro, herbvoro, noctvago, silvicultura), ainda que ocasionalmente
tambm aparea e ou 349.Vejamos alguns exemplos desta categoria de polimorfismo
(manifestado como variaom e como vacilaom) no quadro seguinte:
349
Todavia, a larga difusom no vocabulrio culto da vogal de transiom de origem grega -o- fai com que ela en-
tre nalguns casos em concorrncia com a vogal -i- quando os dous formantes som de origem latina e, sobreto-
do, quando o segundo radical de origem grega. Assim: lactmetro (< lat. lac lactis leite+ gr. medida).
350
O radical ferro- pode indicar a presena de ferro divalente (Fe 2+), como no iom ferrocianeto, de frmula [Fe
(CN)6]4, e tambm a presena de ferro metlico na denominaom de ligas: ferro-alumnio, ferro-mangansio.
Em troca, o radical ferri- sinala a presena de ferro trivalente (Fe 3+), como no iom ferricianeto, de frmula [Fe
(CN)6]3. No termo ferredoxina, a vogal infletiva do primeiro elemento e.
351
A vogal infletiva do primeiro elemento pode, nalgumhas ocasions, nom existir (morfema ); assim, neur-
tambm radical produtivo: neuralgia, neurastenia, etc.
352
Em francs e em catalm tambm se regista esta duplicidade: taxonomie/taxinomie, taxonomia/taxinomia.
21. COMPOSIOM - 181
grego + grego:
cistocele (< bexiga + hrnia, tumor, PAT.)
heligrafo (< Sol + escrever, ASTR.)
latim + latim
dentifrcio ou dentfrico (< dens dentis dente + frico esfregar)
reniforme (< ren renis rim + -formis que tem forma de)
sua vez, pode ser um recomposto)355. Nestes termos radicolexicais, que se escrevem em
geral com os seus formantes justapostos (soldados e sem hfen) 356, o primeiro elemento
apresenta sempre umha vogal infletiva (ou de ligaom), geralmente um o. Como acon-
tecia nos recompostos por associaom de radicais greco-latinos, a combinaom nos re-
compostos radicolexicais tambm pode ser coordenativa ou subordinativa. Vejamos a se-
guir alguns exemplos:
co-latino quer carece de acento de intensidade prprio, quer apresenta um acento de intensi-
dade secundrio ou subordinado: auriculotemporal [aurculotemporl], maxilopalatino [m-
xilopalatno], tmporo-occipital [tmporooccipitl], vomeronasal [vmeronasl], etc.
RADICAIS GREGOS
103. Vejamos, a seguir, umha listagem de radicais gregos mediante os quais se
formam recompostos (e, posteriormente, 125, os radicais de origem latina) (v. tb. De
Barros Cunha, 1937). Os termos de carter hbrido (greco-latinos) marcam-se com um
asterisco (*).
357
Fora j das lnguas especializadas da Cincia, deparamos, por exemplo, com os seguintes recompostos com
prefixoide: autoestrada (auto- automvel), cineclube (cine- cinema), fotonovela (foto- fotografia).
358
Com origem no ingl. mobile (tele)phone; tb. (telefone) celular.
21. COMPOSIOM - 185
104. A
a-, an- (< gr. -, - nom, sem; an- diante de vogal ou h359)360: aclido (PAT., que nom tem clav-
culas; tb. aclidiano), amerstico nom segmentado, nom diferenciado, anestro (FISIOL., falta
de estro), anidrido, anidro- (QUM., indica perda dos elementos da gua no interior de umha
molcula), anipnia (PAT., falta de sono, insnia), arritmia, astelia (BOT., ausncia de cilindro
central ou estela), atiria falta de glndula tireoideia e atiroidismo (PAT. ausncia completa
da secreom tireoideia), tomo (- indivisvel, de cortar).
acanto-, -(a)canto ( espinha): acantobdlido (ZOOL.), acantozoide (ZOOL.), celacanto
(ZOOL.).
acefalo- (- sem cabea): acefalobraquia, acefalocisto.
acro- ( extremo, ponto culminante): acroanestesia (MED.), acrocefalia.
acromio- ( extremo + esquina): acromioclavicular, acromiocoracideo.
actin(o)- ( - raio de luz): actinobacilose (VETER.), actinmetro.
adelo- (- invisvel): adelofcea (BOT.), adelomicetes (BOT.).
adeni-, adeno- ( - glndula) : adeniforme, adenograma (PAT.).
aero- ( ar, atmosfera): aerlito (ASTR.), aerologia (METEOR.).
aero- (a partir de aero-, em ingls): aerodinmica (AEROD.), aeroduto (ZOOL.), aerogel
(FISICOQUM.), aerossol (com o elemento de origem latina sol, do ingl. solution), aeroespacial.
afani-, afano- ( nom aparente): Afanpteros (ENTOM., sin. de Sifonpteros), afanptero
(ENTOM.).
-agonista ( combatente, luitador): antagonista (FISIOL. ANIM.).
agro- ( campo): agrobactria (MICROB., Agrobacterium sp.), agrogeologia (AGR.), agrostlogo
(BOT.).
aleur(o)- ( farinha): aleurmetro, aleurona.
-algesia (- < sofrer): analgesia.
algo-, -algia ( dor): algstase, artralgia, neuralgia, odontalgia361; os adjetivos correspon-
dentes terminam em -ico, -ica
: neurlgico, etc.
alelo- ( - - o um, o outro, os uns... os outros): alelomorfo (sin. de alelo), alelo-
patia (ECOL.).
-alino ( sal; cf. halo-): eurialino, estenoalino (ECOL.).
alo- ( outro, diferente): albaro (FS. ATM.), alomeria (QUM.).
ambli- ( obtuso): ambliopia (PAT.), Amblipgios (ZOOL.).
ametro- ( sem medida): ametrmetro (OFTAL.), ametropia (OFTAL.).
amigdalo- ( amndoa): amigdalotomia (CIR.); o termo amgdala (ANAT. ANIM.)
provm do latim cientfico amygdala (< grego), pola analogia de forma entre o rgao em
causa e umha amndoa.
amilo- ( amido, fcula): amilodextrina (BIOQ.), amilognio (BIOL.).
amnio- ( membrana): amniognese, amniografia.
amo- ( areia, espec. com nomes de animais e plantas que vivem na areia): amfila
(ENTOM.), amonites (PALEONT.).
ampelo- ( vinha, cepa): ampelfago (ENTOM.), ampelografia (VITIC.).
359
Com o elemento antepositivo an-, o h inicial desaparece (v. 23.2): an- + hidrido ==> anidrido.
360
O elemento de composiom antepositivo a- ser considerado prefixo (v. 149), e nom radical, se o segun-
do elemento da composiom tiver vida parte (junom de carter livre ou produtiva) e o composto resul -
tante tiver dous acentos de intensidade, em vez de um nico.
361
A palavra nostalgia (< lat. nostalgia) constitui um caso diferente, j que o elemento inicial nom designa umha
parte do corpo, mas retorno, regresso () e significa dor do que anseia regressar ( casa, ptria), saudade.
186 - 21. COMPOSIOM
ana- ( para cima, em cima, denota ascensom, repetiom, inversom, intensificaom): an-
dromo362, anafiltico (PAT.), anaplasmose (VETER.).
ancilo- ( curvo, torto, anguloso): ancilose (PAT.), ancilstomo (ZOOL.)
ancistro- ( anzol): ancistrocrpico (BOT.), ancistrodesmo.
-andro, -andra, -andria, andro- (, home, varom): monandro (BOT.), poliandria
(BOT.), andrforo (ANAT. VEG.), androsterona (BIOQ./FISIOL. ANIM.).
anemo- ( vento): anemofilia (BOT.), anemologia.
anfi- ( de ambos os lados): anfbio (ECOL.), anfidiploidia (GEN.).
-ngio, angio- ( vaso, embocadura de um rgao, cpsula): esporngio (BOT.), game-
tngio (BOT.), angioblastema (EMBRIOL.), angiossarcoma (PAT.), angiosprmicas (BOT.).
aniso- (- desigual): anisodonto (ZOOL.), anisotropia (CRISTAL.).
anom(o)- (- sem lei): anomocelo (ZOOL.), anomuro (ZOOL.).
-anto, -ntemo, anto- ( - flor): perianto (BOT.; lat. perianthium); crisntemo (BOT.), an-
tobiologia (BOT.), antociano (BIOQ., com azul), antfito (BOT.).
antrac(o)- ( - carvom): antracnose (FITOPAT.), antracoltico (ESTRATIG.).
-antropo, -antropia, antropo- ( home): pitecantropo (ANTROP. FS.), filantropia, an-
tropfilo (BOT.), antropologia (ANTROP.).
apo- (, denota separaom, afastamento): apogamia (BIOL.), apomixia (BIOL.), apomorfia
(BIOL.).
aracn(o)- ( aranha): aracnodactilia (PAT.), aracnologia (ZOOL.).
areo- ( planeta Marte): areografia.
argir(o)- ( prata): argirntemo (BOT.), argirismo (PAT.).
aritm(o)-, -aritmo ( nmero): aritmgrafo (MAT.), logaritmo (MAT.).
arque(o)-, arque- ( antigo): arqueobactrias (MICROB.), arquefito (BOT.), arquetalo
(ANAT. VEG.).
arren(o)- ( macho): arrenoblastoma (PAT.).
arsenico- ( masculino, forte, vigoroso): arsenicfago, arsenicofagia.
arteri(o)- ( artria): arteriografia, arteriopatia (PAT.), arteriosclerose (diferente de ate-
rosclerose [arteriosclerose causada por ateromas]).
artio- ( par): Artiodctilos (ZOOL.).
artr(o)- ( articulaom): artralgia (PAT.), artrdia (ANAT. ANIM.).
asco- ( odre): ascolquene (BOT.), ascsporo (BOT.).
aspido- ( - cobra, naja, spide): aspidocfalos, aspidozoide (ZOOL.).
aster-, astro- ( astro): asteriforme (BOT.), astrofsica (ASTR.).
-astenia (- falta de vigor < privativo e fora): astenia, neurastenia.
astigm(o)- ( privativo + marca, ponto): astigmatismo (de - nom fazer
um ponto, porque o astigmatismo o defeito ocular consistente no facto de os raios lumi-
nosos que provenhem de um ponto nom se reunirem num ponto da retina), astigmatmetro
(OFTAL.).
atel(o)- (- sem fim, incompleto): atelectasia (PAT.), atelocardia, atelocefalia.
atero- (, variante de papa de farinha): ateroma, aterosclerose (PAT.).
atmo- ( vapor): atmmetro (METROL.), atmlise (FISICOQUM.).
aut(o)- ( um prprio): autocatlise (QUM.).
aux(o)- ( aumentar, crescer): auxocromo (FISICOQUM.), auxotrofia (FISIOL.).
axo-, axono- ( - eixo): axoplasma (CIT.), axonometria (GEOM.).
azigo- (- mpar): zigo, azigobranquial.
362
Andromo: 1 ZOOL. Di-se dos peixes que do mar vam reproduzir-se aos rios ou s lagoas litorais (p. ex., o sal-
mom); 2 BOT. Di-se da disposiom da nervaom das frondes dos fentos (pteridfitos) em que as nervuras m -
pares estm situadas na margem superior e as pares na inferior.
21. COMPOSIOM - 187
105. B
bacteri(o)- ( bastonete): bactericida (MICROB.), bacterioclorofila (BIOQ.).
balan(o)- ( glande): balanoglosso (ZOOL.), balanopostite (PAT.).
baleno- (lat. balaena < adaptaom do gr. ): Balenopterdeos (ZOOL.).
-baro -a, bari-, baro- ( - peso, pressom atmosfrica): isbara (FS./METEOR.), bari-
centro (GEOM.), bargrafo (METEOR.), barmetro (METROL.), baronarcose (CIR.), barotrauma-
tismo (PAT.).
basidio- (dim. de base): Basidioliquens (BOT.), Basidiomicetes (BOT.).
-bata ou -bata (- o que anda, de caminhar): dendrbata, nictbata ou nictobata,
pelbata (ZOOL.).
-bata , bati-, bato- ( profundidade): isbata (GEOL./OCEANOG.), batiestesia (FISIOL. ANIM.),
batmetro (OCEANOG.), batofobia (PSIC.).
belone-, beloni- ( agulha): belonefobia (PSIQ.), beloniformes (ICT.)
-bio , bio-, -biose ( vida): aerbio; biofsica (BIOL./FS.), biossntese (BIOL./BIOQ.), biomagnetis-
mo (BIOL.), bionutriente (AGR./ BIOL.), anaerobiose, simbiose. Tambm funciona bio- como pre-
fixoide: biogs, biolcool (= etanol), bioindstria, biopolmero, biossensor.
blasto-, -blasto ( grmen): blastocinese (EMBRIOL.), blastodisco (sin. de discoblstula),
linfoblasto (ANAT. ANIM.), mieloblasto (CIT.).
blefar(o)- ( plpebra): blefarite (PAT.), blefaroplasto (BOT.)
blen(o)- ( mucosidade): blenoftalmia (PAT.), blenorreia (PAT.).
-bole , -bolia, bolo- ( tiro, lanamento, emissom, de lanar): hiprbole (GEOM.),
embolia (EMBRIOL.), bolmetro (METROL.).
botan(o)- ( erva, planta): botanfilo (BOT.).
botri(o)- ( < cavidade, fossa): botriocfalo (ZOOL.), botriomicose (VETER.).
bradi- ( lento): bradipneia (FISIOL. ANIM.), bradissismo (GEOL.).
branquio- ( brnquias): branquioma (EMBRIOL.), Branquiros (ZOOL.).
braqui- ( curto)363: Braquceros (ENTOM., subordem de insetos dpteros integrada por
animais de corpo robusto e antenas curtas), braquistilo (BOT.).
brio- ( musgo): brifilo (ECOL.), Briozorios (ZOOL.).
brom(o)- ( fetidez): bromofrmio (QUM. ORG. / FARM.), bromometria (QUM. ORG.).
bromato- ( - alimento): bromatologia (ALIM.), bromatometria (QUM. ANAL.).T.).
bronco-, bronqui- ( brnquio): broncografia (DIAG.), broncolitase (PAT.), bronquilise
(PAT.).
bronto- ( trovom): brontologia (METEOR.), brontossauro (PALEONT.).
butiro- ( manteiga): butirolactona, butirmetro (ALIM.).
106. C
caco- ( mau, irregular, disforme): cacodilo (QUM. ORG.), cacoquimia (PAT.).
calco- ( cobre, bronze): calcofilite (MINERAL.), calcopirite (MINERAL.).
caleido- ou calido- ( belo + imagem): caleidoscpio ou calidoscpio (PT.).
cali-, -cala ( beleza): calicrena (BIOQ.), calitricceas (BOT.).
calic- ( pedra, cascalho): calicose (PAT.).
calipto-, -calipto ( oculto): caliptoblasto (ZOOL.), eucalipto.
came-364 ( na terra): camfito (BOT.), Cameldeos (ZOOL.).
campilo- ( curvo): campiltropo (BOT.).
363
Nom confundir com braqui- < lat. brachium brao.
364
Este formante, alterado, o que d os termos camomila (< - melom na terra, pola semelhana
da flor) e camaleom (< - leom rasteiro).
188 - 21. COMPOSIOM
cirt(o)- ou curt(o)- ( curvo, arqueado): cirtose (MED.), cirtmetro (MED.), curtose (ESTAT.).
cirto- ( nassa, gaiola): cirtcito (ZOOL.), cirtforo (ZOOL.).
-cisto, cist(o)-, cisti- ( bexiga, vescula): nematocisto (ZOOL.); cistadenoma, cistalgia, cisto-
cele (PAT.), cistozoide (ZOOL.); cisticerco (ZOOL.).
cito-, -cito ( cavidade, clula): citocinese (BIOL.), citogentica (DIAG.), citocromo-oxidase
(BIOQ.), leuccito (FISIOL. ANIM.). Os adjetivos derivados de substantivos findos em -cito for-
mam-se com -ctico: eritroctico, leucoctico, etc.
clado- -clad- ( ramo): Cladceros (ZOOL.), claddio (BOT.), cladognese (BIOL.), Dasicla-
dales (BOT.).
clamid(o)- ( - capa, manto): Clamidiceas (MICROB.), clamidomnade ou clamido-
mona (BOT.), clamidsporo.
-clase 367
, clast(o)-, -clasto ( partir, partido): anclase (PT.), clastomania (PSIC.),
litoclasto (MED.).
clepto- ( roubar): cleptomania (PSIQ.).
-clido, clido-, -clid- ( - chave, clavcula): aclido ou aclidiano, clido-hioide, clidotripsia.
clima-, climat(o)- ( inclinaom)368: climatrio (FISIOL.), climatologia.
clin(o)-, -clinal, -clino, -clnico ( inclinar): clinocloro (MINERAL.), clinmetro (GEOL.); anti-
clinal (GEOL.), periclinal (GEOL), sinclinal (GEOMORF.); diclino (BOT.), periclino (BOT.); diclnico
(CRISTAL.).
-clismo ( inundaom, de cobrir de gua): cataclismo.
clisto- ou cleisto- ( fechado): clistogmico ou cleistogmico (BOT.).
cloro- ( verde-claro): clorofila (BIOQ.), clorofrmio (QUIM. ORG.); repare-se que no termo
cloroplasto (CIT.), cloro- prefixoide de clorofila.
cnido- ( urtiga): cnidoblasto (ZOOL.), cnidocisto (BOT.).
coano- ( funil): coancito (ZOOL.), coanoflagelado (BOT.).
coccigeo- (forma prefixada do termo coccigi < - cuco): coccigeomesentrico.
coco-, -coco ( grao, pevide), -cocia, -ccico: coclito (BOT.), cocolitoforales (BOT.); estafi-
lococo, estreptococo, pneumococo; estafilococia, estreptococia, pneumococia; estafiloccico, es-
treptoccico, pneumoccico.
col(e)- ( bile): colagogo (FISIOL.), colecistite (PAT.), colectomia (CIR.).
cola-, -cola ( cola, gelatina): colagnio (BIOQ.), glicocola (BIOQ.), sarcocola (FARM.).
coleo- ( bainha, estojo): coleptero (ENTOM.), coleptilo (BOT.).
coli- (lat. colum < clon): colibacilo, coliforme (MICROB.).
colp(o)- ( seio, enseada, vagina): colpocitologia (DIAG.), colposcopia (DIAG.).
condr(o)-, -cndrio, -condria (gr. cartilagem): condrocrnio (ANAT. ANIM.), Condrictes
(ICT., classe de peixes), condrossarcoma (PAT.); hipocndrio (ANAT. ANIM.), hipocondria (PSIC.).
condrio-, -cndrio, -cndria (, dim. de grao, organelo citoplasmtico):
condriossoma (CIT.), mitocndrio ou mitocndria (CIT.); repare-se em condrioma (CIT., con-
junto de condriossomas ou mitocndrios).
conquili(o)- ( concha): conquilfero (GEOL.), conquiliologia (ZOOL.).
cope- ( remo): coppode (ZOOL.).
-copo, -copta (< -, de cortar): xilcopo (ENTOM.); sarcopta (ZOOL., gnero Sarcoptes,
que deriva diretamente de e haplologia de sarcocoptes [com carne]).
copro- ( excremento): coprfilo (ECOL.), coprologia.
cori-, -corismo, -corstico ( separadamente < separar, dividir): coriptalo
(BOT.); gonocorstico (BIOL.), gonocorismo (BIOL.).
367
Sobre -clase ou -clase e -clsio, veja-se 175.
368
Da clima: conjunto de condions atmosfricas que estm em funom da inclinaom do Sol sobre um pon -
to terrestre.
190 - 21. COMPOSIOM
-coro , -crico ( espao, localizaom); iscoro ou isocrico (TERMO.).
coro- ( espao de terra, regiom, pas): corologia (BIOGEOGR.).
cosmo-, -cosmo: ( mundo) cosmografia (ASTR.), cosmonutica (COSMON.), macrocosmo,
microcosmo.
-ctilo ( taa, concavidade): hectoctilo (ZOOL.).
crani(o)- ( crnio): craniclase (CIR.), craniomalacia (PAT.).
-crasia (-, de mistura): discrasia (MED.), eucrasia (HIG.).
creat(o)-, creo- (, de carne): creatina (BIOQ.), creatorreia (PAT.), creofagia
(ALIM.).
crem(o)- ( dependurar, suspender): cremaster ou cremster (ANAT.), cremocarpo
(BOT.).
creno- ( fonte): crenobiologia (BIOL.), crenoterapia (TERAP.).
cric(o)- ( anel): cricoide (cartilagem; ANAT. ANIM.).
-crino ( separar, segregar): endcrino (FISIOL.; p. ex., glndula endcrina), excrino.
crio- ( frio): criobiologia (BIOL.), crioclastismo (GEOMORF.).
crio- ( carneiro, arete): cricero (ENTOM.).
cript(o)- ( escondido, oculto): criptobrnquio (ZOOL.), criptodepressom (GEOMORF.).
cris(o)- ( ouro): crisoberilo (MINERAL.), crisomela (ENTOM.).
cristali-, cristalo- ( cristal): cristalfero, cristalogenia (CRISTAL.).
-croismo (- - < cor, com sufixo nominal -ismo): dicrosmo (FS.).
cromo-, -cromo, -cromia, cromat(o)- ( cor): cromocentro (CIT.), cromoplasto (BOT.),
cromossmico; monocromo (tb. unicolor), hipercromia (PAT.), cromatografia (QUM. ANAL.); no
termo cromossoma, o formante cromo- representa cromatina.
crono-, -crono , -cronismo ( tempo): cronopotenciometria (QUM. ANAL.), cronoscpio (-
FS.), iscrono (FS./ GEOL.), isocronismo, sincronismo.
crosso- ( franja, borda): crossoptergio (ICT.).
cten(o)- ( pente): ctenforo (ZOOL.).
107. D
dacri(o)- ( lgrima): dacriadenalgia (PAT.), dacriociste (ANAT.).
datil(o)-, -dctilo(s), -dactilia ( dedo): datilptero (ZOOL.), datilozoide (ZOOL.), ptero-
dctilo (PALEONT.), Artiodctilos (ZOOL.), braquidactilia (PAT.).
dasi- ( denso, piloso, spero): dasmetro (METROL.), dasipoddeo (ZOOL.).
-delos, -dlico ( visvel < mostrar): urodelo (ZOOL.), psicodlico.
dendri-, dendro-, -dendro ( rvore): dendrtico (GEOMORF.), dendrologia (BOT.), rodo-
dendro (BOT.).
deonto- ( de ser necessrio): deontologia (p. ex., deontologia mdica).
derma(to)-, -derm-, -derme (-), derm(o)- ( - pele): Dermpteros (ENTOM.),
Dermpteros (ZOOL.), dermatite (PAT.), dermatoplstico (FARM.), dermotropismo (PAT.), blasto-
derme (EMBRIOL.), melanodermia (PAT.; p. ex., melanodermia senil).
-dese (- < ligar): artrodese (CIR.).
-desia (- < dividir): geodesia.
desmo- ( ligamento): desmologia (ANAT. ANIM.), desmotropia (QUM. ORG.).
deutero-, deuto- ( segundo, secundrio): deuterogamia, deutoplasma (CIT./EMBRIOL.).
dexio- ( direito, oposto a esquerdo): dexiocardia, dexiotrpico.
dia- ( atravs diabetes (PATOL.), diapedese (FISIOL.).
de):
diafragmat(o)- (forma prefixada da palavra diafragma - - interproteom): dia-
fragmatocele.
diali- (- separar): dialicarpelar (BOT.), dialitpalo (BOT.).
21. COMPOSIOM - 191
108. E
-cia: V. -oico.
eco- ( casa, meio, habitat): ecologia, ecossistema (ECOL.), ecotoxicologia; em ectipo, eco- re-
presenta ecologia.
eco- ( eco, repetiom, cf. Eco [ninfa transformada em eco, personificaom]): ecocinesia
(PSIQ.), ecolalia (PSIQ.), ecolocalizaom (ZOOL.)369, ecossonda (FS.); ecodoppler ecografia que
permite medir fluxos sangneos (portanto, aqui, eco- prefixoide).
-ectasia (- extensom, dilataom): atelectasia (PAT.), bronquiectasia (PAT.).
-[c]tico (- < estado, constituiom corporal) < -exia (- < ): anortico (de
anorexia), caqutico (de caquexia).
ecto-; -(ec)tomia ( de fora, externo; -ectomia o formante que indica amputaom): ec-
toderme (EMBRIOL.), ectoplasma (CIT.); iridectomia (CIR.).
ectro- (- abortar): ectromelia (EMBRIOL.), ectrtico (FARM.).
edafo- ( solo): edafologia (PEDOL.).
edri- ( < face, plano, sssil): edrioftalmo (ZOOL.).
-edro, -edria ( face, base, plano): poliedro (GEOM.), hemiedria (CRISTAL.).
ego- ( cabra): egcero (ZOOL.), egofonia (PAT.).
ego- ( eu): egotismo (PSIC.).
-eid(o)- ou -id(o)- ( aspeto, forma): caleidoscpio ou calidoscpio (PT.).
elai(o)- ou eleo- ( azeite, oliveira): elairia (PAT.), eleossoma (BOT.).
elasmo- ( lmina): elasmobrnquio (ICT.).
369
*Ecolocaom um anglicismo rejeitvel (ingl. echolocation).
192 - 21. COMPOSIOM
370
Corpo em que se observrom os primeiros fenmenos eltricos; mbar ou resina fssil emprega-
da por Tales de Mileto nas suas experincias de eletrizaom por fricom.
371
Desta palavra grega deriva o termo erg unidade de trabalho.
372
Nom confundir com o radical escato- ( final, extremo, ltimo): escatologia.
21. COMPOSIOM - 193
109. F
faco- ( lente, cristalino): faclito (PETROG.), facoscpio (OFTAL.).
fago-, -fago , -fagia (de comer): fagocitlise (CIT.), fagofobia (PSIQ.), entomfago (ZOOL.),
bacterifago (MICROB.), aerofagia (PAT.), bacteriofagia (MICROB.).
fanero- ( visvel): fanerogamia (BOT.), Fanerozoico (ESTRATIG.).
-fano : V. feno-
faringo- ( - faringe): faringoscpio (DIAG.), faringotomia (CIR.).
farmaco- ( droga, medicamento): farmacogentica (FARM./GEN.), farmacognosia
(FARM.), Farmacologia.
fascol(o)- ( saco de coiro): Fascolomdeos (ZOOL.).
-fasia, -femia (- < dizer, falar): afasia (PSIQ.), parafasia (PSIC.), parafemia (PSIC.).
fasiani- ( faism): Fasianiformes (ORNIT.).
fenic(o)- ( prpura): fenicptero (ORNIT., sin. de flamingo), Fenicopteriformes (ORNIT.).
feno-, -fano (de mostrar): fenobarbital (FARM.), fenocristal (PETROG.), hidrfano.
feno- (de fenmeno < o que aparece ou se manifesta < brilhar): fenologia
(ECOL.), fentipo (GEN.).
feo- ( fusco, escuro): feofceas (BOT.), feofitina (BIOL./ALIM.).
fico-, -fic- ( alga): ficoteca (BOT.), ficoxantina (BIOQ.), clorofceas (BOT.), rodofceas (BOT.).
, -filia, -flico ( amigo < amar): filantropo, hidrfilo (BOT./ECOL.), necrofilia
fil-, -filo
(PSIC.), cioflico (BOT, sin. cifilo).
-filtico, filacto- (- < guardar, proteger): anafiltico (PAT.), profiltico
(MED./HIG.), filactocarpo (ZOOL.).
-filo, -fila, filo- ( folha): catafilo (BOT.), monofilo (BOT.), xantofila (QUM. ORG./ BIOQ.), fi-
lfago (BIOL.), filopdio (BOT.).
fil(o)-, -filo, -filia ( raa): filtico (BIOL.), filognese ou filogenia (BIOL.), Filogentica (BIOL.),
monofilia (BIOL.), polifilo (BIOL.).
, fisio- ( natureza < produzir): apfise (ANAT. ANIM./ BOT. / GEOL.), parfise (BOT.),
-fise
Fisiologia (FISIOL.).
fiso- ( bexiga): fisocele (PAT.), fisoclisto (ZOOL.).
fito-, -fito ( planta): fitocromo (FISIOL. VEG.), fitfago (ECOL.), epfito (ECOL.), esporfito
(BOT.).
fleb(o)- ( veia): flebectasia (PAT.), flebobrnquio (ZOOL.).
flog(o)- ( chama): flogisto (< inflamvel, HIST. CINC.), flogopite
(MINERAL.).
-fobo , -fobia (< temor, sufixo que denota aversom): hidrfobo (PAT.), fonofobia (PAT.).
foco- ( foca): focomelia (PAT.).
fon(o)-, -fone, -fonia ( voz): fonocardiograma (DIAG.), fonlito (PETROG.); interfone, micro-
fone, ortofonia, radiofonia (TELECOM.).
-foro ( portador): eletrforo (ELET.), fsforo (QUM.), rizforo (BOT.).
fos-, foto- ( luz): fsforo (QUM.), fosgnio (QUM. ORG.), fotoqumico (QUM.), fotoel-
trico (ELETRN.).
foto- (representando fotografia): fotolitografia.
fragmo- ( e - cousa vedada, vedaom): fragmobasdio (BOT.), fragmo-
plasto (BIOL.).
freno-, -frenia ( membrana, diafragma, inteligncia, esprito): esquizofrenia
(PSIQ.), frenologia (ANTROP.), frenopata (PSIC./ PSIQ.).
frino- ( sapo): frinodermia (PAT.), frinolisina (BIOQ.).
21. COMPOSIOM - 195
110. G
galact(o)- ( - leite): galactagogo (TERAP.), galactmetro (ALIM.).
gale(o)- ( ou fuinha): galeopiteco (ZOOL.).
gamo-, -gamo , -gmica, -gamia, ( uniom): polgamo (ZOOL./BOT.), criptogmica (BOT.),
criptogamia (BOT.), monogamia (BOT./ ZOOL.), gamoptalo (BOT.), gamosspalo (BOT.).
gama- ( gama [terceira letra do alfabeto grego]): gamaglobulina (BIOQ./FISIOL.
ANIM.), gamagrafia (DIAG.).
gaster(o)-, gastr(o)-, -gstrio ( - estmago): gasteromicete (BOT.), gastralgia (PAT.),
gastroclico (ANAT. ANIM.), epigstrio (ANAT. ANIM.), hipogstrio (ANAT. ANIM.).
genea-, -gnese, -genesia, -genia, -geno , -gnico, -gnio [forma substantivos], -gneo [forma
adjetivos] (- < geraom, que gera que gerado, raa, gnero): genealogia
(GEN.); biognese (BIOL.), partenognese (BIOL.); palingenesia (GEN.); filogenia (BIOL.); cancer-
geno (PAT., lat. cancer -cri e a vogal de ligaom -i-), endgeno, exgeno; bactria acetognica
(MICROB.), biognico (BIOL.), bactria metanognica (MICROB.), mutagnico (BIOL.); aglutinognio
(FISIOL.), carcinognio (PAT., gr. ), cianognio (QUM.), estrognio (BIOQ.), felognio
(BOT.), gestagnio (BIOQ.), glicognio (BIOQ.), halognio (QUM.), hidrognio (QUM.), oxignio
(QUM.)373; glndula bissognea (ZOOL.), grupo eletrogneo (TCN.), heterogneo, homogneo, gs
lacrimogneo (QUM.).
geni(o)- ( queixo, mento): (msculo) genioglosso, (msculo) genio-hiideo ou genio-hi-
oideu (ANAT.), genioplastia (MED.).
geno- ( linhagem, hereditrio): genoteca (GEN.), gentipo (GEN.).
geo-, -geo [f. -geia] ( terra): geologia (GEOL.), geometria (GEOM.), endgeo (ECOL.), hipgeo
(ECOL.; p. ex., fauna hipogeia).
geronto- ( - velho, anciao): gerontologia (MED./PSIC.).
giga-, gigant(o)- ( - gigante): gigantismo (BIOL.).
gimno- ( nu, descoberto): gimnoblasto (ZOOL.), gimnofiono (ZOOL.), gimnosprmica
(BOT.).
gin(o)-, gineco-, -gino , -ginia ( - mulher): ginandromorfo (ZOOL.), ginopatia (PAT.);
Ginecologia (MED.); andrgino (BIOL./BOT.), epgino (BOT./ZOOL.); androginia (ZOOL.).
gipso- ( gesso): gipsfilo (GEOBOT.).
giro-, -giro ( crculo, volta): giromagntico (FS.), giroscpio (MEC.), dextrogiro (FS.).
glauco- ( azul-claro, cinzento-azulado): glaucfano (MINERAL.), glauconite (MINERAL.).
-gleia (- viscosidade): mesogleia (ZOOL.), zoogleia (MICROB./BOT.).
-glena ( pupila, olho): euglena.
glic(o)- ( doce): glcido (BIOQ.), glicognio (BIOQ.), glicogenlise (BIOQ.), glicose (BIOQ.), gli-
clise (BIOQ.), glicosria (MED.)374.
-glifo ( gravar, ranhura): dermatglifo (sin. sulco dermopapilar), petrglifo (PR-
HIST.), opistglifo (ZOOL.), solenglifo (ZOOL.).
373
No Brasil, o radical -gnio nalguns casos transforma-se em -geno (ex.: estrognio [Gz.+Pt.] / estrgeno [Br.]),
mas nom, por exemplo, em hidrognio (Gz.: hidrognio) e oxignio (Gz.: oxignio).
374
Na bibliografia luso-brasileira, como acontece noutros idiomas, regista-se vacilaom entre o formante
glic(o)- e gluc(o)- (ex.: glicose/glucose). Este polimorfismo radical deve-se duplicidade de critrio ao integrar os
termos provenientes do grego : seguindo umha deficiente transliteraom (correspondncia de sinais), fi-
jo-se corresponder o psilon grego () de - com o u galego-portugus, mas, segundo o critrio da transcri-
om (correspondncia de sons) ao psilon corresponde (atravs do sinal latino y) o nosso i. Perante este pro-
blema, a tendncia moderna em galego-portugus resolver a vacilaom preferindo em todos os casos (exceto
no de glucagom, em que nom se d duplicidade) as formas com i: glcido, glicoclice, glicognese, glicognio, glicoge-
nlise, glicolpido, gliclise, gliconeognese, glicoprotena, glicosamina, glicose, etc.
196 - 21. COMPOSIOM
glio-, -glia ( grude, substncia pegajosa): glioblastoma (PAT.; sin. de glioma), neurglia
(HISTOL.).
glipto- ( [pedra] gravada < gravar): gliptografia, gliptoteca.
gloss(o)-, -gloss-, -glossa ( lngua): glossalgia, glossodinia (PAT.), glossite (VET.), Ofioglos-
sales (BOT.).
gnato-, -gnat-, -gnato ( mandbula): gnatstomo (ZOOL.), Signatdeos (ICT.), prgnato
(ANTROP., tb. progntico).
-gnomonia (- < conhecedor): fisiognomonia, patognomonia (PAT.; sin. de pa-
tognomia).
-gnosia, -gnose (- ou < conheo): prognose (MED.), geognosia (GEOL.),
estereognosia (MED.), paragnosia (PSIC.).
gonfo-, -gonfo ( ferrolho): gonfose (MED.), urogonfo (ZOOL.).
gono-, -gnio, -gonia ( esperma, procriaom < engendrar): ascognio (BOT.),
espermatognio (BIOL.), esporognio, oognio, cosmogonia, gonococo (MICROB.), gonorreia (PAT.).
gon(i)o-, -gono ( ngulo): gonioscopia (DIAG.), pentgono (GEOM.).
graf(o)-, -grafo , -grafia ( escrever, registar): grafoscpio (PT.), anemgrafo (METROL.),
fongrafo, radiografia (TECNOL./DIAG.).
-grama ( escrito, desenho): diagrama, esfigmograma (DIAG.), ideograma.
-gramo ( u linha): paralelogramo (GEOM.).
grapto- ( < escrever, desenhar): graptolite (PALEONT.).
111. H375
halo- ( sal; v. -alino): halobionte (ECOL.), halocinese (GEOL.).
hapl(o)- ( simples): haploidia (GEN.), haplospordio (ZOOL.).
hapt(o)- ( ligar, tocar): haptoglobina (BIOQ.), haptotropismo (FISIOL. VEG.).
harmo- ( junom): harmotmio (MINERAL.).
hebe- ( puberdade): hebefrenia (PSIQ.).
helco- ( lcera): helcologia (MED.), helcomenia (MED.).
helico- ( - espiral): helicptero (AERON.).
helio- ( sol; v. -lio): heliografia (ASTR.), helioterapia (TERAP.).
helminto- ( - verme; v. -elminte): helmintologia.
helo- ( pntano): Helobiales (BOT.), helfito (BOT.).
hemer(o)- ( dia): hemeralopia (PAT., com vista, com adiom de um infixo -al-
por atraom de nictalopia).
hemi- (- prefixo que significa metade): hemiplegia (PAT.), hemidctilo (ZOOL.).
hem(o)-, hemat(o)- ( - sangue; v. -emia): hemina (BIOQ.), hemofilia (PAT.), hemato-
poese.
hepat(o)- ( - fgado): hepatcito (CIT.), hepatomegalia (PAT.).
herpeto- ( rptil < arrastar-se): Herpetologia (ZOOL.).
heter(o)- ( outro, diferente; v. 149: hetero- como prefixo): hetermero (BOT.), he-
terotrfico ou hetertrofo (FISIOL.); ( diferentes entre si): heterogamia (BIOL.).
hial(o)- ( cristal): hialgrafo (PT.), hialoplasma (CIT.).
hidat(o)-, hidr(o)- ( - gua [hidat(o)-: vescula que contm gua]; v. -idro): hid-
tico ou hidatdico (PAT./ZOOL., quisto hidtico ou hidtide), hidatognico (GEOL.), hidroadenite
(PAT.), hidrocele (PAT.).
hidrargiro- ( mercrio, smbolo Hg): hidrargirismo (PAT.).
375
Sobre o comportamento grfico de alguns radicais que por razons etimolgicas deveriam comear por h,
mas comeam por vogal, v. 24.
21. COMPOSIOM - 197
112. I
iatro-, -iatra, -iatria ( mdico): iatroqumica, pediatra, pediatria.
icn(o)- ( rasto, pista): Icnologia (PALEONT.).
icon(o)- ( imagem): iconoscpio.
ictio-, -ict- ( peixe): ictilogo, ictiossauro, Osteictes (ICT.).
ideo- ( ideia): ideogenia.
-deo, -ido ( imagem; v. lat. -dio)376: actindeo(s), nucldeo(s) (srie de elementos qu-
micos); Aracndeos377, Aneldeos (denominaons paracientficas de txons animais de alta ca-
tegoria, em concorrncia com -idos 378
); glcido, lpido, nuclesido, nucletido, pptido, sac-
rido (famlia de substncias orgnicas, em concorrncia com -deo)
idio- ( peculiar): idioblasto, idioglssico (PAT.).
-id(o)-: V. -eid(o)-.
-idro ( - gua; v. hidat(o)-, hidr(o)-): anidrido, anidro (QUM.).
-ieta ( chuva; v. hieto-): isoieta (METEOR.).
-il- ( matria; v. hil(o)-, hile-): acetileno, metileno (QUM.).
376
Consulte-se tambm a secom de radicais e formas afixadas na nomenclatura sistemtica.
377
Aranedeos famlia de aranhas.
378
Em -deos tambm terminam as denominaons paracientficas de famlias de animais, que derivam das cien-
tficas que apresentam o sufixo latino -idae: Canidae > Candeos, Priapulidae > Priapuldeos. Para evitar esta coli-
som entre sufixos, conveniente utilizar -idos para formar as denominaons paracientficas de txons de alta
categoria (equivalendo terminaom -ida dos nomes cientficos): Arcnidos (= Arachnida), Priaplidos (= Pri-
apulida), etc.
198 - 21. COMPOSIOM
113. L
labido- ( pina): labidgnato (ZOOL.).
lago- ( lebre): lagoftalmia (PAT.), Lagomorfos (ZOOL.).
lalo-, -lalia (< - < falar): ecolalia (PSIQ.), paralalia (PAT.), lalofobia (PSIQ.).
lampro- ( brilhante): lamprfiro (PETROG.).
laparo- ( ventre): laparocele (PAT.), laparoscopia (DIAG.).
laring(o)- ( - laringe): laringologia (MED.).
lecito-, -lectico ( gema do ovo): lecitoblasto (EMBRIOL.), oligolectico (EMBRIOL.), telolec-
tico (EMBRIOL.).
-lema ( casca, pele): cariolema (CIT., tb. carioteca, membrana nuclear), sarcolema (ANAT.
ANIM.).
lepidi-, lepido- ( - escama): lepidiforme, lepidossurio (ZOOL.).
-lepse, -lepsia (- < agarrar, prender): metalepse (QUM. - troca <
- trocar), epilepsia (- ataque < - surpreender, atacar).
lepto- ( fino, delgado, delicado): leptocaule (BOT.), leptocefalia (ANAT. ANIM.).
leuc(o)- ( branco, incolor): leucocitozoonose (VETER.), leucovrus (MICROB.).
-lexia ( palavra < ): alexia (PAT.), dislexia (PSIQ.).
lic(o)- ( lobo): Licoperdceas (BOT.), licopdio (BOT.).
limni-, limno- ( lago, pntano): limnmetro (HIDROL.), limnologia (ECOL.).
linf-, linfo- ( deusa das guas): linfadenopatia (PAT.), linfoblasto (FISIOL. ANIM.).
li(o)- ( liso): lienteria (PAT.), litrico.
lio- ( desfazer): lifilo (FISICOQUM.), lifobo (FISICOQUM.).
lipo- ( gordura): lipfilo, liplise (BIOQ./FISIOL.), lipossucom*.
lipo- (de carecer de): lipotimia (PAT.).
, liso- ( dissoluom): atmlise (FISICOQUM.), dilise (FISICOQUM./TERAP.), lisozima
-lise
(BIOQ.).
, -lite, lito- ( pedra): coprlito (PALEONT./PAT.), otlito (ANAT. ANIM./ PAT.), zolito
-lito
(PALEONT.), criolite (MINERAL.), zeolite (MINERAL.), litfago (BOT./ ZOOL.), litotripsia (TERAP.).
lofi-, lofo- ( crista, penacho): lofoforado (ZOOL.), lofforo (ANAT. ANIM./ZOOL.), lofoscopia
investigaom dos sulcos dermopapilares ou dermatglifos, loftrico (BIOL.), rinolofdeo
(ZOOL.).
.
-logia: V. -logo
-logo , -logista; logo-, -logia ( teoria, tratado, cincia, fala): dermatlogo, fisiologista,
odontologista; logorreia (PAT.); radiologia* (com lat. radius), zoologia.
-loma ( - orla, franja): tricoloma (BOT.).
lox(o)- ( oblquo): loxodromia (GEOM.), loxodrmico.
21. COMPOSIOM - 199
114. M
macro- ( longo, comprido, grande): macrcito (FISIOL./PAT., sin. de macronormcito),
macrossomia (PAT.).
malac(o)- ( mole), -malacia ( brandura): malacofilo (BOT.), Malacologia
(ZOOL.), osteomalacia (PAT.).
malo- ( l): malfago (ENTOM.).
-mancia, -mante (< lat. mantia, forma latinizada do gr. - < profeta, adivinho 379,
em palavras relacionadas com o ocultismo, que denota adivinhaom): quiromancia, nigro-
mancia, necromante.
-mano , -mania ( mania): pirmano (PAT.), ninfmana (PSIQ.), cleptomania (PSIQ.).
mano- ( leve, pouco denso): manmetro (METROL.).
-mastia, mast(o)- ( mama)380: polimastia (PAT.), mastodinia (PAT.), mastoptose (PAT.),
Mastozoologia (ZOOL.).
mastigo- ( chicote, flagelo): mastigonema (CIT.), mastigossoma (CIT.).
megalo-, mega-, -megalia ( grande): megalcito (FISIOL./PAT., sin. de macr-
cito), megacfalo, acromegalia.
-melo , -melia, melo- ( membro): focmelo, ectromelia (EMBRIOL.), focomelia (PAT.), me-
loplastia (CIR.).
mela-, melan(o)- ( - negro): melfiro (PETROG.), melanoblasto (CIT.), melanodermia
(PAT.).
men(i)- ( lua): Menispermceas (BOT.), menurdeo (ORNIT., sin. ave-lira).
meni- (alteraom de - < diminuir): menianto (BOT.).
mening(o)- ( - meninge): meningocele (PAT.), meningococo (MICROB.).
men(o)- ( ms): menopausa (MED.), menorragia (FISIOL./PAT.).
mer- ( coxa): meralgia (PAT.).
-mero , meri- mero- ( parte): blastmero (EMBRIOL.), metmero (QUM. / ANAT.
ANIM./EMBRIOL.), mericarpo (BOT.), meroplncton (ECOL.).
meso- ( mdio, mediano): mesocarpo (BOT.), mesolbio (GEOM.).
met(a)- ( prefixo grego que indica deslocamento, mudana de forma, de condiom ou
posterioridade temporal e espacial): metamorfose, metacronismo, metatrax (ANAT.
ANIM./ENTOM.).
meteor(o)- (- elevado no ar; de alm, e ou levantar): meteorito
(ASTR.), meteorologia (METEOR.).
metopo- ( testa): metoposcopia (PSIC.).
metro- ( tero): metrorreia.
metro-, -metro , -metria ( medida): metrologia (METROL.) alcometro ou alcoolmetro, al-
tmetro* (METROL.), elemetro (tb. elaimetro), permetro (GEOM.), perimetria (OFTAL.).
-mi-, mio- ( ratinho e, da, msculo): monomirio (ZOOL.), mioglobina (BIOQ.), mio-
stis (BOT.).
mi-, -mi- ( mosca): miase (pat.), Cecidomideos (ENTOM.).
mico-, -micete(s), micet(o)-, -micose ( - fungo, cogumelo): Micologia, ascomicete
(BOT.), micetcito (BIOL.), deuteromicete (BOT.), Micetologia.
micro- ( pequeno): micrmero (EMBRIOL.), microstilo (BOT.).
-mielite, miel(o)- ( - medula): osteomielite (PAT.), mieloblasto (CIT.).
mio-: V. mi-.
379
O nome do gnero a que pertence o louva-a-deus (ou barbantesa, parraguesa, etc.), Mantis, significa em gre-
go, pois, profeta.
380
Nom confundir com o al. Mast de cevadura, bem cevado, em mastcito.
200 - 21. COMPOSIOM
115. N
nano- ( diminuto, anao): nanoplncton (ECOL.).
narc(o)- ( sopor, letargia, de adormentar): narcolepsia (PAT.), narcoterapia
(TERAP.).
-nastia ( denso): epinastia (FISIOL. VEG.).
-nauta ( marinheiro): aeronauta (AERON.), argonauta (ZOOL.).
necr(o)- ( cadver): necropsia (MED.), necrotrofia (BIOL.).
-necta, -necti-, necto- ( que nada < nadar): notonecta (ENTOM.), Pleuronectiformes
(ICT.), nectpode (ZOOL.).
-nefa, nefo- ( nuve), nefel(o)- ( nuve): isonefa (METEOR.), nefoscpio (METEOR.),
nefelmetro (QUM. ANAL.).
-nefro, nefr(o)- ( rim): mesonefro (ANAT. ANIM. / EMBRIOL.), pronefro ou protonefro (ANAT.
ANIM.), nefralgia (PAT.), nefroangiosclerose (PAT.).
-nema, nemat(o)- ( - fio): treponema (MICROB.), nematicida, nematocisto (ZOOL.), ne-
matode (ZOOL.), nematelminte (ZOOL).
neo- ( jovem, novo, recente): neoblasto (EMBRIOL.), neomorfo (GEN.).
-nsia, -nsico, nes(o)- ( ilha): Indonsia (GEOG.), Macaronsia (GEOG.), Melansia
(GEOG.), Micronsia (GEOG.), Polinsia (GEOG.); nesnimo, nesossilicato (MINERAL.).
-neta ( fiandeiro < fiar): argironeta (ZOOL.).
neur(o)-, -neuro(s) ( nervo): neuralgia (PAT.), Neurologia (MED.), anfineuro (ZOOL.).
-nico , nict(o)-, nicti-, nictal- ( noite): acrnico (ASTR.), nictria (PAT.), nictalopia
(PAT.), nictofobia (PSIQ.).
-nomo , -nomia, nomo- ( lei): Astronomia (ASTR.), Taxonomia (BIOL.), nomograma (MAT.).
-nmio ( porom, de distribuir): binmio, polinmio (LG.).
noo- ( mente, entendimento): noolgico (p. ex., cincias noolgicas), noosfera.
-nose, nos(o)- ( doena): antracnose (FITOPAT.), nosencfalo, Nosologia (MED.).
nost- ( regresso, retorno): nostalgia.
-noto, noto- ( dorso): gimnoto (ICT., peixe-eltrico), notocorda ou notocrdio (ANAT.
ANIM.), Notpteros (ENTOM.).
21. COMPOSIOM - 201
116. O
oci- ( veloz) ou oxi- ( rpido, agudo): ocitocina ou oxitocina (BIOQ.).
ocro- ( amarelo): ocroleuco (BOT.), ocronose (PAT.).
-ode, -od- (-, sufixo formador de adjetivos posteriormente substantivados): geode
(MINERAL.), estamindio (BOT.), Ixoddeos (ZOOL.), plasmdio (BOT./ ZOOL./PAT.).
-odo ( caminho; v. hodo-): ctodo, dodo, eltrodo, perodo.
-odinia ( dor): acrodinia (PAT.).
-odontia ( dente, com o sufixo nominal -ia), -odonte, odont(o)- (
dente): difiodontia (ZOOL.), endodontia (ODONT.), ortodontia (ODONT.), iguanodonte
(PALEONT.), mastodonte (PALEONT.), odontalgia (PAT.), odontforo (ZOOL.).
ofi(o)- ( serpente): ofiologia, ofissauro (ZOOL.).
ofri- ( sobrancelha): frion ou frio (ANAT.).
oftalmo-, -oftalm(ia) ( olho): oftalmomalacia (OFTAL./PAT.), actinoftalmo (ZOOL.),
edrioftalmo (ZOOL.), lagoftalmia (PAT.), xeroftalmia (PAT.).
-oico ( casa), -cio (- < ): dioico (BOT.), monoico (BOT.), zocio (ZOOL.).
-oide (e -oidal): coraloide (de coral); adjetivos habilitados como substantivos: cissoide,
conoide/conoidal (de cone), espermatozoide.
olig(o)- ( pouco): oligoelemento (BIOQUM.), oligfago (ECOL.), oligossacrido (BIOQ.).
-olistese ( < escorregar): espondilolistese (PAT.).
onfal(o)- ( umbigo): onfalotomia (CIR.), onfalite (PAT.).
om(o)-, -mio(n) ( ombro): omoplata (ANAT. ANIM.), acrmio (tb. acrmion).
om(o)- ( cru, precoce, prematuro): omofagia, omotocia (OBST.).
n(o)- ( asno, burro): nagro ou onagro (ZOOL.).
onco- ( tumor): oncocercose (PAT.), oncogene (GEN.), onclito (GEOL.).
onico- ( - unha): onicforo (ZOOL.), onicomicose (PAT.).
-nimo, -onmia, onomas(t)- ( - nome): fitnimo, onomstica, onomasiologia, sino-
nmia.
onir(o)- ( sonho): onirismo (PSIC.), Onirologia (PSIC.).
onto-, -onte ( ser, ente): ontognese (BIOL.), ontogenia (BIOL.), procarionte (BIOL.).
ooteca (ZOOL.), oocisto (BOT.).
oo- ( ovo):
-ope, -opia, -opsia, opto-, -ptico (; de visvel + - [adj.]), -optria: hiperme-
trope (OFTAL.), ambliopia (OFTAL.), biopsia, necropsia (MED.; mas, com acentuaom irregular,
autpsia), optmetro (PT.), ortptico, dioptria.
opist(o)- ( atrs): opistocrnio (ponto craniomtrico), opistgnato (ANTROP. FS.), opisto-
ssoma (ZOOL.).
opo- ( suco): opoblsamo (FARM.), opopnace ou opopnax (< gr. )381, opoterapia
(de opo- suco gstrico, por analogia).
-opse ( - vista, aspeto): cariopse (BOT.).
-opsia: V. -ope.
opto-, -ptico: V. -ope.
-ornis, ornito- ( - ave): agaprnis (ORNIT.), dinrnis (PALEONT.), ornitodelfo (ZOOL.), or-
nitgalo (BOT.).
orict(o)- ( desenterrado(r)): oricteropo ou oricterope (ZOOL.), orictognosia
(MINERAL.), Orictologia (GEOL.).
oro-, oreo- ( - montanha): orognese (GEOL.), orografia (GEOMORF.), oreopiteco (ZOOL.).
381
Opopnace ou opopnax: 1 Gnero de plantas da famlia das Umbelferas (Opopanax); 2 material gomoso,
resinoso, amarelado, com cheiro desagradvel, extrado por incisom da raz dessas plantas, usado como fixador
em perfumaria.
202 - 21. COMPOSIOM
117. P
pal- ( agitar): palanestesia (MED.), palestesia (DIAG.).
pale(o)- ( velho, antigo): palertico (BIOGEOG.), paleonemertino (ZOOL.), Paleontologia
(PALEONT.).
pali(n)- ( repetiom, de novo): palinfrasia (PAT.), palingnese (GEN.).
pan-, pant(o)- ( todo; cf. pan- enquanto prefixo: 149): panaceia (TERAP./FARM),
pancitopenia (PAT.), panclastite (QUM.), pncreas (ANAT. ANIM. / FISIOL. ANIM.), pandemia (PAT.),
Pangeia (GEOL.), pan-mixia (BIOL.). pantpode (ZOOL.), pantofagia.
paqui- ( grosso): paquicefalia (PAT.), paquimeninge (ANAT. ANIM.).
par-, para- (gr. ao lado de, alm de, contra): parenteral (MED., p. ex. via parenteral), pa-
rlio (ASTR.), paraplegia (PAT.), parasita (gr. comer).
parteno- ( virgem): partenocarpia (FISIOL. ANIM. / AGR.), partenognese (BIOL.).
-pata, pato-, -patia ( sofrimento, doena): cardiopata (PAT.), patognese (PAT.), cardio-
patia (PAT.), nefropatia (PAT.)382.
-pausa ( cessaom, fim < cessar): menopausa (FISIOL.).
-peia (- < fazer): farmacopeia (FARM.).
pecilo-, poiquilo- ( vari(eg)ado): pecilocromtico, poiquilcito (PAT.), poiquilosmtico
(FISIOL.), poiquilotrmico (FISIOL.).
-pedese (- < saltar): diapedese (FISIOL.).
382
Como anuncia Pena (2005: 427) e denuncia Navarro (2005: s.v. homeopathy), os radicais - pata e -patia
apresentam um valor duplo, pois, aos sentidos etimolgicos e prprios de doente e doena, tenhem vindo a
incorporar outros, antagnicos e nom apoiados pola etimologia, de mdico e terapia: doente (cardiopata) /
mdico (homeopata, isopata, alopata); doena (cardiopatia, nefropatia) / terapia (alopatia, isopatia, homeopa-
tia, hidropatia). Para superar esta configuraom enganadora, Navarro (2005: s.v. homeopathy) propom para o
castelhano, e ns aqui para o galego-portugus, empregar, com os valores sobrevindos anteditos, os elementos
-patologista ou -terapeuta (homeopatologista ou homeoterapeuta, etc.) e -terapia (homeotera-
pia, etc.).
21. COMPOSIOM - 203
118. Q
queli- ( pina): quelicerado (ZOOL.).
-qunio (< abro-me, entreabro-me): aqunio (BOT.).
.
querat(o)-: V. -cera
-queta, queto- ( cabeleira): espiroqueta, quetgnato (ZOOL.), quetpode (ZOOL.), quetptero
(ZOOL.), oligoqueta (ZOOL.).
quili- ( suco, quilo): quilfero (FISIOL. ANIM.).
quilo- ( beio): quiloplastia.
quir(o)- ( mao): quirfano (MED./CIR.; sin. sala de operaons), quirptero (ZOOL.).
quion(o)- ( - neve): quionablepsia (PAT.), quionfilo (BIOL.).
119. R
rabdo- ( vareta): rabdocelo (ZOOL.), rabdologia (ARIT.).
raf- ( - agulha): rafdeo (BOT.), Rafidipteros (ENTOM.).
-rafia (- < coser): arteriorrafia (CIR.), rinorrafia (CIR.).
-ragia (de fluir): hemorragia (PAT.), rinorragia (PAT.).
ranfo- ( bico): ranfoteca (ANAT. ANIM.).
raqui(o)- ( espinha dorsal): raquialgia (PAT.).
reo-, -rreia, -rreico ( corrente [eltrica, de um fluido, etc.]): reobase (FISIOL. ANIM.), restato
(ELETRN.), reologia (FS.), rinorreia (PAT.), endorreico (HIDROL.).
rin(o)-, -rrino(s) ( nariz): rinoceronte (ZOOL.), rinolalia (PAT.), platirrinos (ZOOL.).
rinco-, -rinco ( tromba, focinho, bico): rincocelo (ZOOL.), rincdeo (ZOOL.), ornitor-
rinco (ZOOL.).
rio- (de correr, escoar): rilito (PETROG.).
-riza, rizo- ( raz): micorriza (BOT./ ECOL.), rizpode (ZOOL.).
rodo- ( rosa): rododendro, rodofceas, rodoplasto (BOT.).
romb(o)- ( losango): romboedro (GEOM.), rombencfalo (ANAT. ANIM.).
ropalo- ( maa): ropalcero (ENTOM.).
206 - 21. COMPOSIOM
120. S
sacari- (lat. saccharum < gr. () acar): sacarfero, sacarmetro (QUM. ANAL./MED.).
salping(o)- ( - tubo, trompa, trompa de Eustquio): salpingoscpio (DIAG.), sal-
pingostomia (CIR.).
sapro- ( apodrecido, ptrido): saprfago (BIOL.), saprofitismo (ECOL.).
sarco-, -sarcia ( carne): sarcocele (PAT.), sarcmero (HISTOL.), polissarcia (PAT.); em
sarcoide (PAT.), sarco- representa sarcoma.
-saur(i)o, saur(o)- ( lagarto): dinossauro ou dinossurio, ictiossauro ou ictios-
surio, lepidossurio386, saurpodes (ZOOL.).
-scapto ( escavar): oviscapto* (ENTOM.).
-scele(s) (- < perna): isscele ou issceles (GEOM.).
-scopo , -scpio, -scopia (de ver): horscopo (ASTROL.), telescpio (PT./ASTR.), hidros-
copia, radioscopia (DIAG.).
-seira ( cadeia, corda): cistoseira (BOT.).
-sfera (V. esfero-): Representando atmosfera: estratosfera (METEOR.), cromosfera (ASTR.).
-sfigmia: V. esfigmo-.
selen(o)- ( lua): selenodonte (ANAT. ANIM.).
-sepsia (- < apodrecer, decompor-se): assepsia (MED.).
serici- (lat. sericum < sedoso < bicho-da-seda): sericcola, sericgeno (ZOOL.).
sial(o)- ( saliva): sialadenite (PAT.), sialografia (DIAG.).
sico- ( figo): sicmoro (BOT.).
sider(o)- ( ferro): sideroblasto (HISTOL.), siderlito (ASTR.).
sifon(o)- ( - tubo): sifonptero (ENTOM.), sifonstomo (ZOOL.).
sigmat- ( sigma): sigmatrpico (p. ex., reaom sigmatrpica, QUM. ORG.).
sin-, sim- ( conjuntamente, simultaneamente): sinapomorfia (BIOL.), sincrpico (BOT.), sim-
plasma (HISTOL.).
sinapti-, sinapto- ( reunir): sinaptinemia (CIT./GEN.), sinaptossauro (PALEONT.).
sindesm(o)- (- ligamento): sindesmografia (MED.), sindesmose (ANAT. ANIM.).
siring(o)- ( - tubo, fstula): siringomielia (PAT.), siringotomia (CIR.).
sism(o)- ( vibraom): sismo, sismicidade (GEOL.), sismoterapia (PSIQ.).
-sita, sit(i)o- ( comer): parasita, sitiofobia (PSIC.), Sitiologia (ALIM., sin. de Bromatologia).
sofro- ( moderado, equilibrado): sofrologia (PSIQ.).
soleno-, -sole ( canal, tubo): solencito (ANAT. ANIM.), solenodonte (ZOOL.), tiflossole
(ZOOL.).
-soma, somato- ( - corpo; no Br., -somo): cromossoma (CIT.), elaiossoma ou eleossoma
(CIT.), microssoma (CIT.), somatologia (BIOL.).
-soto ( < salvar, conservar): creosoto (QUM. ORG. / FARM.).
-spermo, -spermia, -spermas: V. esperm(at)o-.
-spir- (lat. spiraea < , de espiral): aspirina (FARM.).
-stase, -stasia, -stato , -sttico, estat(o)- (< gr. parado, estvel, -, -, de
estar fixo): distase (ANAT. ANIM.), homestase ou homeostase ou homeostasia (BIOL.),
metstase (PAT.), helistato (ASTR.), restato (ELETRN.), bacteriosttico (MICROB.), estatocisto
(ANAT. ANIM.), estatorreator (AERON.).
-stenia (-() < fora, vigor): astenia (PAT.).
386
O uso parece favorecer o emprego do radical -sauro para formar nomes de txons extintos, prprios da Pa-
leozoologia (dinossauro, etc.), enquanto predomina -surio nas denominaons taxonmicas de rpteis atuais,
talvez na esteira de Surios, o grupo (subordem da ordem Escamados e da infraclasse Lepidossurios) dos la-
gartos.
21. COMPOSIOM - 207
-stico ( linha): dstico.
-stigmat- ( marca, estigma): astigmatismo (OFTAL.).
121. T
-tact-, taxo- ( < ordenar, orientar-se) ou taxi-, -taxia ( < ): fototac-
tismo ou fototaxia (BIOL.), geotactismo ou geotaxia (BIOL.), taxidermia (ZOOL.), Taxonomia
ou Taxinomia (BIOL.).
tafo- ( sepulcro < enterrar): tafocenose (PALEONT.).
talami- ( compartimento interior de umha casa, alcova): talamifloro (BOT.).
talasso- ( mar): talassfito (BOT.), talassoterapia (TERAP.).
talo-, -tali ( grelar, desabrochar): talsporo (BOT.).
-talpia ( escalfar): entalpia.
tanato-, -tansia ( morte): tanatofobia (MED./PSIC.), tanatocenose (PALEONT.), distansia,
eutansia (MED.).
taqui- ( rpido): taquicardia (PAT.), taquiglossdeo (ZOOL.).
tauto- ( o mesmo): tautmero (QUM. ORG.), tautnimo (BIOL.).
-taxia: V. -tact-.
-taxia: Forma sufixada de Taxonomia: biotaxia, zootaxia.
-teca, -tcio ( depsito): espermateca (ZOOL.), apotcio (ANAT. VEG.), peritcio (BOT.).
tecno-, -tecnia, -tcnico ( arte): Tecnologia (TECNOL.), mnemotecnia, mnemotcnico.
-tctico ( < fazer fundir): eutctico (p. ex., composto eutctico, mistura eutctica).
tel(e)- ( longe): telangiectasia (PAT.), telencfalo (EMBRIOL.), telescpio (PT./ASTR.).
tele- (representa telegrfico ou radiotelegrfico): telefotografia (TELECOM.), telemetria
(METROL./TELECOM.).
tele- (representa televisom): telerradioscopia (MED.), telerrecetor.
-teleo- ( fim, objetivo): teleognese, teleolgico (BIOL.).
, -telia, telo- (-, - < fim, terminaom): prtele (ZOOL.), hipertelia (BIOL.),
-tele
telolectico (EMBRIOL.), telmero (GEN.).
teli- ( fmea): telitoquia (EMBRIOL./BIOL.).
telo-, -tel- ( mamilo): epitlio (originariamente membrana que recobre o mamilo), telor-
ragia (PAT.).
-tenia (- < estender, prolongar): neotenia (ZOOL.).
-teno, teni- ( fita, tnia): diploteno (CIT.), leptoteno (CIT.), paquiteno (CIT.), zigoteno (CIT.),
teniforme*, tenfugo (FARM.).
ten(o)- ( - tendom): tenalgia (PAT.), tenotomia (CIR.), tenorrafia (CIR.), tenossinovite
(PAT.).
te(o)-, -tesmo ( deus): teobromina (QUM. ORG. / FARM.), politesmo.
-terapia ( cuidar): quimioterapia (TERAP.), hidroterapia (TERAP.).
terato- ( - monstro): teratognese (PAT.), Teratologia (BIOL./PAT.).
-trio ( animal selvagem), tero- ( fera, animal): megatrio (PALEONT.), tero-
piteco (ZOOL.), terpode (PALEONT.).
-termo, -trmico, -termia, termo- ( quente): isotermo ou isotrmico, (linha) isotrmica
(FS./METEOR./TERMO.), diatermia, geotermia (GEOL.), termmetro (METROL./FS.), termocom-
pressor (TECNOL.).
tetarto- ( < quarta parte): tetartoedro (CRISTAL.).
-tetia, -ttico (- < colocar): homotetia (GEOM.), homottico (GEOM.).
tetigo- ( cigarra): Tetigonioides (ENTOM.).
tifl(o)- ( cego, [ ] ceco, parte cega do intestino): tiflectasia (PAT.),
Tiflopdeos (ZOOL.), tiflose (PAT.), tiflossole (ANAT. ANIM.).
208 - 21. COMPOSIOM
tigmo-: V. tixo-.
tilo- ( calo): tilpode (ZOOL.).
-timia (- < nimo): ciclotimia (PSIQ.), esquizotimia (PSIQ.).
tino- ( areia dos rios, duna): Tinocordeos (ORNIT.).
tipo-, -tipo , -tipia ( pancada, sinal da pancada, pegada, figura < bater): tipog-
nese (EVOL.), gentipo (GEN.), zelotipia.
tiro- ( queijo): tirosina (QUM. ORG./BIOQ.), tiramina (em que tir- representa tirosina).
tireo- ou tiro- (representa cartilagem tir(e)oide ou glndula tir(e)oideia < ()- < es-
cudo ou pedra que serve de porta ou porta; v. 64.3-b): tir(e)oidectomia (CIR.),
tir(e)opatia (PAT.), tir(e)otoxicose (PAT.), tir(e)otomia ou tir(e)ocondrotomia (CIR.).
tisan(o)- ( franja): Tisanpteros (ENTOM.), tisanuro (ENTOM.).
tixo-, tigmo- ( e < tocar): tixotrpico (GEOL./PEDOL./QUM.), tixotropia
(FISICOQUM./PEDOL./GEOL.), tigmonastia (BOT.), tigmotaxia (BIOL.).
-toquia, -tocia, toco-, -toco ( parto < engendrar): arrenotoquia ou arrenotocia
(BIOL.), distocia (OBST.), tocografia (OBST.), tocologia (MED.), toco (ZOOL.) eptoco (ZOOL.).
-tomo , -tmio, tomo- ( corte < cortar), -tomia (- < ): tomo (FS.
ATM.), micrtomo, mitomo (EMBRIOL.), harmotmio (MINERAL.), tomografia (DIAG.), flebotomia
(CIR.), gastrotomia (CIR.), glossotomia.
-tono , -tonia, -tnico, tono- ( tom, tono, tensom < estender): istono (FS.
ATM.), distonia (MED./PAT.; p. ex., distonia neurovegetativa), cardiotnico (FARM.), tonmetro
(ACST./METROL.).
topo-, -topo , -topia ( lugar): topografia, istopo (FS. ATM./FISICOQUM.), bitopo (BIOL.),
ectopia (PAT.).
toxi(co)-, tox(o)- ( seta envenenada, veneno de seta): toxicodermia (PAT.), toxoplas-
mose (PAT.), toxialbumina (BIOQ.).
traquel(o)- ( colo, colo do tero): traquelite (PAT.), traquelopexia (CIR.).
traqueo- (forma prefixada do vocbulo traqueia): traqueobronquite, traqueotomia (CIR.).
traqui- ( spero, rude): Traquipterdeos (ICT.).
traumato- ( ferimento): Traumatologia (MED.), traumatotaxia (BOT.).
-tremado, tremat- ( buraco, orifcio): Monotremados (var. nom pref.:
Monotremos ou Monotrmatos), Pleurotremados, Trematodes (ZOOL.).
trepo- ( virar, voltar-se): treponema (MICROB.).
-trepsia ( nutriom < nutrir): atrepsia (PAT.).
-tresia ( perfuraom): atresia (PAT.).
tribo- ( esfregar, empregado com o sentido de atrito): tribofosforescncia (FS.), Tribo-
logia (FS.).
tric(o)-, -tric-, -trico , -trquio ( cabelo, pelo): tricobtrio (ANAT. ANIM.), calitriccea
(BOT.), microtrquio (ANAT. ANIM.), ultrico.
tripano- ( verruma, trado): tripanossoma (MICROB.).
tripto- ( estufar, digerir): triptofano ou triptfano (QUM. ORG./BIOQ.).
troc(o)- ( roda, disco): trocfora (EMBRIOL.).
-trofo , trof(o)- ( alimento), -trofia (-): plancttrofo (ECOL.), trofectoderme
(EMBRIOL.), trofoblasto (EMBRIOL.), distrofia (PAT.).
troglo- ( caverna): Trogloditdeos (ORNIT.), troglfilo (ECOL.).
-tromb-, tromb(o)- ( cogulo): antitrombina (FISIOL. ANIM.), trombastenia (PAT.), trom-
boflebite (PAT.), tromblise (FISIOL. ANIM.).
trombo- (representando trombcito): trombopenia (PAT.), trombocitopenia (PAT.).
21. COMPOSIOM - 209
tropo-, -tropo , -trpio, -tropia, -tropismo ( volta, mudana): tropfilo (BOT.), plagi-
tropo (BOT.), entrpio (OFTAL.), heliotrpio (BOT.), entropia (FS./CIBERN.), hemitropia (CRISTAL.),
geotropismo (BIOL.).
tropo- (representando troposfera): tropopausa (METEOR.).
122. U
ulo- ( cicatriz): ulodermatite, uloide.
ulo- ( gengiva): ulocarcinoma, ulorreia.
urano- ( cu, abbada do cu): uranometria (ASTR.).
urano- ( vu do paladar): uranoplastia (CIR., cirurgia plstica do paladar), uranoplegia
(CIR.).
-urgia (-, de obra): cirurgia (CIR.), metalurgia (METAL.), siderurgia (METAL.).
-uro, -ur-, uro- (lat. -urus < -, de cauda): dasiro (ZOOL.), Pagurdeos (ZOOL.), urpode
(ANAT. ANIM.).
ur(o)-, -ria ( urina): alcalinria (FISIOL. ANIM., presena de lcalis na urina), azotria
presena de produtos azotados renais na urina, fosfatria (FISIOL. ANIM., eliminaom de fos-
fatos pola urina em maior quantidade que a normal), melanria (PAT., presena de mela-
nina), poliria (PAT., secreom muito abundante de urina).
uretr(o)- ( expulsor da urina < urinar + sufixo -tra): uretralgia (PAT.), uretror-
rafia (CIR.).
123. X
xant(o)- ( amarelo): xantofila (QUIM. ORG./BIOQ.), xantopsia (PAT.).
-xena, xeno- ( estrangeiro): piroxena (MINERAL.), xenlito (PETROG.).
xero-, -xera ( seco, rido): filoxera (ENTOM.), xerofagia, xerorrendzina (PEDOL.).
xif(o)- ( espada): xifoide (ANAT. ANIM.; p. ex., apfise xifoide), xifosuro (ZOOL.).
, -xil-, xil(o)- ( madeira, lenha): monxilo, hematoxilina (QUM. ORG.), xilcopo
-xilo
(ENTOM.), xilopala (MINERAL.).
124. Z
zeuglo- ( correia [de canga]): zeuglptero (ENTOM.).
zigo- ( jugo): zigptero (ENTOM.), zigsporo (BOT.).
-zima, zim(o)- ( fermento): enzima (BIOQ.), lisozima (BIOQ., onde -zima procede de en-
zima), Zimologia (BIOQ./FISIOL.).
zoo-, -zorio ( vivente, animal), -zo- ( vida): zoografia (ZOOL.), entozorio (BIOL.),
protozorio (ZOOL.), azoto.
-z(o)oide ( semelhante a um animal): datiloz(o)oide (ZOOL.), espermatozoide
(BIOL.).
RADICAIS LATINOS
125. Umha vez vistos os radicais gregos, vejamos agora os radicais latinos com que
tambm se formam compostos eruditos ou recompostos.
126. A
ab- (< lat. ab-, significando separaom, afastamento): abduom (FISIOL., movimento polo qual
um membro ou rgao se afasta do plano mdio do corpo), abducente, abdutor.
210 - 21. COMPOSIOM
127. B
baci- (bacca baga): bacfero (BOT.), bacvoro (ZOOL.).
baculi- (baculum bastom): baculiforme, baculimetria.
balneo- (balneum banho): balneotecnia, balneoterapia (TERAP.).
basi- (basis base): basicraniano, basitemporal.
387
O adjetivo alto entra tambm a formar compostos contnuos do campo da Meteorologia: alto-cmulo, al-
to-estrato, etc.
21. COMPOSIOM - 211
128. C
caduci- (caducus caduco): caducicordado (ZOOL.), caducifloro (BOT.).
calcaneo- (calcaneum calcanhar, denotando relaom com o calcneo): calcaneoastragalino, cal-
caneodinia.
calcario- (lat. calcarius de calcrio): calcarioargiloso, calcariossilicioso.
calci-, calco- (lat. calx calcis calcrio): calcmetro, calcopirite (MINERAL.).
cale- (calere estar quente): calefaom, calefaciente.
calici- (calix -icis clice): calicifloro (BOT.), caliciforme (BOT.).
calori- (calor -oris calor): calorfugo (TERMO.), calormetro* (TERMO.).
campani- (campana sino): campaniforme.
capilari-, capilaro- (lat. capillus -i cabelo): capilarmetro (HIDR.), capilaroscopia* (DIAG.).
capri- (capra cabra): capricrnio (ASTR.), Caprifoliceas (BOT.).
carbo-, carboni- (lat. carbo -onis carvom): carbonfero, Carbnico (ESTRATIG.).
carni- (caro carnis carne): carnvoro.
casei- (caseus -i queijo): caseificar.
caudo- (cauda cauda): caudofemoral.
cauli- (caulis -is caule): caulifloria, cauliforme, caulinar.
cavi- (cavus vazio): cavicrneo (ZOOL.).
ceco- (caecus ceco): cecostomia (CIR.).
-ceps , -cpite (caput capitis cabea): bceps ou bicpite (ANAT. ANIM.), trceps ou tricpite (ANAT.
ANIM.), qudriceps ou quadricpite (ANAT. ANIM.).
cerebr(o)-, cerebri- (cerebrum crebro): cerebrastenia*, cerebrospinal (ANAT. ANIM.), cerebriforme
(BOT.).
ceri- (cereus cera, de cera): cerfero, cerimetria (QUM. ANAL.).
cervico- (cervix -icis pescoo, colo): cervicoartrose* (PAT.). cervicofacial.
-cdio, -cida (-cida, de caedere matar): infanticdio, acaricida*, espermaticida*.
cimbi- (cymba barca): cimbiforme (BOT.).
circa- (circa em volta de, aproximadamente): circadiano (BIOL.).
circum-, circun- (circum em volta de)388: circum-nutaom (FISIOL. VEG.), circuncrculo (GEOM.),
circuncisom (CIR.), circunvoluom (ANAT. ANIM.; p. ex., circunvoluom cerebral).
cirri- (cirrus caracol do cabelo)389: cirrpede (ZOOL.).
cissi- (scissum, supino de scindo fender, cindir): cissiparidade (BIOL.).
clavi-, claviculo- (clavis chave, clavcula): claviforme, claviculoumeral.
cocleari- (cochlear colher): cocleariforme.
-cola (< -cola que habita ou cresce em): argilcola, arencola, rupcola.
-color (color -oris cor): bicolor, incolor, multicolor, versicolor.
con-, co-: condensar, condensador, cominutivo (CIR.), compilar (INFORM.), coligativo (p. ex., proprie-
dades coligativas).
coni- (conus cone, pinha): conirrostro, confera (BOT.).
contra- (contra contra): contraceom (MED.).
388
Como j se advertiu anteriormente, circum-/circun-, alm de radical, pode considerar-se nalguns compostos,
merc da sua constituiom, como prefixo (p. ex.: circum-navegar, circunvascular; v. 23.4, 149).
389
Em Meteorologia emprega-se a palavra cirro como primeiro elemento em compostos contnuos ligados por
trao que designam tipos de nuves: cirro-cmulo, cirro-estrato, etc.
212 - 21. COMPOSIOM
corac(i)- (corax -acis corvo < corvo): coraciforme (ORNIT.), coracoide (apfise).
corali- (corallium < coral): coraliforme.
cordi- (cor cordis coraom): cordiforme.
-crnio, -corne, -crneo (-cornis, de cornu corno): capricrnio (ASTR.), unicorne, unicrnio
(ZOOL.), licorne ou unicrnio (MIT.), longicrneo (ENTOM.).
corneo- (corneus crneo, da crnea): corneoblfaro, corneoirite.
corono- (corona halo): corongrafo (ASTR.).
cortico- (cortex -icis casca, crtex cerebral): corticografia, corticospinal.
cox(o)- (coxa coxa): coxartrose* (PAT.), coxofemoral (p. ex., articulaom coxofemoral).
crassi- (crassus -a -um grosso): crassiflio ou crassifoliado (BOT.), crassinucelado (BOT.).
-crescente, -crescncia (-crescens, de cresco creso): acrescente (BOT.), concrescncia (BIOL.),
concrescente (BIOL.).
cruci- (crux crucis cruz): Crucferas (BOT.), cruciforme.
cubito- (cubitum -i cotovelo, cbito): cubitocarpal, cubitorradial.
culici- (culex -icis mosquito): culiciforme, culicfugo.
-cultor, -cultura (cultor -oris cult(ivad)or e cultura cultura, cultivo): agricultor, agricultura, he-
licicultura.
cuni- (cuniculus -i coelho): cunicultura (ZOOT.).
cupri- (cuprum cobre): cuprfero.
-curo, -cura (curo cuidar): manicuro, pedicura.
curvi- (curvus curvado): curvilneo, curvmetro (TECNOL.).
-cspide (cuspis cuspidis ponta): tricspide ou tricuspidado (p. ex., vlvula tricspide).
cuti- (cutis pele, cute): cutcula (HISTOL.), cutirreaom (TERAP.).
129. D
de-, dis- (prefixo que indica separaom ou dispersom): decorticaom, decbito (< lat. decubo,
de de- + cubo estar deitado), disembrioma (PAT.).
denti- (dens dentis dente): dentfrico, dentgero.
dextro- (dexter -era -erum direito): dextrogiro, dextrocardia (PAT.), dextrorso (< dextro(ve)rsum
voltado para a direita).
digiti-, -digit- (digitus -i dedo): digitgrado (ZOOL.), digitiforme, digitifoliado, imparidigitado
(ZOOL.).
dis-: V. de-.
dorsi- (dorsum dorso): dorsifixo (BOT.), dorsiventral (BOT.).
-duto (lat. ductus -us conduom, ducto): aqeduto, gasoduto, oleoduto (TECNOL.); aeroduto, es-
permoviduto, oviduto (ANAT. ANIM.).
dulc(i)- (lat. dulcis doce): dulciaqcola (ECOL.).
duplici- (lat. duplex duplicis): duplicidentado (ZOOL.).
130. E
en- (< in-, prefixo que, originariamente, denota direom): encapsidaom (MICROB.).
eneo- (aeneus de cobre, de bronze): Eneoltico (PREHIST.).
ensi- (ensis espada): ensiforme (p. ex., folha ensiforme).
equi- ou eqi- (aequus igualmente, que tem iguais dous ou mais elementos): eqiltero
(GEOM.), equincio (ASTR.).
escapulo- (scapula espdua, ombro): escapuloclavicular, escapuloumeral (p. ex., articulaom es-
capuloumeral).
21. COMPOSIOM - 213
-escente (-escens, part. pres. dos verbos incoativos em -esco), -escvel (< -esco + -ibilis): marces-
cente (BOT.), putrescente, putrescvel.
escuti- (scutum escudo): escutiforme, escutgera (ZOOL.).
espetro- (< espectrum imagem): espetrgrafo (ACUST.), espetrometria (QUM. ANAL.), espetroscopia
(FS./QUM.).
espici- (spicum espiga): espicfero (BOT.), espiciforme (BOT.).
espiro- (spiro soprar, respirar): espirmetro (DIAG./FISIOL.).
estamini- (stamen staminis fio, filamento): estaminfero (BOT.).
estani- (lat. stannum estanho): estanfero.
esteli- (lat. stella estrela): esteliforme.
estrati- (sterno stravi stratum estender): estratiforme (p. ex., cartilagem estratiforme).
estrato- (representa estratosfera)390: estratopausa (METEOR.).
ex-, e- (< lat. ex-): exacerbar, exsicar, exsicador391, exsolver, exsucom, exsudado.
extero- (exterus exterior; v. prefixo xtero-): exterorrecetor392 (FISIOL.).
extr(a)- (lat. extra fora, mais que): extravasamento (MED.), extroversom, extrovertido (PSIC.; por
analogia com introversom, introvertido).
131. F
-faom (< -factio, de factum, supino de facio fago): rarefaom (FS.), putrefaom.
-faciente (< facere fazer): estupefaciente (ingl. stupefacient, cast. estupefaciente), rarefaciente (cf. ra-
refazer).
falci- (falx falcis fouce): falciforme (p. ex., anemia falciforme).
febri- (febris febre): febrfugo (FARM.).
femoro- (femur -oris coxa): femorocaudal, femorotibial.
-fero (fero portar): flabelfero, mamfero, rotfero, sonfero (FARM.), umbelfera (BOT.).
ferri-, ferro- (< ferrum ferro)393: ferrfero (GEOL.), ferrocianeto (QUM.), ferroeltrico (ELET.).
fibri-, fibro- (fibra filamento): fibriforme, fibrossarcoma (PAT.).
fibrino- (de fibrina): fibrinlise* (FISIOL.), fibrinognio* (BIOQ.).
, -ficaom, -ficar (< lat. -ficare < facio fazer, que produz, que porta, que forma): melfico
-fico
que porta mel, morbfico (PAT., que produz doena), saporfico que produz o sabor, sopor-
fico que fai vir o sono, sudorfico, tabfico (PAT. que produz tabe)394, ossificaom (HISTOL.), pe-
trificaom, ossificar (HISTOL.), petrificar (p. ex., ossos petrificados).
-fido (< -fidus, de findo fender, partir): bfido (ANAT.), palmatfido (BOT.).
fissi- (fissus dividido): fissidctilo (ORNIT.), fisspede (ZOOL.).
flabeli- (flabellum leque, abano): flabeliforme, flabelfero.
flori-, florido-, -floro (-florus -flora < flos floris flor): floricultor, floridofcea (BOT.), multifloro
(BOT.), unifloro (BOT.).
fluvio- (fluvius rio): fluviomarinho, fluvigrafo*.
-fluxom (fluxio < fluo fluir, escorrer): solifluxom (GEOMORF.).
390
O termo estrato combina-se com outros termos em Meteorologia para formar nomes de nuves: estrato-cirro,
estrato-cmulo, etc.
391
Exsicador: recipiente de vidro que se usa nos laboratrios para secar substncias ou para as manter longe da
humidade, o qual contm um agente secador, como o gel de slica.
392
A forma *exteroce(p)tor, freqente na bibliografia, constitui um anglicismo rejeitvel.
393
Ferro tambm aparece como palavra ligada por hfen a outro substantivo para indicar a composiom de li-
gas metlicas: ferro-alumnio, ferro-tungstnio, etc.
394
Tabe: Doena degenerativa crnica da medula espinhal, conseqente da infeom do sistema nervoso por
Treponema pallidum.
214 - 21. COMPOSIOM
132. G
-geno (-genus -gena < genus estirpe, nascena, origem): aliengena, terrgeno (PETROG.).
genit(o)- (genitus procriaom, geraom): genitoplastia (CIR.), genitourinrio (ANAT. ANIM.).
-gero (gero eu porto): ovgero (BIOL.), prolgero.
glomerulo- (< lat. glomus glomeris novelo, bola): glomerulonefrite (PAT.).
-grado (gradus passo, grau): centgrado (p. ex. escala centgrada), plantgrado (ZOOL.).
grani- (granum -i grao): granfero, granfugo (AGR.).
guturo- (guttur gutturis garganta): guturofonia, guturonasal, guturopalatal.
133. H
homi- (homo -inis home): homicdio, Homindeos (ZOOL.).
134. I
-dio (-idium; forma substantivos masculinos no campo da Biologia com o sentido de estru-
tura, corpo, elemento do organismo; cf. gr. -deo ou -ido): cecdio, condio, cromatdio, nefrdio,
odio, omatdio, plasmdio, plastdio, traquedio.
igni- (ignis -is fogo): ignfero, ignifugar (QUM.).
ileo- (ileum leo(n)): ileostomia* (CIR.), ileocecal.
ilio- (ilium ilharga): iliocostal, ilioplvico.
imuno- (lat. immunis imune): imunoeletroforese* (DIAG.), Imunologia* (MED.).
395
Termos usados freqentemente na descritiva terminolgica da Botnica e da Zoologia. Exemplos: acetabu-
liforme que tem forma de acetbulo ou taa, acinaciforme que tem forma de espada curva, campaniforme em
forma de sino, ciatiforme em forma de taa, cimbiforme de forma semelhante a umha pequena barca, filiforme
em forma de fio, flabeliforme que tem forma de leque ou abano abertos (sin. de flabelado), fusiforme em forma
de fuso, infundibuliforme que tem forma de funil, lacrimiforme que tem forma de umha lgrima, lentiforme em
forma de lentelha (sin. de lenticular), lingiforme em forma de lngua, moniliforme em forma de colar ou de ro-
srio, musciforme em forma de musgo, napiforme em forma de nabo (p. ex., raz napiforme), tubiforme em for-
ma de tubo.
21. COMPOSIOM - 215
in- (prefixo que exprime negaom): inerte (lat. iners -rtis < in- + ars artis arte, atividade, ou
seja, falta de atividade).
infundibuli- (infundibulum < infundo abocar): infundibuliforme.
intero- (interior, por analogia com extero-)396: interorrecetor397 (ANAT. / FISIOL. ANIM.).
135. J
-jacente (-jacens < jaceo jazer, estar deitado): adjacente (p. ex., ngulos adjacentes), subjacente.
-jet-, -jeit-, -je-, -jei- (<lat. iactum lanar): injetar, injeom, projeom, rejeitar, rejeiom
(IMUNOL.).
136. L
lacerti- (lacertus ou lacerta lagarto): lacertiforme.
lacrimi- ou lacrimo- (lacryma lgrima): lacrimiforme, lacrimonasal, lacrimogneo* (p. ex., gs la-
crimogneo).
lacti-, lacto- (lac lactis leite): lacticemia* (FISIOL.), lactmetro (ALIM.).
lani-, lanu- (lana l): lanfero, lanugem (ANAT. ANIM.).
-lapso (-lapsus < labor cair): colapso (PAT./ASTROF., p. ex., colapso gravitacional), prolapso (PAT.),
relapso.
latero-, -ltero (latus lateris costado)398: lateroflexom (MED.), eqiltero (GEOM.).
lati- (latus -a -um largo): latiflio (BOT.), latissepto (BOT.).
latici- (latex laticis lquido): laticfero (BOT.: p. ex., tubo laticfero).
lenti- (lens lentis lentilha): lentiforme, lentigem (PAT.).
let(i)- (letum morto): letfero ou letal (PAT.).
levo- (laevus esquerda): levogiro, levorrotatrio.
ligni-, ligno- (lignum madeira): ligncola (ECOL.), lignvoro, lignocelulose.
limi- (limus lodo, vasa): limcola (ECOL.: p. ex., fauna limcola).
-lnge, lingi-, linguo- (-linguis < lingua lngua): vermilnge (ANAT. ANIM.), lingiforme, linguo-
dental.
-locular (< loculus clula, compartimento < locus lugar): unilocular (ANAT./BOT., p. ex. cpsula
unilocular).
longi- (< lat. longus longo): longicrneo (ENTOM.), longipene.
luci- (lux lucis luz), -luca (-lucus < luceo luzir): lucfero, lucfugo, noctiluca (BOT.).
-lvio, -luviom (-luvium < luo lavar, lanar gua): dilvio, pedilvio (MED.), alvio ou aluviom
(GEOL.), eluviom (GEOL).
137. M
mami- (mamma mama, seio), mamili- (mamilla -ae mamilo): mamfero (ZOOL.).
maxili-, maxilo- (maxilla mandbula, maxila): maxilpede (ANAT. ANIM.), maxilofacial (ANAT.
ANIM.), maxilofrontal (ANAT. ANIM.).
medulo- (medulla medula): meduloblastoma* (PAT.).
-mel- (meles ou melis teixugo): perameldeo (ZOOL.; gn. Perameles, bandicoot, lit. teixugo com
bolsa).
meli- (mel mellis mel): melfero, melfico.
melito- (melitensis (micrococcus) < Melita Malta): melitococia (PAT.).
396
Tambm existe o prefixo (tnico) ntero- (v. 149).
397
A forma *interoce(p)tor, freqente na bibliografia, constitui um anglicismo rejeitvel.
398
Tambm existe o prefixo (tnico) ltero- (v. 149).
216 - 21. COMPOSIOM
138. N
naso- (nasum nariz): nasofaringe, nasolabial.
nitr(o)- (nitrum soda, potassa): nitrfilo (BOT./ECOL.), nitrmetro (QUM.).
nivo- (nix nivis neve): nivmetro (METEOR.).
nocti- (nox noctis noite): noctiflora (BOT.), noctiluca (BOT.).
nor(mo)- (normal normal): noradrenalina* (BIOQ.), normcito* (CIT.), normovolemia (MED.).
nucleo- (nucleus ncleo): nucleoflico (p. ex., reagente nucleoflico), nucleossoma (GEN./CIT.).
nuci- (nux nucis noz): nucfero (BOT.), nuciforme (BOT.).
nudi- (nudus -a -um nu): nudibrnquio (ZOOL.), nudicaule (BOT.).
numul- (nummulus, dim. de nummus moeda): numuliforme, numulite (PALEONT.).
139. O
ob- (ou occ-) (ob para, contra, ao invs, em direom oposta): obverso, occipital (relativo ao
occipcio ou occipcio).
occipito- (occipitum -i occipcio): occipitolateral, occipitoparietal (ANAT. ANIM.).
ocul-, -culo (oculus -i olho): oculgiro (ANAT. ANIM.), binculo (PT.).
ol-, -ol- (oleo cheirar, ventar): olfaom (FISIOL. ANIM.), acrolena (QUM. ORG.).
olei-, oleo- (oleum -i leo): oleicultura, olemetro (METROL.), oleotrax (TERAP.).
omni- (omnis todo): omnidirecional, omnvoro.
opositi- (oppositus oposto): opositifloro (BOT.), opositipenado.
ostrei- (ostrea molusco, ostra): ostreicultura, ostreiforme.
ovari(o)-, ovi-, ovo- (ovum -i ovo): ovarialgia*, ovariotomia* (CIR.), oviduto, ovgero (BIOL.), ov-
cito (BIOL.).
140. P
palat(o)- (palatum paladar): palatofarngeo, palatografia.
-paro (< -parus -para < pario parir, produzir), -paridade: multparo, ovparo, sudorparo (p. ex.,
glndula sudorpara), fissiparidade ou cissiparidade (BIOL.).
pari- (par paris igual): paridigitado, paripenado (BOT.).
21. COMPOSIOM - 217
141. R
radi-, radic(i)- (radix -icis raz): radcula (BOT.), radiccola (ZOOL.).
radio- (radius raio luminoso): radioespetro (FS.), radiografia*.
re- (re-, prefixo que traduz a ideia de repetiom, retrocesso) regressom (p. ex., funom de re-
gressom), repercussom.
re[c]t(i)- (rectus reto, direito): retangular (GEOM.; p. ex., pirmide retangular), retilneo, mas rec-
tinrveo paralelinrveo (diferente de retinrveo com nervuras que formam retculo).
reni-, reno- (ren renis rim): reniforme, renografia*.
reticulo- (reticulum rede pequena < dim. de rete rede): reticulcito (CIT.), reticuloendotelial (p.
ex., sistema reticuloendotelial).
retino- (retina < rete rede): retinopatia, retinoscopia.
retro- (retro atrs): retrgrado (p. ex., em Fsica, sentido retrgrado), retromutaom (GEN.).
roti- (rota roda): rotfero (ZOOL.).
-rostro (rostrum -i focinho, bico): brevirrostro (ORNIT.), dentirrostro (ORNIT.).
-rub-, rube- (rubeus < rubeo avermelhar, enrubescer): bilirrubina (BIOQ./ FISIOL. ANIM.), rubefa-
om (PAT./PEDOL.).
rupi- (rupes rupis rocha): rupcola (ECOL.).
399
Na bibliografia tambm se regista o (rejeitvel) anglicismo *proprioce(p)tor.
218 - 21. COMPOSIOM
142. S
sacro- (sacrum sacro): sacrodinia (PAT.), sacrocitico (ANAT. ANIM.).
sali- (sal salis sal): salcola (ECOL.), salmetro (ALIM./ METROL.).
sangi(no)- (sanguis -inis sangue): sangificaom (FISIOL. ANIM.; sin. de hematose), sanginopo-
tico* (sin. de hematopotico, termo de preferncia), sanginopurulento que contm sangue e
pus.
saponi- (sapo saponis xabom): saponificaom (QUM. ORG.).
saxi- (saxum pedra, rocha): saxfraga (FARM./BOT.), saxcola ou saxtil (ECOL.).
sebo- (sebum sebo): seborreia (PAT.), seborreide (PAT.).
-secto (de secare cortar): palmatissecto (BOT.), pinatissecto (BOT.).
securi- (securis machado): securiforme.
septi- (saeptum septo): septicemia (PAT.), septicida (BOT.).
sero- (serum soro): serologia* (MED.), seroterapia.
servo- (servus servente): servomecanismo (ou servo), servocomando, servofreio.
seti- (saeta cerda): setfero, setiforme.
sidero- (sidus sideris estrela, astro): siderstato (ASTR.).
silvi-, -silva (sylva ou silva floresta, bosque): silvcola (ECOL.), silvicultura, laurissilva, pluvissilva
(ECOL.).
sinistro- (sinister sinistri esquerda): sinistrocardia (PAT.), sinistrorso (BOT.).
sino- (sinus seio, cavidade): sinoauricular (HISTOL.; p. ex., ndulo sinoauricular).
-sol (de soluom): aerossol (FISICOQUM./ TECNOL.), hidrossol (QUM.), organossol (QUM. ORG.).
soli- (sol solis sol): solfugo (ZOOL.).
soli- (solus -a -um s, nico): solpede (ZOOL.).
son(i)- (somnus sono): sonfero (FARM., sin. de hipntico), sonigrafia (MED., cf. sonografia
[OCEANOG.]).
sono- (sono soar, ressoar): sonografia (OCEANOG.), sonmetro (ELETRN./METROL.).
sopori- (sopor -oris sopor, sono profundo): soporfero (FARM.).
sub- (sug-, suc-) (abaixo): subducom, subsidncia (GEOL.), sugestom (PSIC.), sucedneo (FARM.).
sudori- (sudor -oris suor): sudorfico (FARM.), sudorparo.
sulci- (sulcus sulco): sulciforme.
super- (superus -a -um superior): superovrico (BOT.), superxido (QUM. INORG.).
143. T
tardi- (tardus lento, lnguido): tardgrado.
tauro- (taurus -i touro): cido tauroclico (QUM. ORG.)400.
telur(i)- (representa telrio < tellus telluris a Terra): telurdrico (p. ex., cido telurdrico), telurfero
(GEOL.).
tuber- (tuber protuberncia, excrescncia): tuberculose.
tuber(i)- (representa tubrculo): tuberculiforme, tuberiforme (BOT.).
tubuli- (tubulus, dim. de tubus tubo, cano): tubulfero (ENTOM.), tubulidentado (ZOOL.), tubulifloro
(BOT.), tubulina (BIOQ.).
turbo- (representa turbina < turbo turbinis remoinho): turbodnamo, turbo-hlice, turbojacto (AERON.;
ingl. turbojet).
tussi- (tussis tosse): tussgeno (PAT.).
400
De taurina, substncia descoberta na bile do boi.
21. COMPOSIOM - 219
144. U
umero- (humerus < gr. ombro, espdua): umerocubital, umeroescapular, umerorradial.
unci- (uncus gancho): unciforme (p. ex., apfise unciforme).
unguli- (ungula unha, pezunho): ungulgrado (ZOOL.).
uredo- (uredo uredinis prurido, comichom, ardor [nas plantas, por efeito da geada], de uro
queimar): uredossoro (BOT.), uredsporo (BOT.).
urin(o)-, urini- (urina -ae urina): urinemia*, urinogenital, urinfero (p. ex., ducto urinfero).
uter(o)- (uterus tero): uteralgia*, uteroscopia*, utero-ovrico, uterovaginal.
-uv-, uvul(o)- (uvula vula, campanha, dim. de uva uva): (cido) pirvico, uvulectomia, uvulotomia.
145. V
vagini-, vagino- (vagina banha, estojo): vaginiforme (BOT.), vaginotomia (CIR.).
vago- (representa nervo vago): vagomimtico (MED.), vagotomia (CIR.).
-valente, -valncia (-valens < valeo valer): equivalente (GEOM.), monovalente* (QUM.), polivalente
(QUM.), equivalncia.
varico- (varix -icis variz): varicocele* (PAT.), varicoflebite.
vaso- (vas vaso): vasoconstritor (ANAT. ANIM./FARM.), vasopressina (BIOQ.).
vetor- (vector portador): vetorcardiografia (MED.), vetorcardiograma (MED.).
veli- (velum vela): larva velgera (EMBRIOL.).
veni- (vena -ae vaso sangneo, veia): venissecom, venissutura.
ventri-, ventro- (venter ventris ventre): ventrilateral, ventroinguinal, ventrotomia*.
vermi- (vermis verme): vermicida (FARM.), vermvoro (ZOOL.).
versi- (versus < verto girar, mudar): versicolor.
vesico- (vesica bexiga): vesicorretal, vesicotomia.
vesper- (vesper vespa): vespertiliondeo (ZOOL.).
viti- (vitis -is vinha): viticultura.
vivi- (vivus vivo): vivparo (ZOOL./BOT.), vivissecom (MED.).
-voco (-vocus < vox vocis som da fala, palavra): equvoco, unvoco.
volu- (representa volume): volmetro (FS./METROL.), volumetria (FS./METROL./QUM. ANAL.).
-vomo (-vomus < vomo vomitar): ignvomo.
-voro (-vorus < voro comer avidamente, devorar): carnvoro (ZOOL./BOT.), frugvoro (ZOOL.), herb-
voro (ZOOL.).
vulvo- (vulva matriz, vulva): vulvovaginite (PAT.), vulvopatia (PAT.).
220 - 21. COMPOSIOM
147.1. Mltiplos
147.2. Submltiplos
401
Como smbolo, utiliza-se a letra k: kg, kW, etc.
402
Megatonelada: unidade de medida empregada para avaliar a energia que se desprende numha explosom nu-
clear, e equivalente energia libertada na explosom de um milhom de toneladas de trinitrotolueno, ou, aproxi-
madamente, a 1015 calorias.
222 - 21. COMPOSIOM
403
Nem todos os autores consideram os termos prefixados como compostos. Assim, por exemplo, o POG (p.
100) e Ferreiro (1997: 67 ss.) tratam a prefixaom como modalidade da derivaom.
404
Tambm som possveis termos compostos contnuos mltiplos, integrados por trs elementos: um prefixo
(ou dous), um radical e umha palavra. Exemplos: hiperbetalipoproteinemia (gr. sobre, acima + beta
+ gordura + primeiro + -in(a)- + () sangue + -ia), pr-proglucagom (prefixo pr- + prefixo
pro- + doce + -agom [de combatente]), semimicroanlise (lat. semi metade + peque-
no + - < - desfazer).
405
Podem ver-se alguns outros prefixos de pouca importncia para a linguagem cientfica (aqum-, alm-, re-
cm-, sem-, etc.) em 23.
21. COMPOSIOM - 223
a-, an- (gr. -, - nom, sem, prefixos privativos ou negativos usados na formaom de voc-
bulos eruditos; an- diante de vogal ou h406; v. 104: a- como radical407): acelular, assimtrico,
assncrono, anitrico (MED., livre de itercia; p. ex., hepatite anitrica).
a-, as- diante de s (< lat. ad-): assilvestrado (BOT., ZOOL.).
ab-, abs- (< lat. ab-, prefixo que significa afastamento, separaom): abentrico (PAT., localizado
fora do intestino), aboral (ZOOL., em posiom oposta da boca), ab-reaom (PSIQ., des-
carga emocional mais ou menos intensa, em que o indivduo revive um acontecimento
traumtico que o liberta da repressom a que estava submetido, e que pode ser espontnea
ou manifestar-se no curso de certos processos psicoteraputicos, por aom deles).
ad- (lat. ad, prefixo que indica direom): adaxial (BOT., com relaom a um eixo, dito do rgao
mais prximo dele), ad-radial (p. ex., ZOOL., ducto ad-radial nos Ctenophora).
alt- (lat. altus alto): altazimute (TOPOG./ASTR.).
ambi- (lat. ambi-, prefixo que indica dous simultaneamente): ambidestro, ambparo (BOT.), am-
bivalente.
ana- ( para cima, em cima de, completamente, denota ascensom, repetiom, inversom,
intensificaom): anfase (BIOL.), anagnese (BIOL.).
ante-, ntero- (lat. ante, prefixo que indica anterioridade espacial ou temporal; cf. antecipar, an-
tecipaom, anteface): antebrao, antebraquial (ANAT. ANIM.), antecadinho ou antecrisol (METAL.),
antediluviano, antemeridiano (ASTR.); ntero-externo408.
anti- (gr. contrrio, em frente de; denota oposiom ou inversom do sentido; cf. contra-):
anticonceom (tb. contraceom), anticoncetivo (tb. contracetivo), antigravidade (FS.), anticoagu-
lante, anti-halo, anti-incrustador, antimatria (FS.), antitussgeno, antiviral, antivrus (INFORM.),
antivitamina (MED.).
apo- (gr. ; denota separaom, mudana, negaom, terminaom, oposiom, etc.): apocrpico
(BOT.), apoferritina (FISIOL. ANIM.), apossemtico.
auto- (gr. um prprio): autoaglutinina (IMUNOL.), autocolimador (PT.), autoenxerto
(MED.), autofecundaom (BIOL.), autoinfeom.
bi- (< lat. bis duas vezes, prefixo que exprime a ideia de duplicaom): biamperimetria (QUM.),
bipolar, birrefringncia (PT.), bissetriz (GEOM.), bissexto (ano bissexto).
circum-, circun- (lat. circum- em volta de)409: circum-adjacente, circumboreal (BIOGEOG.), circum-
polar (ASTR., estrela circumpolar), circunvascular.
cis- (cis aqum, deste lado)410: cisatlntico, cisplatino (a respeito do Rio da Prata).
co-, com-, con- (< lat. cum com; indica em comum, conjuntamente; em ASTR./MAT. tambm
indica o complemento de um ngulo ou a pertena a este complemento): coabitar, coefici-
ente, codeclinaom, cofator, coenzima, colimador (FS.), colinear, compressom, comutaom, con-
cocom, confocal (GEOM./PT.; p. ex., elipses confocais, lentes confocais), copolmero, coprocessador
(ELETRN./INFORM.), correpressor (GEN.), correlaom, cosseno, covarincia (ESTAT.).
cncavo- (lat. concavus < cum + cavo): cncavo-convexo.
406
Com o elemento antepositivo an-, o h inicial desaparece (v. 23.2): an- + hidrido ==> anidrido.
407
O elemento de composiom a- ser considerado radical (v. 103), e nom prefixo, quando o segundo ele-
mento da composiom nom tiver vida parte (junom de carter pr-estabelecido) e o composto resultante
tiver um nico acento de intensidade.
408
Os prefixos tnicos ntero-, xtero-, nfero-, ntero-, ltero-, mdio-, pstero- e spero-, sempre ligados por hfen
ao segundo elemento do composto, formam adjetivos que denotam em Anatomia a posiom de um rgao ou
estrutura.
409
De um ponto de vista semntico, pode distinguir-se entre o prefixo circum-/circun- e o radical latino cir-
cum-/circun-, que figura em termos em que o seu significado est mais lexicalizado (e a sua acentuaom me-
nos marcada), como circum-nutaom ou circunvoluom (v. 23.4, 128).
410
Sobre cis- como elemento compositivo da nomenclatura da Qumica, v. 155.
224 - 21. COMPOSIOM
contra- (lat. contra-; indica oposiom; cf. anti-): contra-alsio (METEOR.), contramar (OCEANOG.),
contraveneno (FARM.).
convexo- (lat. convexus < cum + vexo): convexo-cncavo.
des-, de-, dis- (< lat. dis, prefixo que indica separaom, o contrrio de; cf. ingl. dis-): descere-
braom (PAT.), descoagular, descodificaom ou decodificaom, desconformidade, descontinuidade,
desidro- (QUM. ORG.), desnutriom, desodorizante, desoxi- (QUM. ORG.), dessalinizaom; deci-
fraom (de decifrar), decocom (FARM.), depressom; disjunom, dislipemia (PAT.).
dis- (-, prefixo negativo que denota dificuldade, contrariedade, alteraom; cf. ingl. dys-):
dislexia, dismenorreia, disorexia.
ecto- (gr. fora, de fora, externo): ectoderme (EMBRIOL.), ectoparasita (ECOL.).
endo- (gr. dentro): endopolmero (MICROB./BIOQ.), endossimbiose (ECOL.).
entre- (lat. inter; no meio de; cf. inter-): entreferro (ELET.), entrelinha, entren (BOT.).
epi- (gr. sobre): epicarpo (ANAT. VEG.), epiptalo (BOT.).
ex-, e-, xtero- (< gr. - ou lat. ex-, exteru fora de)411: Edentados (ZOOL.), excntrico, exsucom
(MED.), exsudato (FISIOL.); xtero-anterior, xtero-superior.
extra- (lat. extra fora, mais que): extracelular (CIT.), extrapeninsular (GEOG.), extrassstole (MED.).
hemi-, semi- (gr. - meio, metade; lat. semi- meio, a metade de, parcialmente, nom com-
pletamente): hemianalgesia (MED.), Hemicordados (ZOOL.), hemiparasita (BOT.), semicarba-
zida (QUM. ORG.), semicondutor (ELET.), semilnio (ASTR.).
hetero- (gr. outro, diferente; v. 111: hetero- como radical): heterotomo (QUM. ORG.),
heterocromossoma (CIT.), heterossexual.
hiper- (gr. sobre; cf. super-): hiperacumulador (ECOL.), hiperemia (MED.), hiperfalangia
(ZOOL.), hipervitaminose (MED.), hipervolemia (MED.).
hipo- (gr. abaixo de; cf. sub-): hipogstrio (ANAT. ANIM.), hipomagnesemia bovina (VETER.), hi-
possensibilizaom (IMUNOL.), hipovolemia (MED.).
homo- (gr. o mesmo, igual; v. 111: homo- como radical): homolateral (ANAT. ANIM.), ho-
mossexual.
in- (< lat. in-, prefixo privativo que exprime negaom; i- diante de l, n ou m; im- diante de b e p,
ir- diante de r): ilgico, imvel, impermevel, incontaminvel, inequaom, inerte, irregular, irreso-
lvel.
in- (< lat. in-, com o significado de movimento para adentro; i- diante de m, n): imergir (cf.
emergir), imigraom (cf. emigraom, migraom), inato, induom, inserir.
nfero- (lat. inferus inferior; cf. infra-, sub-): nfero-anterior, nfero-lateral.
infra- (lat. infra mais abaixo, posiom inferior; cf. nfero-, sub-): infra-hiideo (MED.), infrassom
(FS./ACST.), infravermelho (FS.).
inter- (lat. inter entre, mutuamente; cf. entre-): interambulacro (ZOOL., equinodermos), interar-
ticular, interatmico (FS. ATM.), inter-rdio (ZOOL., equinodermos).
intra-, intro-, ntero-412 (lat. intra dentro, no interior de): intramuscular (p. ex., injeom intra-
muscular), intravenoso, introversom; ntero-anterior.
justa- (lat. iuxta perto de, beira de): justaglomerular (ANAT. ANIM.), justaposiom.
ltero- (lat. latus -eris costado, flanco; indica lateral, de um lado) 413: ltero-abdominal, ltero-
esfenoide (ZOOL.).
mal- (lat. malus mau, doente): mal-estar, malformaom (PAT., vcio de conformaom de umha
parte do corpo, congnito ou hereditrio, e geralmente curvel mediante cirurgia) 414.
411
Como radical latino h de considerar-se extero- em, p. ex., exterorrecetor (v. 130).
412
Tambm existe intero-, radical (tono) que forma recompostos (v. 134).
413
Tambm como radical (ou prefixo tono) latero-: lateroflexom, etc. (v. 136).
414
Caso se aceite malformaom como termo legtimo em galego-portugus (com o significado especfico adu-
zido, diferente do vernculo deformidade [que passaria a ver restringido o seu significado no sentido de vcio
21. COMPOSIOM - 225
de conformaom corporal adquirido]), e nom se rejeite como anglicismo censurvel (ingl. malformation),
malformaom ser o nico termo que na nossa lngua se forma ajuntando um substantivo ao prefixo mal- (o
qual, em geral, s admite bases adjetivais ou verbais). Assim sendo, os numerosos termos ingleses formados
polo sufixo mal- e um substantivo apresentam como equivalentes em galego termos de diferente constituiom
(ex.: ingl. malabsorption > gal. hipoabsorom, ingl. maldigestion > gal. m digestom ou dispepsia, ingl. malnutrition >
gal. desnutriom, etc.).
415
Caso diferente o de parafina, do lat. parum affinis pouca afinidade (parum pouco).
226 - 21. COMPOSIOM
sobre-, super-, spero-, supra- (lat. super, supra, superu sobre): sobreaquecimento (cf. cast. reca-
lentamiento), sobredose dose excessiva (Pt. overdose), sobrenadante (FS.), sobretensom
(AERON.), sobrevivncia (cf. cast. supervivencia), supercompressom, supercondutividade ou supra-
condutividade (FS.), supernova (ASTR.), superxido (QUM.), spero-posterior, supra-axilar
(ANAT.), supraescapular (ANAT.), suprarrenal (p. ex., glndula suprarrenal, sin. glndula
adrenal).
sub- (lat. sub debaixo de; cf. nfero-, infra-): carvom sub-betuminoso (MINERAL.), sub-bosque (ECOL.;
cf. cast. sotobosque), subdural (MED.), subespcie (BIOL.), sub-harmnico (FS.), subsolo (GEOL.).
trans-416 (< lat. trans alm de, atravs de, conversom)417: transaminase (BIOQ.), transbordar,
transduom (GEN.), transfundir e transfusom418, transgnico (GEN.), translaom, translcido (FS.),
transonncia (FISIOL. ANIM./DIAG.), transplantar e transplante ou transplantaom (cf. cast. tras-
plante), transposom (GEN.), transuraniano (QUM. INORG.)419, transvasar.
ultimo- (lat. ultimus o mais afastado, o ltimo): glndula ultimobranquial (ANAT. ANIM.).
ultra- (lat. ultra alm de, mais que, em grau excessivo): ultracentrfugo (BIOL.), ultrafiltraom
(QUM.), ultraleve (AERON., aeronave de recreio), ultramicrtomo (BIOL.), ultrassom (FS.), ul-
trassonografia (DIAG.), ultravioleta (FS.).
416
Nas formaons romances, o prefixo trans- concorre com tras-: trasfegar, trasnoitar, etc. (cf. Ferreiro, 1997:
101, 102).
417
Sobre trans- como elemento compositivo da nomenclatura da Qumica, v. 170.
418
Frente ao par transfusom (transfuso) transfundir, os dicionrios da lngua comum (p. ex., DACL, DHLP)
nom registam, ao lado de perfusom (perfuso), o verbo perfundir.
419
Elemento transuraniano: di-se daquele elemento qumico com um nmero atmico superior a 92, ou seja,
que est colocado a seguir ao urnio na tabela peridica.
420
Mais de duas palavras principalmente no caso das denominaons vernculas de grupos ou txons (sobreto-
do, de (sub)espcies) de animais e plantas (v. 22.1).
21. COMPOSIOM - 227
421
Em comparaom com outras lnguas europeias, o galego-portugus conta com um caudal reduzido de
compostos soldados. Assim, por exemplo, em alemm som muito numerosos os termos desta classe, que po-
dem formar-se por simples justaposiom de duas palavras (ex.: lebendgebrend > vivparo) ou mediante a liga-
om proporcionada por certos elementos, como a desinncia do genitivo (Knigswasser > gua-rgia), a desi-
nncia do plural (Pflanzenfresser > fitfago) ou a partcula s (Wiederholungsfaktor > fator de iteraom).
422
Com a eventual necessidade de duplicar o r ou o s: torna + sol ==> tornassol.
423
Palavras como rabirruivo, formadas pola soldadura de um substantivo (algo alterado) e de um adjetivo, e
em que o substantivo age como complemento determinativo do elemento adjetival (com o significado, neste
exemplo, de ruivo no rabo ou que tem o rabo ruivo), som freqentes entre as denominaons vernculas de
animais e vegetais e conhecem-se como compostos sintticos ou elpticos.
424
Torcicolo: 1 ZOOL. Ave da espcie Jynx torquilla (fam. Picidae; cf. al. Wendehals, cast. torcecuello, ingl. wryneck);
2 PAT. estado de contracom de msculos cervicais, levando a torom do pescoo e posiom anormal da cabe -
a.
425
Em geral, os termos compostos desta estrutura som descontnuos. As exceons som constitudas, na sua es-
magadora maioria, polas denominaons vernculas de grupos ou txons (sobretodo, de (sub)espcies) de ani-
mais e plantas (v. 22.1).
228 - 21. COMPOSIOM
d) adjetivo + substantivo (v. 22): alto-forno (com alto-, baixo-, gram-, preia-), meia-lua
(primeiro elemento numeral); termos soltos curta-metragem, curto-circuito, longa-me-
tragem, sam-bernardo.
426
Exceto as denominaons de enzimas, as quais representam compostos subordinados (pois apresentam um
ncleo manifesto, que a denominaom do tipo de aom qumica), a maioria destes compostos som coorde-
nados, isto , neles os componentes possuem a mesma categoria semntica (a este respeito, constitui exceom,
p. ex., ouro-pigmento mineral monoclnico, sulfureto de arsnio).
427
s grafias com hfen deve dar-se preferncia sobre as de componentes soldados, que tambm aparecem na
bibliografia: altostrato (melhor alto-estrato), cirrocmulo (melhor cirro-cmulo), cirrostrato (melhor cir-
ro-estrato), cumulonimbo (melhor cmulo-nimbo), estratocmulo (melhor estrato-cmulo), nimbostrato
(melhor nimbo-estrato), etc.
428
Melhor citoblasto ou blastcito (v. 213).
21. COMPOSIOM - 229
brisas, porta-luvas pequeno compartimento, em geral na parte direita do painel dos au-
tomveis, para guardar documentos e pequenos objetos (cf. cast. guantera), porta-ob-
jeto (de microscpio; tb. lmina; cf. lamela, cast. cubreobjetos), quebra-gelo (navio), etc.
g) verbo + verbo (v. 22): bole-bole (gramnea), pisca-pisca (luzes dos veculos).
Nome sistemtico. Trata-se de um nome composto 429 exclusivamente por slabas de significaom es-
trutural precisa, com ou sem prefixos numricos: etanodioato, 4-etil-2,6,6-trimetiloctano.
Nome trivial. Nome que nom apresenta qualquer parte utilizada num sentido sistemtico: bromo-
frmio, xantofila.
Nome semissistemtico ou semitrivial. Nome em que apenas umha parte empregada em sentido siste-
mtico: metano (parte sistemtica: -ano), buteno (-eno), calciferol (-ol).
Nesta secom tratarm-se os afixos e radicais (em sentido lingstico) que interve-
nhem na nomenclatura qumica. Note-se que a lista poderia ser ainda mais extensa se nela
429
Note-se que neste captulo nom h de confundir-se o valor qumico dos termos composto e radical com os
valores lingsticos habituais. Quimicamente, um radical um grupo de tomos que intervm em compostos
qumicos. Modernamente, no campo da Qumica, prefere-se reservar o termo radical para referir-se aos radi-
cais livres (espcies que contenhem eletrons desemparelhados) e, em troca, denominar tomo substituinte ou
grupo substituinte um tomo ou um grupo que substitui um ou mais tomos de hidrognio ligados a uma es -
trutura parental ou a um grupo caracterstico, excepto para tomos de hidrognio ligados a tomos calcogni-
cos. (IUPAC-SPQ, 2002: 13).
230
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 231
se tivessem includo todos os grupos ou radicais orgnicos (em sentido qumico) 430. Ob-
serve-se que, por vezes, a denominaom de um radical (ou grupo substituinte) e a corres-
pondente forma prefixada podem coincidir: metoxi- (forma prefixada) / metoxi431 (grupo
substituinte)432. Nom se incluem na lista os afixos multiplicadores433.
Dada a grande importncia e nmero dos formantes prprios da Qumica Orgnica,
recomendamos encarecidamente ao leitor interessado a consulta do guia IUPAC-SPQ (2002)
e do manual de Campos e Mourato (1999), os quais seguem, e adaptam para galego-por-
tugus, as regras (de 1979) e as ltimas recomendaons (de 1993) da International Union
of Pure and Applied Chemistry. nestas obras que nos apoiamos para oferecer parte da
seguinte listagem (cf. tb. Godly, 1993).
153. A
ace-: Forma prefixada designativa de actico: 1,2-acenaftoquinona, acefenantrileno.
-aceno: Terminaom dos hidrocarbonetos policclicos que contenhem cinco ou mais anis
benznicos condensados numha disposiom linear reta: antraceno, naftantraceno, pentaceno.
acetil-: Forma prefixada, CH3CO, derivada do cido actico: acetilcetona.
acet(o)-: Forma prefixada derivada dos termos actico e acetilo: acetaldedo, acetamida, acetoace-
tato, acetoactico434, acetona, acetileno (< acetum vinagre + -et- [ ar] + -il- [ ma-
deira] + -eno).
acetoxi- (acetil + oxi) Forma prefixada, CH3COO: cido-3-acetoxibenzoico435.
acil-: Forma prefixada designativa de RCO, grupo que deriva dos cidos carboxlicos
RCOOH por eliminaom do hidroxilo OH (segundo o valor de R, teremos acetil-, benzoil-,
etc.).
aciloxi-: Forma prefixada designativa de R1COO, quando o radical R2 (de R1CO
OR2) contm um substituinte com preferncia de citaom como grupo principal:
cido 3-(benzoiloxi)propanoico.
acr-: Representa acrolena em: acrlico, -acrose.
-adieno: V. -eno.
-adi-ino436: V. -ino.
430
Por exemplo, de Qumica Orgnica: acrilolo, alcenilo, alquilo, alcinilo, anilo, anisilo, arolo, ... oxalilo (radical
bivalente OCCO), oxalo (radical univalente HOCOCO), etc.
431
Antigamente, sinnimo de metoxil, termo obsoleto para denotar o grupo substituinte, mas vlido como ra-
dical livre.
432
Mas nom, por exemplo, nos grupos substituintes alquilo: metilo (grupo) / metil- (forma prefixada), etilo
(grupo) / etil- (forma prefixada), etc.
433
Com a ressalva de algum caso que nom pertence a nengumha das duas sries seguintes: a) Os usados por
uniom direta, sem hfen: mono-, di-, tri-, tetra-, penta-, hexa-, hepta-, octa-, nona- (enea-), deca-, undeca- (hendeca-),
dodeca-, etc. (veja-se a continuaom da srie em Campos e Mourato, 1999: 16 e em IUPAC-SPQ, 2002: 71); b) os
usados por uniom direta, tambm sem hfen, mas com inclusom entre parnteses de toda a expressom a que se
aplica o prefixo: bis-, tris-, tetraquis-, pentaquis-, etc.
434
Sin. de acetilactico.
435
Em nomenclatura qumica, o trao de uniom, tal como a vrgula, intercala-se sem espaos, isto , deve ocupar
apenas um espao grfico (cf. Campos e Mourato, 1999: 28).
436
No caso da nomenclatura dos compostos orgnicos, em Portugal, antes de vigorar neste pas o AOLP-1990,
para se pouparem hfens num mbito abundante neles, preferiu-se (cf. Campos e Mourato, 1999: 28; IUPAC-
SPQ, 2002) grafar justapostas duas vogais iguais consecutivas (isooctano, 1,3,6-heptatriino). Umha vez que no
Brasil tal exceom ortogrfica nunca regeu, e que agora o AOLP-1990 vai vigorar em Portugal (e, com as adapta-
232 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
-al (da slaba inicial de lcool): Terminaom empregada para denominar os aldedos: etanal, 2-
hexendial, piperonal.
-al (do elemento final de cloral, um soporfero): Terminaom que serve para formar nomes de
diversos sonferos: sulfonal, veronal.
alanto- (de alantoide < gr. , enchido + forma, ou seja, em
forma de enchido): alantoico (p. ex., cido alantoico), alantona. A partir do termo alantona
abreviado forma-se aloxana.
alcoxi-: Forma prefixada que, num composto orgnico, assinala a presena do radical RO:
metoxi-(CH3O), etoxi- (CH3CH2O), etc.
ald- (apcope de aldedo): aldol, aldose.
aldo-: Forma prefixada utilizada ocasionalmente para denotar que um composto provm de
um aldedo, tem umha estrutura pseudoaldedica ou contm na sua molcula um grupo al-
dedico: aldose, aldoxima.
alil-: Forma prefixada de compostos insaturados de frmula CH2=CHCH2: alilamina.
alumino- (de alumnio < alumen aluminis almen): aluminofrrico, aluminossilicato.
-amida: Terminaom das amidas: dimetilformamida, hexanamida, 4-aminobenzenossulfonamida,
sulfamida (FARM.; sin. sulfonamida).
-amidina: Terminaom das substncias orgnicas caraterizadas pola presena do grupo funci-
onal C(=NH)NH2.
amidino-: Forma prefixada correspondente ao grupo C(=NH)NH 2: amidino-transferase
(BIOQ.).
-amido: Terminaom que serve para formar o nome dos grupos RCONH ou RCONR,
que derivam das amidas por eliminaom de um tomo de hidrognio ligado ao azoto.
amil-: Nome trivial da forma prefixada pentil-: isoamil- (sin. de isopentil-).
amilo-: a) Forma prefixada, proveniente da palavra latina amylum, que significa amido. Ex.:
amilodextrina; b) forma prefixada equivalente a amil-, usada nalguns produtos farmacu-
ticos.
-amina: Terminaom das aminas, R3N: etilamina, 4-quinolilamina, 1,3,5-triazina-2-ilamina, tri-
metilamina.
-aminilo: Terminaom que, quando substitui a terminaom -amina no nome das aminas, serve
para designar os radicais livres formados a partir destas por eliminaom de um tomo de
hidrognio: dimetilaminilo, fenilaminilo.
amino-, -amino: Formas que designam o grupo NH2 e que, associadas ao nome dos radi-
cais hidrocarbonados R, se empregam tambm para designar os grupos RNH, R 2N e
RRN: aminocetona, 9-aminoacridina, dimetilamino (CH3)2N.
-amnio: Terminaom para os ions derivados das bases azotadas cujos nomes acabam em
-amina: iom hidroxilamnio (HONH3+), catiom tetrametilamnio [(CH3)4N+].
amonio-: Forma prefixada que designa o grupo catinico amnio NH4 quando se considera
como substituinte numha molcula orgnica.
amono-: Em Qumica Inorgnica, forma prefixada de amonaco, que denota que umha proprie-
dade se manifesta no amonaco ou que um fenmeno produzido polo amonaco: amo-
nocido, amonobase.
anidro-: Forma prefixada que denota a perda intramolecular dos elementos da gua: cido 2,3-
anidro-D-gulnico.
-anilida: Terminaom para as amidas fenilsubstitudas: 2,3-dicloro-2-naftalenossulfonanilida.
-anilina: Terminaom dos compostos com NHC6H5.
anilino-: Forma prefixada dos compostos com C6H5NH.
ons precisas, tambm na Galiza), aqui preferimos sujeitar regra geral de hifenaom dos prefixos tambm
este mbito terminolgico (v. 23.3) e, portanto, escrever iso-octano, 1,3,6-heptatri-ino, etc.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 233
-ano (al. -an, cast. -ano, cat. -, fr. -ane, ingl. -ane, it. -ano): a) Terminaom dos hidrocarbonetos
alifticos (de cadeia aberta, acclicos) saturados, tambm denominados alcanos, atribuda
polo qumico alemm A. W. Hofmann (18181892) e outros colegas; os quatro pri-
meiros membros da srie dos alcanos denominam-se metano, etano, propano e butano, e os
nomes dos membros superiores desta srie formam-se com um radical numrico seguido
de -ano: pentano (5), hexano (6), heptano (7), ... icosano (20), ... hectano (100), etc.437; b) ter-
minaom prpria dos cicloalcanos (hidrocarbonetos monocclicos saturados): ciclopen-
tano; c) terminaom dos hidretos ou compostos de hidrognio: diborano (B2H6), diarsano
(As2H4).
-ano: a) Terminaom prpria dos nomes dos compostos heterocclicos nom aromticos que
constam de um anel de seis membros saturado (quando o seu heterotomo menos priori-
trio O, S, Se, Te, Bi, Hg): ditiano438; b) terminaom prpria de certos compostos hetero-
cclicos aromticos: cromano, furano, furazano, pirano; c) terminaom prpria das aminas
num dos seus sistemas de nomenclatura, o que consiste em juntar um prefixo (que designa
o grupo substituinte) ao nome do hidreto-base azano: etilazano (tb. etanamina ou etila-
mina).
-ano, -ana: Terminaom convencional, j antiga, para representar compostos como dioxano
(tb. dioxana), uretano ou uretana (< ureia + ter +-ano) e aloxano ou aloxana (< alantona +
oxlico + -ana).
anteiso-: Forma prefixada utilizada por vezes na designaom de cidos gordos, que indica a
presena de um metilo no terceiro carbono contado a partir do ltimo da cadeia.
anti-: Designa a configuraom relativa de dous centros estereognicos quaisquer, numha ca-
deia, quando os ligandos unidos a estes centros se acham em lados opostos do plano (V.
437
Os nomes dos hidrocarbonetos clorados usados como inseticidas tambm findam em galego-portugus no
sufixo -ano: alodano (C6 H6 Cl8, ingl. alodane), lindano (C6 H6 Cl6, 1,2,3,4,5,6-hexaclorociclo-hexano ou hexaclore-
to de benzeno, HCB; como *lindane no DITC; ingl. lindane).
438
A seguir oferecemos o quadro completo dos sufixos empregados em ingls e galego-portugus para formar
os nomes dos compostos heteromonocclicos nom aromticos (sistema de Hantzsch-Widman alargado), su-
fixos que aparecem tambm ao longo da presente lista:
(*): Soluons propostas em IUPAC-SPQ (2002: XX, XXI, 42), para os correspondentes nomes se diferenciarem de
formas prefixadas findas em -a e em -o (como pirrola- e pirrolo-). Em Campos e Mourato (1999: 87), respet.,
-eto e -olo.
(**): Alm de com N, tambm quando o heterotomo menos prioritrio do anel Si, Ge, Sn, Pb.
(***): -ino e -ano quando o heterotomo menos prioritrio do anel O, S, Se, Te, Bi, Hg; -inino e -inano
quando aquele B, F, Cl, Br, I, P, As, Sb.
234 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
, de modo que ambos os elementos apaream associados mediante hfen 443 (v. 22.2)444:
guanilato-ciclase, glicose-6-fosfato-desidrogenase, piruvato-desidrogenase, hexose-fosfatase; adeno-
sina-trifosfatase, -galactosidase, catecol-O-metil-transferase, citocromo-c-oxidase, citosina-desami-
nase, citrato-sintase, dopa-descarboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxilase, fumarato-hidratase, gli-
cognio-6-glicano-hidrolase (= isoamilase), glicognio-sintase, glucosil-transferase, glutationa-pero-
xidase, glutationa-sintase, lactato-desidrogenase, lactoilglutationa-liase, malato-desidrogenase, mo-
noamido-oxidase, nitrato-redutase, nuclesido-ribosiltransferase, polifenol-oxidase, succinato-desi-
drogenase, UDP-glicose-hexose-1-fosfato-uridililtransferase, ureia-amido-hidrolase (= urease), etc.
-ato: a) Terminaom que serve para formar nomes de sais (ou steres) correspondentes a
cidos em -ico, sobre a mesma base dos nomes destes cidos (por vezes com apcope,
como em fosfato, a partir de fosfrico445): arseniato446 (a partir de cido arsnico), borato (a
partir do cido brico), formiato (a partir de cido frmico447; sin. metanoato), etc. O termo hi-
drato (sem que exista o cido correspondente) explica-se polo facto de antigamente se assi-
milar a gua a um cido, de modo a dar-se o nome de hidratos s bases que a continham em
combinaom ntima (Cottez, 1986: s.v. -ate). Outros exemplos: estearato (do cido este-
aldolase, frutose-bisfosfato-aldolase. Exceom: terminaom -il (nom -ilo) para substratos de nome ingls findo em
-yl: ingl. peptidyl dipeptidase, gl-pt. peptidil-dipeptidase; gl-pt. -glutamil-transferase, etc.
443
S em trs casos dever fazer-se exceom ao esquema sinttico enunciado (cf. Navarro, 2005: s.v. enzyme
nomenclature), deixando aqui de parte, claro , as denominaons de enzimas que nom incluem substrato
(como, p. ex., exonuclease esplnica, ingl. spleen exonuclease): 1 quando a denominaom do substrato estiver aglu-
tinada da aom enzimtica: acetilcolinesterase (substrato: acetilcolina), etc.; 2 quando a denominaom do subs-
trato nom for um termo propriamente qumico: desidrogenase da flavoprotena transferidora de eletrons (ingl. elec-
tron-transferring-flavoprotein dehydrogenase), CoA-ligase dos cidos gordos de cadeia longa (ingl. long-chain-fatty-a-
cid-CoA ligase), etc.; 3 no caso de o substrato ser um cido: desidrase do cido -aminolevulnico (ingl. -aminole-
vulinic acid dehydrase), etc.
444
Na bibliografia especializada luso-brasileira, como acontece com a composta em castelhano, regista-se vari -
aom quanto escrita dos nomes comuns de enzimas. Assim, por exemplo, no DITC concorre adenosina trifosfa-
tase com hexose-fosfatase; na ELBC, nos nomes das enzimas, os elementos que designam o substrato e a aom en-
zimtica aparecem umhas vezes separados (ex.: citosina desaminase, s.v. citosina), e outras ligados mediante tra-
o (ex.: monoamido-oxidase, catecol-O-metil-transferase, s.v. catecolaminas). Para superar esta dificuldade, segui-
mos aqui, ponto por ponto, a muito sensata padronizaom proposta para o castelhano por Fernando A. Navar-
ro (2005: s.v. enzyme nomenclature). A uniom mediante hfen da denominaom do substrato e da denomina-
om da aom enzimtica mais prtica do que a justaposiom desses dous constituintes porque permite dis-
crimin-los facilmente e porque evita nomes excessivamente longos; mais prtica do que a separaom dos
constituintes do nome mediante um espao porque evita ambigidades (a enzima desidrogenase / a gli-
cose desidrogenase) e conflitos na atribuiom de gnero gramatical (*a glicognio sintase / a glicogni-
o-sintase).
445
Suffixe chimique introduit en 1782 par Morveau, et consacr ensuite par la nomenclature de 1787 [...]
signifi sel est tir de ladj. muriatique, attest ds 1714, driv du latin muria eau sale, saumure (do muria-
tica produits conservs dans la saumure) (Cottez, 1986, s.v. -at).
446
Nom confundir arseniato sal do cido arsnico com arseniado que contm arsnio.
447
Poderia discutir-se se nom seria mais apropriada a denominaom formato, j que, p. ex., de cido actico faze-
mos acetato e nom acetiato (e, de facto, formato aparece com este significado qumico em DITC e em Daintith
et al. [1995]). Ora, dado que a palavra formato j tem outros significados, neste contexto revela-se mais reco-
mendvel formiato (forma preferente em DHLP).
236 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
rico), plumbato (do lat. plumbum)448, etc.; b) terminaom para formar nomes de anions po-
liatmicos: iom hexa-hidroxoantimoniato (V).
-ato (lat. -atum, neutro -atus, desinncia do particpio de passado): Terminaom que permite
formar os nomes de certas preparaons farmacuticas ou qumicas sobre umha base que
designa a planta, a substncia principal que entra na composiom: alcoolato (QUM./FARM.),
opiato (FARM.).
-atrieno: V. -eno.
-atri-ino: V. -ino.
auri-, auro- (aurum ouro): Formas prefixadas empregadas em termos que designam com-
postos complexos de ouro para indicar que este univalente.
aza-, -aza-: Formas que assinalam a presena do elemento azoto na cadeia de um hidrocarbo-
neto: 4-oxa-13-tia-8,9-diaza-1,6,8,10,15-hexadecapentaeno.
azo-: Forma prefixada da palavra azoto, usada para formar nomes de compostos que conte-
nhem azoto, especialmente os que contenhem o grupo azo (i. , N=N): azobenzeno,
azofenol.
154. B
benz-: Forma prefixada que denota relaom com o benzeno, que contm o ncleo benznico:
benzamida, benzidina.
benzil-: Forma prefixada que indica a presena de um grupo benzilo (C 6H5CH2) num
composto: benzilpenicilina.
benzo-: Forma prefixada que denota relaom com o benzeno, que contm o ncleo benz -
nico: benzociclo-octeno.
benzoil-: Forma prefixada de tipo arolo que deriva do cido benzoico.
bi-: Prefixo numrico conjuntivo que indica que umha molcula formada por dous sistemas
hidrocarbonados cclicos idnticos: bibenzilo, bibenzolo, 1,1'-biciclopropano. V. di-.
biciclo-: Forma prefixada empregada para formar os nomes dos hidrocarbonetos bicclicos
com dous ou mais tomos em comum: biciclo[1.1.0]butano, biciclo[3.2.1]octano. Os sis-
temas policclicos som designados mediante os elementos triciclo-, tetraciclo-, etc.
bis-: a) Forma prefixada que se emprega na nomenclatura sistemtica para indicar a presena,
numha molcula, de dous radicais ou de dous ligandos complexos, e tambm quando o
uso de di- poderia induzir em erro: bis(fenil-hidrazona), bis(fosfato); b) forma prefixada em-
pregada excecionalmente nalguns nomes triviais em substituiom dos prefixos bi- ou di-:
corante bisazoico (sin. corante diazoico).
bisma-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento bismuto na cadeia de um hidro-
carboneto.
bora-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento boro na cadeia de um hidrocarbo-
neto: 1,2-di-hidro-1-aza-2-boranaftaleno.
boro-: Forma prefixada da palavra boro: borossilicato, borotungstato.
bromo- (obsoleto brom-449): Forma prefixada da palavra grega que indica que umha
substncia orgnica contm bromo: bromoactico, bromobenzeno.
butiro-: Forma prefixada da palavra grega , que significa manteiga (< vaca +
queijo) e que se emprega para designar alguns derivados do cido butrico: butirolac-
tona.
448
Nom confundir o sufixo nomenclatural -ato com -eto, que, como mais adiante se ver (v. 157), denota sal
resultante da combinaom de um halognio com um metal eletropositivo. Assim, p. ex., arseniato (AsO43)
arsenieto (As3).
449
P. ex., brom-hidrato (ou bromidrato) de hioscina forma obsoleta de hidrobrometo de hioscina.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 237
155. C
-cana (afrese de cocana): novocana (FARM.), procana (QUM. INORG./FARM.).
calc(i)-: Forma prefixada que representa essencialmente clcio: calcemia, descalcificaom.
canf- (de cnfora): canfano, canfeno, canfanol.
carba-, -carba-: Radical que designa um tomo de carbono que est presente como hetero-
tomo numha cadeia ou numha rede de tomos de outro elemento: dicarbadodecaborano.
-carbaldedo: Terminaom empregada para denominar os aldedos: 1,2,4-butanotricarbal-
dedo.
-carbamoil-: Forma empregada para denominar o radical CONH 2 (radical acilo derivado
do cido carbmico): cido 2-carbamoilbenzoico.
carb(o)-: Forma prefixada que representa carbono ou carbnico: carbamida, carboneto (cf. cast.
carburo).
-carbonilo: Terminaom que exprime o nome do radical originado por perda do hidroxilo
(sin. oxidrilo) de todos os grupos carboxilo: 2,3,5-hexanotricarbonilo, ciclo-hexanocarbonilo.
-carboxamida: Terminaom empregada sistematicamente para designar as amidas: ciclo-hexa-
nocarboxamida.
carboxi-: a) Forma prefixada empregada para designar um grupo carboxilo numha molcula
quando ele nom o substituinte principal: carboxi-hemoglobina (BIOQ.), cloreto de 3-carboxi-
1-metilpiridina; b) forma prefixada utilizada para aludir ao substrato de certas enzimas: car-
boxidismutase, carboxilase.
-carboxlico: Forma sufixada empregada sistematicamente para designar os cidos orgnicos
em que o grupo carboxilo pode ser considerado como substituinte principal: cido 1,3,5-
pentanotricarboxlico, cido ciclo-hexanocarboxlico.
cet- (de espermacete): cetano, ceteno, cetil, cetina.
cet(o)-: Forma prefixada empregada ocasionalmente para denotar: a) que um composto de-
riva de umha cetona: cetoxima; b) que um composto contm na sua molcula um grupo
carbonilo cetnico: cetocido, cetoaldedo, cetoster, cetopentose.
cian(o)-: Forma prefixada que assinala a presena de um grupo CN numha molcula: cido
ciandrico, cido cianoactico.
ciano-: Forma prefixada que indica o aniom cianeto quando est presente como ligando num
complexo metlico.
ciclo-: Forma prefixada que designa compostos ditos cclicos (ou seja, com umha cadeia fe-
chada de tomos de carbono): ciclopropano, ciclo-hexano.
cis- (lat. cis deste lado): Forma prefixada que denota que certos tomos ou certos grupos de
um estereoismero estm no mesmo lado de um plano: cis-1,2-dimetilciclopentano, cis-dibro-
motetracarbonilcrmio (II).
cloro-: Forma prefixada empregada para indicar que umha substncia orgnica contm cloro.
Ex.: 2-cloro-hexano, clorobenzeno, clorofrmio. Para assinalar a presena de dous tomos de
cloro emprega-se dicloro-.
cloro-, -cloro-: Formas que indicam o ligando cloreto na denominaom sistemtica dos com-
postos complexos. Ex.: (aniom) tetracloroaluminato.
cupro-: Forma prefixada da palavra latina cuprum, que significa cobre. Ex.: cuproalumnio, cu-
pronquel.
156. D
-dedo (do lat. cientfico dehydrogenatum): aldedo (< lcool desidrogenado), e, a partir de al-
dedo, formaldedo.
238 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
des- (al. Des-, ingl. de-, fr. des-): Prefixo que, seguido do nome de um grupo ou tomo (diferente
do hidrognio), denota a substituiom deste grupo ou tomo polo hidrognio: des-N-metil-
morfina.
desoxi-: Quando se aplica a compostos hidroxlicos, esta forma prefixada denota a substi-
tuiom de um grupo hidroxilo por um tomo de hidrognio: 6-desoxi--D-glicopiranose.
deutero-: Forma prefixada que indica que um ou mais tomos de hidrognio de umha mol-
cula correspondem ao seu istopo deutrio.
di-: a) Prefixo que significa duas vezes, duplo, empregado especialmente na formaom de
nomes sistemticos dos compostos inorgnicos para indicar dupla proporom estequio-
mtrica de um dos elementos: diborano (sin. hidreto de boro). Em Qumica Orgnica usa-se
como prefixo multiplicador que indica a presena de radicais nom substitudos idnticos:
3,3-dimetilpentano; repare-se tambm em diol (< dilcool) composto que tem dous grupos
OH na molcula; b) em Qumica Inorgnica, prefixo empregado para indicar que o n-
mero de tomos do elemento X, em H aXbOc, o dobro do normal ou do nmero espe-
rado: cido difosfrico (H4P2O7, denominaom prefervel de cido pirofosfrico).
-diazeno: Terminaom que indica a presena do grupo N=N: dimetildiazeno.
-diazina: Terminaom que indica a presena de um anel de seis membros com dous tomos
de azoto.
diazo-: Forma prefixada que indica a presena de um substituinte diazo numha molcula: dia-
zometano, diazocetona.
-diaznio: Forma sufixada empregada para denotar que umha molcula orgnica contm o ra-
dical diazoico do tipo N+N.
didesidro- ou desidro-: Formas prefixadas que denotam a perda de dous tomos de hidro-
gnio de um composto designado por um nome trivial: 7,8-didesidrocolesterol ou desidroco-
lesterol.
-dienil: V. -il.
-dieno (de di- + -eno): Terminaom que serve para formar nomes de compostos dietilnicos:
butadieno.
diespiro-: V. espiro-.
di-hidro-: Forma prefixada que indica a adiom de dous tomos de hidrognio na molcula de
um composto orgnico: 1,4-di-hidronaftaleno.
-di-ilo: Terminaom que indica perda de um tomo de hidrognio de cada um de dous
tomos de carbono diferentes de um composto orgnico: 2,7-fenantrenodi-ilo.
-dioico: Terminaom que assinala substituiom de CH 3 por grupos carboxilo no extremo
da cadeia principal de um hidrocarboneto acclico: cido heptanodioico.
dioxi-: Forma prefixada que assinala a presena de dous tomos de oxignio a mais num com-
posto orgnico: dioxidano (HOOH).
-dmio (de didmio450): neodmio (Nd), praseodmio (Pr).
dinor-: V. nor-.
157. E
-ecano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de dez membros
saturado: 1,4-dioxecano.
450
Didmio: Mistura de praseodmio e neodmio. Termo explicado por Mosander: Je donnai au radical de
ce nouvel oxyde le nom de didyme (dun mot grec didumos [] qui signifie jameaux) parce quil fut de-
couvert en mlange avec loxyde de lanthane (Cottez, 1986: s.v. -dyme). Cf. ddimo (BOT.): diz-se dos rgaos
vegetais compostos de duas partes arredondadas e ligadas tangencialmente.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 239
-ecina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes dos
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de dez membros azo-
tado, no seu grau de mxima insaturaom, ou insaturado e sem azoto: 1,6-diazecina.
-ena: Terminaom empregada para formar nomes de corantes: fluorescena, ftalena (fenolfta-
lena), orcena.
endo- (gr. dentro): Forma prefixada usada em estereoqumica, nos sistemas bicclicos,
para descrever um substituinte numha ponte que se acha dirigido para a ponte maior das
duas que existem (V. exo-).
-enil: V. -il.
-eno (al. -en, cast. -eno, cat. -, fr. -ne, ingl. -ene, it. -eno): a) Terminaom dos hidrocarbonetos ali-
fticos insaturados que tenhem umha dupla ligaom (alcenos ou olefinas; se houver duas
duplas ligaons ou mais, a terminaom ser -adieno, -atrieno, etc.): etileno (sin. eteno)451, 2-he-
xeno, 1,4-hexadieno, propeno; b) terminaom dos cicloalcenos: ciclo-hexeno; c) terminaom
de hidrocarbonetos aromticos (mono- ou policclicos): benzeno, naftaleno, bifenileno, ova-
leno, tolueno, xileno (QUM. ORG., dimetilbenzeno), etc.
ent- (de enantio-), enantio- (gr. - oposto < em + em frente de): Prefixos em-
pregados em termos de estereoqumica que denotam inversom dos centros assimtricos:
ent-abietano.
-epano (ingl. -epane; cf. cast. -epn; v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Termi-
naom prpria dos nomes dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de
um anel de sete membros saturado: diazepano, oxepano.
epi- (gr. sobre), ep-: Indica a presena de umha ponte heteroatmica acclica ou hidrocar-
bonada monocclica: epitio (< + enxofre), epidioxi, epiciclopentano, 5,12-di-hidro-
1,2-fenil-5,12-epiditionaftaceno-6-ol.
epi-: Forma prefixada que indica epmero: epiulena.
-epina (ingl. -epine/-epin; cf. cast. -epn; v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado):
Terminaom prpria dos nomes dos compostos heterocclicos nom aromticos que
constam de um anel azotado de sete membros, no seu grau de mxima insaturaom, ou in-
saturados e sem azoto: azepina, oxepina.
epoxi-: Forma prefixada que assinala a presena do grupo epxido (O) na molcula de
um composto, ou seja, um tomo de oxignio unido diretamente a dous tomos de car-
bono: 1-cloro-2,3-epoxipropano, 2-metil-1,3-epoxi-hexano.
ergo-: Forma prefixada que se acha nos nomes de alcaloides isolados a partir do esporom-do-
centeio (Claviceps purpurea), ascomicete que parasita o centeio e produz uns esclercios
que contenhem a ergotina (mistura de alcaloides de propriedades anti-hemorrgicas e oxi-
tcicas). A forma prefixada provm do francs ergot esporom do galo, que a forma que
adota o centeio atacado polo parasita: ergocornina, ergocriptina, ergocristina.
eritro- (gr. vermelho): Forma prefixada que, numha molcula desenhada em pro-
jeom de Fischer, indica que os substituintes idnticos ou similares de dous centros quirais
adjacentes (nom idnticos) se acham no mesmo lado da cadeia (V. treo-): eritrose, -D-eri-
trofuranose.
espiro-: Forma prefixada que se emprega nos compostos monoespirnicos (com um tomo
comum a dous anis): espiro[3.4]octano. Os compostos poliespirnicos denominam-se me-
diante os elementos diespiro-, triespiro-, etc.
estana-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento estanho na cadeia de um hidro-
carboneto.
451
Como exceom, o acetileno, de nome findo em -eno, nom corresponde a um alceno, mas a um alcino (com li-
gaom tripla, HCCH; sin. etino).
240 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
estano-: Forma prefixada derivada da palavra latina stannum, que significa estanho: estanofluo-
reto.
estiba-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento antimnio na cadeia de um hi-
drocarboneto.
et-, -et-: Representa ter em etilo, etileno e, atualmente, assinala a presena de dous carbonos.
eta-: V. hapto-.
-etano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes de
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de quatro membros
saturado e sem azoto: oxetano, tietano.
-ete (ingl. -ete; cf. cast. -eto; v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom
prpria dos nomes dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um
anel azotado de quatro membros, no seu grau de mxima insaturaom, ou insaturado e
sem azoto: azete, oxete, tiete, 1,2-oxatiete.
-etidina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos saturados que constam de um anel de
quatro membros azotado: azetidina.
etil-: Forma prefixada de grupos substituintes do etano (CH3CH2 ou C2H5): etilamina,
tetraetilchumbo.
-eto (al. -id, cast. -uro, cat. -ur, fr. -ure, ingl. -ide, it. -uro)452: Terminaom empregada primitiva-
mente para nomear as combinaons de um corpo com os lcalis, as terras, os metais, mas
nom com o oxignio: carboneto ou carbureto453 (cast. carburo, ingl. carbide), cianeto (cast.
cianuro, ingl. cyanide), fosfeto (cast. fosfuro, ingl. phosphide), hidreto (cast. hidruro, ingl. hy-
dride), hidrocarboneto (cast. hidrocarburo, ingl. hydrocarbon), seleneto (cast. seleniuro, ingl. sele-
nide), sulfureto (cast. sulfuro, ingl. sulphide ou sulfide)454. Posteriormente, o sufixo entra a fazer
parte tambm dos nomes dos sais que resultam da combinaom de um halognio com um
metal eletropositivo (sais ditos halogenetos): brometo (cast. bromuro, ingl. bromide), cloreto
(cast. cloruro, ingl. chloride), fluoreto (cast. fluoruro, ingl. fluoride), iodeto (cast. yoduro, ingl. io-
dide).
etoxi-: a) Forma prefixada que, num composto orgnico, assinala a presena do grupo substi -
tuinte CH3CH2O: etoxibenzeno; b) grupo substituinte C2H5O.
exo- (gr. fora): Forma prefixada usada em estereoqumica, nos sistemas bicclicos, para
descrever um substituinte numha ponte que se acha dirigido para a ponte menor das duas
que existem (V. endo-).
158. F
fac- (de facial): Prefixo que indica, em isomeria geomtrica, qu trs ligandos definem umha
face de um octaedro: fac-trifluortris(piridina)rutnio (III).
452
O sufixo nomenclatural -eto da Qumica foi introduzido em galego-portugus em 1801 (atravs, inicial-
mente, do termo sulfureto, derivado do lat. sulfuretum) por Vicente Coelho de Seabra (17641804), professor
da Universidade de Coimbra e scio da Real Academia das Sciencias de Lisboa, no quadro da traduom que
ele publicou das regras de nomenclatura qumica de Guyton de Morveau, Lavoisier, Fourcroy e Berthollet do
ano 1787 (cf. Jerosch Herold, 2006).
453
O termo carbureto usa-se popularmente no sentido de carboneto de clcio (sal cinzento de clcio usado anti-
gamente nas candeias para fornecer o gs inflamvel acetileno atravs da sua reaom com gua).
454
As formas sulfeto e haleto, habituais sobretodo no Brasil, aparecem em galego-portugus s aps a II Guerra
Mundial, por indevido decalque do ingls sulfide ou sulphide e halide, respet. (cf. Jerosch Herold, 2006). Dado
que as bases destes termos som sulfuro e halognio, os derivados regulares e corretos som, respet., sulfureto e ha-
logeneto.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 241
fen-, feno- (< brilhar, iluminar) 455: Formas prefixadas que indicam a presena de um
anel de benzeno num sistema policclico condensado: fenobarbital, fenofosfazina.
fenetil-: Forma prefixada do grupo substituinte C 6H5CH2CH2.
fenil-: Forma prefixada do grupo C6H5, que deriva do benzeno por supressom de um tomo
de hidrognio: fenilalanina.
fenoxi-: Forma prefixada do radical orgnico C6H5O: cido fenoxiactico.
ferri- (lat. ferrum ferro): Forma prefixada que indica a presena de ferro trivalente, Fe 3+: ferrici-
andrico, ferricianeto.
ferro-: Forma prefixada que indica a presena de ferro divalente, Fe 2+: ferrociandrico, ferrocia-
neto.
fluor-, fluoro-, -fluor-: Formas que indicam a presena de flor num composto: cido fluoro-
brico, clorofluorcarboneto (CFC)456, diclorofluormetano (sin. fron 12), fluorcarboneto, fluornio-
bato, fluorocrmio, trifluorometano (sin. fluorofrmio).
form-, -frmio: Formas prefixada e sufixada da palavra frmico ou formilo: formaldedo, forma-
mida, formalina, clorofrmio, iodofrmio.
formil-: Forma prefixada do grupo acilo univalente, HCO, derivado do cido frmico: cido
3-formilglutrico.
fosf-: Forma prefixada de fsforo ou fosfrico: fosfamina, oxafosfetano.
fosfa-: Forma prefixada do elemento fsforo (III): fosfaciclo-hexano.
fosfo-: Forma prefixada de fsforo ou de fosfrico: fosfocreatina, fosfoglicrido ou fosfoglicerdeo.
ftal-: Forma prefixada que se encontra em termos como ftlico (cido e anidrido), ftalazina, fta-
limida, etc.
fumar-: Forma prefixada que representa cido fumrico em termos como fumarase, fumarato.
fur-, furfur- (lat. furfur farelo, farinha): Forma prefixada que se acha em termos como furano,
furazol, furfural, furfuril, furfurol.
furil-: Forma prefixada do radical univalente do furano, C4H3O: 1-(2-furil)-2-(2-pirrolil)eta-
nodiona.
159. G
-gel (apcope de gelatina): Forma sufixada (introduzida em 1864 por Graham) que indica o
estado gelatinoso de um coloide, por oposiom a -sol: citogel (CIT.), hidrogel.
germa-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento germnio na cadeia de um hi -
drocarboneto.
glic-: Representa glicerina (sin. glicerol) em glcido, glicol (e etilenoglicol, etc.).
glic- ou gli-: Representa glicol em glicoxlico, simplificado em glioxlico (p. ex., cido glioxlico),
glioxal.
glicer(o)- (gr. doce): Forma prefixada do termo glicerol ou glicerina: glicerofosfato, gli-
cerogelatina.
glico- (gr. doce): Forma prefixada empregada para fazer referncia glicose: glicosa-
mina457 (aminoacar que constitui a quitina).
glut-: Representa glten em glutamato, cido glutmico.
455
O fenol recebe o seu nome porque um produto que se obtm durante o fabrico do gs de iluminaom.
456
Dos dous desenvolvimentos da hoje popular sigla CFC registados na bibliografia, clorofluorcarboneto(s) e clo-
rofluorcarbono(s), deve dar-se preferncia primeira grafia enunciada, j que clorofluorcarboneto(s) apresenta a
mesma terminaom que o seu hipernimo hidrocarboneto e que o termo relacionado fluorcarboneto; a difusom
da forma clorofluorcarbonos provavelmente se deva a um decalque abusivo do correspondente termo ingls
(chlorofluorocarbons), forma que nessa lngua sim harmoniza com a denominaom dos hidrocarbonetos (hy-
drocarbons).
242 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
160. H
halo-: Forma prefixada que num composto orgnico assinala a presena de um halognio: ha-
lofrmio, haloperidol.
hapto- ou eta- (gr. sujeitar, ligar; smbolo ): Forma prefixada que se utiliza para no-
mear complexos com molculas ou grupos insaturados: bis(hapto-benzeno)crmio, bis(hap-
to-ciclopentadienilnquel).
hidrazino-: Forma prefixada do grupo substituinte H2NNH: p-hidrazinofenol.
hidrazo-: Forma prefixada que assinala a presena numha molcula do grupo bivalente NH
NH: hidrazobenzeno.
hidrazono-: Forma prefixada que assinala a presena numha molcula do grupo divalente
NH2N=: cido 4-hidrazono-1-carboxlico.
hidro-: V. hidr(o)-.
hidr(o)-, -hidro-: Formas provenientes do termo hidrognio, que indicam a presena do hidro-
gnio ou a substituiom polo hidrognio: hidreto, hidrcido, hidrocarboneto, 1,2,3,4-tetra-hi-
dronaftaleno. Estes radicais tambm podem representar o conceito hidratado: hidrocelulose.
hidrogeno-: Forma prefixada que, anteposta ao nome de um sal ou de um iom, indica a pre-
sena de hidrognio cido (cf. Fernandes dos Reis e Marques da Silva, 1970: 21): hidroge-
nocarbonato de clcio ou bis(hidrogenotrioxocarbonato) de clcio (Ca(HCO3)2), hidrogenocar-
bonato de sdio ou hidrogenotrioxocarbonato de sdio (NaHCO3), hidrogenossulfito de sdio ou
hidrogenotrioxossulfato de sdio (NaHSO3); (iom) hidrogenofosfato (HPO42), (iom) hidroge-
nossulfureto (HS),
hidroxi-: Forma prefixada que assinala a presena do radical hidroxilo OH na molcula de
um composto: 2-hidroxibutanal, 6-hidroxi-5-metil-2-hexanona.
hipo-: Forma prefixada derivada da palavra grega , que se utiliza para indicar um grau infe-
rior de oxidaom: hipobromito, hipossulfito, cido hipocloroso.
homo-: a) Forma prefixada que representa homlogo de: cido homolctico, homosserina; b)
forma prefixada que indica inclusom de um grupo metileno num anel: homotaxano.
161. I
458: a) Sufixo que indica que um elemento age com a valncia mais alta: arsnico (p. ex.,
-ico
cido arsnico), sulfrico (p. ex., cido sulfrico)459; b) sufixo empregado para designar os
nomes triviais dos cidos. Estes costumam estar formados sobre a base de um elemento
(fosfrico), de umha planta (ctrico), de um animal (frmico) ou de um produto natural (ac-
tico) onde o cido est particularmente presente; c) sufixo empregado para formar os
nomes dos oxcidos em que o elemento nom metlico do aniom age com a valncia mais
alta (cido perclrico).
457
Na bibliografia, tambm glucosamina, ainda que, como j se advertiu (v. 110), o formante gluco- deve ser
preterido em benefcio de glico-
458
Spcialisation, par convention (1787, Lavoisier, Morveau...), du suffixe commun -ique (latin -icus, grec
-), dj utilis en chimie pour danciens noms dacides (sans considration du degr doxygnation) com-
me gallique (XVIe) (Cottez, 1986: s.v. -ique).
459
Ao contrrio do que acontece em castelhano, nos nomes galego-portugueses dos halogenetos e doutros
sais, quando nom pertinente diferenciar entre valncias, a denominaom do componente mais eletropositivo
nom inclui o sufixo -ico, pois, entom, tais nomes nom som sintticos, mas analticos, e recorrem preposiom
de. Assim, p. ex., cast. cloruro clcico, gl-pt. cloreto de clcio, cast. permanganato potsico, gl-pt. permanganato de po-
tssio. Mas, no caso de se ter de diferenciar entre valncias, entram em jogo os sufixos nomenclaturais - ico e
-oso: gl.-pt. cloreto cobaltoso (CoCl2; tb. cloreto de cobalto (II)) / cloreto cobltico (CoCl3; tb. cloreto de cobalto (III)),
xido cuproso (Cu2O; tb. xido de cobre (I)) / xido cprico (CuO; tb. xido de cobre (II)), etc.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 243
-ida: Terminaom que assinala a presena de um derivado de cido (o sufixo provm da termi-
naom -id(a) de cido (cf. fr. -ide < acide): oxamida, benzimida.
-ideno: Terminaom que indica radical divalente derivado de hidrocarboneto: etilideno, iso-
propilideno.
-deo(s)460 (cf. cast. -idos , ingl. -ids): a) Forma sufixada que indica srie de elementos qu-
micos: actindeo(s), lantandeo(s); b) indica famlia de substncias orgnicas no campo da
Bioqumica, em concorrncia com o sufixo -ido(s) : glicdeos (tb. glcidos), lipdeos (tb. l-
pidos), peptdeos (tb. pptidos), sacardeos (tb. sacridos), etc.
-idino: Terminaom que indica radical trivalente derivado de hidrocarboneto: metilidino, etili-
dino.
: a) Terminaom dos nomes dos anions poliatmicos derivados do oxignio: hidrxido
-ido
(OH), perxido (O22 ), oznido (O32 ); b) v. -deo(s).
-drico: Forma sufixada empregada para formar os nomes dos hidrcidos: clordrico, sulfdrico.
-il (v. -ilo): Forma sufixada que se emprega para denotar grupos substituintes rganicos de
nome findo em -ilo quando aparecem como cadeia lateral de um composto (a forma sufi-
xada -il constitui formas prefixadas): N-acetilacetamida, etilbenzeno, 2-metilbutano.
-ileno: Terminaom que num radical orgnico assinala a sada de dous tomos de hidrognio,
deixando duas valncias livres, em dous tomos de carbono diferentes (cf. Campos e Mou-
rato, 1999: 13): 1,3-ciclopentileno (sin. ciclopentano-1,3-di-ilo).
-ilideno: Forma sufixada que num radical orgnico assinala a sada de dous tomos de hidro-
gnio, deixando duas valncias livres no mesmo tomo de carbono: etilideno (CH3
CH=), vinilideno (CH2=C=).
-ilidino: Forma sufixada que num radical orgnico assinala a perda de trs tomos de hidro-
gnio, deixando trs valncias livres no mesmo tomo de carbono: metilidino (CH), etili-
dino (CH3C).
-lio: Forma sufixada empregada para designar um catiom formado pola sada de um eletrom
ou eletrons da posiom ou posions de valncia livre de um radical: acetlio, etlio, fenlio,
1,2,3-benzoditiazollio, xantlio.
-ilo (Br. -ila; do termo metil < gr. lcool, vinho + gr. madeira, que designa o lcool
da madeira, isto , o metanol): Forma sufixada que forma nomes de grupos substituintes or-
gnicos surgidos pola perda de um tomo de hidrognio que deixa umha valncia livre.
Exemplos: metilo (CH3; Br. metila), acetilo (CH3CO; Br. acetila), etilo (CH3CH2
; Br. etila), propilo (Br. propila; CH3CH2CH2). Os nomes dos radicais univa-
lentes dos hidrocarbonetos acclicos insaturados adotam as terminaons -enilo, -inilo, -die-
nilo, -di-inilo, etc.: 2-butenilo, etinilo, 1,3-butadienilo, etc.
-imida: Forma sufixada dos compostos orgnicos que apresentam a funom imida, CO
NHCO: N-fenilftalimida, succinimida.
imido-: Forma prefixada do grupo substituinte CONHCO: cido 7-ftalimido-1-naf-
toico.
-imina: Forma sufixada das substncias orgnicas que apresentam nas suas molculas o grupo
funcional imina, =NH: 1-hexanimina.
imino-: Forma prefixada do grupo substituinte =NH ou NH: cido 1,2,3,4-tetra-hidro-1,4-
iminonaftaleno-2-carboxlico.
-ina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes dos
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de seis membros azo-
tado (tambm quando o heterotomo menos prioritrio do anel Si, Ge, Sn, Pb), no seu
grau de mxima insaturaom: azina, ditiazina, 1,3,5-triazina.
460
Consulte-se tambm o sufixo -deos no campo da Biologia e da Geologia ( 175).
244 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
-ina (-na): O sufixo erudito -ina (do fr. -ine < gr. -) indica, em geral461, semelhante a, da na-
tureza de e serve para designar substncias derivadas de umha outra, normalmente simbo-
lizando presena de azoto: amanitina (de amanita), aspirina (de Spirea ulmaria, com um a-
inicial que simboliza acetilaom do cido saliclico); amina462, quinolina (quina + oleum +
ina), toluidina. Podem distinguir-se diferentes tipos de bases que admitem o sufixo -ina, se-
gundo a base exprimir:
a) a origem da substncia: cafena (de caf), cocana (de coca), quinina (de quina), tena (atravs
do fr. thine, do nome cientfico da rvore-do-ch, Thea);
b) umha propriedade da substncia: acromatina, dextrina, fluorescena;
c) um efeito da substncia sobre o organismo: morfina463, narcotina, oxitocina ou ocitocina, pep-
sina;
d) um nome prprio (inventor, descobridor, etc.): brucina (de J. Bruce, explorador escocs), pe-
letierina (de Pelletier, qumico francs);
e) o nome trivial dos aminocidos: alanina, glicina, histidina, etc.;
f) o nome de umha protena: aglutinina, heparina, mioglobina, etc.;
g) um composto heterocclico com anel azotado de seis membros, no seu grau de mxima insa-
turaom (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): azina, ditiazina, etc.;
h) diversos compostos orgnicos que constam de um ou mais anis aromticos: anilina (tb.
aminobenzeno), piridina, pirimidina, quinolina, etc.
-inano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de seis membros
saturado, quando o heterotomo menos prioritrio nom O, S, Se, Te, Bi ou Hg.
-inil: V. -il.
-inino (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
de compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de seis membros in-
saturado quando o heterotomo menos prioritrio B, F, Cl, Br, I, P, As ou Sb.
-ino (al. -in, cast. -ino, cat. -, fr. -yne, ingl. -ine, it. -ino): a) Terminaom dos hidrocarbonetos ac-
clicos insaturados que apresentam umha ligaom tripla (alcinos; se houver duas ou mais li-
gaons triplas, a terminaom ser -adi-ino, -atri-ino, etc.): propino, 3-penteno-1-ino, 3-propil-
1,5-heptadi-ino; b) terminaom prpria dos cicloalcinos: ciclo-octino.
-ino (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes de
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de seis membros insa-
turado quando o heterotomo menos prioritrio O, S, Se, Te, Bi ou Hg.
(lat. -ium): a) Terminaom do nome da maior parte dos elementos qumicos: arsnio,
-io
crmio, hlio, hidrognio, ltio, rdio, urnio, etc.; b) entre os elementos qumicos, metais ou
metaloides, sobre bases bem diversas: nome geogrfico (escndio < Scandia Escandinvia),
de pessoa (samrio < Samarski), de planeta (paldio < Palas), mitolgico (nibio < Nobe,
filha do rei Tntalo), de cor (rdio) e, sobretodo, nomes antigos de terras e xidos met-
licos anteriores descoberta e designaom do metal simples: clcio, magnsio, etc.
iodo-: Forma prefixada da palavra iodo que indica a presena de iodo num composto: iodoben-
zeno, iodofrmio.
461
Consulte-se, tambm, o sufixo -ina no campo da Biologia e da Geologia ( 175).
462
O termo amina um acrnimo surgido a partir de amnico + -ina. Aminas com importncia fisiolgica som
a adrenalina (hormona), a benzedrina ou anfetamina (estimulante), a dopamina (neurotransmissor) e a mescali-
na (alucinognio).
463
Primeiro alcaloide conhecido, descoberto em 1804 por F. W. Sertrner, farmacutico alemm estabelecido
em Neuhaus (Vesteflia), quando nom contava mais que vinte e um anos. Derivados da morfina som a codena
e a herona. Outros alcaloides som a estricnina (veneno), a efedrina (medicamento), a laudanosina (alcaloide do
pio), a nicotina (alcaloide do tabaco), a reserpina (tranqilizante), etc.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 245
-irano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de trs membros
saturado e sem azoto: oxirano.
-ireno (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de trs membros
insaturado e sem azoto: oxireno.
-iridina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos e saturados que constam de um anel azo-
tado de trs membros: aziridina.
-irina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Forma sufixada prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel azotado de trs
membros, no seu grau de mxima insaturaom: azirina, oxazirina.
iso-: Forma prefixada que indica a existncia de um grupo metilo como ramificaom terminal
numha cadeia: isoalilo, isobutano (mas em isocianato tem outro valor).
iso-: Forma prefixada que indica ismero: isodasicarpidona.
-ite (cf. cast. -ita): Forma sufixada que forma nomes de umha srie de acares que apenas
possuem a funom lcool (por oposiom a -ose): manite (sin. manitol), qercite (sin. qer-
citol), sorbite (sin. sorbitol).
-ito: Forma sufixada relativa parte aninica do sal proveniente de um cido de nome termi-
nado em -oso: nitrito, sulfito, hipoclorito de sdio (NaClO), etc.
162. L
lact-: Forma prefixada da palavra latina lac lactis leite: lactase, lactama, cido lctico.
163. M
mer- (de meridional): Forma prefixada que indica, em isomeria geomtrica, que trs ligandos
se acham sobre um meridiano de um octaedro: mer-triaquadricianorrdio (III).
mercapto-: V. sulfanil-.
mercura-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento mercrio na cadeia de um hi -
drocarboneto.
-mero (gr. parte): Representa polmero em termos como elastmero.
meso-: Forma prefixada que indica que umha substncia opticamente inativa, por causa do
seu plano de simetria. Di-se entom que esta substncia apresenta a forma meso: cido meso-
tartrico.
met-: Representa metilo em termos como metacrlico464 (p. ex., cido metacrlico).
meta- (ou m-): Forma prefixada (do gr. alm, depois) que, num anel benznico, indica a
substituiom nas posions 1,3: m-etilpropilbenzeno.
meta-: Forma prefixada que indica que um cido ou um sal tenhem um grau de hidrataom
menor que as outras duas formas piro- e orto-: cido metabrico.
metil-: Forma prefixada introduzida em 1834 por Dumas e Pligot, em metileno, para traduzir
em lngua erudita o nome vulgar do esperit-de-bois ou liqueur spiritueuse du bois, do gr.
vinho, lcool + madeira (cf. Cottez, 1986: s.v. mth(y)-): metilo (haplologia de meti-
lilo).
metoxi-: V. alcoxi-.
mono-: Forma prefixada que indica a presena de umha nica molcula de um corpo desig-
nado polo formante que segue (mono-hidrato) ou, posteriormente, que se trata de um deri-
vado monossubstitudo (monocloroactico).
464
O termo acrlico provm de acr(olena) + gr. < madeira.
246 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
164. N
nafto-: Forma prefixada que denota relaom com o naftaleno: naftoquinona.
neo-: Forma prefixada que indica que, ao menos, um tomo de carbono de um composto li-
gado diretamente com outros quatro tomos de carbono: neopentilo.
neo-: Forma prefixada que denota que um composto tem relaom com um outro obtido ante-
riormente.
-nitrilo: Terminaom dos compostos RCN em que N substitui H 3 no extremo da cadeia
principal de um hidrocarboneto acclico: hexanonitrilo, ciclo-hexanocarbonitrilo.
nitro-: Forma prefixada que indica a presena do radical NO 2: nitrometano.
nitroso-: Forma prefixada que denota a presena do grupo NO num composto: nitrosoben-
zeno.
nor-: a) Forma prefixada que assinala a perda de um grupo metilo (CH 3) ou de um grupo
metileno (CH2) numha cadeia ou num sistema anular (particularmente nos este-
roides e nos terpenos): cido 23-nor-5-colanoico, noradrenalina; b) a contraom de um anel
numha unidade CH2. A eliminaom de dous ou mais grupos metileno pode denotar-se
mediante os prefixos dinor-, trinor-, etc.
165. O
-ocano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de oito membros
saturado: oxocano.
-ocina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes dos
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel azotado de oito mem-
bros, no seu grau de mxima insaturaom, ou insaturados e sem azoto: azocina.
-oico: Terminaom prpria do nome sistemtico dos cidos carboxlicos: cido heptanoico.
-oide: Sufixo que denota que o elemento com ele denominado se assemelha ao corpo signifi -
cado pola base, sem, contodo, apresentar as suas propriedades: metaloide, platinoide.
-olo: Forma sufixada dos nomes dos radicais orgnicos formados pola sada do hidroxilo de
um cido carboxlico: pentanolo (CH3(CH2)3CO), heptanolo.
-ona: Terminaom prpria das acilonas (-hidroxicetonas): acetona, benzona.
-ol: Forma sufixada prpria dos nomes sistemticos dos lcoois, fenis e esteris (cf. ingl. -ol):
etanol, colesterol (< cole [fai referncia bile] + ester [gr. slido, importante caraters-
tica fsica] + -ol), 1,2-etanodiol, 1-crisenol, guaicol, 5-indolol, propanol, etc.
-olano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes dos
compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de cinco membros sa -
turado e sem azoto: oxolano, tiolano.
-olato: Terminaom para denotar os anions derivados de lcoois ou fenis: metanolato de sdio,
fenolato de sdio.
-ole (ingl. -ole; cf. cast. -ol): a) Terminaom prpria dos nomes dos compostos heteroc-
clicos nom aromticos que constam de um anel de cinco membros azotado, no seu grau de
mxima insaturaom, ou insaturado e sem azoto (v. supra sistema de Hantzsch-Widman
alargado): 1,3-ditiole, 2H-fosfole, 1,2,5-oxadiazole, 1,3-oxazole, etc.; b) terminaom prpria
de compostos heterocclicos aromticos: imidazole, indole, pirazole, pirrole, 1,3-tiazole, etc.;
c) forma sufixada prpria de alguns derivados do benzeno nom azotados: anetole, anisole
(tb. ter fenlico e metlico ou ter fenlico-metlico ou metoxibenzeno), fenetole (tb. ter
etlico e fenlico ou ter etlico-fenlico ou etoxibenzeno), veratrole, etc.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 247
-olidina (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos saturados que constam de um anel de cinco membros azo-
tado: pirrolidina, tiazolidina.
(gr. -): Terminaom dos nomes dos gases nobres (ou inertes, ou raros): rgon (gr. -
-on
inativo < + obra), o primeiro que foi descoberto; crpton (gr.
ocultar), non (gr. novo); xnon (gr. estrangeiro)465.
-ona: (de acetona): Terminaom que serve para formar nomes de cetonas: butanona, quinona, 7-
hidroxi-2-heptanona. Mas tambm existem termos qumicos terminados em -ona que nom
correspondem a cetonas (p. ex., complexona, sulfona)466.
-ona (gr. -): Terminaom empregada em nomes de Bioqumica (hormonas e outras subs -
tncias): aleurona, ecdisona, hormona, etc.
-onano (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel de nove membros
saturado: oxonano, azonano.
-onina: (v. supra sistema de Hantzsch-Widman alargado): Terminaom prpria dos nomes
dos compostos heterocclicos nom aromticos que constam de um anel azotado de nove
membros, no seu grau de mxima insaturaom, ou insaturados e sem azoto: azonina.
-nio: Terminaom que, acrescentada raiz do nome de um elemento, indica que este se acha
em forma catinica: catiom amnio, catiom sulfnio, catiom tetraclorofosfnio.
orto- (ou o-): Forma prefixada que, anteposta ao nome de um derivado benznico dissubsti -
tudo (dissubstituiom 1,2), indica que os dous substituintes estm unidos a tomos de
carbono vizinhos: o-etilmetilbenzeno, 3-propil-o-xileno.
orto-: Forma prefixada que, anteposta a um nome de um oxcido, indica a sua forma mais hi -
dratada: cido ortobrico.
orto-: Forma prefixada que aparece na denominaom dos compostos policclicos em que dous
anis tenhem dous tomos em comum (e apenas dous): compostos ortofusionados (ingl.
ortho-fused). V. peri-.
-ose (da terminaom de glicose): Terminaom que serve para formar nomes de acares da
classe dos glcidos ou hidratos de carbono (poli-hidroxialdedos e poli-hidroxicetonas) 467:
arabinose, celulose, eritrose, frutose (sin. levulose), lactose, sacarose (tb. sucrose), etc. As bases a
que se associa este sufixo som muito diversas, designando: a) a provenincia do acar em
causa (maltose); b) a funom (aldose, cetose); c) a propriedade rotatria (dextrose); d) o n-
mero de carbonos e funons que possui (pentose, ceto-hexose), etc.
-sido: Sufixo empregado para formar os nomes dos acetais cclicos obtidos por reaom dos
hidratos de carbono com os lcoois em meio cido 468: furansido, piransido.
-oso (lat. -osus, cido inorgnico): Terminaom que indica que um elemento age com a va-
lncia mais baixa: cloroso (p. ex.: cido cloroso), cido sulfuroso, etc.
-ox-: Representa oxal- (< cido oxlico) num certo nmero de termos do vocabulrio qumico:
aloxana, oxamida.
-oxa-: Forma que indica a substituiom de um grupo CH 2 por O: 2,5,8,11-tetraoxa-
tridecano.
465
Bouffartigue e Delrieu (1984: 208) fam notar: Il nest pas impossible que ces noms soient la source du
suffixe -ON si rpandu dans la nomenclature des textiles artificiels et des produits pharmaceutiques: NYLON [gal.-
port., nylon], DRALON [gal.-port., dralon], ORLON [gal.-port. orlon], etc..
466
Repare-se que o termo silicone [m] (cast. la silicona, ingl. silicone), que nom umha cetona, nom termina em
galego em -ona.
467
Os acares simples denominam-se oses [fpl] ou monossacridos.
468
Cf. sido: glcido hidrolisvel.
248 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
oxal-: Representa (cido) oxlico (lat. oxalis < gr. agre, azedo) em termos do vocabulrio
qumico e mdico: oxalato, oxalemia (PAT.).
oxi-, -oxi: a) Forma que indica a presena do radical O num composto: 3,3'-oxidifenol,
pentiloxi, fenoxi; b) forma prefixada nom sistemtica que, anteposta ao nome de um com-
posto, indica umha forma oxidada deste.
oxi-: Forma prefixada empregada para indicar a presena num composto do aniom O 2 junta-
mente com outros: oxicloreto de bismuto (BiClO).
oxido-: Forma prefixada que corresponde ao substituinte aninico O : 3-oxido-2-naftoato
de dissdio.
oximino-: Forma prefixada que indica a substituiom de CH2 por C=NOH na estru-
tura de um composto.
oxo-: Forma prefixada empregada para indicar a presena de um grupo =O num composto:
cido 10-amino-10-oxo-3,6-dioxa-9-azadecanoico, 1-oxo-1,2-di-hidronaftaleno.
166. P
para- (ou p-): Forma prefixada que, anteposta ao nome de um derivado benznico dissubsti-
tudo, indica que os dous substituintes estm unidos a tomos de carbono em posions re-
lativas 1,4: p-dimetilbenzeno.
per- (gr. sobre, superior): a) Prefixo usado para indicar um estado de oxidaom supe-
rior: perxido, cido perbenzoico; b) forma a abandonar dos prefixos peroxi- e peroxo-.
peri- (gr. em volta de): Forma prefixada que aparece na denominaom dos compostos
policclicos em que um anel contm dous, e apenas dous, tomos em comum com cada um
de dous ou mais anis de umha srie contgua de anis: compostos orto- e perifusionados (ingl.
ortho- and peri-fused). V. orto-.
peridro-: Forma prefixada que, anteposta ao nome de um composto orgnico, alicclico ou he -
terocclico, indica que todas as suas insaturaons som hidrogenadas (hidrogenaom com-
pleta): peridroantraceno.
peroxi-: Forma prefixada que assinala a presena do radical OO numha molcula:
cido peroxipropinico, cido diperoxiftlico.
peroxo-: Forma prefixada que assinala a presena do radical OO num composto, es-
pecialmente inorgnico: cido peroxontrico.
piro- (gr. fogo): Indica um cido derivado de outro pola perda de umha molcula
de gua: cido pirofosfrico.
plumba-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento chumbo na cadeia de um hi-
drocarboneto.
poli-: Forma prefixada anteposta a um nome ou afixo de classe funcional que indica que um
mesmo grupo funcional se repete duas ou mais vezes numha mesma estrutura: poliacetato
de vinilo.
poli-: Forma prefixada que, anteposta ao nome de um composto ou iom, indica a repetiom
destes um nmero grande de vezes numha estrutura de tipo polimrico: poliestireno (tb. po-
listireno), cloreto de polivinilo (tb. PVC).
-preno (< isopreno): Terminaom adotada em diversos nomes de borrachas sintticas: neo-
preno, polipreno (sin. polipropileno).
pro- (lat. pro < gr. -): No vocabulrio da Bioqumica, com os valores de primeiro, primi -
tivo, proveniente de (valor por vezes intensificado mediante o prefixo pr-): pr-proglu-
cagom, proinsulina, propepsina, propinico (p. ex., cido propinico), provitamina. Com o sen-
tido de favorecedor de, a forma prefixada passa a ser pr-, que se escreve sempre com
hfen: pr-oxidante substncia que favorece a oxidaom das gorduras.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 249
167. Q
quin-: Representa cido qunico ou quinina469 em termos como quinolina (ou quinolena), qui-
nona.
168. R
rac- (de racemo-), racemo-: Formas prefixadas que indicam um composto orgnico em forma
racmica (mistura eqimolecular de dous enantimeros).
res-: Representa resina em resorcinol ou resorcina.
ribo-: Representa ribose em compostos como ribonucleico (p. ex., cido ribonucleico, ARN).
169. S
salicil-: Grupo ou radical orgnico do cido saliclico: salicilamida, salicilanilida.
sec-: Forma prefixada que indica secundrio: sec-butil.
seco-: Forma prefixada empregada na nomenclatura de sistemas policclicos, especialmente no
campo dos esteroides, para indicar que umha das ligaons (cujas inserons devem ser espe -
cificadas) da estrutura designada polo nome trivial posposto foi cortada, e cada umha das
posions terminais assim originadas ganhou um tomo de hidrognio: secoesteroide.
selena-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento selnio num hidrocarboneto: se-
lenaciclopentano.
selen(i)- (gr. Lua): Representa selnio em termos como seleneto, selnico, etc.
seleno-: Forma prefixada de um composto que contm selnio: cido monosselenossulfrico
(H2SSeO3).
sesqui-: Forma prefixada (proveniente do latim) que significa um e meio, usada especial-
mente em Qumica para indicar que num composto determinado, geralmente um xido
ou um oxissal, os seus elementos constituintes ocorrem nas proporons relativas de 3 a 2:
sesquixido, sesquissulfureto, sesquiterpeno.
si-, sil-: Representa silcio em sial (acrnimo de silcio + alumnio), silano, sima (silcio + magnsio),
etc.
sila- (ou sil-): Forma prefixada que assinala a presena do elemento silcio num hidrocarbo-
neto: silabenzeno, silaciclopentano.
sim-: Forma prefixada nom sistemtica, abreviatura de simtrico, que indica que, na estrutura de
um composto orgnico, determinados substituintes estm arranjados simetricamente a
respeito do esqueleto carbonado.
sin-: Designa a configuraom relativa de dous centros estereognicos quaisquer, numha cadeia,
quando os ligandos unidos a estes centros se acham no mesmo lado de um plano (V. anti-).
-sol (< soluom): Forma sufixada que serve para criar termos de sentido oposto aos que findam
em -gel, i. , com o significado de estado fluido: hidrossol, citossol (CIT.).
-ster- (gr. slido): Representa esterol (< colesterol) em termos como androsterona, tes-
tosterona, etc.
sulfanil-: Forma prefixada que indica a presena do grupo SH (quando nom grupo prin-
cipal): cido p-sulfanilbenzoico. Atualmente recomenda-se utilizar a forma sulfanil- em vez de
mercapto-.
469
A quinina um alcaloide extrado da casca da quina (planta); o quinino, sulfato de quinina.
250 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
sulfo-: a) QUM. ORG. Forma prefixada para indicar a presena num composto orgnico de um
grupo cido sulfnico (SO3H); b) QUM. INORG. forma prefixada obsoleta que indica a pre-
sena de enxofre num composto.
-sultama: Terminaom dos compostos que contenhem um grupo SO 2N= fazendo parte
de um anel: 7-cloro-1,8-naftalenossultama.
-sultona: Terminaom dos compostos que contenhem um grupo SO 2O fazendo
parte de um anel: 1,4-butanossultona, 1,8-naftalenossultona.
170. T
telura-: Forma prefixada que assinala a presena do elemento telrio num hidrocarboneto: telu-
raciclo-hexano.
teluro-: Forma prefixada de um composto que contm telrio: aniom tetrateluroarseniato (As-
Te43).
terc- (ingl. tert-): Forma prefixada que denota tercirio (lat. tertiarius): terc-butil.
tetraciclo-: V. biciclo-.
tia-, -tia-: Forma prefixada para indicar a presena de enxofre num heterociclo, ou, quando se
emprega a nomenclatura substitutiva, num composto de cadeia aberta: tiaciclo-octano, 13-
cloro-6,12-dioxa-3-tia-9-azatetradecanonitrilo.
tio- (gr. enxofre): Anteposto ao nome de um composto ou classe funcional, indica a
substituiom de oxignio por enxofre: tiocetona, tiofenol, cido 3,3'-tiopropinico.
-tiol: Terminaom para indicar compostos que contenhem como grupo principal SH li-
gado diretamente a carbono: ciclopentanotiol, etanotiol.
-tiona: Terminaom para indicar compostos que contenhem um grupo >C=S: 4-tiazolina-2-
tiona, 2-propanotiona.
trans- (lat. trans do outro lado): Prefixo que denota que certos tomos ou grupos de um este-
reoismero se acham em lados opostos de um plano (v. cis-): trans-1,2-dimetilciclopentano,
trans-tetra-aminodiclorocobalto (II).
treo-: Forma prefixada que, numha molcula desenhada em projeom de Fischer, indica que
os substituintes idnticos ou similares de dous centros quirais adjacentes (nom idnticos)
se acham no mesmo lado da cadeia (v. eritro-): treose.
171. U
ur-: Representa ureia: ureido, uretano (p. ex., uretano de etilo).
uran(o)-: Forma prefixada do nome do elemento urnio: uranilo, uranolona.
ureido-: Prefixo para o radical NH2CONH: cido 2-(3-metilureido)-1-naftoico.
172. V
vinil-: Forma prefixada que designa derivados do eteno por perda de um dos seus tomos de hi-
drognio, de frmula H2C=CH: vinilbenzeno.
173. X
xil-: Representa xileno (gr. madeira): xilidina.
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 251
FSICA E ASTRONOMIA
174. Vejamos a seguir diversos afixos e radicais dos campos da Fsica e da Astronomia:
-ncia (lat. -antia, ingl. -ance): O sufixo -ncia, de tipo erudito, denota propriedade ou quali-
dade470. Exemplos: aberrncia qualidade de aberrante, iluminncia, luminncia, refletncia
(PT.), ressonncia (e unissonncia), transmitncia (PT., valor de transmissom), varincia e
covarincia (ESTAT.; cf. cast. varianza). No campo da Eletrotecnia, o sufixo -ncia usa-se para
formar termos sobre umha base que exprime o comportamento de um condutor a respeito
da corrente eltrica: capacitncia, condutncia, impedncia, indutncia, reactncia, relutncia,
etc.
-ncia (lat. -entia): O sufixo -ncia, de tipo erudito, denota propriedade ou qualidade: absor-
vncia471 (FS./PT., logaritmo decimal da razom entre a intensidade da radiaom incidente
num meio absorvente e a intensidade da radiaom emergente), abstergncia (MED.), alcales-
cncia (QUM.), eflorescncia (QUM.), florescncia (BOT.), fosforescncia (QUM.), incandescncia,
inflorescncia (BOT.), iridiscncia (PT.), luminescncia, potncia (FS./MAT.)472, recalescncia
(METAL.), remanescncia (FS.), resistncia (ELET.), etc.
-deo(s) (cast. -ida(s), ingl. -id(s)): Em Astronomia, forma sufixada que, posposta ao nome
de umha constelaom, designa um enxame de estrelas cadentes ou meteoroides cujo ponto
radiante se situa nessa constelaom 473, como, por exemplo, os andromeddeos ou andro-
mdeos (tb. bieldeos) chuva de meteoros, produto da desintegraom do cometa de Biela,
vistos na vizinhana da constelaom de Andrmeda, os gemindeos (da constelaom dos
Gmeos), os lirdeos (da constelaom da Lira), os oriondeos (da constelaom de Oron ou
Orionte), os persedeos (estes parecem radiar anualmente a partir da constelaom de
Perseu, nos incios do ms de agosto), etc.
magneto-: Representa magnetismo ou magntico em termos como magnetoeltrico, magnet-
metro, etc.
-on
(gr. -): Sufixo para formar os nomes dos gases nobres: rgon, crpton, non, rdon,
xnon.
470
Na lngua comum, o sufixo -ncia acrescenta-se exclusivamente a bases verbais da primeira conjugaom
(dominar > dominncia; vigiar > vigilncia), e o sufixo -ncia corresponde s da segunda e terceira conjugaons
(concorrer > concorrncia, resistir > resistncia), mas, como sufixo nomenclatural no campo da Fsica, -ncia tam-
bm aparece, como a seguir se ver, adjunto a bases verbais da terceira conjugaom ( impedncia, transmitncia,
etc.). Cf. absorvncia (FS./PT.).
471
De harmonia com o que acontece noutros idiomas (e, sobretodo, em ingls, donde o neologismo provm;
cf. cast. absorbancia, cat. absorbncia, ingl. absorptance), e de modo anlogo a outros termos do campo da pti-
ca (refletncia, transmitncia) e da Eletrotecnia, o vocbulo deveria terminar em galego com o sufixo -n-
cia (*absorvncia). No entanto, a forma consagrada polo uso (cf., p. ex., dentro do galego-portugus europeu,
DACL e DITC; mas cf. absorvncia em DHLP e em DALP, como representantes do gl-pt. americano) a regular absor-
vncia (a regularidade deve-se a que a base do termo, absorver, um verbo da segunda conjugaom, e nom da
primeira).
472
Em Matemtica, potncia denota nmero de vezes (indicado por um expoente) que um nmero ocorre
como fator numha potenciaom e cardinal de um conjunto; com este ltimo sentido, em Matemtica tam -
bm se utiliza possana, termo que em Geologia significa espessura de umha ou de umha srie de camadas, de
um dique ou de um veio, medida pola perpendicular s suas paredes laterais (sin. pujana).
473
Um meteoroide o fragmento de um asteroide ou o resduo da camada de poeira de um cometa que, quan-
do entra na atmosfera terrestre, sofre um aquecimento intenso devido resistncia do ar e produz um rasto lu-
minoso, o meteoro. Se o meteoroide consegue atravessar a atmosfera sem se desintegrar, torna-se um meteorito.
252 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
-om: Sufixo para formar nomes de partculas elementares: eletrom, fotom, gluom, hadrom, mesom,
neutrom, protom, etc.
-nico (da terminaom de eletrnico): Sufixo que serve para formar nomes do campo da Ele-
trnica: binico, termoinico, etc.
orto-: Prefixo empregado para indicar que, num sistema de dous eletrons, ambos tenhem spins
do mesmo sinal.
radio- (indica radiaons, ondas eletromagnticas): a) Com o significado de radiaom,
energia radiante: radimetro; b) com o significado de raios X: radiografia (TECNOL.), radios-
copia (DIAG.); c) com o significado de ondas hertzianas: radiotelefonia (TELECOM.), radiotele-
grafia (TELECOM.); d) com o significado de radioativo: radiocarbono, radioelemento, radiois-
topo, radionucldeo.
-trom: Sufixo proveniente da slaba final de eletrom e particularmente produtivo no vocabulrio
da Eletrnica e da Fsica Nuclear. Permite formar nomes de aparelhos, geradores, acelera-
dores, etc. de eletrons: ciclotrom, magnetrom, etc.
mica, nica (apesar dos eventuais sinnimos taxonmicos). Exemplos: Mollusca (filo), Scyphozoa
(classe), Gastropoda (classe), Arionidae (famlia), Arion baeticus (espcie).
Forma paracientfica. De carter quase internacional, a forma paracientfica das denominaons de
txon semelhante cientfica e surge por adaptaom desta correspondente lngua verncula. Esta
adaptaom traduz-se, sobretodo, no emprego de sufixos patrimoniais, acentos e sinais diacrticos e
transcrions de grupos de letras (em lnguas que, como o russo, o grego moderno, o chins e o ja -
pons nom usam o alfabeto latino, a forma paracientfica, transliterada ou transcrita a partir da cient-
fica, difere em maior grau a respeito desta ltima). Como acontece com as denominaons cientficas,
a cada unidade taxonmica corresponde, em geral, umha nica forma paracientfica 478. Exemplos:
Mollusca ==> Moluscos (cf. al. Mollusken, cast. Moluscos, ingl. Molluscs/Mollusks); Scyphozoa ==> Cifo-
zorios (cf. al. Skyphozoen, cast. Escifozoos, ingl. Scyphozoans); Gastropoda ==> Gastrpodes (cf. al. Gas-
tropoden, cast. Gasterpodos, ingl. Gastropods); Arionidae ==> Ariondeos (cf. al. Arioniden, cast. Ari-
nidos, ingl. Arionids)479.
-ceas (lat. -aceae): a) Sufixo taxonmico para formar nomes paracientficos de famlias de
plantas, equivalentes dos cientficos findos em -aceae: Liliceas (nome cientfico: Liliaceae),
Linceas (= Linaceae), Onagrceas (= Onagraceae), Rosceas (= Rosaceae), Tiliceas (= Tilia-
ceae), etc.; b) tambm ocorre em diatomcea(s) (cf. cast. diatomea(s)).
-ceo(s) (lat. -aceus -acea, terminaom adjetiva substantivada na forma do masculino plural):
Sufixo que conhece algum emprego na nomenclatura zoolgica: Ascidiceos, Crustceos (lat.
crusta crosta), Testceos, etc.
-adelfo (gr. irmao): Formante utilizado em Botnica para denotar reuniom de es-
tames sobre um suporte comum: monadelfo, diadelfo, etc.
-ale(s) (lat. -alis, pl. -ales; v. -one(s)): Sufixo taxonmico que serve para formar os nomes
paracientficos de ordens de plantas, equivalendo ao sufixo -ales dos nomes cientficos. Re-
pare-se que a forma do singular -ale (cf. DHLP: s.v. -ale)480 e que, nuns poucos casos, o
nome paracientfico galego-portugus em plural nom coincide plenamente com o cient-
478
Nalgum caso, dous nomes cientficos diferentes podem convergir no mesmo nome paracientfico. Exem-
plo: Thymallidae (famlia de peixes Clupeiformes) > Timaldeos < Timalidae (famlia de aves Passeriformes
[pxaros]).
479
A respeito do uso de maisculas e minsculas iniciais nos nomes paracientficos de txon, podem seguir-se as
seguintes convenons postuladas por Garrido (1998a: 1060):
a) As denominaons paracientficas usadas em singular escrevem-se sempre com minscula inicial (exceto, cla-
ro , quando as normas ortogrficas gerais dispugerem o contrrio). Exemplos: Encontrou um ariondeo na
armadilha (famlia Arionidae ==> Ariondeos), O estrigiforme capturou um ratinho (ordem Strigiformes
==> Estrigiformes).
b) As denominaons paracientficas usadas em plural escrevem-se com maiscula inicial quando se referem ao
grupo taxonmico como tal, e com minscula inicial (respeitando as convenons ortogrficas gerais) quando
se referem, nom a um coletivo, mas a cada um dos organismos compreendidos nele. Exemplos: A famlia Ari-
ondeos apresenta dous gneros ibricos, Os ariondeos encontrados na armadilha vivem no hmus, O
moucho pertence aos Estrigiformes, Os estrigiformes caraterizam-se pola visom escotpica (ainda que neste
ltimo exemplo tambm seria vlida a grafia Estrigiformes, no sentido que se refere a seguir: os [animais com-
preendidos na ordem] Estrigiformes caraterizam-se pola visom escotpica).
254 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
fico: umha cicadale ordem das Cicadales, umha dasicladale ordem das Dasicladales
(nome cientfico: Dasycladales), umha eqissetale ordem Eqissetales (nome cientfico:
Equisetales), umha filicale ordem das Filicales, umha licopodiale ordem das Licopodi-
ales, umha mirtale ordem das Mirtales, umha rosale ordem das Rosales, umha volvocale
ordem das Volvocales.
-rio(s) (lat. -arii, pl. de -arius -aria): Sufixo que serve para formar nomes paracientficos de
certas classes de animais (aquticos), sobre umha base que denota a constituiom ou a
forma: Actinirios (nome cientfico: Actiniaria), Cnidrios (= Cnidaria), Radiolrios (= Radi-
olaria), Zoantrios (= Zoantharia), etc. V. -zorios.
calcario-: Forma prefixada derivada do termo calcrio, usada para qualificar formaons ou
solos que apresentam calcrio juntamente com um ou mais tipos de rocha: calcarioargiloso,
calcariossilicioso.
-ceno (gr. novo, recente): Formante usado para indicar geologicamente recente nos
nomes de certas divisons da histria da Terra : Eoceno, Mioceno, Plioceno, Pl(e)istoceno, etc.
-cladale(s) (gr. ramo + -ales): Terminaom empregada em Botnica para formar
nomes paracientficos de ordens de algas, equivalendo terminaom -cladales dos nomes
cientficos. Observe-se que no nome paracientfico a forma de singular finda em -ale (v.
-ale(s)): umha dasicladale ordem das Dasicladales (nome cientfico: Dasycladales).
-clase
(gr. fissura, fratura < romper; cf. cast. -clasa)481: Radical prprio de
termos de Geologia que designam tipos de fratura: catclase, diclase, litclase482, etc. V.
-clsio.
-clsio (gr. fissura, fratura < romper; cf. cast. -clasa): Radical prprio de
termos de Mineralogia que designam minerais: oligoclsio, ortoclsio, periclsio, plagio-
.
clsio483, etc. V. -clase
cori- (gr. separadamente < separar, dividir): Forma prefixada que em Botnica
indica separaom: coriptalo, corisspalo, etc.
, -ia
-ea (lat. -eus -ea, -ius -ia): Sufixos prprios de nomes de plantas: azlea, centurea, aquilgia,
buganvlia, etc.
-fito(s) (gr. planta): Radical empregado em Botnica para formar os nomes paracient-
ficos (a partir dos cientficos em -phyta) dos txons da categoria divisom no reino vegetal:
Brifitos, Espermatfitos, etc.
-gest-: Representa gestaom em progestognio ou progestgeno, progesterona.
himeno-: Representa himnio em himenolquen, himenomicete, etc. (BOT.).
-ia V. -ea
.
-iano: Sufixo usado em Geologia e Paleontologia para formar, sobre umha base que designa
umha localidade, umha regiom, um povo, os adjetivos (e substantivos) que servem para de-
480
Quanto a -ale(s), seguimos aqui, portanto, a interpretaom refletida no dicionrio Houaiss e noutros dicio-
nrios gerais de galego-portugus; no entanto, tambm caberia considerar para os nomes paracientficos das
ordens de plantas um singular em -al e um plural irregular em -ales: umha cicadal ordem das Cicadales,
umha eqissetal ordem Eqissetales, etc.
481
No campo da Medicina usa-se o radical -clasia ou -clastia com o significado de rotura: litoclastia ou litoclasia
reduom a fragmentos dos clculos da bexiga, osteoclastia ou osteoclasia operaom cirrgica que consiste em
quebrar certos ossos para corrigir deformaons / destruiom do tecido sseo por aom fagocitria de certos
elementos celulares, como os osteoclastos.
482
Modificado em *diaclase e *cataclase no DITC. Por razons etimolgicas, a forma preferente deve ser -clase .
483
No DITC, oligoclase, ortoclase, periclase, plagioclase; no DHLP, ortoclsio, periclsio e, junto com oligoclsio, que
declarado preferente, tambm oligoclase e oligclase. Perante esta vacilaom, parece recomendvel reservar -cla -
se para os fenmenos geolgicos e utilizar -clsio para os nomes dos minerais (como, com bom critrio e sem
vacilaom, a este respeito se conduz o brasileiro DALP).
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 255
484
V. -deo(s) como sufixo da Qumica ( 161) e da Astronomia ( 174).
485
Na bibliografia antiga tambm era freqente com este valor o sufixo -idas (Arinidas, Cnidas, Flidas, etc.),
mas no uso atual impujo-se -deos.
486
Lembre-se (v. 50.8) que o s das seqncias latinas sce- e sci- (ou o das homlogas gregas -) desaparece
em todos os casos em galego (enquanto em castelhano umhas vezes cai e outras d esc-).
487
Como, de facto, j fai, em boa medida, o DHLP (s.v. arcnido, priaplido, etc.)!
256 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
-ina: Terminaom usada na designaom dos tegumentos ovulares e do grao de plen (talvez a
partir de albumina < lat. albumen albuminis): exina membrana externa do grao de plen
(gr. de, desde, fora de), intina (< lat. intus dentro).
-neo(s) (cf. cast. -ino(s)): Sufixo taxonmico que permite formar os nomes paracientficos
de subfamlias de animais, correspondendo terminaom -inae dos nomes cientficos. Os
seguintes exemplos correspondem a subfamlias das famlias Acriddeos (= Acrididae) e
Escarabedeos (= Scarabaeidae): Cetonineos (= Cetoniinae), Cirtacantacridneos (= Cyrta-
canthacridinae), Dinastneos (= Dynastinae), Escarabeneos ou Coprneos (= Scarabaeinae, Co-
prinae), Gonfocerneos (= Gomphocerinae), Locustneos ou Edipodneos (= Locustinae, Oedipo-
dinae), Rutelneos (= Rutelinae), etc.
-ino(s): Sufixo taxonmico que permite formar os nomes paracientficos de tribos de animais
(correspondendo terminaom -ini dos nomes cientficos): Paninos (nome cientfico: Pa-
nini), etc.
-ite (gr. -; cf. cast. -ite/-ito)488: Sufixo que serve para formar nomes (do gnero feminino)
de fsseis (moluscos, crustceos, vegetais, etc.): amonite, belemnite, graptolite, numulite, trilo-
bite, etc.
-ite (gr. -; Br. -ita; cf. cast. -ita): Sufixo que serve para formar nomes (do gnero femi-
nino) de minerais e afins (mas, por via de regra, nom de rochas: cf. -ito)489: anortite, arago-
nite, azurite, bauxite, biotite (sin. mica preta ou mica negra), calcite, dolomite, estalactite, estalag-
mite, grafite, limonite, madreporite variedade de carbonato calcrio (cf. madreporito placa
madreprica dos equinodermos), montmorilonite, moscovite, selenite, etc.
-ite (gr. -; cf. cast. -ita/-ito): Sufixo, nom preferente, que serve para formar, em Biologia,
nomes de divisons corporais, em concorrncia com -ito (preferente): dendrite [f] ou den-
drito (BIOL./GEOL.), esclerite ou esclerito, esternite ou esternito, somite ou somito, tergite
ou tergito, etc.
-ito (< -; cf. cast. -ita/-ito)490: a) Sufixo que serve para formar nomes de rochas e afins491:
antracito, arenito (cf. cast. arenisca), condrito, granito, meteorito (ASTR.), migmatito, milonito,
monzonito, pegmatito, peridotito, pomito, psamito, psefito, quartzito, serpentinito, sienito, traquito,
etc.; b) sufixo preferente (em concorrncia com -ite) para formar em Biologia nomes de es-
truturas ou divisons corporais: coxito (ZOOL.), dendrito (tb. dendrite), endito e exito (ZOOL.),
escafognatito (ZOOL.), esclerito (ZOOL.; tb. esclerite), esternito (ZOOL.; tb. esternite), madrepo-
rito placa madreprica dos Equinodermos (ZOOL; cf. o mineral madreporite), organito (de
umha clula; tb. organelo), pleurito (ZOOL.), podito (ZOOL.; e endopodito, exopodito, telopo-
dito, etc.), somito (ZOOL.; tb. somite), tergito (ZOOL.; tb. tergite), etc.
-mero (gr. parte): Representa blastmero em termos como macrmero, micrmero.
opositi-: Forma prefixada derivada da palavra latina oppositus, que significa oposto, empre-
gada em Botnica: opositifloro, opositipenado, opositiptalo.
-oide(s) (cf. cast. -oideos): a) Sufixo da nomenclatura zoolgica que se emprega para formar
os nomes paracientficos das superfamlias de animais e que corresponde terminaom
-oidea dos pertinentes nomes cientficos: Hominoides (nome cientfico: Hominoidea), Le-
muroides (= Lemuroidea), etc.; b) sufixo que se emprega para formar os nomes paracient-
488
V. -ite como sufixo da Medicina ( 176).
489
O caso de bauxite excecional, pois leva o sufixo -ite apesar de se tratar de umha rocha. A designaom das
variedades de carvom est sujeita a vacilaom: a antracite / o antracito, a grafite / o grafito (cf. um grafito
inscriom ou desenho sobre paredes), a lignite (tb. lenhite ou linhite) / o lignito (tb. linhito).
490
V. -ito como sufixo da Qumica ( 161).
491
O caso de bauxite excecional, pois leva o sufixo -ite apesar de se tratar de umha rocha. A designaom das
variedades de carvom est sujeita a vacilaom: a antracite / o antracito, a grafite / o grafito (cf. um grafito
inscriom ou desenho sobre paredes), a lignite (tb. lenhite ou linhite) / o lignito (tb. linhito).
22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA - 257
ficos de alguns txons animais de alta categoria (classes, p. ex.) cujos nomes cientficos ter-
minam por -oidea: Asteroides (classe Asteroidea dos Equinodermos), Concentricicloides
(classe Concentricycloidea), Crinoides (classe Crinoidea), Equinoides (classe Echinoidea), Ho-
loturoides (classe Holothuroidea), Ofiuroides (classe Ophiuroidea).
-oma (da terminaom de genoma): Sufixo para formar nomes que designam um conjunto ou
um sistema: cnidoma conjunto de cnidas de umha espcie ou indivduo pertencente ao filo
Cnidrios, condrioma dotaom de mitocndrios de umha clula, genoma material gen-
tico de umha espcie, plastidoma conjunto dos plastdios de umha clula, proteoma con-
junto de todas as protenas expressas polo genoma, transcriptoma conjunto dos ARNm
transcritos a partir do genoma, vacuoma conjunto de vacolos de umha clula, etc.
-ona (da terminaom de hormona): Sufixo que serve para formar nomes de hormonas: aldoste-
rona, cortisona, ecdisona, progesterona, testosterona, etc.
-one(s) (lat. -ones; v. -ale(s)): Sufixo taxonmico que serve para formar os nomes paraci-
entficos de diversos txons animais de alta categoria, equivalendo ao sufixo -ones dos
nomes cientficos (cf. DHLP: s.v. escorpione, opilione). Repare-se que a forma de singular
-one e que, nalguns casos, o nome paracientfico galego-portugus em plural nom coincide
plenamente com o correspondente cientfico 492: um escorpione representante do txon Es-
corpiones, i. , um escorpiom ordem Escorpiones (nome cientfico: Scorpiones), um opi-
lione representante do txon Opiliones, i. , um opiliom ordem Opiliones, etc.
-psida(s): Sufixo empregado em sistemtica de plantas superiores para formular os nomes
paracientficos de classe, correspondente terminaom -opsida dos pertinentes nomes ci-
entficos: Esfenpsidas (nome cientfico: Sphenopsida), Gnetpsidas (= Gnetopsida), Licp-
sidas (= Lycopsida), etc.
para-: Prefixo que em Geologia indica que umha rocha produzida por metamorfismo de
umha rocha sedimentar: paragneisse, etc.
pro- (lat. pro- < gr. -): Prefixo que indica primeiro, primitivo: pronefro ou protonefro (ANAT.
ANIM.), etc.
: Sufixo utilizado no vocabulrio da Embriologia (o valor diminutivo simboliza o estado
-ula
embrionrio): blstula, gstrula, mrula, plnula, etc.
-zorio(s) (gr. vivente, animal; cf. al. -zoen, cast. -zoo(s), cat. -zou(s), ingl. -zoan(s)):
Sufixo que concorre em diversos nomes paracientficos de txons animais de alta categoria
e que corresponde terminaom -zoa dos pertinentes nomes cientficos: Antozorios
(nome cientfico: Anthozoa), Briozorios (= Bryozoa), Cifozorios (= Scyphozoa; cf. cast. Es-
cifozoos), Cubozorios (= Cubozoa), Hidrozorios (= Hydrozoa), Mesozorios (= Mesozoa),
Placozorios (= Placozoa), Protozorios (= Protozoa), etc.
-zoico (gr. vivente, animal): Sufixo que significa terreno, era geolgica, que tem orga -
nismos fsseis (caraterizados polo formante inicial): azoico, Paleozoico, etc.
492
Quanto a -one(s), seguimos aqui, portanto, a interpretaom refletida no dicionrio Houaiss e noutros dicio-
nrios gerais de galego-portugus; no entanto, tambm caberia considerar para estes nomes paracientficos
um singular em -om (Pt.+Br. -o) e um plural irregular em -ones: um escorpiom ordem Escorpiones, um opili-
om ordem Opiliones, etc.
258 - 22. A DERIVAOM E A COMPOSIOM NOS SISTEMAS DE NOMENCLATURA
ABREVIATURAS
178. As abreviaturas som reduons grficas de termos de uso freqente (as mais das
vezes, termos simples ou locuons), em que se suprimem algumhas letras, mas se mantm,
ao menos, a inicial, e as quais nom constituem umha unidade fnica, mas apenas grfica
(em contraste com as siglas)493. Em todos os casos, as abreviaturas levam ponto final e
podem surgir por suspensom com a conservaom da primeira ou das primeiras letras,
ou por contraom a qual acarreta a supressom de letras interiores do termo e a conser-
vaom das iniciais e das finais. Vejamos alguns exemplos494:
493
Tambm h quem considere abreviaturas as unidades mistas surgidas por combinaom de algarismos e le-
tras, como as seguintes: 1. ou 1 (primeiro), 2. ou 2 (segunda), etc.
494
Recorde-se que as unidades centmetro cbico e grama nom devem representar-se mediante abreviaturas
(*c.c., *gr.), mas por meio de smbolos (cm3, g).
495
Este conceito tambm pode ser representado mediante um smbolo: rpm.
496
Na prtica da Sistemtica ou Taxonomia biolgica som comuns as seguintes abreviaturas latinas (enuncia -
das em Mateus, 1989: 249-250): aff. (affinis afim de), comb. nov. (combinatio nova nova combinaom), det.
(determinator/determinativit determinador, o que determina ou identifica/determinou), gen. nov. (genus no-
260
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 261
SMBOLOS
179. Um smbolo (v. Apndices I, III, IV e V) consiste numha abreviatura ou sinal picto-
grfico498 que nom admite ponto final nem morfemas de plural e que representa um con-
ceito inserido no quadro de um sistema nomenclatural ou de notaom cientfica (como, p.
ex., o Sistema Internacional [SI] de unidades) estabelecido por organismos de carter inter-
nacional (como, p. ex., a International Union of Pure and Applied Chemistry [IUPAC] no campo
da Qumica).
Tipicamente, os smbolos de interesse cientfico representam grandezas fsicas e uni-
dades de medida (v. Apndice IV), elementos qumicos (v. Apndice V), corpos siderais,
operaons matemticas, relaons ou qualidades biolgicas, etc. Vejamos a seguir alguns
exemplos499:
vus novo gnero), leg. (legator/legit coletor/colheu), loc. cit. (loco citato local citado [numha referncia bibli-
ogrfica]), nom. nov. (nomen novum novo nome), s. lat. (sensu lato em sentido lato), s. strict. (sensu strictu em
sentido restrito), sp. nov. (species nova nova espcie), ssp. nov. (subspecies nova nova subespcie). Em Farmcia
Galnica deparamos freqentemente com as seguintes: q.s.p. (quantidade suficiente para...), F.S.A. (fac ou
fiat secundum artem: faga segundo as regras da arte), m. (manipulus/misce tome-se/misture-se), m.f.p.
(misce fac pulverem: misture e pulverize), q.s. (quantum sufficit quanto for preciso), q.v. (quantum vis a quanti-
dade que se desejar), R. ou Rp. (recipe tome).
497
A abreviatura ss. (seguintes) nom se produz por contraom dos esses inicial e final do termo, mas por sus -
pensom + marca do plural.
498
Som meramente sinais (ou pictogramas): , ==>, , <, etc. O sinal matemtico de integral, , um esse esti -
lizado que representa a letra inicial do termo soma. O sinal matemtico indicativo de pertence a umha
simples modificaom do psilon () inicial de .
499
As denominaons das unidades monetrias podem abreviar-se como smbolos alfabticos ou pictogrficos:
CAD (dlar canadiano), CHF (franco suo), SEK (coroa sueca), USD (dlar estado-unidense), etc.; (smbolo de
euro), $ (este smbolo, denominado cifrom, significa dlar e denotava escudo portugus), (libra esterlina),
etc.
262 - 23. ABREVIAOM OU REDUOM
SIGLAS
180. Umha sigla umha abreviaom, normalmente de um termo composto (con-
tnuo ou descontnuo) ou de umha locuom de uso corrente e especfico, que consta de
todas ou parte das letras iniciais (ou conjuntos de letras ou slabas iniciais) do enunciado,
as quais formam umha amlgama de sinais com um nico significado. Contrariamente s
abreviaturas e smbolos, que costumam apresentar interesse apenas para a lngua escrita,
as siglas som umha realidade tanto fnica como grfica, ao ponto de algumhas sobre-
todo as de fcil leitura terem vindo a substituir virtualmente o correspondente termo na
sua forma desenvolvida.
Modernamente, as siglas som escritas sem pontos nem espaos de separaom entre as
suas letras504. A linguagem cientfica atual fai um largo emprego das siglas no quadro de
umha tendncia para umha comunicaom internacional simples e codificada.
500
Observe-se que os smbolos constitudos pola primeira ou primeiras letras de um apelido aparecem, logica-
mente, com maiscula inicial: S (siemens, unidade de condutncia, de W. von Siemens), Pa (pascal, unidade de
pressom, de B. Pascal).
501
Unidade de massa (cuja denominaom se baseia no apelido do cientista ingls John Dalton) utilizada em
Bioqumica como equivalente da unidade unificada de massa atmica. A unidade unificada de massa atmica
(smbolo: u) corresponde antiga u.m.a. e equivale a 1/12 da massa de um tomo livre de carbono-12, ou seja,
1 u = 1,66054 1027 kg (cf. Navarro, 2000: s.v. molecular weight).
502
Embora o texto aparea escrito com letras maisculas, os smbolos mantenhem a sua prpria grafia; por ex -
emplo: O VULCM ETNA TEM 3279 m DE ALTURA.
503
Observe-se que na linguagem tcnico-cientfica abundam termos, abreviados ou nom, que incorporam le-
tras ou algarismos de valor simblico e nomenclatural. Exemplos: anti-g (AERON.), -metilpirrole, -D-glicose, Z-
bosom-Z, 1-heptanol (QUM. ORG.), protena p53. Alis, existem nmeros simblicos que som letras, como o n-
mero pi (gr. em Geometria), nmero i (lgebra), nmero e (Anlise; smbolo criado por Euler em 1748), n-
mero fi (gr. ), etc.
504
Segundo umha convenom atual, toda a abreviaom que se escreve com pontos nom sigla, mas abreviatu-
ra.
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 263
Do ponto de vista da lngua oral, existem dous tipos de siglas: as soletrveis ou conso-
nnticas e as integradas ou silbicas.
Mais exemplos: AZT (azidotimidina, FARM.), BCG (bacilo de Calmette-Gurin), cgs (cent-
metro-grama-segundo), CFC (clorofluorcarboneto(s); v. 158), DVD (ingl. digital versatile disc
ou digital video disc disco digital polivalente ou disco de vdeo digital), HDL (ingl. high den-
sity lipoprotein lipoprotena de alta densidade), MKSA (metro-k(qu)ilograma-segundo-am-
pere), OCR (ingl. optical character recognition reconhecimento ptico de carateres), teoria
BCS (teoria proposta por John Bardeen, Leon N. Cooper e John R. Schrieffer para explicar
o fenmeno da supercondutividade), UHF (ingl. ultrahigh frequency freqncia ultra-alta), UV
(ultravioleta), VGA (ingl. video graphics adapter adaptador de grficos de vdeo), VHF (ingl.
very high frequency freqncia muito alta), WWW (ingl. world wide web teia (de aranha) ou
rede de mbito mundial, sistema de comunicaom informtico, a Internet).
Por vezes, as siglas soletrveis podem dar origem a alfnimos (cf. Martnez de Sousa,
1993: 50). Um alfnimo um termo formado mediante a justaposiom do nome das letras
iniciais de umha denominaom. Exemplo: beceg (de BCG, bacilo de Calmette-Gurin).
181. Quanto constituiom grfica das siglas, pode estabelecer-se a seguinte classi-
ficaom:
181.1. Siglas formadas pola primeira letra dos elementos do termo sintagmtico
ainda que nom necessariamente de cada um, e tendo em conta que, em geral, as partculas
gramaticais (artigos, conjunons, preposions) nom figuram representadas na sigla se
nom o exigir a pronncia ou a eufonia507. Exemplos:
505
As siglas silbicas que, como lser e mser, som emprestadas do ingls normalmente adotam em Portugal e
no Brasil a grafia original (sem acrscimo de acentos: laser, maser) e umha fontica que tende para imitar a pro-
nncia original (respetivamente, [lez] e [mez]). Embora nom rejeitemos totalmente este proceder (pois
tambm aceitamos formas como laser e maser), julgamos prefervel para a Galiza efetuar nestes casos umha
adaptaom fnica e grfica que naturalize plenamente a sigla emprestada no sistema recetor.
506
Como se observa nesta coluna da Tabela, a prosdia das siglas silbicas autctones e traduzidas ajusta-se
em galego-portugus ao padrom de acentos grficos da correspondente unidade, o que acarreta que, por ex-
emplo, siglas como UCI, ovni e ONU, em contraste com o que acontece em castelhano, sejam de pronncia
aguda.
507
Normalmente, a sigla combina apenas a letra inicial dos elementos lexicais da unidade lingstica que repre -
senta, enquanto que a seleom das letras que a formam nom responde a qualquer regra estabelecida. Um ter -
mo costuma considerar-se sigla quando consta ao menos de duas letras. Os estudos de contagem de siglas que
atendem ao nmero de letras que as integram dam a seguinte ordem, de maior a menor freqncia: de trs le -
tras, de quatro, de cinco, de duas, de seis e de sete.
508
Teste ELISA ou elisa: enzimoimunoanlise de adsorom.
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 265
181.2. Siglas constitudas quer por grupos de letras iniciais (e, por vezes, tambm fi-
nais) dos elementos do termo sintagmtico embora nom necessariamente de todos
eles, quer constitudas ao mesmo tempo por grupos de letras e letras iniciais ou finais
ss. Exemplos:
Estas siglas, formadas por grupos de letras ou slabas das diversas partes que integram
o termo sintagmtico, recebem com propriedade o nome de acrnimos ou siglas acron-
micas (sobre os acrnimos trata o prximo 183).
182. Segundo a lngua de origem, pode falar-se de trs tipos de siglas: siglas galego-
portuguesas de criaom prpria, siglas traduzidas de umha outra lngua e siglas que som
emprstimos. Vejamo-lo pormenorizadamente a seguir.
509
Na bibliografia freqente deparar-se com as siglas nom adaptadas DNA e RNA, em vez das formas traduzidas
ADN e ARN. No entanto, pensamos que, em benefcio da naturalizaom, deve dar-se prioridade a estas ltimas.
266 - 23. ABREVIAOM OU REDUOM
OVNI
510
objeto voador nom identificado
(do ingl. UFO: unidentified flying object)511
RMN ressonncia magntica nuclear
(do ingl. NMR: nuclear magnetic resonance)
SIDA ou sida sndrome (ou sndroma) da imunodeficincia adquirida
(do ingl. AIDS: acquired immunodeficiency syndrome)512
TAC tomografia axial comput(ad)orizada
(do ingl. CAT: computerized axial tomography)513
510
No Brasil, vni, variante prosdica tambm aceitvel em galego.
511
Da sigla inglesa derivam os termos galegos ufologista, uflogo e Ufologia.
512
No Brasil, AIDS ou aids. A sida causada polo VIH (vrus da imunodeficincia humana; ingl. HIV).
513
Como explica Navarro (2005: s.v. computerized axial tomography) em relaom ao castelhano, tambm em
galego-portugus umha denominaom mais correta desta tcnica radiolgica tomodensitometria ou radioto-
mografia informtica.
514
Para umha lista de siglas internacionais, cf. Murith (1982) ou Martnez de Sousa (1984). Os interessados
nas siglas (e outros aspetos lingsticos) de uso em Medicina podem consultar Puerta Lpez-Cozar e Mauri
Ms (1995).
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 267
ACRNIMOS
183. Como se viu anteriormente, as siglas constitudas por grupos de letras ou slabas,
iniciais ou finais, das diversas partes que integram um termo composto ou sintagma,
sempre pronunciveis de modo silbico como siglas integradas, recebem o nome de
siglas acronmicas ou acrnimos (do gr. extremo; p. ex., ALGOL = ingl. algorithmic ori-
ented language). Numha conceom mais ampla, um acrnimo pode ser umha palavra, e
nom necessariamente umha sigla, no sentido de que, por vezes, o acrnimo nom repre-
senta qualquer unidade lexical complexa consagrada e surge pola soma de duas palavras
avulsas que nom formam sintagma (alguns autores preferem falar, nestes casos, de formas
contratas), como, p. ex., sima < silcio + magnsio, sial < silcio + alumnio, etc. Do ponto de
vista da sua origem e constituiom, os acrnimos (em sentido lato), podem classificar-se
em dous grupos:
183.1. Acrnimos formados por apcope (v. 186.3) do primeiro elemento e afrese
(v. 186.1) do segundo516. Exemplos:
Mais exemplos: celofane [m] (fr. cellophane: cellulose + -o- + diaphane), colfago (coli, de
Escherichia coli + fago, de bacterifago), didmio (mistura de praseodmio e neodmio, QUM.
INORG.), endorfina (endo- + morfina < ingl. endogenous morphine), informtica (informaom
+ automtica), spala (lat. separare + ptala < gr. folha), teflon (ingl. tetrafluoro-
515
Scuba-diving: mergulho com aparelho autnomo de respiraom subaqutica (com escafandro).
516
Raramente, ao revs, isto , por afrese do primeiro elemento e apcope do segundo elemento: tergal (< po-
lister gauls).
517
E ciclotrom, ignitrom, negatrom, vapotrom, etc; betatrom, em troca, nom propriamente acrnimo, porque
beta palavra nom encurtada. Do mesmo modo, vocbulos como tolueno (tolu + benzeno) e cosseno (< lat. ci-
ent. complementi sinus < cosinus) som termos compostos, respetivamente, sincopado e apocopado, j que se
prefere nom falar em acrnimo quando um dos elementos do neologismo formado nom sofre qualquer tipo
de abreviaom.
268 - 23. ABREVIAOM OU REDUOM
183.2. Acrnimos formados unicamente por apcope dos elementos do termo com-
posto. Exemplos:
Mais exemplos: amonal (amnio + alumnio), anfetamina (< ingl. amphetamine: alpha
+ methyl + phenyl + ethyl +-amine), gasolina (< gs + leo + -ina), ladar (laser detection and
ranging deteom e seguimento por meio do lser), lanolina (lat. lana l + oleum + -ina),
mercaptana (lat. corpus mercurium captans corpo que capta o mercrio + -a), Meteosat
(meteorologia + satlite), modem (ingl. modulator-demodulator), napalm (QUM.; ingl.
naphthene nafteno + palmitate, palmitato), pxel (Pt.+Br. pixel)520, telex (ingl. teleprinter +
exchange), vaselina (al. Wasser gua + gr. leo + -ina), warfarina (Wisconsin Alu-
mini Research Foundation + a + -ina, QUM. ORG./FARM.).
518
Tambm denominado transrecetor, trata-se de um aparelho, polo geral porttil, que a combinaom de um
transmissor e de um recetor de rdio, popularmente conhecido polo anglicismo walkie-talkie (ocasionalmente
adaptado em emissor-recetor porttil).
519
Parsec: Unidade astronmica equivalente distncia de umha estrela cuja paralaxe seja de um segundo, e
correspondente a 3,26 anos-luz.
520
Martnez de Sousa (1993: 39) refere-se ao denominado acrnimo fontico, que define como aquele acrni-
mo cuya grafa se compone, totalmente o en parte, de un grafismo de origen fontico e que exemplifica com
o termo cast. pxel: pronunciacin inglesa de picture element (elemento de imagen), en un ordenador: me-
nor elemento en que se puede descomponer una imagen en una pantalla de ordenador..
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 269
reduom extrema a umha letra de cada um dos componentes de um macrotermo: (sndrome de) CREST
(C: calcinose subcutnea; R: fenmeno de Raynaud; E: disfunom esofgica; S: ingl. sclerodactyly; T:
teleangiectasia);
homonmia entre siglas: acontece, por exemplo, entre rem (roentgen equivalent man) e REM (rapid eye
movements), ou com rad, que simultaneamente sigla (radiation absorbed dose dose de radiaom ab-
sorvida) e smbolo (de radiano, unidade de ngulo plano).
c) Derivaom e composiom
As siglas, especialmente as de regime integrvel, podem originar termos derivados.
Assim, SIDA, ou j sida, d lugar a derivados como sidtico doente de sida522.
s vezes, o termo desenvolvido porta um qualificativo especfico que fica refletido na
sigla pola incorporaom da letra minscula inicial deste determinante. Exemplos:
Um sufixo ou um termo podem juntar-se s siglas. o caso das denominaons das en-
zimas: ATPase (adenosina-trifosfatase), ATP-sintetase, ARN-polimerase (= polimerase do ARN), ARN-
replicase (= replicase do ARN), etc. Trata-se, como se v, de termos heterogneos especiais,
compostos por umha parte sglica e umha parte assglica 523. Um caso semelhante a este das
521
Em galego-portugus nom som freqentes, como em castelhano, as siglas que marcam o plural por duplica-
om de algumha letra. Assim, abreviaom castelhana EE.UU., empregada em referncia aos Estados Unidos da
Amrica, corresponde a galego-portuguesa EUA, mais fiel, alis, denominaom oficial desse pas.
522
Embora nom tenhamos at agora registado o termo sidtico no galego-portugus de Portugal nem no da
Galiza, propomo-lo aqui como neologismo necessrio e de morfologia anloga do termo equivalente, mas es-
trangeirizante, aidtico (< aids), registado no galego-portugus do Brasil. Alis, sidtico parece mais recomend-
vel que sidoso (termo decalcado do espanhol) porque esta ltima forma interferiria com o galego idoso pessoa
de idade avanada e porque sidtico segue padrons morfolgicos manifestos na designaom dos doentes dou-
tras afeons (como diabetes ==> diabtico).
523
De modo semelhante, o termo recetor GABArgico (com a sigla GABA de cido -aminobutrico).
270 - 23. ABREVIAOM OU REDUOM
PALAVRAS TRUNCADAS
186. Outra modalidade de braquigrafia som as palavras truncadas ou encurtadas, que
surgem por amputaom de umha ou mais slabas (iniciais, mdias ou finais) de um termo
composto contnuo (nom descontnuo ou sintagmtico como nos acrnimos). Esta
ablaom silbica costuma comear na lngua oral e termina por se refletir na escrita. Regis-
tam-se palavras truncadas por afrese, por sncope e por apcope.
186.1. Afrese
A afrese (termo proveniente do gr. - supressom) a perda silbica que tem
lugar no comeo de umha palavra ou termo, mantendo-se o resto. um procedimento de
formaom lexical pouco caraterstico da linguagem cientfica.
Exemplos: aldol (< acetaldol), butirina (< tributirina), cetose (< acidocetose), fago (< bac-
terifago), fax (< telefax), ftalena (< naftalena), ftlico (< naftlico), glia (< neurglia), qui-
nona (< benzoquinona), telefax ou telefac-smile (< ingl. telefacsimile transmission trans-
missom de um fac-smile distncia; tb. telecopiadora ou telecpia).
186.2. Sncope
A sncope ou haplologia (termos provenientes do gr. - corte e de sin-
gelo + palavra) consiste na simplificaom interna e silbica da estrutura de um
termo por reduom de unidades articulatrias semelhantes ou repetidas. Os termos sinco-
pados costumam coexistir na linguagem cientfica com os seus sinnimos nom reduzidos
internamente, mas, por vezes, estes som raros e predominam claramente as formas simpli-
ficadas524.
524
Contrariamente ao castelhano, o galego nom apresenta sncope no termo deglutiom, de deglutir (cf. cast. de-
glucin). O caso do termo galego lubrificante (e lubrificar; p. ex., leo lubrificante), face ao castelhano lubricante,
diferente, pois lubricante mais etimolgico e lubrificante surge em galego por epntese (acrscimo) da slaba
23. ABREVIAOM OU REDUOM - 271
186.3. Apcope
A apcope (vocbulo proveniente do gr. - abscisom) consiste na amputaom
da parte final de um termo. Trata-se de um procedimento lexical bastante freqente na lin-
guagem cientfica. Normalmente, o significado do termo apocopado coincide com o do
termo pleno, mas, por vezes, aquele especializa-se e adquire um outro valor semntico526.
Exemplos: alelo (< alelomorfo), autogiro (< autogirptero)527, dine (apcope a partir do
timo grego fora), estreo (< estereofnico), farad (< faraday), foto (< fotografia),
gel (< gelatina), magneto (< [mquina] magnetoeltrica), mole (< molcula), otorrino (< otorri-
nolaringologista), plasto (< plastdio), quilo (< quilograma), rdio (< radiofonia), servo (< ser-
vossistema, servofreio, etc.), sol (< lat. solutum), spin (< ingl. spinning moment momento de ro-
taom), zoo (< zoolgico).
ELIPSE
187. A elipse (do gr. ausncia) consiste na supressom de algum elemento de
um sintagma, de um termo composto descontnuo ou de um termo contnuo formado
pola associaom de palavras. O fenmeno da elipse pode encarar-se no contexto da lin-
guagem tcnico-cientfica sob duas pticas: como (importante) recurso braquigrfico dis-
cursivo destinado a economizar espao textual (perspetiva sincrnica), por um lado, e
como fonte de criaom lexical (perspetiva diacrnica), por outro lado.
Do primeiro ponto de vista citado, a elipse traduz-se na eliminaom de um ou vrios
elementos normalmente de natureza determinativa de um termo composto descon-
tnuo previamente enunciado no texto na sua forma plena, de maneira a conservar-se uni-
camente o elemento nuclear do composto, que age como equivalente semntico do con-
junto (na qualidade de hipernimo). O funcionamento da elipse , pois, anafrico e de-
pende muito do contexto, gozando, portanto, de menos independncia que outros tipos
de braquigrafia. Exemplo:
a junta da coberta posterior da caixa de mudanas ==> a junta da coberta ==> a junta
528
Veja tambm, sobre a elipse que acompanha a conversom de um nome prprio em nome comum, 64.4-a.
24. OUTROS PROCEDIMENTOS
DA NEOLOGIA DE FORMA
188. Depois de termos visto, dentro da neologia de forma, a criaom de palavras me-
diante derivaom, mediante composiom e mediante abreviaom, consideremos agora as
palavras de interesse cientfico surgidas polos procedimentos da onomatopeia, da analogia e
da designaom livre.
TERMOS ONOMATOPEICOS
189. As palavras ou termos onomatopeicos som os formados por imitaom de sons
naturais. Trata-se de vocbulos freqentes no lxico cientfico popular e, sobretodo, na de-
signaom de seres vivos. Vejamos a seguir alguns termos onomatopeicos classificados em
duas secons: 1) termos onomatopeicos que designam animais, 2) termos onomato-
peicos que designam sons ou fenmenos a eles associados.
b) Outros verbos (da lngua comum) em cuja base se acha a onomatopeia de um som:
arrotar e eructar (lat. eructare), aturujar, bufar, chocar, chuchar e chupar, fungar, gaguejar,
gargalhar, impar (sin. soluar; cf. mpar), tatejar, topar, etc.
529
Do timo latino mus montis ratazana da montanha.
530
A palavra catatua ou cacatua (certa espcie de papagaio), apesar da sua aparncia, nom onomatopeica: se-
gundo alguns autores, provm do malaio kaka pai + tuwa velho, e segundo outros autores, do malaio kaka-
tuwa tenazes (em alusom ao bico).
273
274 - 24. OUTROS PROCEDIMENTOSDA NEOLOGIA DE FORMA
DESIGNAOM LIVRE
191. Nalgumhas ocasions, a formaom de termos para denominar novos conceitos
nom se baseia em nengum dos procedimentos neolgicos estudados anteriormente, pois,
antes, o especialista, levado pola sua imaginaom, cunha e adota termos de diversa moti-
vaom seguindo padrons formais mais livres que os da composiom ou derivaom. Como
exemplo de designaom livre, pode citar-se o caso de quark, denominaom aplicada polo f-
sico estado-unidense Murray Gell-Mann a certas partculas da matria, e a qual foi ex-
trada, como palavra inventada por James Joyce533, do romance Finnegans Wake (1939).
531
Anglicismo aceitado por inmeros idiomas, com inclusom do galego-portugus (que tambm conhece su-
porte lgico), mas com exclusom do francs, que opta decididamente polo termo autctone logiciel.
532
Um outro exemplo de termo criado por analogia vxel, constitudo por imitaom de pxel, e que denota
em Medicina o volume de tecido representado por um pxel em TAC (mdia da absorom).
533
A partir de question mark sinal de interrogaom. A palavra aparece na frase three quarks for Muster
Mark.
PARTE IV
ASPETOS SEMNTICOS
DO LXICO CIENTFICO
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25. ASPETOS SEMNTICOS DA FORMAOM
DO LXICO CIENTFICO
192. Depois de termos visto os aspetos prosdicos e ortogrficos na segunda parte
e os morfolgicos na terceira parte da terminologia cientfica, nas seguintes sec-
ons da quarta parte da presente monografia consideramos diversos assuntos atinentes ao
significado das unidades lexicais que se revelam de interesse para as Cincias Naturais.
Para comear, vejamos, neste captulo introdutrio, alguns pontos gerais a propsito
da significaom dos termos. Posteriormente, em captulos sucessivos, analisaremos a ho-
monmia, a sinonmia, a paronmia, a antonmia e dedicaremos um ltimo captulo a enun-
ciar dvidas e interferncias lexicossemnticas.
PRECISOM E PROPRIEDADE
193. Como j se dixo na primeira parte da monografia, a sistematizaom nocional
exige da linguagem cientfica o carter da precisom, ou seja, a mxima biunivocidade pos-
svel no estabelecimento de correspondncias entre os elementos de um conjunto de con-
ceitos e os de um conjunto de denominaons, de modo que a cada elemento de um con-
junto corresponda um nico elemento do outro. Isto, naturalmente, um ideal para o qual
se tende e, de facto, as lnguas especializadas estm ainda longe de atingir tal monorreferen-
cialidade.
Compreendendo-o como umha lngua especializada (ou como diversas microlnguas
especializadas), o galego cientfico h de apresentar a caraterstica da propriedade, isto ,
convm que disponha de um lxico prprio, especfico, sem ter de se contentar com pala-
vras genricas. Perante este ideal, cumpre, porm, fazer as seguintes observaons:
b) Em segundo lugar, cumpre ter presente que as cincias mais ligadas ao meio
(como, p. ex., a Botnica e a Ornitologia) disponhem de um lxico que em boa parte se
imbrica com o da lngua comum prpria de cada idioma (denominaons vernculas
dos seres vivos, p. ex.), de modo que ele se revela menos universalizvel que o de outras
disciplinas.
c) Em terceiro lugar, convm nom esquecer que a lngua tem sempre um valor metaf-
rico, convencional, e que, portanto, nom se pode estabelecer umha fronteira estrita
entre os elementos lexicais comummente usados na linguagem geral e os termos espe-
cializados, tratando-se, como se trata, de um contnuo lingstico em que se dam trans-
vasamentos mtuos de unidades lexicais (v. 63: redefiniom). Assim, nom deve ad-
mirar que se faga uso na lngua comum de termos cientficos com um significado
277
278 - 25. ASPETOS SEMNTICOS DA FORMAOMDO LXICO CIENTFICO
menos preciso do que apresentam num contexto especializado, nem que, ao invs, de-
terminadas palavras da lngua geral especializem o seu significado ao serem utilizadas
na comunicaom cientfica (como se ver na secom seguinte).
O contexto de uso (segundo, p. ex., que o canal de comunicaom seja escrito, oral ou meramente
visual);
A situaom comunicativa concreta (investigaom, docncia, divulgaom, jornalismo);
O propsito comunicativo ou teor funcional (plasmado no tipo ou gnero textual e na modalidade
retrica, como anlise, argumentaom, avaliaom, etc.).
LAXIDOM NOCIONAL
194. Muitos termos da lngua cientfica som correntemente usados na lngua comum
com um sentido laxo, figurado ou metafrico, o que constitui umha das variantes da neo-
logia de significado (v. cap. 18). Vejamos alguns exemplos:
Num sentido laxo, por exemplo, usado o termo zoolgico inseto na lngua comum,
pois nesta, alm de significar, como na especializada, animal invertebrado dotado de seis
patas, freqentemente compreende tambm artrpodes como as aranhas e as centopeias
534
.
Os adjetivos frentico e histrico provenhem, respetivamente, dos termos frenesi(m) e
histeria, os quais estm dotados na linguagem cientfica de significados bem determinados:
os psiclogos denominam frenesi(m) o estado de exaltaom ou excitaom extrema da
pessoa, enquanto os psiquiatras crismam de histeria a neurose complexa que nom so-
mente altera o curso normal dos processos psquicos, como tambm causa de distrbios
motores, sensoriais, digestivos, etc. Ora, apesar de tais significados, produz-se na lngua
comum umha extensom do uso, ou um uso figurado, que permite utilizar expressons como
aplausos frenticos, entusiasmo frentico, dana frentica, opiniom histrica, etc.
Podemos apreciar na lngua comum o uso num sentido metafrico de termos de especi-
alidade em casos como o de estilo alambicado, fala alambicada, em que o verbo alambicar,
em vez do seu sentido prprio de destilar por meio de alambique, apresenta o metafrico
de aprimorar, requintar com afetaom.
O substantivo camaleom corresponde, em Zoologia, a diversos rpteis surios da fa-
mlia dos Camaleontdeos, cuja caraterstica mais destacada a faculdade para mudar a
cor da pele; mas, como se sabe, tambm se emprega o termo camaleom para designar
aquela pessoa que adapta a sua opiniom ao interesse do momento.
195. Ainda deve assinalar-se que, por vezes, a linguagem cientfica adota termos pro-
venientes doutras reas, aos quais fornece um novo significado, e os quais eventualmente
podem passar para a lngua geral em sentido figurado. Assim acontece, por exemplo, com
534
Como sinnimo de inseto, em Zoologia tambm se utiliza o termo hexpode, desconhecido para a lngua co-
mum.
25. ASPETOS SEMNTICOS DA FORMAOMDO LXICO CIENTFICO - 279
535
A expressom calcanhar de Aquiles, empregada na lngua comum com o sentido de ponto fraco ou vulner-
vel, tem a sua origem na personagem de Aquiles, heri mtico da guerra de Troia, quem morre ao receber no
calcanhar umha seta lanada polo prncipe Pris.
536
N grdio designa, em sentido prprio ou histrico, um n muito difcil de desatar que ligava o jugo ao ti -
mom do carro do rei Grdio da Frgia, e em sentido figurado e atual, umha dificuldade que parece insupervel
(cortar o n grdio sair de umha situaom embaraosa).
26. TERMOS HOMONMICOS
196. Umha vez vistos alguns aspetos semnticos gerais do lxico cientfico, conside-
ramos agora e nos seguintes captulos os termos homonmicos, sinonmicos, paron-
micos e antonmicos.
A homonmia o fenmeno polo qual dous ou mais termos apresentam igual grafia
(homografia), ou igual pronncia (homofonia), ou ambas as circunstncias ao mesmo
tempo, mas significados diferentes. Considera-se condiom indispensvel para se poder
falar em homonmia que os dous (ou mais) termos em causa provenham de timos dife-
rentes. Portanto, deixamos aqui de parte as diferentes aceons de umha mesma palavra ou
a conceom de homonmia corrente em Terminologia (que se opom de polissemia em
Lexicografia)537.
TERMOS HOMGRAFOS
197. A seguir consideram-se alguns exemplos de termos de etimologia diferente que
apresentam a mesma grafia e significados diferentes. Nalguns casos, estes termos som ho-
mfonos ou de igual pronncia, e noutros casos, nom538:
agnico1: Relativo agonia ou estado mrbido que antecede a morte (gr. ) / ag-
nico2: Que nom tem forma de ngulo (gr. ).
arilo1: (BOT.) Invlucro acessrio da semente de alguns frutos (lat. arillus) / arilo2: (QUM.
ORG.) Grupo que resulta da eliminaom de um hidrognio num hidrocarboneto aromtico
(ar(omtico) + -il).
bordo1 [com o tnico aberto]: Lado de umha embarcaom / bordo2 [com o tnico fechado]:
(BOT.) rvore ou arbusto do gnero Acer, da famlia Acerceas (sin. cer).
coco1: (MICROB.) Bactria arredondada (lat. cient. coccus) / coco2: (BOT.) Fruto do coqueiro (gr.
semente).
erg1: (FS.) Unidade de trabalho (gr. obra) / erg2: (GEOMORF.) Vasta regiom desrtica
com dunas mveis, como no deserto do Saara (rabe irq monte de areia, duna mvel).
espirgrafo1: (DIAG./FISIOL.) Aparelho que regista os movimentos respiratrios (lat. spirare
respirar) / espirgrafo2: (ZOOL.) Verme poliqueta marinho da famlia Sabeldeos (gr.
espiral).
537
Por exemplo, nom se considera homonmia a polissemia lexicogrfica da palavra, de etimologia nica, clera
[f] (nos seus significados de: 1 doena, 2 ira), como tambm nom se considera aqui homonmia a homonmia
terminogrfica de haltere1 nos Diptera, cada umha das duas projeons claviformes laterais que aparecem no
metatrax como modificaom e reduom do segundo par de asas, que se movem constantemente como um
giroscpio e servem para manter o equilbrio durante o voo e haltere2 nos machos dos Strepsiptera, projeons
similares situadas no mesotrax, que representam as asas anteriores reduzidas e modificadas, pois ambos os
termos provenhem do mesmo timo grego ().
538
Na teoria, quanto mais fontico for o sistema grfico de umha lngua, menos casos de homgrafos nom ho -
mfonos se registarm. Apesar de ter umha ortografia de marcado carter etimolgico, o ingls atual tambm
apresenta homgrafos, que, nalguns casos, nom som homfonos: bow ([ba] proa / [b] arco), lead
([li:d] seguir / [ld] chumbo), wind ([wind] vento / [waind] bobinar, enrolar).
280
26. TERMOS HOMONMICOS - 281
lobo1 [com o tnico aberto]: (ANAT.) Parte arredondada e saliente de um rgao (lobo da
orelha, p. ex.) ou subdivisom anatmica natural bem definida de um rgao (lobo cerebral,
heptico, etc.)539 / lobo2 [com o tnico fechado]: (ZOOL.) Mamfero candeo silvestre da
espcie Canis lupus.
moreia1: (ZOOL.) Peixe telesteo agressivo (lat. muraena) / moreia2 ou morena (GEOL.) Acu-
mulaom de detritos transportados e depositados por um glaciar (fr. moraine, do savoiano
morena).
Pedologia1: Estudo da educaom infantil (gr. meninho) / Pedologia2: (GEOL.)
Ramo da cincia que se ocupa do estudo dos solos, Edafologia (gr. solo, plancie).
peridico1: (QUM.) Di-se do oxcido de iodo com o mais alto grau de oxidaom (HIO 4) /
peridico2: Que ocorre periodicamente.
sede1 [com e tnico aberto]: Ponto de concentraom de certos fenmenos fisiolgicos / sede2
[com e tnico fechado]: Sensaom associada necessidade de gua do organismo, vontade
de beber.
soma1 [com o tnico aberto]: (GEN.) Parte do organismo que perecvel (o corpo propria-
mente dito) e que independente da outra parte (germe), constituda por clulas germinais
virtualmente eternas / soma2 [com o tnico fechado]: (LG.) Ato e efeito de somar,
adiom.
termo1 [com e tnico aberto]: Garrafa trmica / termo2 [com e tnico fechado]: Unidade ter-
minolgica; fim, conclusom.
198. Termos homfonos som, como se dixo, aqueles que tenhem a mesma pro-
nncia, mas grafia e significado diferentes. Vejamos alguns exemplos (referidos pro-
nncia do galego comum):
ao (aceiro) / azo (oportunidade)
baga (fruto) / vaga (onda, lugar vacante)
bala (projtil) / vala (fosso)
balor fungo, mofo (Pt.+Br. bolor) / valor (valentia)
benefcio (favor) / venefcio (envenenamento)
zinco (metal) / cinco (numeral)
539
O diminutivo lbulo emprega-se para denotar, em Histologia, a unidade funcional microscpica de certos
rgaos, como o fgado, as mamas, o testculo, etc. (cf. ELBC: s.v. lobo).
540
Por exemplo, o termo aristarco crtico severo nom devido a Aristarco de Samos (morto c. 280 a.C.), as-
trnomo de renome e matemtico, mas ao gramtico, crtico e principal bibliotecrio da Biblioteca de Alexan -
dria, Aristarco de Samotrcia (c. 220c. 145 a.C.).
27. TERMOS SINONMICOS
199. A sinonmia pode definir-se como o fenmeno lingstico em virtude do qual
dous ou mais termos apresentam igual significado ou um significado muito semelhante 541.
Se, por via de regra, a sinonmia completa ou perfeita rara na lngua comum, na lngua es-
pecializada ela mais freqente, ainda que tambm na linguagem cientfica o mais
freqente que a substituiom de um termo polo seu sinnimo acarrete algum tipo de al-
teraom semntica ou estilstica (por isso alguns autores preferem falar em parassin-
nimos). Alis, dous ou mais termos sinnimos nom som em geral permutveis em todas as
suas aceons.
Como se viu na parte dos aspetos morfolgicos da presente monografia, de umha
mesma raz podem provir, por troca de sufixo, diferentes derivados, por vezes com sentido
idntico, e noutros casos (mais freqentes) com sentidos um pouco ou muito diferentes.
Assim, por exemplo, som sinnimos alguns termos em -ante/-ador (isolante/isolador, etc.)
ou em -om/-mento (curtiom/curtimento, etc.).
Ao contrrio do que se observa na prosa literria, em que o uso freqente de sin -
nimos indcio de um bom estilo, nos textos cientficos o uso de termos sinonmicos deve
estar necessariamente mais controlado, porque a sua abundncia poderia agir em contra
da precisom semntica, incrementando o risco de ms interpretaons e ambigidades.
Contodo, embora se desaconselhe em geral o uso indiscriminado de sinnimos, a verdade
que, de facto, existem muitos e convm conhec-los.
Para estudarmos os principais tipos de sinonmia que se acha na linguagem cientfica,
a seguir definimos trs categorias: a) sinonmia entre eruditismos, b) sinonmia entre eru-
ditismos e vozes patrimoniais e c) sinonmia entre vozes patrimoniais542.
541
Aparentados com a sinonmia estm os fenmenos da hiponmia e da hiperonmia. A hiponmia consiste na
relaom de um elemento lexical (ou de vrios, que entre si som co-hipnimos) com outro que o inclui semanti-
camente (p. ex., ma, cereija em relaom a fruta); um termo hipernimo a respeito de outro se o primeiro
compreende semanticamente o segundo, de significado mais restrito (assim, animal hipernimo a respeito
de lontra ou formiga).
542
Em Garrido (1996) pode ver-se algum tipo de sinonmia (ou polimorfismo terminolgico) que, como a
originada polos tradutores de obras cientficas, aqui nom consideramos.
282
27. TERMOS SINONMICOS - 283
Os dous termos fam referncia a umha mesma doena, a pneumoconiose, ou seja, o dis-
trbio broncopulmonar produzido por inalaom e fixaom de ps orgnicos ou inorg-
nicos, mas, no caso da calicose, a inalaom de carbonato de clcio, enquanto no caso da si-
licose, a inalaom de xido de silcio (slica).
coprfilo ( esterco)
escatfilo ( excremento)
edafloga ( solo)
pedloga ( solo)
Um caso especial entre os termos sinonmicos gregos aquele dos que se poderiam
denominar recompostos reversveis, ou seja, aqueles termos formados por dous radicais
que se combinam entre eles. Vejamos alguns exemplos 545: blastcito / citoblasto546, bromi-
drato / hidrobrometo, dentilabial / labiodental, discoblstula / blastodisco, fitozorio / zofito,
megalosplenia / esplenomegalia, urogenital / genitourinrio. Tambm existem compostos re-
versveis formados por trs radicais: condrodisplasia e discondroplasia, datilossnfise e sinfiso-
dactilia, hidrossarcocele e sarco-hidrocele, telefotografia arte de fotografar a grandes distncias
e fototelegrafia reproduom de umha imagem a distncia por meio do fio eltrico, etc. No
caso de existirem dous termos sinnimos reversveis, costuma preferir-se um a outro em
virtude da eufonia (combinaom harmnica de sons) ou da facilidade articulatria547.
Semelhantes aos recompostos reversveis som os recompostos permutveis, do tipo
fitopaleontologia (com o gr. planta, vegetal) / paleobotnica (com o gr. <
planta, vegetal), megalocefalia / macrocefalia, etc.
545
Algumhas vezes estes termos especializam-se e nom som sinnimos. Exemplos: androginia pseudo-herma-
froditismo parcial no home e ginandria pseudo-hermafroditismo parcial na mulher, datilptero dito dos pei-
xes que tenhem parcialmente livres as espinhas das barbatanas peitorais e pterodctilo gnero de rpteis voa-
dores que viviam no Jurssico.
546
Estes som os termos galegos que devem utilizar-se como equivalentes funcionais do ingl. stem cell (v. 213
s.v. clula-mae/citoblasto).
547
Um modo de criar sinnimos de mais fcil pronncia, quando se trata de termos de trs componentes,
prescindir de um destes componentes. Assim, um sinnimo de datilossnfise e de sinfisodactilia sindactilia, que
dispensa o componente -fis- e que, merc da sua maior brevidade, das trs a variante mais freqente (cf. Ny -
bakken, 1981: 260).
548
Estes termos, entre os quais tem prioridade cafena, designam um alcaloide (C8H10N4O2) existente no caf,
ch, mate, guaran, cola, etc., usado como estimulante e diurtico.
286 - 27. TERMOS SINONMICOS
549
Doutrina psicolgica propugnada polo estado-unidense John B. Watson (18781958), autor de Behavior
(1914).
550
Elemento metlico descoberto polos irmaos Fausto de Elhuyar (17551833) e Juan Jos de Elhyar
(17541796), qumicos e mineralogistas espanhis. Na etimologia de volfrmio, Wolf + Rahm sujeira da na-
tureza do lobo alude a que o minrio volframite, quando misturado com estanho no forno de fundiom, exer-
cia sobre este metal um efeito devorador, de diminuiom.
27. TERMOS SINONMICOS - 287
abdmen / abdome
peritoneu / peritnio
estrognio (Gz.+Pt.) / estrgeno (Br.)
gastrpode (Gz.+Pt.) / gastrpodo (Br.)
ortose (Gz.+Pt.) / ortosa (Br.) [sufixo nomenclatural!]
551
TERMO EMPRICO, ANTIGO TERMO MODERNO
Por outro lado, no campo das cincias da vida achamos mais exemplos de sinnimos
de domnio ao repararmos nas ocasionais divergncias que se registam na designaom de
algumhas estruturas anatmicas ou fisiolgicas entre a Zoologia e a Medicina (humana),
divergncias que nom raro se prendem ao confinamento conceptual dos termos m-
dicos no mbito da espcie humana. Assim, por exemplo, como sinnimo de glbulo ver-
melho (termo patrimonial) corrente em Medicina o emprego do eruditismo hemcia, en-
quanto que em Zoologia se usa, por via de regra, eritrcito553. Se em Medicina corrente o
termo omoplata, em Zoologia (anatomia animal) com o mesmo sentido utiliza-se de pre-
ferncia escpula554.
551
A maioria destes termos empricos som hoje obsoletos, polo que se poderia estabelecer umha categoria de
sinonmia entre termos atuais e termos antigos. Outro exemplo: mercrio (termo atual; cf. ingl. mercury) face a
hidrargrio e argento-vivo (termos antigos e obsoletos; cf. ingl. hydrargyrum, quicksilver).
552
claro que s em sentido lato o que aqui nos interessa calcite e carbonato de clcio (CaCO3) podem
ser considerados sinnimos; na realidade, embora o mineral calcite (do sistema hexagonal) conste quimica-
mente de carbonato de clcio, esta substncia tambm se acha na Natureza sob a forma doutros minerais (e
cristais), como a aragonite (sistema ortorrmbico).
553
Todas as hemcias som eritrcitos, mas nem todos os eritrcitos som hemcias, j que umha hemcia um
eritrcito humano (os eritrcitos da espcie humana, junto com os de todos os mamferos, diferenciam-se dos
eritrcitos do resto dos vertebrados por carecerem de ncleo).
554
Estritamente, e com umha perspetiva filogentica, a omoplata humana deve considerar-se umha estrutura
ssea composta por dous ossos fusionados: a escpula, que constitui a sua maior parte, e o coracoide, repre-
sentado vestigialmente pola apfise coracoide.
27. TERMOS SINONMICOS - 289
555
Arquecito ou amebcito: Nas esponjas, clula ameboide [> amebcito!] de grande tamanho e muito m-
vel que apresenta totipotncia [> origina outros tipos celulares: arquecito!] e capacidade fagocitadora, polo
que intervm em processos de digestom, transporte de substncias, excreom, desenvolvimento somtico e re-
produom assexual (por gmulas).
556
Glndula sericgena ou glndula fiadeira: Cada umha dos vrios centos de grandes glndulas, agrupadas em
conjuntos e situadas no opistossoma das aranhas (Araneae), que produzem seda [> glndula sericgena!]
em dissoluom aquosa e, atravs de ductos, a conduzem para as fieiras ou fiadeiras [apndices do chamado
aparelho de fiaom > glndula fiadeira!].
557
Os ovos ou zigotos dos animais podem caraterizar-se, por um lado, pola quantidade de vitelo (= material
nutritivo) que contenhem, e, por outro lado, polo modo em que este se distribui na clula. Ovos como os dos
mamferos e equinodermos apresentam muito pouco vitelo e este acha-se distribudo de maneira homognea
por todo o volume da clula. Assim, atendendo ao primeiro aspeto, a esta categoria de ovos aplicada a deno -
minaom ovos alecticos ou ovos oligolecticos (etimologia: - prefixo privativo, pouco, gema de
ovo), enquanto que, atendendo ao segundo aspeto, recebem a denominaom de ovos isolecticos (etimologia:
igual).
558
Nos aracndeos certas estruturas respiratrias assemelham-se s traqueias dos insetos no sentido de consis-
tirem, como estas, em invaginaons cuticulares tubiformes comunicadas com o exterior por meio de um poro,
mas, por outro lado, de um ponto de vista fisiolgico, elas revelam-se mais afins dos pulmons dos vertebrados
por porem em contacto os gases respiratrios com um lquido interno de transporte (sangue ou linfa), e nom
diretamente com as clulas, como acontece nos insetos. A estas duas visons correspondem respetivamente as
denominaons filotraqueia e pulmom foliceo.
290 - 27. TERMOS SINONMICOS
b) o significado (ou significados) dos termos eruditos est menos conotado, mais
neutro que o dos termos patrimoniais;
c) do ponto de vista semntico, os termos eruditos som mais estveis que os termos
patrimoniais, que variam mais facilmente conforme a poca, o lugar, os falantes, etc.; e
559
Abomaso, coagulador ou coalheira: quarta cavidade do estmago dos mamferos ruminantes.
560
Tanto o eruditismo ejetar expulsar como a voz patrimonial enjeitar provenhem do latim ejectare lanar
fora. Num contexto culto e cientfico, enjeitar pode utilizar-se no sentido de reprovar, repudiar (a cincia en-
jeita as hipteses nom refutveis) e, em Zoologia, no sentido de os progenitores abandonarem o ninho ou os
filhotes quando se sentem ameaados.
27. TERMOS SINONMICOS - 291
cido actico (lat. acetum vinagre) / cido do vinagre, arco-ris / arco da velha564,
articulaom (de um membro) / joga, bao / paxarinho ou paxarela, bexiga (uri-
nria) / vincha, blis / fel, canal [m] / canle ou cal, carbnculo / carbuncho ou
na(s)cida, cateter e cateterizar / alglia e algaliar (a bexiga), cauda / rabo, ce-
cdio / bugalho, cistotomia / talha ou operaom da talha, cissura (cerebral) / rego,
cloreto de sdio / sal das cozinhas, cordom umbilical / umbigueira, crtex (ANAT.
ANIM.) ou crusta (GEOL./ZOOL.) / cdea, crnio / caveira , crescimento (FISIOL.) /
565
573
A distribuiom de freqncias entre doena e enfermidade pode ver-se refletida, p. ex., nos dous seguintes ex-
certos: Patologias [anglicismo por: afeons] como as doenas renais, os acidentes vasculares cerebrais ( AVC),
os tumores cerebrais, as doenas hepticas, a doena de Hodgkin e outras enfermidades neoplsicas do siste-
ma linftico podem causar comichom persistente e, por vezes, incessante. (National Geographic Portugal, 21:
9) | [A doena da tinta] umha das doenas mais importantes e graves do castanheiro. Encontra-se difundi-
da polo Pas e responsvel, desde longa data, pola morte de algumhas centenas de milhares de rvores dos
nossos soutos. Dous fungos ficomicetes (Peronosporales) Phytophthora cambivora (Petri) Buis. e Ph. cinna-
momi Rands, dos quais o segundo o mais comum em Portugal som os causadores desta enfermidade, cuja
designaom vulgar deriva do facto de as partes atacadas (razes e colo) apresentarem umha coloraom de tin -
ta, resultante da oxidaom de substncias fenlicas. (ELBC: s.v. tinta, doena da).
28. TERMOS PARONMICOS
203. A paronmia o fenmeno em virtude do qual duas ou mais vozes de diferente
significaom apresentam semelhana formal e fnica (e portanto, fcil confundi-las!) ou
estm aparentadas etimologicamente.
PARNIMOS ETIMOLGICOS
204. Vejamos, em primeiro lugar, alguns exemplos de parnimos etimolgicos, ou
seja, aparentados pola sua origem:
574
A palavra assassino provm do rabe hasasi, nome por que se conhecia o que ingeria haxixe, bebida narctica
preparada com folhas de cnhamo, isto , o consumidor de umha beberagem rica em tetra-hidrocanabinol, que
o princpio ativo da marijuana. Os primeiros assassinos from indivduos de umha seita rabe, nascida no
sculo XI, que seguiam cegamente os seus chefes e tinham como mxima o assassnio dos seus inimigos polti-
cos ou religiosos, ajudados polo valor que lhes conferia a droga bebida ritualmente. No entanto, esta etimolo -
gia, que a mais divulgada, foi contestada recentemente polo escritor libans de expressom francesa Amin Ma-
alouf no seu romance histrico Samarcanda (1988), onde sustenta a etimologia correta ser assassiyuna fiis ao
Assass (Fundamento da F), apelativo aplicado por Hassan Sabbah, o Grande Mestre, aos seus seguidores.
575
Nalguns textos alemns, os msculos som denominados Muslein ratinho.
294
28. TERMOS PARONMICOS - 295
ablaom / abluom
ablaom: 1. CIR. Remoom de umha estrutura orgnica, principalmente por secom dela. 2.
GEOL. Degelo da parte superficial dos glaciares. 3. ASTR. Perda de material da superfcie de
um veculo espacial, por fusom ou vaporizaom, aquando do seu regresso superfcie ter-
restre.
abluom: Lavagem. Banho do corpo.
afacia / afasia
afacia: PATOL. Defeito ocular, congnito ou adquirido, consistente na ausncia do cristalino.
afasia: PATOL. Perda do poder de expressom pola fala, pola escrita ou pola sinalizaom, ou da ca-
pacidade de compreensom da palavra escrita ou falada, por lesom cerebral, e sem alte-
raom dos rgaos vocais.
anestesia / analgesia
anestesia: MED. Perda total ou parcial da sensibilidade, em qualquer de suas formas, que se ma -
nifesta como resultado de vrias causas mrbidas, ou conseguida de propsito, para ali-
viar a dor ou evitar que ela aparea no curso de intervenons cirrgicas.
analgesia: Perda da sensibilidade dor.
arteriosclerose / aterosclerose
arteriosclerose: PATOL. Esclerose ou endurecimento das artrias; esclerose arterial.
aterosclerose: PATOL. Arteriosclerose causada por ateromas (alteraom degenerativa da ca-
mada ntima de artrias. Em artrias de maior calibre, apresenta-se como placas salientes,
brancas ou amarelas, ou como placas irregulares, podendo muitas vezes estar calcificadas).
cementaom / cimentaom
cementaom (ingl. cementation, carbonization): 1. Operaom industrial em que umha liga es-
pecial ferrocarbnica (ao) sofre umha incorporaom superficial de carbono que lhe d
maior dureza. 2. Processo polo qual se introduzem elementos qumicos nas camadas exte-
riores dos objetos metlicos, por difusom a alta temperatura.
cimentaom (ingl. cementation, grouting): 1. Unir ou cobrir com cimento (mistura em p de
calcrio e de argila cuja argamassa adquire muita dureza e resistncia). 2. Tambm se deno-
mina cimento a substncia intersticial presente nos tecidos do organismo e os fundamentos
ou alicerces de umha construom.
Dermpteros / Dermpteros
Dermpteros: ZOOL. Animais artrpodes, da classe dos insetos, pterigotos, ordem Dermaptera.
Som paurometablicos, dotados de aparelho bucal mastigador, litros curtos, asas posteri-
ores dobradas transversalmente, cercos transformados num par de pinas ou frceps arti-
576
Em geral, os parnimos aqui enunciados nom sofrem em galego interferncias do castelhano. No captulo
30, Dvidas e interferncias lexicossemnticas, pode complementar-se esta lista com alguns outros casos
de paronmia que som suscetveis de contaminaom semntica com o castelhano (longura / longitude, povoa-
om / populaom, etc.).
296 - 28. TERMOS PARONMICOS
culados com a extremidade do abdome. Tenhem hbitos noturnos, e abrigam-se sob pe-
dras ou cascas de rvores. Som as cadelas-de-frade (Pt. bichas-cadelas, Br. lacranhas).
dermpteros: ZOOL. Animais mamferos, da ordem Dermoptera, que tenhem os membros li-
gados por patgio. Som noturnos, frugvoros e herbvoros. Os galeopitecos.
dissoluom / soluom
dissoluom (ingl. dissolution, solution): 1 ato e efeito de dissolver (disseminar homogenea-
mente um slido, um lquido ou um gs num lquido ou dissolvente); 2 liquefaom de um
slido, por meio da aom de um lquido.
soluom (ingl. solution): Mistura homognea de duas ou mais substncias, nom interconvert-
veis, em que, geralmente, a fraom molar de umha delas (solvente) maior do que a da
outra ou outras (solutos).
esclercio / esclerose
esclercio: BOT. Corpo duro, formado polo miclio de determinados fungos e composto de
hifas densamente entrelaadas e revestidas por umha camada cortical (armazena substn-
cias nutritivas e pode perdurar longamente em estado de latncia).
esclerose: PATOL. Endurecimento, sobretudo o ocorrente em estrutura ou rgao que sofreu
processo inflamatrio, ou outro que tenha acometido tecido conjuntivo intersticial.
espirar / expirar
espirar [verbo intransitivo]: emitir sopro, bafejar, soprar, respirar.
expirar [verbo transitivo]: 1 FISIOL. expelir (o ar) dos pulmons; 2 morrer.
esteiro / esturio
esteiro: parte estreita (ou brao) de rio ou de mar, que penetra terra adentro.
esturio: tipo de foz (ou embocadura) em que o curso de gua se abre mais ou menos larga-
mente.
germinar / germolar
germinar: produzir plntula umha semente.
germolar: botar germolo ou rebento, grelar (umha planta adulta).
hilo: 1 ANAT. ANIM. pequena salincia, abertura ou depressom que se forma no local onde pene-
tram, num rgao, os seus vasos e nervos; 2 ANAT. VEG. ponto de contacto do vulo com o fu-
nculo ou, na ausncia deste, com a placenta.
lio(n): ANAT. ANIM. a maior das trs partes que componhem o osso ilaco.
leo: PAT. oclusom intestinal (v. 59.3).
leon: ANAT. ANIM. parte terminal do intestino delgado, localizada entre o jejuno e a primeira
porom do intestino grosso.
infetar / infestar
infetar (sin. infeccionar): 1 PAT. causar infeom (PAT. penetraom, desenvolvimento e multipli-
caom de micrbios no organismo de hospedeiro, de que podem resultar, para este, con-
seqncias variadas, habitualmente nocivas em grau maior ou menor); 2 contaminar, con-
tagiar, viciar: odores ftidos infeccionavam a atmosfera.
infestar: 1 existir em grande quantidade, pulular, abundar em: os ratos infestavam a casa; 2
MED. produzir infestaom (MED. alojamento, desenvolvimento e reproduom de artrpodes
parasitas na superfcie do corpo e nas vestes).
lactante / lactente
lactante: FISIOL. que produz leite, que lacta (especialmente, mulher que aleita, que amamenta).
lactente: FISIOL. di-se do ser que ainda mama.
ldano / ludano
ldano: BOT. goma-resina que se extrai, sobretudo, da esteva (Cistus sp.).
ludano: FARM. medicamento cuja base o pio, ligado a outros ingredientes.
melamina / melanina
melamina: QUM ORG. substncia que cristaliza no sistema monoclnico, de frmula C 3N6H6,
empregada no fabrico de resinas amnicas.
melanina: BIOQ. pigmento negro encontrado em locais diversos, como pele, pelos, certos tu-
mores, etc.
ncleo / nucldeo
298 - 28. TERMOS PARONMICOS
ncleo: FS. ATM. parte do tomo com carga positiva e com a quase totalidade da sua massa,
constituda por protons e neutrons, e que ocupa pequenssimo volume.
nucldeo: FS. ATM. tomo caraterizado por um nmero de massa e um nmero atmico deter-
minados, e que tem um perodo de semidesintegraom radioativa suficientemente longo
para permitir a sua identificaom com um elemento qumico (dous nucldeos que apenas
se diferenciam na massa som istopos).
sido / xido
sido: BIOQ. nome genrico dos glcidos hidrolisveis (cf. ose).
xido: QUM. composto binrio de oxignio e outro elemento.
pescaria / pesqueiro
pescaria (cast. pesquera, ingl. fishery): atividade e indstria das pescas, e regiom geogrfica
sobre a qual assenta, que explora um dado recurso com o auxlio de determinados meios e
tcnicas. Exemplo: a pescaria ( corrica) do atum da Marinha (regiom do Norte da Galiza).
pesqueiro (cast. caladero, ingl. fishing-ground, fishery): regiom do mar em que abunda e se ex-
plora um dado recurso pesqueiro. Exemplo: os pesqueiros da Terra Nova.
umbela / umbrela
umbela: BOT. inflorescncia em que os pedicelos florais partem do mesmo ponto e alcanam
igual altura, tendo, pois, comprimento idntico, e que tpica da famlia das Umbelferas,
conquanto aparea noutras famlias.
umbrela: ZOOL. disco contrtil das medusas.
29. TERMOS ANTONMICOS
206. A antonmia o fenmeno em virtude do qual dous termos, denominados an-
tnimos ou contrrios, exprimem ideias opostas. Cumpre advertir que, no lxico cient-
fico, tal oposiom exprime por vezes ideias contrastadas mas nom necessariamente anta-
gnicas.
O mecanismo habitual para a obtenom de antnimos ou contrrios a utilizaom de
prefixos (ou formantes) que comportam implcita esta ideia, como in- (im- diante de b, p,
m), de- ou des-, anti-, contra-, etc. Vejamos alguns exemplos:
Vejamos, a seguir, distribudos segundo a sua categoria gramatical, outros termos an-
tonmicos577.
SUBSTANTIVOS ANTNIMOS
207. A seguir som enunciados vrios substantivos antnimos de interesse cientfico.
abduom (FISIOL. movimento polo qual um membro ou um rgao qualquer se afasta do plano
mdio do corpo) / aduom (FISIOL. movimento polo qual um membro ou rgao qualquer
se aproxima do plano mdio do corpo). Cf. abdutor / adutor.
adiom ou soma / subtraom ou diminuiom (MAT.)
adstrato / substrato
577
Som umha sorte de antnimos internos termos como calafrio (< calor + frio) e dulcamara (< lat. dulcis
doce + amarus amargo), cujo sentido traduz o seu sinnimo doce-amarga subarbusto trepador e ornamental,
da famlia das Solanceas, Solanum dulcamara, cujo caule contm o alcaloide solanina, estupefaciente enrgico,
e cujas flores som violetas ou azuis, com mculas esverdeadas, dispostas em racemos corimbiformes, sendo o
fruto umha baga ovoide, pequena, com sementes [a partir do DALP]).
299
300 - 29. TERMOS ANTONMICOS
ADJETIVOS ANTNIMOS
208. Vejamos agora un quantos adjetivos de significado contrastado:
VERBOS ANTNIMOS
209. Finalmente, vejamos alguns exemplos de verbos de significado contrrio:
211. A
acender, apagar / ligar, desligar
Em galego-portugus acende-se ou apaga-se o lume (ou fogo) e, no campo da Tcnica, de prefe-
rncia, aparelhos em que a ideia da igniom ou da combustom esteja prxima, como as lm -
padas (de incandescncia, fluorescentes, etc.; acender/apagar a luz); por outro lado, e em
contraste com o castelhano, para o resto de aparelhos (motores, computadores, mquinas di-
versas, eletrodomsticos, etc.), a aom de coloc-los em funcionamento, de os pr em anda-
mento ou em marcha (conectando a ficha tomada eltrica e/ou acionando o correspondente
interruptor, tecla, etc.), costuma denominar-se ligar, e a aom contrria, desligar580.
cido / azedo
Destas duas palavras, apenas cido pertinente (como substantivo e como adjetivo) para a Ci-
ncia: cido hmico, cido sulfrico, chuva cida, etc. A palavra azedo prpria da lngua popular
(como adjetivo, azedo indica que a substncia a que se aplica tem o sabor particular do limom
ou do vinagre; como substantivo, denota sabor cido).
301
302 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
ala (ingl. row, aisle, wing): 1. Fileira, renque. 2. Flanco. 3. Corpo lateral de um edifcio.
asa (ingl. wing): 1. ZOOL. Membro do corpo de um animal que serve para o voo (adj.: alado, ptero).
2. BOT. Cada umha das duas ptalas de umha corola papilioncea. 3. AERON. Planos laterais do
aviom. 4. ANAT. Partes laterais das narinas. 5. Apndice, geralmente recurvado, de alguns utens-
lios, polo qual se lhes pega.
ansa ou ala (ingl. loop): ANAT./ZOOL. Porom recurvada de um rgao ou estrutura tubular, como a
porom curva, em forma de U, dos tbulos renais (ansa de Henle ou ala de Henle, ingl. Henles
loop, loop of Henle; ansa intestinal; ansa sigmoide, etc.).
ala de semeadura ou ala bacteriolgica (cast. asa de siembra): Instrumento de laboratrio con-
sistente num cabo de madeira que leva num extremo uma arame recurvado, utilizado para a
inoculaom de microrganismos em meios de cultura (em placa de Petri).
ala: v. ala
algarismo: v. nmero
algoritmo: v. nmero
alvo
Nos textos tcnico-cientficos redigidos em galego-portugus freqente o substantivo alvo, utili-
zado com o sentido de objetivo que deve ser atingido, ponto de mira, por vezes em compostos
(ex.: clula-alvo, rgao-alvo) e equivalendo voz inglesa target, alem Ziel- e s castelhanas
diana ou blanco, como patenteiam os exemplos abaixo581.
amonita / amonite
amonita (ingl. ammonite): Explosivo formado por umha mistura de nitrato de amnio ou de sdio
e de trinitronaftaleno.
581
Exemplos de uso: A variedade o alvo das suas prticas agrcolas e das suas opons de seleom de materi-
al biolgico. (Cincia Hoje, 187: 29) | [...] por todas as razons apontadas, o campo Lucky Strike foi selecio-
nado como alvo principal para estudos de monitorizaom escala do campo hidrotermal [...]. (Colquio/Ci-
ncias, 23: 48) | Os objetivos da avaliaom clnica e laboratorial do SNA som: [...] a distribuiom das deficinci-
as polos diferentes rgaos-alvo e a sua localizaom [...]. (Colquio/Cincias, 23: 65) | A concentraom plas-
mtica de noradrenalina, a despeito das inmeras crticas de que foi e alvo, constitui o mais duradoiro e fivel
ndice da atividade simptica. (Colquio/Cincias, 23: 67) | No entanto, muitas questons permanecem em
aberto: as doenas neurodegenerativas, doenas crnicas e progressivas, poderm ser tratadas pola modula -
om da apoptose, sem correr o risco de ocorrer umha proliferaom celular nom controlada? Na famlia das
caspases, quais serm os melhores alvos para a inibiom da apoptose? (Colquio/Cincias, 25: 87) | Estes
modelos tenhem sido alvo de crticas por parte de diversos autores [...]. (Ecologia das Populaes e das Comu-
nidades: 176).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 303
amonite [f] (ingl. ammonite): Qualquer fssil do grupo das Amonites (cefalpodes fsseis de
concha geralmente enrolada em espiral e linha de sutura muito complicada que tivrom o seu
apogeu e se extingurom na era Mesozoica).
anans / pinha
anans (Br. abacaxi [m]; cast. pia (de Amrica), anans; ingl. pine-apple): Infrutescncia das Bro-
meliceas.
pinha (cast. pia; ingl. pine cone): Infrutescncia (cone ou estrbilo) das Conferas.
ansa: v. ala
antraz / carbnculo
antraz (ingl. carbuncle): Infeom extensa e profunda da pele e dos tecidos subjacentes, geralmente
estafiloccica e freqentemente localizada na nuca ou nas costas, com numerosos abcessos ir-
regulares, intercomunicantes e coalescentes, alguns dos quais vazam atravs de mltiplas e ex-
tensas aberturas.
carbnculo (ingl. anthrax): Zoonose que acomete sobretodo ovinos, eqinos e caprinos, adqui-
rida diretamente pola ingestom de pasto contaminado por Bacillus anthracis ou os seus esporos,
e indiretamente adquirida por carnvoros a partir de carcassas infetadas. Transmitido ao ser hu -
mano polo contacto com animais infetados ou com os seus dejetos, pola ingestom de produtos
animais contaminados, ou ainda pola inalaom dos esporos.
aparelho / aparato
aparelho: 1. TECNOL. Dispositivo tcnico, instrumento (ex.: aparelho de medida, aparelho de imersom;
ingl. apparatus, instrument, appliance, device). 2. ANAT./FISIOL. Conjunto de rgaos necessrios
para desempenhar umha funom num corpo organizado (aparelho de fiaom [nas aranhas],
aparelho de Golgi [na clula], aparelho digestivo; ingl. system, tract, apparatus).
aparato: 1. Pompa, magnificncia (ingl. pomp). 2. Conjunto de elementos materiais especficos de
que se lana mao para mostrar poder, fora, erudiom, etc.: aparato blico, ediom feita com
aparato crtico.
ardsia (cast. pizarra; ingl. slate): Rocha metamrfica argilosa, surgida a partir de xistos argilosos
mediante metamorfismo compressivo, de cor cinzenta (por vezes muito escura) e xistosidade
evidente.
lousa (cast. pizarra; ingl. slate): 1. Laje de ardsia preparada para cobrir telhados ou como quadro
negro para escrever. 2. Por extensom, e na lngua comum, sinnimo de ardsia.
armadilha: v. trapa
arsnico / arsnio
Arsnio (al. Arsen; cast. arsnico; ingl. arsenic) o nome do elemento qumico de nmero atmico
33 (smbolo: As), de cor cinzenta e brilho metlico; o arsnico (al. Arsenik; cast. anhdrido arse-
nioso; ingl. arsenic) o nome vulgar do trixido de arsnio (As 2O3), anteriormente chamado
anidrido arsenioso, veneno muito enrgico.
artigo / artculo
artigo (cast. artculo; ingl. article, paper): 1. LING. Partcula que se antepom a um substantivo para lhe
determinar o sentido. 2. Divisom de texto legal. 3. Escrito ou trabalho inserto num peridico
ou revista (escritor de artigos: articulista). 4. Objeto, produto, mercadoria.
artculo (cast. artejo; ingl. article): 1. ZOOL. Cada um dos segmentos que formam o corpo dos ani-
mais articulados. 2. MED. Falange dos dedos. 3. BOT. Espao entre os ns de um caule.
asa: v. ala
ave / pxaro
ave (ingl. bird): Vertebrado de sangue quente e ovparo da classe Aves, caraterizado pola posse de
umha coberta corporal de penas, e de membros anteriores modificados como asas. As aves va-
riam de tamanho entre a avestruz e o beija-flor (negumha das duas pxaro!).
pxaro (Pt.+Br. pssaro; ingl. (passerine) bird): Em sentido cientfico, ave pertencente ordem dos
Passeriformes, caraterizada por possuir polegar dirigido para trs, inserido ao nvel dos res-
tantes dedos dos ps e mais forte que o dedo anterior mdio, e polo desenvolvimento da siringe
(estrutura produtora de sons situada na extremidade inferior da traqueia).
azedo: v. cido
azeite / leo
leo (cast. aceite; ingl. oil): 1. Gordura lquida constituda essencialmente por steres dos cidos
gordos, que se obtm de substncias muitas vezes provenientes dos seres vivos, como o azeite,
o leo de amndoa, o leo de rcino, o leo de fgado de bacalhau, etc. 2. Lquido de origem mi-
neral (petrleo bruto ou fraom extrada dele) constitudo essencialmente por hidrocarbo-
netos. 3. Lquido aromtico e muito voltil (leo essencial ou essncia) extrado das plantas,
constitudo fundamentalmente por terpenos.
azeite (cast. aceite de oliva; ingl. olive oil): leo extrado da azeitona.
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 305
212. B
balom / globo
balom: 1. AERON. Aerstato cheio de um gs mais leve do que o ar, e que nom precisa de aparelho
de propulsom para se elevar na atmosfera 582 (cf. dirigvel; cast. globo; ingl. balloon). 2. QUM.
Frasco esfrico, de gargalo mais ou menos longo, usado para a realizaom de vrias operaons
qumicas583 (cast. matraz; ingl. flask). 3. MED. Recipiente arredondado, em geral metlico e do-
tado de um ducto e mscara, onde se contenhem gases respiratrios ou anestesiantes (balom de
anestesia, balom de oxignio).
globo (cast. globo; ingl. globe): 1. GEOM. Corpo esfrico, redondo. 2. ASTR. O globo terrestre, a Terra.
3. ASTR. Representaom esfrica do sistema planetrio.
banana / pltano
banana (cast. pltano; ingl. banana): Fruto da bananeira, famlia Musceas (Musa paradisiaca).
pltano (ingl. plane (tree)): rvore da famlia das Platanceas (Platanus orientalis).
pltano(-bastardo) ou falso-pltano ou bordo-sicmoro (cast. pltano; ingl. sycamore maple):
rvore da famlia das Acerceas, Acer pseudoplatanus (tb. conhecido popularmente nalgumhas
regions da Galiza como pradairo e variantes).
beio: v. lbio
borboleta / avelanha
Em Zoologia, borboleta designa todos os componentes da ordem de insetos Lepidoptera (lepidp-
teros), e especialmente os diurnos (al. Schmetterling ou Falter, cast. mariposa, ingl. butterfly); ave-
lanha (Pt.+Br. mariposa) designa os lepidpteros noturnos, i. , as borboletas-noturnas, cuja
denominaom cientfica Heterocera ou Nocturna (sin. hetercero; al. Nachtfalter, Na-
chtschmetterling; cast. mariposa nocturna; ingl. moth).
bordo-sicmoro: v. banana
bosque: v. floresta
brando: v. mole
582
Aerstato que recebe variadas aplicaons. Por exemplo, pode servir como balom-sonda ou balom meteorol-
gico (cast. globo sonda; ingl. sounding balloon, meteorological balloon).
583
Por exemplo: balom de aferiom ou balom volumtrico (cast. matraz de aforar; ingl. volumetric flask).
306 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
brnquia / guelra
Tanto brnquia como guelra (cf. cast. branquia/agalla; ingl. branchia/gill) referem-se aos rgaos
respiratrios que permitem a certos animais extrairem o oxignio dissolvido na gua. No en-
tanto, o campo de aplicaom dos dous termos diferente, j que o emprego de guelra deve res-
tringir-se aos vertebrados (peixes e anfbios), ao passo que brnquia (que motiva o adjetivo
branquial) de aplicaom geral a todos os grupos (e a nica denominaom pertinente entre os
invertebrados)584.
broto / surto
broto (cast. brote; ingl. bud): BOT. 1. rgao que brota nos vegetais e capaz de se desenvolver em ra-
mificaons folhosas e/ou floridas. 2. Gema dos vegetais, gomo, botom.
surto (cast. brote; ingl. outbreak): 1. MED. Irrupom ou aparecimento repentino de umha doena:
surto de paludismo, etc. 2. ELET. Variaom brusca e momentnea da corrente ou da tensom de
um circuito eltrico.
GEOL./MIN. furo = fosso: A extraom industrial do enxofre normalmente feita polo processo de
Frasch, que consiste na injeom de vapor de gua sobreaquecido num furo profundo feito no
jazigo [...]. (ELBC: s.v. enxofre)
furo = orifcio, buraco: Na antigidade greco-romana esse recipiente [da clepsidra] podia ser
qualquer vaso (nfora, hdria, cntaro, lecito) com um ou mais furos de escoamento do lquido,
o que permitia fazer variar o perodo de tempo a medir, fechando parte dos furos. (ELBC: s.v.
clepsidra)
584
O termo castelhano agalla, em contraste com o galego-portugus guelra, parece nom usar-se mais que em
relaom aos peixes; os termos ingleses branchia e gill som permutveis entre si em todos os grupos taxonmi-
cos (com a ressalva de que correspondem a registos ou nveis de uso diferentes).
585
A voz buraco menos formal que orifcio, mas, em contraste com a voz castelhana equivalente agujero, bura-
co em galego-portugus ocorre em termos cientficos (de Anatomia), como os acima enunciados e, ainda, p.
ex., em buraco de Botal, buraco mentoniano, etc.
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 307
213. C
calcrio / calia
calcrio [subst.] (cast. caliza; ingl. limestone): GEOL. Denominaom comum s rochas constitudas
essencialmente por carbonato de clcio (como o cr).
calia: P ou fragmentos de argamassa ressequida, que sobram de umha construom ou resultam
da demoliom de obra de alvenaria. (Nom termo da lngua especializada!).
calcinar: v. carbonizar
camada / capa
Camada denota estrato (sinnimo de assentada) ou nvel e com estes significados aparece em
numerosos termos cientficos e tcnicos, equivalendo aos termos ingleses layer, bed e stratum
(p. ex., camada crnea [ingl. corneal layer], camada eletrnica [ingl. electron layer], camada de Hea-
viside [ingl. Heaviside layer], camada de ozono [ingl. ozone layer]). Mas quando num conceito ci-
entfico ou tcnico est presente a ideia de que umha entidade (que pode ser umha camada)
envolve, cobre ou protege algo, costuma utilizar-se de preferncia o termo capa. Assim acon-
tece, por exemplo, em sintagmas como capa de eletrons (ingl. electron shell) e capa de filom (ingl.
hanging wall).
camarom(-tigre): v. lagosta
carbono / carvom
carbono (ingl. carbon): Elemento qumico de nmero atmico 6 e smbolo C. Constitui a base dos
carvons e encontra-se em todas as substncias orgnicas; puro e cristalizado forma o diamante
(sistema cbico) ou o grafito (sistema hexagonal).
carvom (ingl. coal): 1. Substncia animal, vegetal ou mineral obtida por meio da combustom in-
completa (viva ou lenta), ou pola destilaom seca da matria orgnica. 2. Carvom de pedra,
carvom mineral ou carvom fssil, substncia natural, compacta, combustvel, de cor castanha a
negra, formada pola decomposiom parcial de matria vegetal, ao abrigo do ar e, no geral, sob a
aom da pressom e do calor (lignito, carvom castanho ou carvom sub-betuminoso; hulha ou
carvom betuminoso, e antracito).
308 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
carbnculo: v. antraz
cardinal / cardeal
cardinal: 1. MAT. Nmero natural como indicativo de quantidade. 2. ANAT. Terceira vrtebra cer-
vical. 3. ZOOL. Linha correspondente ao eixo de articulaom das valvas da concha dos braqui-
podes. 4. ZOOL. Certas veias dos vertebrados.
cardeal: GEOG. Designativo dos quatro principais pontos de orientaom geogrfica.
carreira / corrida
carreira (ingl. career): Decurso profissional (ex.: a carreira do cientista longa) 586.
corrida (ingl. race): 1. Ato de correr. 2. Competiom em que se percorre com rapidez um trajeto
estipulado. 3. Competiom entre pessoas, instituions, pases, etc., em que se visa alcanar um
dado objetivo antes que os restantes competidores (ex.: corrida aos armamentos ou corrida ar-
mamentista [ingl. arms race], corrida espacial [ingl. space race])587.
carvom: v. carbono
casal: v. par
casca: v. cdea
castanho: v. CORES
cauchu: v. borracha
caule / talo
caule (cast.: tallo; ingl. stalk, stem): Parte do eixo de umha planta que normalmente suporta as fo-
lhas (parte do cormo).
talo (cast.: talo; ingl. thallus): Corpo da planta nom diferenciado em caule e folhas (opondo-se a
cormo), como nos talfitos.
ceco / cego
ceco (ingl. coecum): 1. ANAT. Parte inicial, alargada, do intestino grosso, onde se liga, no home, um
apndice (apndice cecal). 2. ZOOL. Cada um de certos divertculos (em especial do tubo diges-
tivo) em diversos animais.
586
Exemplo de uso: A carreira de Gaio Plnio (o Moo) desenrolou-se ao longo do governo dos imperado-
res Domiciano, Nerva e Trajano. (ELBC: s.v. Plnio, o Moo [Gaio]).
587
Exemplo de uso: A sugestom, feita por Fermi, de que, em tal reaom de cisom nuclear, talvez fossem liber-
tados neutrons, lanou a maioria dos laboratrios de fsica numha autntica corrida para detetar a sua presen-
a. (ELBC: s.v. bomba atmica).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 309
cego (ingl. blind): 1. LNGUA COMUM. Que nom v. 2. ANAT. Variante (nom preferente) de ceco.
Note-se, contodo, que a generalizaom de tal procedimento pode ser perigosa, pois quando se
trabalha com formas cultivadas muito precoces pode haver convenincia em nom fazer as semen-
teiras muito tempors a fim de evitar um espigamento demasiado cedo numha poca em que sejam
de temer fortes geadas. (ELBC: s.v. trigo)
As formas familiares, de incio precoce, da doena de Alzheimer estm associadas a mutaons
nos genes que codificam as pr-senilinas 1 e 2, localizados, respetivamente, nos cromossomas 14 e 1.
(Colquio/Cincias, 25: 86)
A separaom de blastmeros consiste no isolamento de clulas totipotenciais de embrions em est-
dios iniciais do seu desenvolvimento, promovendo-se, depois, a multiplicaom progressiva de cada
umha delas de modo a obterem-se indivduos exatamente idnticos. (ELBC: s.v. clonagem)
Na espcie humana, o mesonefro comea a formar-se muito precocemente: ao fim do 2. ms j
tem regredido quase completamente. (ELBC: s.v. mesonefro)
O tratamento [da tosse convulsa] com antibiticos (eritromicina, ampicilina, estreptomicina)
d resultado quando precoce. (ELBC: s.v. tosse convulsa)
Therefore, the galaxy must have collapsed significantly during its creation and early evolution.
(Scientific American, Out. 2003) > [trad. nossa:] Portanto, a galxia deve ter colapsado de modo signi-
ficativo durante a sua criaom e as primeiras fases da sua evoluom.
clula-mae / citoblasto
Para denotar as clulas, embrionrias ou provenientes de um indivduo adulto, ainda indiferenci-
adas ou artificialmente desdiferenciadas, que apresentam grande capacidade de multiplicaom
e de diferenciaom em diversos tipos celulares (clulas totipotentes ou pluripotentes) e que,
portanto, som importantes para a medicina regenerativa, from postas em circulaom recente-
mente em galego-portugus, como pouco felizes adaptaons do termo ingls stem cell ou do
alemm Stammzelle, as vozes *clula-mae, *clula-tronco, *clula troncal e *clula estaminal. Com
efeito, se, por um lado, clula-tronco e clula troncal som termos pouco expressivos (o ingl. stem e
o al. Stamm remetem para a ideia de linhagem, estirpe), clula-mae e clula estaminal, por outro
lado, som vozes claramente enganadoras (cf. Navarro, 2005: s.v. stem cell), j que clula-mae de-
nota, desde h tempo (cf. ingl. mother cell ou parent cell), a clula que origina, por mitose, duas
588
Exemplo de uso: Como regra som de preferir as sementeiras tempors s serdias, pois vam permitir que
o trigo atinja mais rapidamente o desenvolvimento desejado, podendo resistir melhor s grandes chuvas e frios
prprios da poca, enquanto por outro lado vam permitir colh-lo antes de sobrevirem os fortes calores.
(ELBC: s.v. trigo).
589
Conforme o indicado, eis algumhas equivalncias terminolgicas (tiradas de dicionrios tcnico-cientficos
bilingues) entre ingls/alemm e galego: ingl. early fruit > fruta tempor | ingl. early detection of
schizophrenia > deteom/diagnstico precoce da esquizofrenia | ingl. early failure (ELET.) > falha prematura |
ingl. early ignition > igniom antecipada | ingl. early-failure period (ELETRN.) > perodo de falha inicial | ingl. early ra-
dioactive fallout > precipitaom radioativa imediata | ingl. early replicating region (BIOL.) > regiom de replicaom inici-
al | ingl. early retirement > reforma antecipada | ingl. in the early universe > no universo primitivo | ingl. early-
warning radar > radar de alerta antecipado | al. Frhfestigkeit > resistncia inicial | al. Frhzndung > igniom adian-
tada/antecipada.
310 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
outras, semelhantes a ela, designadas como clulas-filhas, e clula estaminal , obviamente, umha
clula que fai parte dos estames da flor. Perante este problema designativo, e de acordo com a
oportuna proposta que Navarro (2005: s.v. stem cell) fai para o castelhano, tambm cabe acon-
selhar a utilizaom em galego-portugus, como equivalente funcional do ingl. stem cell e do al.
Stammzelle, da soluom citoblasto (ou blastcito), de modo que, assim, surge umha famlia
terminolgica funcional e idiomtica integrada por citoblasto (ingl. stem cell), citoblasto totipo-
tente (ingl. totipotent stem cell), citoblasto pluripotente (ingl. pluripotent stem cell), citoblasto histoes-
pecfico (ingl. tissue-specific stem cell ou multipotent stem cell); embriocitoblasto ou citoblasto embrio-
nrio (ingl. embryonic stem cell), citoblasto pluripotente induzido (ingl. induced pluripotent stem cell
ou iPS); dermocitoblasto (ingl. skin stem cell), hemocitoblasto (ingl. blood stem cell), neurocitoblasto
(ingl. neural stem cell), osteocitoblasto (ingl. bone stem cell), etc.
cerca: v. perto
crebro / encfalo
encfalo (al. Gehirn, Hirn, Encephalon; ingl. brain, encephalon): Porom do sistema nervoso central
dos vertebrados alojada no crnio e que compreende o tronco enceflico (com o bulbo raqui -
diano, a protuberncia anular e o mesencfalo), o cerebelo, o diencfalo e o crebro.
crebro (al. Grohirn, Cerebrum [impropriamente, tb. Gehirn]; ingl. brain, cerebrum): A porom
maior, anterior e superior do encfalo, integrada polos hemisfrios cerebrais.
chao: v. solo
cifra: v. nmero
cifrom: v. nmero
cinzento: v. CORES
clone / clono
clone (adj. clonal; aom: clonagem): Conjunto de clulas geneticamente idnticas derivadas por
mitose de umha nica clula original; indivduo geneticamente idntico a outro, produzido por
manipulaom gentica (exemplos de uso do adj.: anticorpo monoclonal/policlonal, organismo
clonal, etc.).
clono (sin. clnus; adj. clnico): Seqncia de contraons e relaxamentos musculares rpidos e
involuntrios que pode ocorrer de modo normal e breve em virtude do estiramento de um
msculo, ou de modo patolgico e ininterrupto, especialmente devido a lesons das fibras ner-
vosas do trato piramidal (ex. de uso do adj.: espasmos clnicos).
colo: v. pescoo
compota: v. marmelo
comprido: v. largo
do lugar considerado, ou o retilneo do diedro formado por aqueles dous semimeridianos. Cor-
relato geogrfico da latitude.
conceom: v. desenho
contaminar: v. poluir
cores
castanho (cast. pardo; ingl. brown): alga(s)-castanha(s) (BOT.; cast. algas pardas; ingl. brown algae),
carvom castanho (sin. lignito; ingl. brown coal), terra castanha (PEDOL.; cast. tierra parda; ingl.
brown earth).
cinzento (cast. gris; ingl. grey): mbar cinzento (ZOOL.; cast. mbar gris; ingl. ambergris), matria cin-
zenta (HISTOL.; cast. materia gris; ingl. grey matter).
preto: Sinnimo de negro. Nuns poucos casos, negro e preto som permutveis: quadro negro ou
quadro preto lousa para escrever com giz; quando se trata de designar a cor, na maior parte dos
casos prefere-se preto: caixa preta (AERONUTICA; embora a carcassa deste dispositivo nom cos-
tume ser preta!), cegonha-preta ave Ciconia nigra, filme/fotografia a preto e branco (cf. cast. pel-
cula en blanco y negro, ingl. black and white film), rabirruivo(-preto) pxaro Phoenicurus ochruros,
etc.; sobretodo quando a alusom cor figurada, prefere-se negro: buraco negro, mar negra,
negro de fumo, ouro negro, peste negra, plvora negra, etc.
roxo: Sinnimo de violeta ou violceo (mas, sempre: ultravioleta). Exemplo: ourio-(do-mar-)roxo ou
ourio-(do-mar-)violeta equinodermo equinoide Sphaerechinus granularis (al. Dunkelvioletter Se-
eigel ou Violetter Seeigel, cast. erizo violceo, ingl. violet sea urchin ou purple sea urchin).
rubro: 1. Sinnimo (relativamente raro) de vermelho: glbulo rubro (= glbulo vermelho), srie
rubra (= srie vermelha)591, etc. 2. Vermelho de forte tonalidade: levar ao rubro, pr ao rubro
aquecer at ficar em brasa (cast. al rojo vivo).
ruivo: Vermelho ou avermelhado: cabelo ruivo (cast. pelirrojo, ingl. red-haired), papo-ruivo pxaro
Erithacus rubecula (sin. pisco(-de-peito-ruivo)), rabirruivo(-preto) pxaro Phoenicurus och-
ruros.
corona / coroa
corona: 1. ZOOL. rgao ciliar anular em rotferos e quetgnatos (ingl. corona). 2. FS. Descarga lumi-
nosa em volta da superfcie de um condutor por ionizaom do ar (ingl. corona).
coroa: 1. PT. Coroa de aberraom (ingl. crown). 2. ASTR. Coroa do Sol, coroa auroral (ingl. corona).
3. ANAT. Coroa dentria (ingl. cap, crown). 4. MEC. Coroa do mbolo (ingl. junk ring), etc.
crtex: v. cdea
cortia: v. cdea
crtice: v. cdea
nagem que serve para transformar movimento retilneo em circular. 4. Pea munida de dentes,
em relgios e noutros maquinismos. 5. Na lngua comum (= gramalheira): Cadeia de ferro com
um gancho, cuja altura se pode fazer variar, na qual se suspendem caldeiras ou outros recipi-
entes sobre o fogo.
fecho de correr ou fecho-ecler (cast. cremallera, ingl. zip): Fecho constitudo por duas bandas
com dentes de metal ou plstico, que encaixam atravs de um cursor, usado em peas de ves -
turio, em calado e em malas.
cristal / vidro
cristal (ingl. crystal): 1. Estado cristalino da matria. 2. Forma cristalogrfica, polidrica, limitada
geralmente por faces planas. 3. Variedade de quartzo hialino, tambm conhecida por cristal de
rocha. 4. Vidro de muito boa qualidade.
vidro (ingl. glass): Substncia slida, transparente e frgil que se obtm fundindo slica com potassa
ou soda.
cultura / cultivo
cultura: AGR./MICROB. Aom e efeito de fazer crescer num meio apropriado plantas (Agricultura),
tecidos ou microrganismos (para a investigaom cientfica ou com fins mdicos). Assim, em
Agricultura fala-se de rotaom de culturas, e em Biologia de caldo de cultura, cultura de clulas,
cultura de tecidos, meio de cultura, etc.592
cultivo: AGR./BOT. 1. Preparaom e uso dos solos para produzirem colheitas. 2. O melhoramento
em laboratrio de certas espcies de plantas.
214. D
decompor / descompor
decompor: 1. Separar os elementos ou partes constitutivas de um corpo. 2. Corromper, apodrecer.
3. [verbo reflexivo] Separar-se nos elementos componentes. 4. [verbo reflexivo] Corromper-se.
Entre outras, este termo pertence lngua especializada da Ecologia (as pirmides trficas
constam de decompositores [ingl. decomposers], fitfagos ou consumidores primrios, predadores, su-
perpredadores e necrfagos [ingl. scavengers], que se alimentam de carnia).
descompor: 1. Pr fora do seu lugar. 2. Desarranjar, desordenar, desfigurar. (Vocbulo nom per-
tencente lngua especializada!).
delineamento: v. desenho
depois: v. logo
592
Exemplos adicionais de uso: Umha tcnica de estudo que tivo a maior repercussom foi a da cultura de te-
cidos, tanto animais como vegetais. (ELBC: s.v. biologia) | Para podermos avaliar convenientemente a toxici-
dade dos resduos existentes na cultura, na altura da colheita, essencial conhecer com exatidom qual o esque-
ma de metabolizaom de cada inseticida. (ELBC: s.v. inseticida) | A cultura do trigo est espalhada polo mun-
do inteiro e a superfcie que lhe dedicada anualmente atingiu c. 220.000.00 de ha. No hemisfrio Norte, a
zona de cultura limitada por umha linha que excede nalguns pontos 60 de latitude; no Alasca j se obtiv-
rom searas de trigo de primavera a latitudes muito superiores (65). [...] Das espcies enunciadas, as que apre -
sentam maior valor cultural som o Triticum aestivum e o Triticum durum. (ELBC: s.v. trigo).
314 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
descer / descender
descer (ingl. to descend): Baixar, deslocar-se para baixo. Exemplo: a ave desceu do ramo.
descender (ingl. to descend from): Provir, proceder por geraom. Exemplo: as aves descendem de
um grupo de dinossauros.
desenvolver / desenrolar
desenvolver (subst. desenvolvimento): 1. Em sentido prprio, raramente atualizado nos textos
especializados, desembrulhar, tirar o que envolve ou cobre. 2. Em sentido figurado, muito
freqente nos textos cientficos, experimentar crescimento (fsico, somtico, etc.), incremento,
crescente complexidade ou diversidade, progresso, avano (desenvolvimento cultural, econ-
mico, embrionrio, filogentico, ontogentico, somtico, tecnolgico, etc.) 594.
desenrolar (subst. o desenrolar): 1. Em sentido prprio, desfazer a forma de rolo. 2. Em sentido
figurado, ocorrer sucessivamente, desencadear-se um processo, achar-se um processo em anda-
mento (ex.: o desenrolar de umha reaom, de um processo, de um programa, de um caso, de
umha controvrsia, de um debate, etc.)595.
593
Exemplo de uso: O cuidado que requer o projeto de um cilindro e o rigor da sua construom podem ava-
liar-se pensando que freqente atingirem-se no seu interior pressons de trabalho superiores a 80 kg/cm 2,
com temperaturas da ordem de 2000 C, e que a velocidade mdia do mbolo chega a ultrapassar 15 m/s com
7000 e mais cursos duplos por minuto. (ELBC: s.v. cilindro [Fs]).
594
Exemplos de uso: Contodo, verdade que a qualidade de um hipertexto depende da prtica e das capaci-
dades que o seu elaborador for desenvolvendo. (ELBC: s.v. hipernavegao) | Em ptica, [Isaac Newton] des-
cobriu a dispersom da luz branca por um prisma, estudou a mistura de cores e inventou o telescpio de refle-
xom. A par das suas descobertas experimentais neste domnio, a sua teoria sobre a natureza da luz contrariou a
teoria ondulatria de Huygens, impedindo o desenvolvimento desta. (ELBC: s.v. Newton, Isaac) | [...] as fo-
lhas amarelecem, murcham, secam e caem prematuramente; quando o dessecamento rpido, elas mante-
nhem-se presas aos ramos; estes apresentam fraco desenvolvimento, possuindo entrens curtos [...]. (ELBC:
s.v. tinta, doena da).
595
Exemplos de uso: As caratersticas das mquinas de lavar e secar roupa Miele: Indicaom detalhada do de-
senrolar do programa. (Manual de instruons de utilizaom da mquina de lavar Miele) | Os agregados ha-
bitacionais formavam como que ncleos, mais ou menos complexos, com umha configuraom diferenciada e
desigual, apresentando por vezes vrios compartimentos de traado circular ou retangular, onde as diferentes
atividades domsticas se deveriam desenrolar, em torno de um ptio central e interior, rodeados ou isolados
dos vizinhos por um murete envolvente. (ELBC: s.v. Briteiros, citnia de) | Um cidadao de Genebra, Henry
Dunant (18281910), encontra-se quase por acaso perto dos locais onde se desenrolaram os combates.
(ELBC: s.v. Cruz Vermelha) | As provas [de esgrima] desenrolam-se em salas com 3,5 m de altura e pistas de 14
m (1,80 a 2 m de largura) para cada atirador. (ELBC: s.v. florete) | Os empregadores nom podem durante a
greve contratar mais trabalhadores nem substituir os grevistas por trabalhadores da empresa que nom traba-
lhavam no estabelecimento onde se desenrola a greve. (s. v. greve) | A carreira de Gaio Plnio (o Moo) de-
senrolou-se ao longo do governo dos imperadores Domiciano, Nerva e Trajano. (ELBC: s.v. Plnio, o Moo
[Gaio]) | Estas reaons secundrias podem ser quer reaons entre produtos provenientes de descargas pri-
mrias e molculas do solvente quer reaons qumicas que se desenrolam no seio do eletrlito. (ELBC: s.v. pro-
cessos electroqumicos).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 315
diagnose / diagnstico
diagnose: 1. MED. Conhecimento das doenas pola observaom dos seus sintomas. 2. BIOL. Des-
criom sucinta de um ser vivo, pondo em jogo carateres que dim respeito a determinada cate-
goria sistemtica a que aquele pertence.
diagnstico: 1. [adj.] Que di respeito diagnose. 2. [subst.] Determinaom de umha doena por
exame dos seus sintomas (diagnose).
dgito: v. nmero
ducto: v. tubo
215. E
encfalo: v. crebro
enxerto: v. transplante
envolver
Em contraste com o que acontece em castelhano, nos textos tcnico-cientficos compostos em ga-
lego-portugus freqente a utilizaom da voz envolver e da locuom estar envolvido com o
significado de estar relacionado, implicado, includo, abrangido, como mostram os exemplos
consignados abaixo596.
estar: v. ser
exponente / expoente
exponente (ingl. exponent): LNGUA COMUM Aquele que expom ou alega razons.
expoente (ingl. exponent): MAT. Nmero que indica a potncia a que umha quantidade elevada.
216. F
falso-pltano: v. banana
(INFORM; cast. disco duro; ingl. hard disk), lentes de contacto flexveis (PT.; cast. ~ blandas; ingl.
soft contact lenses).
fogo / lume
A voz lume (cf. lmen) tem muito menos uso nos textos tcnico-cientficos do que fogo e utiliza-se
apenas para denotar o fogo enquanto elemento domesticado e utilizado para acender algo
(ex: prender lume com a lamparina de lcool). A voz fogo, polo contrrio, comparativa-
mente freqente nos textos tcnico-cientficos, onde apresenta os seguintes usos: a) ele-
mento da natureza e fonte de energia (ex.: ingl. fire refining [METAL.] > gal. refinaom a fogo)597;
b) combustom, incndio (ex.: fogo posto incndio [florestal] intencional, nom espontneo); c)
termos compostos baseados na aceom a): arma de fogo, fogo de artifcio, fogo de Santelmo
(METEOR.), fogo-ftuo (QUM.), fogo feniano (QUM.), fogo perptuo (GEOL.), etc.
formen: v. buraco
fraco / magro
fraco: De pouca intensidade, dbil (o adjetivo fraco muito mais freqente [na linguagem especiali-
zada] do que o seu sinnimo dbil; feble deve ser considerado dialetalismo)598.
magro: Que tem pouca gordura (indivduo, alimento).
597
Exemplos de uso: [...] 2 - Sistema de acordo com a reivindicaom 1, caraterizado por toda a superfcie da
cuba, exceto a abertura superior e, no caso de ser usada, a zona que recebe fogo direto, ser isolada com revesti-
mento de um material isolante, mecanicamente adequado. (Patente de invenom PT102138B: 1/3) | A
derruba de rvores de dimetros inferiores a 35 cm feita polo home munido de machado, a 80 cm do solo; as
maiores serm posteriormente mortas e eliminadas polo fogo. (ELBC: s.v. derruba) | At princpios do sc.
XIX, para fazer fogo, o home necessitava do primitivo processo do fusil e da pederneira. (ELBC: s.v. fsforos).
598
Exemplos de uso: Quando a substncia de que feito um corpo passa da sua fase slida sua fase lquida,
a elevaom de temperatura que para isso necessria provoca umha agitaom crescente das entidades corpus-
culares constituintes do corpo, enfraquecendo as foras de ligaom entre elas e promovendo a desarticulaom
do edifcio cristalino. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 103) | As fumarolas estm em relaom com atividade
vulcnica de fraca intensidade, que em geral precede perodos de repouso mais ou menos longos. (ELBC: s.v.
sulfataras). | [...] as folhas amarelecem, murcham, secam e caem prematuramente; quando o dessecamento
rpido, elas mantenhem-se presas aos ramos; estes apresentam fraco desenvolvimento, possuindo entrens
curtos [...]. (ELBC: s.v. tinta, doena da) | Estas espcies, designadas por clatratos, embora tenham umha com-
posiom qumica bem definida, nom se podem considerar verdadeiros compostos, na medida em que som as -
seguradas por foras de Van der Waals, muito mais fracas que as ligaons qumicas vulgares. (ELBC: s.v. x-
non).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 317
fraga: v. floresta
fronte / frente
fronte [f] 1. ANAT. Parte ntero-superior da cabea, compreendida entre os olhos e a regiom cabe -
luda (sin. testa; ingl. forehead). 2. ZOOL. Esclerito ceflico dos insetos, ligado por cima ao clpeo,
que forma a parte dianteira central da cabea e comummente leva um ocelo (ingl. frons).
frente [f] 1. Parte anterior ou dianteira (exemplos: AERON., frente Mach [ingl. Mach front], ELET., frente
de onda [ingl. leading edge]). 2. METEOR. Superfcie de descontinuidade entre duas massas de ar
(exemplos: frente de superfcie [ingl. surface front], frente fria [ingl. cold front], frente intertropical
[ingl. intertropical front], frente polar [ingl. polar front], frente quente [ingl. warm front]).
furo: v. buraco
217. G
gamba-manchada: v. lagosta
gargalo: v. pescoo
geleia: v. marmelo
globo: v. balom
goma: v. borracha
goma-elstica: v. borracha
grandeza / magnitude
grandeza (cast. magnitud; ingl. quantity): 1. Qualidade ou propriedade da natureza que pode ser
medida (em unidades de medida). Ex.: a massa, a temperatura, o comprimento, etc. som gran -
dezas (fsicas)599. 2. ordem de grandeza: estimativa aproximada de umha grandeza, dada, em
geral, como umha potncia de dez600. 3. Importncia601.
magnitude (cast. magnitud; ingl. magnitude): 1. ASTR. Grau de intensidade luminosa de um astro
(anteriormente denominada grandeza). 2. ASTR. Fraom obscurecida de um astro num eclipse.
3. GEOL. Medida da quantidade de energia desprendida num terramoto, expressa na escala Ri-
chter. 4. Importncia.
599
Exemplo de uso: O facto de a vorticidade ser umha funom da curvatura das linhas de corrente e da varia-
om da velocidade ao longo da normal torna-a umha grandeza de muita importncia para a meteorologia, por
permitir estimar, a partir das cartas meteorolgicas, a divergncia e a convergncia na atmosfera. Na verdade,
dada a relaom entre estas grandezas e as variaons da pressom atmosfrica, a sua estimativa constitui um dos
maiores problemas a ter em conta no desenvolvimento de qualquer tcnica de previsom do tempo. (ELBC: s.v.
vorticidade).
600
Exemplo de uso: A capacidade de armazenamento de informaom do crebro humano est pois al -
gumhas ordens de grandeza acima da dos grandes computadores. (Colquio/Cincias, 23: 6).
601
Exemplo de uso: Estamos perante um fenmeno geolgico de primeira grandeza [o das fontes hidroter-
mais submarinas], o principal mecanismo de arrefecimento da Terra (> 50% do calor total dissipado), condici-
onador em larga escala das caratersticas fsicas e qumicas da gua do mar, possvel responsvel pola deforma-
om das placas litosfricas, gerador de alguns dos principais recursos minerais. (Colquio/Cincias, 23: 44).
318 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
grau / grado
Como unidade de medida de ngulos ou de arcos de circunferncia, grau (ingl. degree) equivale
nonagsima parte do ngulo reto ou de um quadrante circular; grado (ingl. grade), centsima
parte. Por outro lado, grado designa em Biologia um estdio particular de desenvolvimento
(caraterizado por determinados fatores estruturais, fisiolgicos, ecolgicos, etc.) atingido (por
convergncia) na filognese por um ou vrios grupos taxonmicos (mais ou menos estreita-
mente aparentados), e est em relaom com clado (grupo natural definido pola filognese). Ex-
emplo: as lesmas(-terrestres) nom representam um clado, mas um grado.
guelra: v. brnquia
gusano: v. verme
218. H
hereditariedade / her(d)ana
hereditariedade (cast. herencia (biolgica); ingl. heredity): Transmissom de umha geraom para a
seguinte de fatores genticos que determinam as caratersticas individuais (termo exclusivo da
Gentica).
her(d)ana: 1. Aquilo que se herda ou se deve herdar, sucessom de bens (cast. herencia; ingl. inheri-
tance, heritage). 2. Em Gentica, o termo her(d)ana (biolgica) designa, estritamente, os cara-
teres transmitidos por hereditariedade e, em sentido lato, sinnimo de hereditariedade (cast.
herencia (biolgica); ingl. inheritance).
hortel: v. menta
219. I
impressom digital: v. pegada
ngua / virilha
ngua: PAT. 1. Ingurgitamento dos gnglios linfticos (na virilha, no pescoo ou na axila). 2. Bubom
nas virilhas (inguinal).
virilha: ANAT. Regiom anterior do corpo no ngulo superior da coxa, que representa o ponto de li-
gaom desta ao abdome.
INSTRUMENTOS
bico de Bunsen ou queimador de Bunsen (cast. mechero Bunsen; ingl. Bunsen burner)
caixa de Petri (cast. placa de Petri; ingl. Petri dish)
maarico602 (cast. soplete; ingl. blowtorch, blowing-iron, blowpipe)
transferidor (de ngulos) (cast. transportador; ingl. protractor)
irrigaom: v. rega
602
Denominaom metafrica, j que os maaricos (aves limcolas da famlia Scolopacidae, gneros Limosa e
Numenius) possuem um bico longo, fino e curvado.
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 319
220. J
jazigo / jazida
jazigo (cast. yacimiento; ingl. deposit): MIN. Lugar em que abundam minerais, metais, pedras preci-
osas ou petrleo (p. ex., jazigo petrolfero, ingl. oil pool)603.
jazida (cast. yacimiento): 1. MIN. Depsito natural de minrio (jazida mineral, ingl. mineral deposit;
jazida de minrios, ingl. deposit of ores). 2. PALEONT. Terreno abundante em fsseis (ou em restos
arqueolgicos): jazida fossilfera, ingl. fossil bed604.
221. L
lbio / beio
A palavra beio sinnima de lbio no sentido de cada umha das duas excrescncias carnudas situ-
adas na entrada da boca dos vertebrados, mas ela voz exclusivamente da lngua popular e
nom tem uso na lngua especializada (exceto pola sua presena implcita no adjetivo beiudo, in-
tegrante do termo urso-beiudo ursdeo da espcie Melursus ursinus). A voz lbio, por seu turno,
alm de formar o adjetivo labial, apresenta uso cientfico e significaom mais ampla que a de
beio. Assim, lbio designa num contexto cientfico (Medicina, Zoologia, Botnica, Geologia)
cada umha das duas excrescncias carnudas situadas na entrada da boca dos vertebrados, e, por
analogia, tambm se refere, por um lado, a certas estruturas anatmicas presentes nos inverte-
brados (peas da armadura bucal de insetos e equinoides, p. ex.), na corola de certas flores (la-
biadas) e na vulva genital dos mamferos, e, por outro lado, aos compartimentos ou blocos de
umha falha.
lactante / lactente
lactante: FISIOL. Que produz leite, que lacta (especialmente, mulher que aleita, que amamenta).
lactente: FISIOL. Di-se do ser que ainda mama.
603
Exemplos de uso: Em 1988, aps anos de trabalho e publicaons menos conhecidas, apareceu na revista
Chemical Geology um artigo defendendo que alguns dos principais jazigos de sulfuretos macios de Aljustrel se
teriam formado debaixo de umha cobertura de sedimentos, em condions muito semelhantes s agora suspei-
tadas para o alvo no segmento FAMOUS. (Colquio/Cincias, 23: 51) | O berilo pode ser mineral abundante
em certos pegmatitos e jazigos minerais associados. (ELBC: s.v. berilo).
604
Exemplo de uso: A natureza das rochas fossilferas permite reconstituir diferentes modalidades de jazidas.
Eis as principais: 1. Jazidas originadas em pntanos [...]. (ELBC: s.v. fossilizao).
605
O termo ingls lobster equivale ao nosso lobrigante (Homarus gammarus; Pt.+Br. lavagante).
320 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
migrador que pode constituir umha praga para a agricultura (gneros Dociostaurus, Locusta, Lo-
custana e Schistocerca).
lagostim (cast. cigala, maganto; ingl. Norway lobster): Crustceo decpode macruro marinho per-
tencente espcie Nephrops norvegicus.
lagostim-do-rio (cast. cangrejo de ro; ingl. crayfish): Crustceo decpode macruro dulciaqcola da
famlia Astacdeos (p. ex., Astacus fluviatilis).
camarom (cast. langostino, gamba, camarn, quisquilla; ingl. prawn, shrimp): Crustceo marinho de-
cpode macruro nadador das famlias Pandalidae, Penaeidae e Palaemonidae.
camarom-tigre ou gamba-manchada (cast. langostino; ingl. camarote prawn): Camarom da es-
pcie Penaeus kerathurus (famlia Penedeos).
606
Exemplo de uso: Nome comum a vrias espcies de mamferos, geralmente robustos [...], de grande e lar-
ga cabea, com focinho longo que lembra o do cam, orelhas compridas e eretas, aparelho mastigador muitssi-
mo desenvolvido e poderoso [...]. (ELBC: s.v. hiena).
607
Exemplos de uso: Prolongamentos dendrticos do melancito (setas largas) e desmosssomas a unir que-
ratincitos entre si (setas estreitas). (Legenda de umha microfotografia eletrnica, em Biologia Celular: 305) |
As provas [de esgrima] desenrolam-se em salas com 3,5 m de altura e pistas de 14 m (1,80 a 2 m de largura)
para cada atirador. (ELBC: s.v. florete).
608
Exemplos de uso: Estamos perante um fenmeno geolgico de primeira grandeza [o das fontes hidroter-
mais submarinas], o principal mecanismo de arrefecimento da Terra (> 50% do calor total dissipado), condici-
onador em larga escala das caratersticas fsicas e qumicas da gua do mar, possvel responsvel pola deforma-
om das placas litosfricas, gerador de alguns dos principais recursos minerais. (Colquio/Cincias, 23: 44) |
Utilizam-se no tratamento [da febre da carraa] os antibiticos de largo espetro. (ELBC: s.v. carraa, febre da)
| A primeira aplicaom industrial da hulha foi como combustvel, tendo sido por largo tempo o combustvel
mais usado, lugar que ainda ocupa entre os combustveis slidos. (ELBC: s.v. hulha) | Durante umha parte
mais ou menos larga da sua existncia os protozorios som dotados de movimentos, deslocando-se graas
aom de pseudpodes temporrios, de flagelos ou de clios vibrteis. (ELBC: s.v. protozorio).
609
Exemplos de uso: O exemplo mais bem estudado de um transportador o antibitico valinomicina, larga-
mente utilizado em estudos de transporte. (Biologia Celular: 89) | [...] mas estes dous trabalhos mantiv-
rom-se desconhecidos da larga maioria dos cientistas. O mesmo resultado foi redescoberto em 1985 por Par -
ker, tendo conhecido larga divulgaom apenas a partir desse ano. (Colquio/Cincias, 23: 4) | Conhecem-se
diversos istopos radioativos, dos quais o de nmero de masssa 32, com um perodo de 14 dias, largamente
utilizado em estudos biolgicos como traador. (ELBC: s.v. fsforo) | Professor da Universidade de Berlim,
em 1858 publicou a sua famosa teoria celular Omnis cellula e cellula, que tivo umha larga repercussom em
todo o mundo. (ELBC: s.v. Virchow, Rudolf) | Compreende [a famlia Zingiberceas] 53 gneros com 1300
espcies largamente distribudas nas regions tropicais e subtropicais. (ELBC: s.v. Zingiberc[e]as).
610
Exemplo de uso: As zonas de afloraom e divergncia de guas, situadas ao largo das costas subtropicais e
ocidentais dos continentes (Peru, Califrnia, NO e SO africano) e ao longo do equador, onde as guas mais
frias, ricas em sais nutritivos, sobem superfcie. [...] A lagosta, recurso importante, capturada por armadilhas
ao largo das ilhas do Sal e Boavista, mantida viva e exportada para a Europa. (ELBC: s.v. pesca).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 321
ltex: v. borracha
lesma / babosa
lesma (cast. babosa; ingl. slug): Gastrpode pulmonado nu ou seja, desprovido de concha (ex-
terna) (lesma(-terrestre); cast. limaco, babosa (terrestre); ingl. (terrestrial) slug) ou gastrpode
opistobrnquio (lesma-marinha; cast. babosa marina; ingl. sea slug).
babosa ou amijoa-babosa (Pt. amijoa-judia ou amijoa-macha; ingl. pullet carpet shell): Bivalve
Venerupis pullastra.
leve / ligeiro
Destes dous adjetivos, o de uso mais freqente no galego-portugus tcnico-cientfico (em con-
traste com o que acontece em castelhano!) leve, que se usa principalmente para indicar de
pouco peso ou massa611 e como atributo das bebidas espirituosas de pouco teor alcolico e das
drogas que geram pequena dependncia (drogas leves/duras). O adjetivo ligeiro, com o valor
de pouco pesado, usa-se em galego-portugus bastante menos do que leve, pois nele predo-
minam os sentidos de gil, veloz e que tem pouca importncia ou gravidade (ex.: feridos li -
geiros, indisposiom ligeira)612.
liquefaom / liquaom
liquefaom (verbo: liquefazer; ingl. liquefaction, to liquefy): Passagem de um corpo do estado gasoso
ao estado lquido.
liquaom (verbo: liquar; ingl. liquation, to liquate): Operaom que consiste em separar por fusom
dous ou mais metais de fusibilidade diferente.
lquido / neto
Em galego-portugus a ideia de valor ou quantidade livre de descontos ou tara, valor final, valor efe-
tivo nom se exprime, como em castelhano, por neto (palavra que em galego-portugus nom
pode ser senom substantivo), mas por lquido ou efetivo:
gradiente lquido, gradiente efetivo (AERON.; cast. gradiente neto; ingl. net gradient)
peso lquido peso do produto em si, sem o peso de sua embalagem (al. Nettogewicht; cast. peso neto;
ingl. net weight), oposto a peso bruto soma do peso do produto e de sua embalagem (tara) (al.
Bruttogewicht; cast. peso bruto; ingl. gross weight)613
611
Exemplos de uso: O movimento desses corpsculos nom se v, mas v-se o movimento que eles provo -
cam nos corpos leves contra os quais chocam. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 72) | Metal leve (a sua den-
sidade, 2,7, cerca de um tero da do ferro e do cobre), de estrutura cristalina cbica [...]. ( ELBC: s.v. alumnio)
| Em vez de casquilhos em material antifricom tambm se usam correntemente, sobretodo para altas veloci-
dades e cargas mais leves sem choques, os rolamentos de esferas, rolos ou agulhas [...]. (ELBC: s.v. chumaceira).
612
Exemplo de uso: A ligeira diferena de concentraons de cloro entre os meios intra e extracelular com-
pensada polo potencial de membrana [...]. (Biologia Celular: 95).
613
O peso lquido de um alimento envasado, por sua vez, pode indicar-se como peso seco (al. Abtropfgewicht; cast.
peso seco ou peso escurrido; ingl. dry weight ou drained weight) ou peso molhado (tb. peso em hmido; al. Feuchtgewi-
322 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
Produto Nacional Lquido, PNL (cast. Producto Nacional Neto, PNN; ingl. Net National Product, NNP)
sustentaom efetiva (FS.; ingl. net lift)614
local
O substantivo local ocorre com bastante freqncia nos textos tcnico-cientficos compostos em
galego-portugus, e com o significado de rea de limites definidos, como mostram os
exemplos aduzidos abaixo615.
logaritmo: v. nmero
lombriga / minhoca
lombriga(-intestinal) (cast. lombriz intestinal; ingl. tapeworm, roundworm, pinworm): Platelminte
cestode (solitria) ou nematode ascardeo, de vida parasitria.
minhoca (cast. lombriz de tierra; ingl. earthworm): Aneldeo oligoqueta de vida livre.
longo: v. largo
lousa: v. ardsia
lume: v. fogo
222. M
macio: v. massivo
zmacio: v. mole
magnitude: v. grandeza
magro: v. fraco
mantimento / manutenom
mantimento (ou mantena): 1. Conjunto de gneros alimentcios, vveres. 2. Aom de se ali-
mentar.
manutenom: 1. Em geral, ato de manter(-se), de conservar(-se), de preservar 621 e, em particular:
a) cuidado com (algo), geralmente peridico e realizado por profissional: manutenom
odontolgica, etc. b) cuidado que visa a conservaom e bom funcionamento de mquinas, en-
genhos, ferramentas, etc.: manutenom da mquina de lavar, etc.
marco: v. quadro
mo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo).
619
Lembre-se que em galego o comparativo de idade nom maior ou menor, mas, respetivamente, mais velho e
mais novo!
620
Exemplo de uso: Com este desenvolvimento progressivo da geraom esporfita est relacionado o apare-
cimento, em certos Pteridfitos, de dous tipos de esporos perfeitamente diferenciados: os micrsporos, mais
pequenos, formados nos microsporngios e dando origem aos prtalos ; e os macrsporos, maiores, forma-
dos nos macrosporngios e dando origem aos prtalos . (ELBC: s.v. alternncia de geraes).
621
Exemplo de uso: de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manuten-
om da alta temperatura da clula de eletrlise [...]. (ELBC: s.v. alumnio).
324 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
massivo / macio
A voz massivo, proveniente de massa, denota de grande massa ou peso, enquanto macio (alm de
ser antnimo de oco) significa de grande intensidade, em grande nmero, equivalendo,
freqentemente, expressom castelhana en masa. Exemplos: armas de destruiom macia, buraco
negro massivo (al. massereicher Schwarzer Loch), ris maior e mais massivo que Plutom, re-
produom macia [praga] de escolitdeos (al. Massenvermehrung von Borkenkfern) 622.
mdia: 1. ESTAT. Numha distribuiom, valor que se determina segundo umha regra estabelecida a
priori e que se utiliza para representar todos os valores da distribuiom: mdia aritmtica, mdia
geomtrica, etc. 2. Quantidade, estado ou cousa que se situa em determinada eqidistncia dos
pontos extremos.
brando, vento brando, temperamento brando, etc.). A voz macio, por sua vez, aproxima-se
do significado de suave, mas tambm pode funcionar no sentido de mole 626. Exemplos: gua
branda / gua dura, amaciador ou amaciante (de roupa / do cabelo; cf. cast. suavizante), coral-
mole cnidrio do grupo Alcyonacea (al. Weichkoralle, ingl. soft coral), ferro macio ou ferro doce.
morno: v. temperado
mostra: v. amostra
223. N
naja: v. cobra
necrfago: v. carniceiro
neto: v. lquido
224. O
ocorrer, ocorrncia
Em contraste com o que acontece em castelhano, nos textos tcnico-cientficos veiculados em gale-
go-portugus freqente a utilizaom das vozes ocorrer, no sentido de existir, apresentar-se, e
ocorrncia (= ingl. occurrence), que significa ato de ocorrer, de acontecer, de existir, de apre-
sentar-se, como patenteiam os exemplos de uso abaixo 631.
leo: v. azeite
orifcio: v. buraco
630
Acerca da leitura de nmeros, v. 244.2: pronomes quantificadores e Apndice II; acerca da fraseologia nu-
mrica e matemtica, v. Apndice II.
631
Exemplos de uso: O campo Menez Gwen ocorre portanto num contexto geolgico idntico ao do Lucky
Strike, mas a menor profundidade (800 m). (Colquio/Cincias, 23: 48) | Roedor que s ocorre na Penn-
sula Ibrica, o minsculo Microtus cabrerae umha espcie com o estatuto rara. (National Geographic Portu-
gal, 21) | Observou-se posteriormente a ocorrncia de hormonas numha gama ampla de organismos biol-
gicos, incluindo animais superiores, insetos, plantas, algas e fungos. (ELBC: s.v. hormona).
328 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
225. P
par / parelha / casal
par [subst.]: Tem o significado geral de conjunto de duas entidades ou elementos de igual natu -
reza. Nos textos tcnico-cientficos, ocorre em par (MAT.), par torque (FS.: sin. sistema conju-
gado), par craniano (ANAT. ANIM.), par de eletrons (FS./QUM.), par fsico (ASTR.), par ptico (ASTR.),
termopar (FS.), etc.
parelha: Voz da lngua geral, sem uso especfico nos textos tcnico-cientficos, que denota um par
de animais de carga ou utilizados nos labores agrcolas: parelha de bois, parelha de cavalos.
casal: Em cincia, trata-se de um termo da Zoologia, onde denota par formado por macho e fmea,
par reprodutor (na lngua geral, casal refere-se especificamente a duas pessoas que coabitam,
particularmente marido e mulher)632.
pxaro: v. ave
pena / pluma
Deste par de termos, pena (cast. pluma; ingl. feather) o hipernimo, e pluma (sin. plumom, pl-
mula; cast. plumn; ingl. plumule) o hipnimo, pois que o primeiro designa cada umha das for-
maons cutneas que revestem o corpo das aves, protegendo este, e permitindo a execuom e
orientaom do voo, enquanto que pluma se refere a cada umha das penas, de rquis e rama
nom resistentes, e barbas soltas, que formam a penugem (que recobre todo o corpo dos indiv-
duos jovens e certas partes do dos adultos) das aves.
perto / cerca
Se para indicar proximidade espacial entre dous objetos deve utilizar-se o advrbio perto, para ex-
primir nos textos tcnico-cientficos a ideia de proximidade numha escala (temporal, mtrica,
etc.) tem de se recorrer a cerca de (< lat. circa em volta de), como alternativa a por volta de ou
volta de. Esta expressom cerca de, freqentemente abreviada em c., indica que o valor real e exato
se acha dentro de um (pequeno) intervalo situado ao redor do valor aproximativo mencio-
nado. Assim, por exemplo, a temperatura atingiu cerca de 39 C ou a temperatura atingiu c.
39 C.
632
Exemplo de uso: Vive [o coelho] em sociedade, ao contrrio do que acontece com as lebres, que vivem
solitrias ou agrupadas em casais. (ELBC: s.v. coelho).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 329
desfiladeiros e gargantas e poder constituir ligaom entre umha e outra vertente entre regions
acidentadas.
gargalo: Colo de garrafa, ou de outro recipiente (balom, p. ex.), com entrada estreita. Em sentido fi-
gurado, situaom de escassez, de diminuiom, de atenuaom: efeito de gargalo (GEN.), gargalo
(INFORM.).
piarra: v. ardsia
pilosidade: v. vilosidade
pinha: v. anans
pltano: v. banana
pltano(-bastardo): v. banana
poejo: v. menta
poluir / contaminar
Poluir e poluiom (ingl. to pollute, pollution) som os termos largamente usados para denotar a degra-
daom do ambiente natural e sao (poluiom da atmosfera, poluiom das guas, poluiom acs-
tica, etc.); os termos contaminar e contaminaom (ingl. to contaminate, contamination) tenhem
um uso mais restrito e significam introduzir impurezas (num composto, num meio de cultura,
num ambiente...), contagiar, infeccionar 633. Assim, pode dizer-se de um rio que est poludo; de
umha amostra, que est contaminada por fungos; e de um banco de sangue, que est contami-
nado polo VIH (vrus da imunodeficincia humana) 634. Expressons teis relacionadas com a
aom de poluir som as seguintes: despejo de poluentes ou descarga poluente (= cast. vertido (conta-
633
A distribuiom de usos em galego-portugus entre poluir e contaminar paralela, portanto, quela que se re-
gista em ingls entre to pollute e to contaminate, o que fica patente nos seguintes exemplos de traduom ingls-
galego: Capture [of carbon] technologies have been deployed extensively throughout the world both in the
manufacture of chemicals (such as fertilizer) and in the purification of natural gas supplies contaminated with
carbon dioxide and hydrogen sulfide (sour gas). (Scientific American, setembro 2006: 46) [trad. nossa: As
tcnicas de captura [do dixido de carbono] tenhem sido largamente empregadas em todo mundo, tanto no
fabrico de produtos qumicos (p. ex., adubos) como na purificaom de provisons de gs natural contaminadas
com dixido de carbono e com sulfureto de hidrognio (gs sulfdrico).] | Conventional coal mining, pro -
cessing and transportation practices scar the landscape and pollute the water, which harms people and ecosys-
tems. (Scientific American, setembro 2006: 49) [trad. nossa: Os procedimentos tradicionais de mineraom,
transformaom e transporte do carvom danificam a paisagem e poluem as guas, o que prejudica os seres hu-
manos e os ecossistemas.].
634
Exemplos de uso adicionais: O chumbo muito imvel no solo, permanecendo nas camadas superficiais,
com tempos de residncia da ordem das centenas ou mesmo milhares de anos. A poluiom do solo com
chumbo assim um processo irreversvel. [...] Valores desta ordem em solos revestidos de pastagens ou em jar-
dins podem, no entanto, levar contaminaom da cadeia alimentar humana com chumbo. De facto, quando
os animais pastam num solo contaminado, alm do chumbo veiculado [...]. As crianas, quando bricam no jar-
dim, ingerem tambm algum solo, veiculado polas maos e brinquedos sujos, sendo de recear que podam ab-
sorver chumbo se o solo estiver contaminado. Tambm a fauna dos solos contaminados (p. ex., as minhocas)
apresenta nveis elevados de chumbo, permitindo a entrada deste metal na cadeia alimentar da vida
selvagem. (ELBC: s.v. chumbo).
330 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
populaom / povoaom
Para designar umha comunidade reprodutiva de animais ou vegetais que povoa umha dada regiom
num dado tempo, e tambm para fazer referncia totalidade dos habitantes de umha povo-
aom, deve empregar-se o cultismo populaom (adj.: populacional, populoso). Exemplos: A
vila [nom povo!] do Carvalhinho umha povoaom com umha populaom de 11.000
habitantes, A populaom de amieiros deste vale nom foi afetada pola micose.
precoce: v. cedo
preto: v. CORES
projeto: v. desenho
peratura inferior a Tc, for sujeito a um campo magntico superior a certo limite, o estado de super -
condutividade desaparece, pasando o metal ao estado normal. (ELBC: s.v. supercondutividade)
A infestaom por piolhos provoca comichom intensa e desagradvel. Nom grave mas deve
ser tratada assim que se deteta. (Folheto Piolhos. Farmcia da Famlia, distribudo pola portuguesa
Associao Nacional das Farmcias)
Logo que a passagem de fluido hidrotermal cessa, a oxidaom progride para o interior, sendo
possvel observar a degradaom inicial dos sulfuretos primrios em sulfuretos secundrios e posteri-
ormente em xidos. (Colquio/Cincias, 23: 47)
Para efetuar a destilaom provoca-se o aquecimento da mistura at que se verifique a ebuliom,
condensado-se em seguida [= a seguir] o vapor obtido. Para isso utiliza-se nos laboratrios um dispo-
sitivo com a seguinte forma geral. O contedo do balom aquecido e, logo que se atinge o ponto de
ebuliom da mistura, esta ferve e o vapor formado mais rico no componente mais voltil que o l-
quido original. (ELBC: s.v. destilao)
Nos motores Diesel, na fase de admissom apenas se introduz ar nos cilindros, sendo este ar na
fase seguinte comprimido a altas pressons que lhe elevam a temperatura at nveis capazes de in-
flamar espontaneamente o combustvel logo que, posteriormente, este seja introduzido mediante
pulverizaom (injetores). (ELBC: s.v. motor)
226. Q
quadro / marco
Exemplo de uso: No quadro [conjunto, panorama, moldura; cast. marco; ingl. framework, scene]
da investigaom bioqumica, o descobrimento da estrutura do ADN constituiu um marco
[acontecimento fundamental; cast. hito; ingl. landmark] da histria da Biologia.635.
quartzo / seixo
quartzo (tb. quaro; cast. cuarzo; ingl. quartz): Mineral (slica) bastante comum, com muitas varie-
dades, que cristaliza no sistema hexagonal, entra na constituiom de muitas rochas, e o 7.
termo da escala de dureza de Mohs.
seixo (cast. guijarro; ingl. pebble): Calhau ou pedra geralmente lisa, dura e de pequeno tamanho
(freqentemente formada em parte por quartzo!). Vocbulo nom pertencente lngua especia-
lizada (v. 201.2).
227. R
rdio / raio
635
Exemplos de uso adicionais: Grande marco na evoluom da Biologia representado polo sueco Lineu
(17071778). (ELBC: s.v. biologia) | Por estas mesmas razons e ainda por ser muito malevel e dctil e,
portanto, facilmente trabalhvel tornou-se um metal precioso extremamente desejado, suscitando esforos
e empreendimentos de toda a ordem na sua pesquisa e descoberta, que constituem marcos assinalveis na his-
tria da humanidade. (ELBC: s.v. ouro) | O seu livro [de Nicolas-Thodeore de Saussure] Recherches Chimi-
ques sur la Vegetation (1804) constitui um marco na histria da qumica e da fisiologia das plantas, tendo exerci-
do notvel influncia no desenvolvimento da qumica agrcola [...]. (ELBC: s.v. Saussure, Nicolas-Thodeore de) |
Na histria dos conhecimentos acerca das causas dos defeitos congnitos, h que referir trs marcos funda-
mentais. O primeiro, descobrimento da relaons entre a catarata congnita e a rubola da mai durante os trs
primeiros meses de gestaom, feito polo oftalmologista australiano Gregg, em 1941. O segundo, a explosom
da bomba atmica, em Hiroxima, em 6.8.1945, que provocou defeitos congnitos em percentagem elevada
[...]. O terceiro marco corresponde ao descobrimento da relaons entre o uso de um sedativo, a talidomida, e
um terrvel defeito congnito que atinge os quatro membros [...]. (ELBC: s.v. teratologia) | Constituiu um
marco importante a descoberta de que a riboflavina um componente integral da enzima amarela, umha
enzima envolvida no processo respiratrio. (ELBC: s.v. vitaminas).
332 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
rdio: 1. ANAT. O osso mais curto e externo dos dous que formam o endosqueleto do antebrao
(ingl. radius). 2. QUM. Elemento qumico de tipo metlico, radioativo, que tem o nmero 88 na
classificaom peridica (ingl. radium). 3. FS. Aparelho recetor de radiofonia (ingl. radio).
raio: 1. FS. Trao de luz que emana de um foco luminoso (ingl. beam, ray). 2. FS. Descarga eltrica
entre umha nuve e o solo (ingl. lightning). 3. MAT. Segmento de reta, ou a distncia, que vai de
qualquer ponto de umha circunferncia ou de umha superfcie esfrica ao centro destas figuras
(ingl. radius). 4. FS. Cada umha das hastes que ligam o corpo de certas rodas ao seu aro perif-
rico (ingl. spoke). 5. ZOOL. Cada umha das hastes ou bastonetes de tecido endurecido que sus-
tentam a membrana de umha barbatana (ingl. fin ray). 6. ZOOL. Sinnimo de ambulacro ou de
zona ambulacrria, i. , zona do corpo dos equinodermos pola qual corre o sulco ambulacrrio
e/ou os ps ambulacrrios.
regra / rgua
regra (cast. regla; ingl. rule, law): Norma, princpio, lei, regulamento. Exemplo: regra de Bergmann
(ZOOL.).
rgua (cast. regla; ingl. ruler): Instrumento de madeira ou de outra substncia, com a ajuda do qual
se traam linhas retas.
in)637. Em castelhano, o verbo resultar, alm desses usos, tambm apresenta um valor predica-
tivo no sentido de ser ou revelar-se (ex.: el yodo y algunos yodetos resultan tiles en la cat-
lisis de ciertas reacciones), valor que nom deve transferir-se ao galego, o qual, com tal signifi -
cado, deve usar os verbos ser ou revelar-se ou a perfrase vir + (a +) infinitivo, como mostra o
seguinte exemplo: O iodo e alguns iodetos revelam-se teis na catlise de certas reaons,
como a desidrogenaom do butano e buteno a butadieno, oxidaons com o cido sulfrico e
produom de polmeros. (ELBC: s.v. iodo).
risca: v. trao
ritidoma: v. cdea
roxo: v. CORES
rubro: v. CORES
ruivo: v. CORES
228. S
saltom-peregrino: v. lagosta
seixo: v. quartzo
Assim, em galego-portugus utiliza-se o verbo ser (e em castelhano estar) nos textos tcnico-cient-
ficos:
a) Com os sentidos de existir, achar-se, ocorrer:
A parte secretora [da glndula uropgea] constituda por cinos que tenhem a forma piriforme
ou ovoide e som em nmero de 2 ou 3 ou mais por cada glndula. (ELBC: s.v. glndulas sebceas)
Os compostos de Ni (I), Ni (I), Ni (III) e Ni (IV) som em pequeno nmero e instveis; os de
Ni (0) som mais vulgares, tendo particular interesse o carbonilo Ni(CO)4 [...]. (ELBC: s.v. nquel)
Os ovos [das osgas] som sempre em nmero reduzido (por vezes apenas dous), de forma glo-
bosa e revestidos de casca muito dura e resistente mas dotada de elasticidade. (ELBC: s.v. osga)
Os dous cilindros [da prensa hidrulica] estm ligados por um tubo C, sendo o conjunto cheio
de gua. (ELBC: s.v. prensa hidrulica)
637
Exemplo de uso: Grandes escavaons, realizadas entre 1927 e 1937 (e mesmo depois) por W. Pei, P. Teil-
lard de Chardin e outros, antes da Guerra sino-japonesa, resultrom na descoberta at 1940 de restos de mais
de 40 indivduos (dos quais 15 de adolescentes e crianas) em depsitos que, no tempo, se escalonam de c. 0,6
a 0,2 MA. (ELBC: s.v. sinantropo).
334 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
b) Na construom (que exprime relaom quantitativa) estar para (... como ... para):
Deste modo h umha diferena de 5 magnitudes entre dous astros cujos brilhos estm entre si
como 100 para 1. (ELBC: s.v. magnitude [Astronomia])
O sarilho funciona, portanto, como umha alavanca na qual a potncia est para a resistncia na
razom inversa dos raios. (ELBC: s.v. mquina)
Quando a potncia atua paralelamente ao plano inclinado, a potncia est para a resistncia
como a altura est para o comprimento do plano. (ELBC: s.v. mquina)
Pode dizer-se que a topologia est para muitas das outras cincias matemticas como a Matem-
tica est para muitas das outras cincias reine et servante. (ELBC: s.v. topologia)
serpente: v. cobra
signo / sinal
sinal [m]: 1. ELET. Sinal das cargas (ingl. sign of charges). 2. FS. Sinal analgico, sinal digital (ingl. ana-
logic signal, digital signal). 3. MAT. Sinal mais, sinal menos, sinal positivo, sinal negativo (ingl. plus sign,
minus sign, positive sign, negative sign). 4. MED. Prova objetiva de doena (ingl. sign), designada,
com freqncia, polo nome de um mdico (sinal de Babiski, sinal de Stellwag) ou de um paci-
ente (sinal de Musset). Cf. sintoma638. 5. ORTOGRAFIA. Sinal de pontuaom (ingl. punctuation
mark).
signo (ingl. sign): 1. ASTR. Signo do Zodaco (ingl. sign of the Zodiac). 2. LING. Signo lingstico (ingl. lin-
guistic sign).
sinal: v. signo
solda / soldadura
solda (ingl. solder): Liga metlica, fusvel, empregada para unir peas metlicas.
soldadura ou soldagem (ingl. soldering, welding640): Ato ou efeito de soldar.
solo / chao
solo (ingl. soil): 1. Conjunto das diferentes camadas, estratificadas em profundidade, com compo-
nentes orgnicos e minerais, que assentam sobre a rocha-mae (termo da Biologia, Qumica,
638
Sintoma (ingl. symptom): MED. Sensaom de mudana das funons corporais experimentada por um pacien-
te e associada a umha dada doena.
639
O termo silicone surgiu como marca registada; o nome qumico equivalente siliciona.
640
Soldering equivale a soldadura fraca; welding, a soldadura forte.
336 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
suco / sumo
suco (cast. jugo; ingl. juice): 1. Lquido com propriedades nutritivas contido nas substncias ani-
mais ou vegetais (polo geral, exprimindo umha maior densidade que sumo): suco de carne. 2.
FISIOL. Qualquer lquido orgnico segregado por glndula ou mucosa: suco digestivo, suco gstrico,
suco pancretico.
sumo (cast. zumo; ingl. juice): Lquido com propriedades nutritivas contido nas substncias ani-
mais ou vegetais (polo geral, exprimindo umha menor densidade que suco): sumo de laranja,
sumo de limom.
surto: v. broto
229. T, U, V, X, Z
tabela / tbua / tabuada
tbua: 1. Pea de madeira lisa e delgada. 2. MAT. Quadro constitudo por nmeros inteiros e deci-
mais, positivos ou negativos, dispostos de maneira ordenada e sistemtica em linhas e colunas,
em cujo cruzamento som dados os valores correspondentes, segundo umha deteminada lei
operatria, dos pares ordenados de nmeros inscritos na 1. coluna e no cimo de cada umha
das restantes colunas (tabela de logaritmos ou das operaons aritmticas): tbua aritmtica (=
641
Exemplo de uso: A quantidade de semente a empregar por unidade de superfcie depende fundamental -
mente do grau de fertilidade do solo e do poder de afilhamento da forma cultivada a utilizar. (ELBC: s.v. trigo).
642
Exemplos de uso: Neste momento, e de passagem, apenas para se fazer aceitar a real importncia que isso
tem, recorde-se que o peso de um corpo varia com a sua distncia Terra, o que nom deixa dvidas de que, do
ponto de vista fsico, nom se pode deixar de considerar o facto de um corpo se encontrar mais perto ou mais
distante do solo como sendo umha das suas propriedades. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 123) | Nvoa -
Massa de gua em suspensom no ar, junto ao solo, geralmente de menor densidade do que o nevoeiro.
(DACL: s.v. nvoa) | Armstrong foi o primeiro home a pisar o solo lunar, seguido de Aldrin (21.7.1969). (Di-
cionrio Lello Prtico Ilustrado: 1684) | Nos caminhos de ferro subterrneos, como o caso dos metropolita-
nos urbanos, a alimentaom feita ao nvel do solo mediante um terceiro carril (condutor) estendido paralele-
mente via [...]. (ELBC: s.v. conduo [Tcnica]) | Para suavizar o contacto com o solo, alguns metros antes o
manche puxado para trs, reduzindo a taxa de descida, ou fazendo o aviom quase subir um pouco. (ELBC: s.v.
aterragem) | A derruba de rvores de dimetros inferiores a 35 cm feita polo home munido de machado, a
80 cm do solo; as maiores serm posteriormente mortas e eliminadas polo fogo. (ELBC: s.v. derruba).
643
Exemplos de uso: [O peto-verde, Picus viridis, um] Grande pica-pau verde e amarelo que passa muito
tempo no solo a alimentar-se. (Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa: 298) | O orangotango um
habitante das rvores, alimentando-se, dormindo e reproduzindo-se nas copas da floresta, embora os machos
por vezes desam ao solo. (Grande Enciclopdia Animal: 136).
644
Exemplos de uso: Na boca [dos peixes sseos] existe umha pequena lngua, ligada ao chao da cavidade e
que ajuda nos movimentos respiratrios. (Internet) | O processo [= a apfise] palatino horizontal e proje-
ta-se medialmente da fossa nasal da maxila e forma umha parte considervel do soalho da cavidade nasal e o
teito da boca. (Internet) | O epiblasto forma o soalho da cavidade amnitica e logo abaixo est o hipoblas-
to. (Internet).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 337
tbua de Pitgoras: tbua de adiom, tbua de multiplicaom, etc.), tbua de logaritmos, tbua de po-
tncias, tbua trigonomtrica.
tabuada: 1. Quadro para o ensino das quatro operaons aritmticas com os nmeros 1 at 10. 2.
Livrinho que ensina as primeiras noons de aritmtica. 3. ndice de livro.
tabela: 1. Quadro onde se registam nomes, dados, indicaons, etc. (ex.: tabela peridica dos ele-
mentos qumicos). 2. MAT. Tbua (aceom 2) de simples entrada (a qual d os valores das fun-
ons de umha varivel apenas): tabela de conversom de unidades, tabela de cubos, tabela de inversos,
tabela de potncias de um nmero, tabela de produtos por constantes, tabela de quadrados, tabela de
razes (cbicas/quadradas)...
tartaruga / sapo-concho
tartaruga (cast. tortuga; ingl. turtle qualquer quelnio, mas especialmente os marinhos ou tortoise
quelnio terrestre): Nome geral dos rpteis quelnios, e particularmente das espcies nom
dulciaqcolas, isto , marinhas e terrestres.
sapo-concho645 (cast. galpago, ingl. terrapin ou water tortoise)646: Nome das espcies de quelnios
de guas doces continentais (quelnios de carter anfbio).
tela / teia
tela: 1. FS. Ecrm, i. , superfcie sobre a qual se projetam ou reproduzem imagens (cast. pantalla;
ingl. screen): tela do (monitor do) computador, tela do cinema, etc. 2. ANAT. Tela coroideia (ingl.
choroid coat). 3. LNGUA COMUM. Pano grosso sobre o qual se pintam os quadros (cf. cast. lienzo).
teia: LNGUA COMUM. Urdidura, tecido, teia de aranha.
temporao: v. cedo
teor
O termo teor ocorre com bastante freqncia nos textos tcnico-cientficos (do campo da Qu-
mica) com o significado de proporom, num todo, de determinado componente, como mos-
tram os exemplos aduzidos abaixo648.
645
Como curiosidade, observe-se que em alemm o nome geral para as tartarugas, Schildkrte, equivale literal-
mente ao nosso sapo-concho (Schild escudo, concha + Krte sapo).
646
Tenha-se em conta que cgado sinnimo em Portugal e no Brasil de sapo-concho, mas na Galiza constitui
umha das muitas variantes populares (v. 5.2) por que se designam as larvas aquticas dos anfbios, as quais,
no registo cientfico, devem receber o nome de girinos.
647
Exemplo de uso: Os recifes de corais encontram-se nas guas temperadas e lmpidas [...]. (ELBC: s.v. cora-
lirios).
648
Exemplos de uso: Os mitocndrios tambm contenhem ADN, mas o seu teor nom interfere com os resul-
tados de modo significativo. (Biologia Celular: 333) | Chama-se derrame seroso ao que formado por um
lquido aquoso com baixo teor de protenas [...]. (ELBC: s.v. derrame) | Aumento da concentraom do sangue
que se traduz essencialmente por aumento: do nmero de glbulos vermelhos e brancos por unidade do volu -
me, do teor em hemoglobina da srie rubra, do valor globular desta srie e, enfim, do peso especfico do sangue
338 - 30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS
termite / trmite
termite [f]: QUM. Mistura de alumnio em p e de um xido metlico, que se destina, depois de in -
flamada, reduom do xido a metal livre.
trmite [f] ou trmita (Br. cupim): ZOOL. Nome vulgar extensivo a uns insetos sociveis (uns
alados, outros pteros) da ordem dos Ispteros, que vivem em comunidades polimorfas, geral-
mente em ninhos (termitrios ou termiteiras), por vezes muito grandes, por eles construdos nas
regions quentes.
tornar(-se)
Em contraste com o que ocorre no atual castelhano, no galego-portugus de hoje o verbo tornar(-
se) (em), com o sentido de fazer(-se), converter(-se), transformar(-se) ou vir a ser, palavra
freqente, e o seu rendimento tambm alto nos textos tcnico-cientficos redigidos nesta
lngua, como mostram os exemplos abaixo649.
transplante / enxerto
transplante (aom: tranplante ou transplantaom; entidade transplantada: transplante): MED. Em
sentido amplo, transferncia de um indivduo a outro, por meios cirrgicos, de um rgao, de
total. (ELBC: s.v. hemoconcentrao) | Nem todas as hulhas dam bom coque metalrgico, i. , som coquefic -
veis; esta propriedade parece depender nom s do teor em matrias volteis, mas tambm da estrutura e pro-
priedades fsicas. (ELBC: s.v. hulha) | [O samrio] o 6. elemento da famlia dos Lantandeos e obtm-se,
aps laboriosos processos de separaom, a partir de minrios ricos em terras cricas, especialmente a monazite
e a bastnazite, com teores de samrio da ordem dos 2% do total de xidos de terras raras presentes. (ELBC: s.v.
samrio) | Plantas como o feijoeiro, o sorgo, o lpulo, o milho, os citrinos, o pessegueiro, a macieira e a videira
som muito sensveis a baixos teores de zinco. (ELBC: s.v. zinco).
649
Exemplos de uso: Mesmo muito simplificada, esta nota introdutria justifica a complexidade e abrangn -
cia da regulaom neurocardiovascular, o que a torna muito vulnervel a lesons e conseqentes falncias relaci-
onadas com o sistema nervoso autnomo [...]. (Colquio/Cincias, 23: 60) | A sua expressom quantitativa
nom rigorosa, pois na sua gnese h influncias mltiplas, que tornam difcil a dissecom rigorosa dos com-
ponentes autonmicos que desejvamos medir (parassimptico e simptico). (Colquio/Cincias, 23: 66) |
Um carburador elementar do tipo descrito, nom podendo dar-nos umha mistura homognea e constante
para todos os regimes de marcha, obriga a introduzir nos carburadores reais umha srie de dispositivos auxilia -
res, sistema de arranque, ralenti, aceleraom rpida, etc., de maneira a tornar eficiente o seu funcionamento,
seja qual for a velocidade do motor. (ELBC: s.v. carburador) | claro que nom h elementos que tornem x
x umha proposiom verdadeira [...]. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos) | Com a descoberta dos genomas dos
plastdios e dos mitocndrios tornou-se entom possvel explicar esse fenmeno de forma mais adequada [...].
(ELBC: s.v. mitocndrios) | O facto de a vorticidade ser umha funom da curvatura das linhas de corrente e da
variaom da velocidade ao longo da normal torna-a umha grandeza de muita importncia para a meteorologia,
por permitir estimar, a partir das cartas meteorolgicas, a divergncia e a convergncia na atmosfera. (ELBC:
s.v. vorticidade).
30. DVIDAS E INTERFERNCIAS LEXICOSSEMNTICAS - 339
umha porom de um rgao ou de um tecido, com fins teraputicos; em sentido restrito, tal
transferncia quando se refere a um rgao completo ou, como exceom, crnea do olho.
enxerto (aom: enxerto ou enxertia; entidadade enxertada: enxerto): MED. Transferncia entre indiv-
duos diferentes ou de umha regiom do corpo a outra do mesmo indivduo, por meios cirr -
gicos, de um tecido ou de umha porom de um rgao (exceto no caso da crnea) com fins tera -
puticos.
trapa / armadilha
armadilha (cast. trampa): Artifcio para caar animais, lao, esparrela.
trapa (da, trapela): 1. Armadilha do tipo cova ou alapom apropriada para capturar feras. 2. QUM.
Num aparelho de laboratrio, dispositivo que serve para retirar de umha corrente de fluido um
ou vrios componentes, retendo-os para posterior recolhimento.
trompa / tromba
tromba (ZOOL.): 1. Extensom longa, tubular e flexvel do focinho de alguns mamferos, especial-
mente dos elefantes, com as narinas abrindo-se na extremidade (sin. probscide). 2. rgao
sugador de alguns insetos, como mosquito, mosca, abelha, etc. (cf. espiritromba nos lepidp-
teros). 3. Focinho de certos animais (p. ex., da anta ou tapir, da saiga, etc.).
trompa (ANAT. ANIM.): Estrutura em forma de tubo, tambm designada tuba (ex.: trompa de Eust-
quio ou tuba auditiva, trompa de Falpio ou tuba uterina).
tubo / ducto
Para denotar estrutura tubular, no campo da Tcnica empregam-se o radical -duto (gasoduto, ole-
oduto) e as vozes cano, canalizaom, conduta (mais raro: conduto) e tubo (o conjunto de
tubos de umha mquina ou construom a tubulaom ou a tubagem)650; no campo da Ana-
tomia (dos animais), nesse sentido, utilizam-se o radical -duto (espermiduto, oviduto) e os
termos ducto (raro: conduto), canal651, meato652, trompa, tubo e tuba (v. trompa/tromba).
ustular: v. carbonizar
verme / gusano
verme (al. Wurm; cast. gusano; ingl. worm): Denominaom comum e imprecisa de todos os animais
alongados de corpo mole, helminte (platelmintes, nemertinos, nematelmintes, aneldeos, larvas
vermiformes de insetos...).
gusano (al. Made; cast. cresa; ingl. maggot): Larva (vermiforme) dos dpteros.
xisto: v. ardsia
PARTE V
A MORFOSSINTAXE
DO GALEGO CIENTFICO
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31. A HABILITAOM E CARATERIZAOM
DA MORFOSSINTAXE DO GALEGO CIENTFICO
230. Como se viu nos 1-4, a morfossintaxe empregada nos textos cientficos baseia-
se diretamente na morfossintaxe da lngua comum, a respeito da qual aquela apresenta di-
ferenas de carter fundamentalmente quantitativo, e surge por um processo de seleom e
adaptaom de estruturas presentes na lngua normativa geral (intensificaom, reestrutu-
raom e rarefaom) guiado por um critrio de simplificaom e de funcionalidade653.
231. De forma similar ao que acontece com o componente lexical da linguagem cien-
tfica, devido subordinaom social e cultural que tem sofrido na Galiza o galego-portu-
gus desde o sculo XV at atualidade (v. 4-8), no momento presente ainda nom cris-
talizou um galego cientfico (especializado, tcnico) que apresente umha morfossintaxe
plenamente idiomtica, funcional e autnoma a respeito do castelhano (cf., p. ex., Garrido,
2005), polo que se revela indispensvel nesta altura proceder a habilitar (= disponibilizar)
e a socializar um tal modelo morfossinttico. Nomeadamente, como ocorre em relaom
ao lxico, o processo de habilitaom em galego da morfossintaxe dos textos especializados
(e, em grande medida, tambm a da lngua normativa geral!) deve fazer face aos seguintes
processos degradativos, cuja incidncia deletria sobre a lngua se prolonga desde o incio
dos Sculos Obscuros at atualidade:
a) Variaom sem padronizaom (v. 6): atuante, por exemplo, na indefiniom que
hoje impera entre os redatores em galego polo que di respeito colocaom dos pro -
nomes clticos associados a preposiom e infinitivo (Pt. o facto de o observarmos /
Gz. o facto de o observarmos ~ o facto de observarmo-lo).
c) Erosom (v. 8): manifesta, por exemplo, na ausncia no atual galego espontneo
das clusulas de relativo de sentido genitivo introduzidas polo pronome (varivel) cujo
(unidade lexical de ndole culta erodida no incio dos Sculos Obscuros).
343
344 - 31. A HABILITAOM E CARATERIZAOMDA MORFOSSINTAXE DO GALEGO CIENTFICO
654
Para a habilitaom da morfossintaxe especializada em galego indicado o estudo de textos escritos em Por-
tugal, e nem tanto o dos escritos no Brasil, por existir hoje maior proximidade morfossinttica (na lngua geral)
entre as normas galega e lusitana do que entre as normas galega e brasileira.
31. A HABILITAOM E CARATERIZAOMDA MORFOSSINTAXE DO GALEGO CIENTFICO - 345
233. Definida no ponto anterior a estratgia geral aqui aplicada natural, econmica
e eficaz para habilitar em galego o componente morfossinttico dos textos cientficos
(especializados), isto , a adoom em galego, com as adaptaons que forem precisas, do
congenial modelo luso-brasileiro, resta agora, neste captulo introdutrio, expormos os
critrios que seguimos para caraterizar a morfossintaxe do galego cientfico.
Para caraterizarmos a morfossintaxe do galego-portugus tcnico-cientfico recor-
remos aqui aos critrios de Gerbert (1970: 14), os quais tambm from seguidos posteri-
ormente por Sager, Dungworth e McDonald (1980), em relaom ao ingls, e por Khler
(1980), Mhn e Pelka (1984) e Hoffmann (1998), em relaom ao alemm:
Wir gehen davon aus, da die Fachsprache der Technik als charakteristische Merkmale neben
dem Fachwortschatz auch grammatische Besonderheiten oder Eigentmlichkeiten qualitativer und
quantitativer Art aufweist, wobei nicht an distinktive Merkmale gedacht wird, sondern an spezielle
Ausprgungen allgemeiner, in dem Gesamtinventar der betreffenden Sprache vorhandener oder zu-
mindest vorgebildeter grammatischer Elemente. Diese Eigentmlichtkeiten seien wie folgt charakte-
risiert: (1) unter dem Gesichtspunkt des dominierenden Gebrauchs bestimmter Fgungstypen und
(2) im Hinblick auf die Verwertung der in der Gemeinsprache vorgegebenen Konstruktionen und
deren Umstrukturierung fr die Fachsprache. Mit anderen Worten, es gilt, diejeningen F-
gungstypen herauszustellen, die zu den bevorzugten oder um mit Leisi zu sprechen
gestrkten, d. h. sehr lebendigen und hufigen Kategorien der technischen Fachsprache des Englis-
chen gerechnet werden knnen, ferner solche zu erwhnen, die mit Vernderungen vorkommen
oder gar nicht auftauchen, da sie fr technische Aussagen ungeeignet sind.656 (Gerbert, 1970: 14)
234. Nos captulos que se seguem nesta V parte da monografia, passam-se em revista,
por conseguinte, as estruturas caratersticas da morfossintaxe do galego cientfico, cujo uso
aparece devidamente exemplificado. A ordem de exposiom identifica-se, a traos largos,
com a seqncia empregada por Sager, Dungworth e McDonald (1980: 182-229) no seu
estudo da morfossintaxe do ingls tcnico-cientfico, de modo que o prximo captulo 32
se dedica aos tipos de oraom e sua constituiom (oraons interrogativas, imperativas e
657
Neste corpus textual luso-brasileiro do campo cientfico nom se inclui qualquer texto de investigaom, desti-
nado comunicaom entre especialistas, de modo que todos os documentos aqui considerados som de ndole
didtica ou divulgadora. No entanto, estamos convictos de que tal lacuna nom prejudica os objetivos do pre -
sente estudo da morfossintaxe do galego cientfico, cujas apreciaons podem ser julgadas suficientemente re -
presentativas de toda a redaom tcnico-cientfica realizada em galego-portugus.
31. A HABILITAOM E CARATERIZAOMDA MORFOSSINTAXE DO GALEGO CIENTFICO - 347
ORAONS INTERROGATIVAS
236. Como a funom primordial dos textos tcnico-cientficos informativa, e neles a
informaom flui unicamente no sentido do emissor para o recetor, e nom vice-versa, as
oraons em que se formulam perguntas ham de ser neles, por fora, inexistentes ou es-
cassas. Como exceom, os livros de texto e os artigos de divulgaom mostram freqente-
mente duas classes de oraons interrogativas:
348
32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM - 349
efeitos do seu campo de gravidade sobre as estrelas vizinhas ou companheiras no caso de fazer parte
de um sistema duplo ou mltiplo. (Colquio/Cincias, 1: 17)
O que seria necessrio para fabricarmos um osso no laboratrio? Numha receita simples, hidro-
xiapatite, colagnio e gua. (Colquio/Cincias, 23: 36)
No entanto, muitas questons permanecem em aberto: as doenas neurodegenerativas, doenas
crnicas e progressivas, poderm ser tratadas pola modulaom da apoptose, sem correr o risco de
ocorrer umha proliferaom celular nom controlada? Na famlia das caspases, quais serm os me-
lhores alvos para a inibiom da apoptose? (Colquio/Cincias, 25: 87)
ORAONS IMPERATIVAS
237. A forma que mais freqentemente adotam os atos de fala diretivos a das ora-
ons imperativas. Estas ocorrem fundamentalmente nos gneros textuais da Tcnica, as-
sociadas s instruons de utilizaom de aparelhos, ainda que tambm nom faltam noutros
gneros textuais de carter cientfico (como na bula de medicamento e no livro de texto).
Outras ocorrncias tpicas de oraons imperativas nos textos tcnico-cientficos som os
problemas dos livros de texto, as descrions de experincias e procedimentos, as remis-
sons textuais e as argumentaons em que se convida o leitor sobretodo nos livros de
texto e nos artigos de divulgaom a efetuar umha aom intelectual (supor, imaginar, etc.).
Na realidade, as duas modalidades de oraons imperativas referidas em ltimo lugar repre-
sentam antes elementos metacomunicativos do que atos de fala diretivos (cf. Gpferich,
1995: 389-395).
Primeiros socorros: Pequenas queimaduras. [...] 1. Deite gua fresca sobre a rea ferida polo menos
durante 10 minutos para parar o ardor e aliviar as dores. Se nom houver gua, use qualquer lquido
frio, como leite ou umha bebida em lata. 2. Quando a queimadura tiver arrefecido, retire as roupas, sa-
patos, cintos ou joias restritivas da rea afetada antes que esta comece a inchar. 3. Aplique um antibi-
tico tpico. Cubra a rea com umha compressa esterilizada ou qualquer material limpo e sem pelos.
Coloque a compressa no local. Nom aplique compressas adesivas ou fita na pele afetada. 4. Verifique
diariamente a ferida para detetar sinais de infeom, como dores crescentes, inchao, vermelhidom ou
pus. Se suspeitar de infeom, contacte o seu mdico. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 988)
Expressons remissivas
Nos textos tcnico-cientficos galego-portugueses, as expressons que remetem para
determinadas secons de texto ou para diversos elementos iconogrficos, como tabelas,
gravuras, fotografias, etc. (remissons intratextuais) som freqentemente atualizadas por
meio do infinitivo ou do imperativo. Menos freqncia do que em castelhano apresentam
em galego as expressons remissivas que adotam a forma do imperativo-reflexivo.
Exemplos:
Alm de terem sido pouco explorados sob a forma de modelos, tanto o comensalismo como o
mutualismo som, em geral, pouco conhecidos com precisom, nom se sabendo em muitos casos se
ambos os parceiros de facto beneficiam com a interaom (ver Cushman & Beattie, 1991). (Ecologia
das Populaes e das Comunidades: 136)
Estrutura de um osso compacto, mostrando os diversos tipos de lamelas (ver texto para umha
descriom detalhada). (Colquio/Cincias, 23: 37)
Este facto explica a razom por que muitos codons alternativos para um mesmo aminocido di-
ferem apenas no seu terceiro nucletido (ver tabela). (ELBC: s.v. cdigo gentico)
Como por outro lado se nom d no home pensamento sem crebro, temos de admitir umha re-
laom entre inteligncia e crebro, que, a nom ser causal, ser condicional, i. , de condiom. (ELBC:
s.v. crebro)
Num slido istropo h a considerar dilataom linear, superficial e cbica ou volumtrica. (ELBC:
s.v. dilatao)
de notar que umha explicaom detalhada de como que umha caraterstica funciona (em
termos da sua arquitetura fisiolgica, morfolgica, etc.) por si s nom nos elucida necessariamente
sobre a sua funom [...]. (Ecologia das Populaes e das Comunidades: 15)
Existem, contodo, algumhas limitaons que som de ponderar quanto ao seu uso para avaliar o
[sistema nervoso] simptico [...]. (Colquio/Cincias, 23: 67)
de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manutenom da alta
temperatura da clula de eletrlise, mas tambm para quase metade da energia livre necessria re -
duom da alumina segundo a reaom [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
(Sager, Dungworth e McDonald, 1980: 186). Como acontece noutras lnguas romnicas,
em galego-portugus os verbos conetivos ser e ter costumam evitar-se em benefcio de ou-
tros mais especficos e elegantes, como sejam apresentar, comportar, constituir, dispor de,
exibir, mostrar, representar, etc. Exemplos:
A distribuiom intracelular de traadores acima descrita umha caraterstica comum generali-
dade das clulas secretoras. [...] As vesculas endocticas tenhem um dimetro de 50 a 250 nm, e apre-
sentam, freqentemente, um revestimento em franja na superfcie citoplsmica da membrana. [...] As
vesculas com clatrina nom som exclusivamente endocticas. (Biologia Celular: 219)
No caso de se tratar de um corpo rgido, a vorticidade angular a mesma para qualquer linha
perpendicular ao eixo de rotaom, polo que a vorticidade ser o dobro da velocidade angular [...].
(ELBC: s.v. vorticidade)
O amonaco anidro apresenta, em relaom aos outros adubos azotados, a vantagem de ter mais
elevada percentagem de N c. 82% e um mais baixo preo de custo de fabrico. (ELBC: s.v. amo-
naco)
A pancada ir produzir umha muito pequena impressom [...]. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
[...] estes [os ramos] apresentam fraco desenvolvimento, possuindo entrens curtos [...]. (ELBC:
s.v. tinta, doena da)
[...] muitos aparelhos vulcnicos apresentam fenmenos secundrios como fumarolas [...]. (ELBC:
s.v. vulco)
muitos casos os objetos, processos e fenmenos que conformam a maior parte do uni-
verso conceptual das diferentes disciplinas cientficas e tcnicas, de modo que o discurso
tcnico-cientfico tem sido qualificado de nominalizado.
Caraterstica do discurso tcnico-cientfico a sua extrema nominalizaom, que se
pode explicar (cf. Sager, Dungworth e McDonald, 1980: 204) polo facto de a Cincia e a
Tcnica se interessarem mais pola apresentaom de circunstncias e teorias, pola des-
criom de experincias e processos e pola avaliaom e explicaom de resultados do que
polas aons e acontecimentos. Segundo Gerbert (1970: 38), a preferncia dos textos tc-
nico-cientficos polos substantivos em detrimento dos verbos deve reportar-se a que estes
se revelam demasiado vagos para as definions exatas que requerem cientistas e tcnicos,
enquanto que aqueles podem qualificar-se graas a medidas e valores precisos.
Carter ligado terminologizaom dos textos tcnico-cientficos o predomnio
neles dos substantivos sobre qualquer outra categoria de palavras (estilo nominalizado).
Assim, Sager, Dungworth e McDonald (1980: 234) afirmam que os substantivos consti-
tuem at 44% da lngua especializada, enquanto que representam s 28% da lngua
comum. Em conjunto, os substantivos e os adjetivos que associados formam a mido
unidades terminolgicas representam, segundo estes autores, at 60% das palavras em
muitos textos tcnico-cientficos. Em contraste, os verbos perdem importncia comunica-
tiva nestes textos e ocorrem com umha freqncia que apenas metade ou um tero da
que mostram nos textos da lngua comum. Exemplo de texto claramente nominalizado o
seguinte:
eufrsia. Gnero Euphrasia L., da famlia das Escrofulariceas, de ervas semiparasticas, anuais ou
raramente perenes, de folhas pequenas, opostas; flores irregulares, bissexuadas, ssseis na axila de
brcteas, dispostas em espiga terminal; clice tubuloso ou campanulado, quadrifendido; corola bila-
biada com o lbio inferior trilobado, com os lobos emarginados; estames didinmicos; ovrio spero,
estilete simples, estigma capitado; cpsula polisprmica. Compreende c. 450 espcies dos climas
temperados do hemisfrio Norte e tambm da Austrlia e Nova Zelndia. (ELBC: s.v. eufrsia)
Alm disso, em muitos casos, os substantivos que surgem nos enunciados tcnico-ci-
entficos substituem verbos (v. 254: procedimentos para evitar ou simplificar clusulas
verbais [finitas]), como mostram os seguintes exemplos:
Tambm possvel controlar certos aspetos do comportamento de cimento em obra, p. ex., ace-
lerando ou retardando a presa, pola adiom de determinadas substncias na altura da sua utilizaom.
(ELBC: s.v. cimento)
A fundiom um processo de conformaom obtido pola fusom, sobreaquecimento, vazamento
e solidificaom de um metal ou liga metlica (ou material lquido nom metlico, mas endurecvel)
numha cavidade, cuja forma o negativo da que se pretende obter. O processo de fundiom distin-
gue-se dos alternativos, conformaom plstica (laminagem, trefilagem, estampagem, etc.), processos
de uniom (soldadura, brasagem ou colagem) ou por arranque de apara (maquinaom), polo facto de
o material a conformar ter obrigatoriamente de passar polo estado lquido e a forma final ser confe-
rida pola moldaom [...]. (ELBC: s.v. fundio)
A seguir, serm estudados dous aspetos relativos aos sintagmas nominais presentes
nos textos cientficos: a composiom dos sintagmas nominais e os usos caratersticos do
artigo (enquanto determinante do ncleo do sintagma nominal) nos textos tcnico-cient-
ficos compostos em galego-portugus que se revelam divergentes com o castelhano.
354 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
Fundada por G. Cantor (1845-1918), [a teoria dos conjuntos] vu a tornar-se da maior impor-
tncia para toda a matemtica, quer enriquecendo e permitindo dar maior desenvolvimento a muitos
captulos j existentes, quer dando origem a novos ramos desta cincia. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
Tambm designadas glndulas bulbouretrais, [as glndulas de Cowper] som glndulas tubuloa-
cinosas do aparelho genitourinrio masculino, cujo produto de secreom vertido na parte posterior
da uretra cavernosa. (ELBC: s.v. Cowper, glndulas de)
b) Um pr-determinante
Som pr-determinantes, entre outros, os advrbios ambos, apenas, cada, mesmo, precisa-
mente, s, todo(s). Exemplos:
[...] a realizarem cada umha destas operaons sobre cada pequena regiom da imagem. (Col-
quio/Cincias, 23: 6)
Nas abelhas, s trs famlias apresentam comunidades sociais [...]. (ELBC: s.v. insectos sociais)
Todos os hidrocarbonetos naturais que, nas condions normais de pressom e temperatura, se
encontram no estado gasoso som parte da famlia parafnica [...]. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
c) Um determinante
Entre os determinantes incluem-se os adjetivos demonstrativos, os artigos (determi-
nados ou indeterminados) e os adjetivos possessivos (pouco freqentes na linguagem tc-
nico-cientfica). Exemplos:
A maior parte dos plasmodesmos forma-se durante a divisom celular, por interposiom de
perfis de retculo endoplasmtico perpendicularmente placa celular. (Biologia Celular: 431)
Da a importncia de se pesquisar detalhadamente todo o sistema solar, tanto do ponto de
vista das rbitas (passadas e, principalmente, futuras) quanto da composiom e da evoluom din-
mica dos seus objetos. (Cincia Hoje, 187: 27)
Todos estes parmetros som suscetveis de serem tratados [...]. (Colquio/Cincias, 23: 66)
Todos os hidrocarbonetos naturais que, nas condions normais de pressom e temperatura, se
encontram no estado gasoso som parte da famlia parafnica [...]. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
d) Um pr-modificador adjetival
Os pr-modificadores adjetivais disponveis em galego-portugus som os adjetivos
numerais e, numha reduzida proporom, tambm adjetivos qualificativos (a maior parte
dos adjetivos qualificativos funciona como ps-modificador). Exemplos:
A maior parte dos plasmodesmos forma-se durante a divisom celular, por interposiom de
perfis de retculo endoplasmtico perpendicularmente placa celular. (Biologia Celular: 431)
[...] a realizarem cada umha destas operaons sobre cada pequena regiom da imagem. (Col-
quio/Cincias, 23: 6)
Em vez de casquilhos, em material antifricom tambm se usam correntemente, sobretudo para
altas velocidades e cargas mais leves sem choques, os rolamentos de esferas [...]. (ELBC: s.v. chuma-
ceira)
Nas abelhas, s trs famlias apresentam comunidades sociais [...]. (ELBC: s.v. insectos sociais)
Nos bordos, por aom da erosom, a geomorfologia destes macios baslticos aparece em de-
graus, correspondentes aos sucessivos episdios lvicos que lhes drom origem [...]. (ELBC: s.v.
trapes)
a) Um ps-modificador adjetival
356 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
Um genitivo:
Os objetivos da avaliaom clnica e laboratorial do SNA som: [...]. (Colquio/Cincias, 23: 65)
Nos bordos, por aom da erosom, a geomorfologia destes macios baslticos aparece em de-
graus, correspondentes aos sucessivos episdios lvicos que lhes drom origem [...]. (ELBC: s.v. trapes)
Um substantivo:
Neles se incluem as hemiceluloses, que som polissacardeos altamente ramificados contendo um
esqueleto base de cerca de 50 unidades de acar do mesmo tipo, ligadas entre si por ligaons glico-
sdicas (1 ==> 4). (Biologia Celular: 426)
Os objetivos da avaliaom clnica e laboratorial do SNA som: [...] a distribuiom das deficincias
polos diferentes rgaos-alvo e a sua localizaom [...]. (Colquio/Cincias, 23: 65)
c) Umha clusula verbal infinita (com particpio ou com infinitivo gerundial ou ge-
rndio atributivos):
Nas clulas animais e nas de algumhas plantas inferiores existem, nos plos do fuso acromtico,
os centrolos, constitudos por dous cilindros de nove tripletos microtubulares cada , dispostos em
posiom ortogonal. (Biologia Celular: 344)
Neles se incluem as hemiceluloses, que som polissacardeos altamente ramificados contendo
um esqueleto base de cerca de 50 unidades de acar do mesmo tipo, ligadas entre si por ligaons gli -
cosdicas (1 ==> 4). (Biologia Celular: 426)
Isto implica um nmero elevadssimo de neurnios, todos funcionando em paralelo, com
grupos de neurnios a realizarem cada umha destas operaons sobre cada pequena regiom da
imagem. (Colquio/Cincias, 23: 6)
Composiom da roda dos alimentos: Leite e seus derivados [...] Cereais e seus derivados [...].
(ELBC: s.v. alimentos)
No seu desenvolvimento ontognico [os aneldeos] passam pola fase larvar trocfora (ou sua de-
rivada), comum alis a outros grupos zoolgicos, com os quais lhes denuncia afinidades (Mizostom-
deos, Sipunculdeos, Equiurdeos, Priapuldeos, Briozorios, Forondeos, Rotferos, Moluscos).
(ELBC: s.v. aneldeos)
Alm das aplicaons anteriores, os derivados do cobalto tenhem emprego em cermica, vidraria,
fabrico de esmaltes (sua mais antiga aplicaom), no fabrico de numerosas ligas [...]. (ELBC: s.v. cobalto)
d) Com metade:
de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manutenom da alta
temperatura da clula de eletrlise, mas tambm para quase metade da energia livre necessria re-
duom da alumina segundo a reaom [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Verifica-se, de facto, que mais de metade do clcio dos tecidos extracelular, podendo esse valor
chegar a 90%, conforme os tecidos e o seu estado fisiolgico. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
[...] verificaria-se que a velocidade angular da partcula seria precisamente metade da vorticidade
do fluido no momento da congelaom. (ELBC: s.v. vorticidade)
f) Com os decnios:
J nos finais da dcada de 70 e graas s tcnicas de imunofluorescncia e de imunocitoqumica
foi possvel visualizar ao microscpio ptico a arquitetura intracelular dos microtbulos numha c-
lula intacta. (Biologia Celular: 190)
At dcada de 60 o transplante [do arroz] era umha prtica comum, que consistia em semear o
arroz em viveiros e, passado um ms, transplant-lo para os canteiros definitivos. (ELBC: s.v. arroz)
A Sonim, que distribui este produto, oferece dous anos de garantia na Europa contra posssveis
defeitos no material e fabrico deste produto. (Manual de instruons de aparelho da tcnica)
[A] sua ausncia [de grandes mamferos predadores] da ilha de Barro Colorado no lago Gatn
(canal do Panam) resulta num grande aumento (2 a 10 vezes em relaom a locais onde ainda h ja-
guares ou pumas) dos grandes roedores que costumam ser as suas presas [...]. (Ecologia das Popula-
es e das Comunidades: 140)
[...] j que o Canad um dos pases afetados por esta epidemia (j morrrom a 13 pessoas e
pensa-se que 274 estarm contaminadas). (Pblico. 15.04.2003: 26)
O projeto desenvolvido polo grupo de hipertexto Xanadu, sediado em San Jos, nos EUA, ficou
para a Histria como sendo a primeira realizaom prtica relevante dos princpios enunciados por
Theodor Nelson. (ELBC: s.v. hipernavegao)
o Iowa / o Lousiana / o Nebraska / o Nevada / o Texas / o Utah; mas: a Califrnia, a Florida
658
Raramente, ambos -as seguido por adjetivo demonstrativo, como no seguinte exemplo: Este [o esmalte]
reveste a dentina na parte externa do dente, a coroa, e o cemento, tecido calcificado, paradentrio, variedade do
tecido sseo, que reveste a raz do dente at ao colo, , portanto, parte integrante do seu aparelho de fixaom.
Ambos estes tecidos de revestimento som menos constantes que a dentina [...]. (ELBC: s.v. dente).
360 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
Este verdadeiro laboratrio natural tem atrado muitos dos principais investigadores escala
mundial, em reas diversas, incluindo petrologia do manto [...]. (Colquio/Cincias, 23: 45)
No primeiro [no reservatrio], que se encontra pressom atmosfrica em virtude de comunicar
com o ambiente por um orifcio, existe um flutuador com umha haste superior [...]. (ELBC: s.v. carbu-
rador)
No antigo Egito a higiene dentria era conhecida, usando-se o pan base de cardamomo e outras
plantas aromticas e que era simultaneamente antissptico e sialagogo. (ELBC: s.v. dentfrico)
A lei [dos rendimentos decrescentes], quando aplicada aos elementos nutritivos, poder ser for-
mulada nos seguintes termos: quando as plantas tenhem disposiom quantidades timas dos nutri-
entes vegetais, exceom de um, o seu crescimento proporcional, mas nom diretamente, s quanti-
dades daquele elemento limitante colocadas disposiom da planta. (ELBC: s.v. rendimentos decres-
centes, lei dos)
medida que a velocidade aumenta, na transiom para voo horizontal, os comandos aerodin-
micos tornam-se mais eficazes e os jactos auxiliares podem ser fechados. (ELBC: s.v. v/stol)
OS PRONOMES PESSOAIS
243. Trs ncleos temticos respeitantes aos pronomes pessoais interessam sobre-
todo ao redator especializado galego, interesse que deriva, nalguns casos, do carter con-
trastante com o castelhano das correspondentes estruturas: 1., o facto de serem muito es-
cassos, em geral, os pronomes pessoais em funom de sujeito nos textos tcnico-cient-
ficos, com as notveis exceons constitudas polos pronomes pessoais em funom detica
(elementos de ligaom interoracional) e polo denominado ns pedaggico, nos textos
didticos e divulgadores; 2., a colocaom ou arranjo espacial dos pronomes pessoais da
srie tona relativamente a outros constituintes da oraom, nomeadamente ao verbo, e 3.,
os usos dos pronomes dativos. Enquanto o emprego dos pronomes deticos tratado, sob
a rubrica coesom referencial, no cap. 33 do manual, a presente secom centra-se no es-
tudo dos outros pontos mencionados.
362 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
659
Alguns exemplos, em ingls, que ilustram o estilo personalizado cultivado nos gneros textuais didticos e
de divulgaom som os seguintes: During the intervening years, my colleagues and I found that laser scissors
could be used to study organelles of the nucleus [...] Although we do not always know exactly how lasers pro-
duce the specific changes they make in cellular components, we can nonetheless generate certain alterations
reproducibly and without compromising the targets structure or environment. (revista de divulgaom Scien-
tific American) | livro de texto universitrio estado-unidense do campo da Zoologia: The latter part of this
chapter provides intellectually challenging reading in this regard. It is not merely a listing of facts, but a discus-
sion of concepts and we [referncia aos autores] urge you [pronome vocativo de referncia ao leitor] to reflect
carefully on the ideas discussed. / From what you [alusom ao leitor] have read so far in this chapter [...]. Keep
in mind [imperativo destinado ao leitor] that even though this chapter is organized on the basis of [...]..
660
Ao contrrio do que acontece, por exemplo, em castelhano, ingls e alemm, em galego-portugus o prono -
me de primeira pessoa singular (eu), quando ocorre, o primeiro termo a aparecer numha seqncia de pesso-
as (referidas mediante os seus nomes prprios ou mediante os correspondentes pronomes): That is why Peck
and I expected to find a value of around 5.3. > Essa a causa por que eu e Peck espervamos encontrar um va-
lor de c. 5,3.
32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM - 363
[...] Se assumirmos [anglicismo indevido por: supugermos] que [...] necessitamos [...]. (Colquio/Cin-
cias, 23: 53)661
Verbo e pronome cltico inclusos numha clusula subordinada (no caso de ser coordenada, a colo-
caom do cltico nom condicionada):
A hipercolesterolemia familiar (HF) devida a um defeito do recetor celular de LDL-colesterol, o
que reduz a remoom de colesterol e o fai acumular nos tecidos. (ELBC: s.v. colesterolmia)
medida que as clulas se multiplicam, vam-se aproximando do lmen do cino, aumentando
de volume, o citoplasma carrega-se de numerosas gotas adiposas e o ncleo torna-se vesiculoso e de-
genera. A clula rompe-se e expulsa com o seu produto de secreom (secreom holcrina). (ELBC:
s.v. glndulas sebceas)
A colocaom condicionada (procltica) do pronome deve manter-se mesmo quando entre a marca
de subordinaom e o verbo se interponhem vrias/muitas palavras, o que contribui para a co-
esom frsica dos enunciados (v. cap. 33)
Dada a grande freqncia com que hoje muitos redatores galegos fam nclise cons-
tante do pronome tono quando entre a marca de subordinaom e o verbo se interpom al-
gumha palavra (cf. Garrido, 2004: 109-114; 2005: 85, 108-110), nom estar de mais lem-
661
Exemplos de ns pedaggico extrados de livros de texto universitrios redigidos em ingls (junto com as
suas respetivas traduons comunicativas) som os seguintes: We have discussed the three principal philosophi-
es of classification, pointing out the major attributes of each. | Lets consider the problem of separating a mixtu-
re composed of sugar, sand, iron filings and gold dust into its components. > At agora analismos as trs prin-
cipais escolas de classificaom, destacando os atributos essenciais de cada umha. | Consideremos o problema
consistente em separar os componentes de umha mistura integrada por acar, areia, limalhas de ferro e ouro
em p.
662
Cumpre chamar a atenom do leitor para os casos de colocaom condicionada do pronome tono que se-
guem porque eles som hoje freqentemente desconsiderados por pessoas com boa competncia expressiva
em galego, que som as destinatrias do presente Manual; por isso aqui nom abordamos outras normas ou pre-
ferncias da colocaom (nom condicionada) do pronome tono, cujo conhecimento e domnio cabe supor
dados no redator (tcnico) em galego (p. ex., colocaom encltica aps simples coordenaom: Ao chegarem
ao equador, as massas de ar transportadas polos ventos alsios som aquecidas, ascendem na atmosfera e deslo-
cam-se para norte; nos plos, as massas de ar som arrefecidas, descem na atmosfera e deslocam-se para sul.
[ELBC: s.v. clima]).
364 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
brarmos aqui que a escrita formal, como atividade planificada, exige umha maior sujeiom
s normas da gramtica que o discurso oral, e que a prclise do pronome tono num con-
texto de subordinaom age como mecanismo de coesom textual (v. cap. 33), vinculando
umhas unidades com outras, polo que, mesmo em casos em que a interposiom de ele-
mentos entre a marca de subordinaom e o verbo seja extensa, recomendvel a prclise
do pronome. Exemplos:
H que sublinhar, todavia, que, para se poderem identificar convenientemente muitos dos mate-
riais de que som feitas as obras de arte, se torna indispensvel proceder recolha de amostras. (Col-
quio/Cincias, 16: 62)
Veremos que a capacidade de aprendizagem das redes neuronais, embora poda parecer pri-
meira vista algo misteriosa, se baseia em princpios matemticos simples. (Colquio/Cincias, 23: 4)
As experincias de Joseph Black, da Univ. de Glasgow, levrom-no a concluir, em 1770, que
umha quantidade, que designou por calrico ou calor, se conservava nos processos por ele estudados.
(ELBC: s.v. calor)
O que se passa no home quanto ao calor animal ilustra em grande parte o que ocorre nos ani -
mais dotados de homotermia aves e mamferos, cuja temperatura interna constante e mais
elevada que a do ambiente, mas acrescente-se que nestes o revestimento de penas ou de pelos os pro-
tege contra a perda por irradiaom. (ELBC: s.v. calor animal)
Por cristalizaom do enxofre rmbico fundido, obtenhem-se agulhas monoclnicas incolores da
forma alotrpica , que instvel temperatura ordinria e se transforma rapidamente na forma
[...]. (ELBC: s.v. enxofre)
S no Atlntico Norte se encontram nos recifes de Lophelia pertusa 1300 espcies diferentes.
(Posiom nom marcada, procltica: clusula de significaom restritiva)
S no Atlntico Norte, encontram-se nos recifes de Lophelia pertusa 1300 espcies diferentes.
(Posiom marcada, encltica: clusula de significaom ponderativa)
Tais experincias tenhem de comum com as experincias realizadas polos cientistas o propsito
com que som efetuadas, que o de se provocar determinado ato e o de repeti-lo para se reco-
nhecer se em condions anlogas os efeitos produzidos som os mesmos. (Cadernos de Iniciao Cien-
tfica: 40)
Mas que nos importaria a ns que fossem inflamveis se os gases nom sassem polas torneiras
abertas? O mal est em se escaparem por todas as aberturas que encontrem, mesmo que sejam orif-
cios tam pequenos como o dimetro da ponta de umha agulha. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 64)
no seio desta soluom fervente que se vai introduzir o cristal suspenso do cabelo. Para o sus-
pender em boas condions pode-se adotar o processo que a fotografia mostra [...]. (Cadernos de Inici-
ao Cientfica: 106)
Mesmo em computadores especializados, considerados altamente paralelos (e que nom som os
de uso corrente) apenas umha pequena fraom dos elementos se encontra ativa em cada instante.
Para o compreendermos basta pensarmos que a grande maioria dos elementos de um computador
se encontra na sua memria [...]. (Colquio/Cincias, 23: 6)
Para melhor o visualizar, admitamos que a rede tinha apenas dous pesos [...]. (Colquio/Cin-
cias, 23: 8)
O reconhecimento de texto manuscrito corrente, com carateres ligados entre si, mais difcil, es-
sencialmente devido dificuldade em o segmentar corretamente em carateres individuais. (Col-
quio/Cincias, 23: 10)
As evidncias [anglicismo indevido por: os dados] existentes permitem defender modelos como
o representado na Figura 5, onde os campos hidrotermais acabam por se transformar em rochas a
teito das mineralizaons, marcando os horizontes portadores. (Colquio/Cincias, 23: 48)
A existncia de lacunas, ns vazios na rede, alm de a fragilizarem, podem at originar a sua des-
truiom. (Colquio/Cincias, 25: 29)
Defeitos de limite de grao podem ocorrer quando cristais em crescimento acabam por se juntar,
podendo
at formar maclas. (Colquio/Cincias, 25: 29)
366 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
Para se formarem as galxias from necessrias ligeiras flutuaons na densidade do universo pri-
mitivo. (Grande Dicionrio Visual da Cincia: 333)
O facto de os esquims se alimentarem exclusivamente de carne (e peixe) e de nom sofrerem
de doenas cardiovasculares levou a intensos estudos que permitrom concluir encontrarem-se pro-
tegidos polos cidos gordos essenciais, poli-insaturados, presentes em grandes quantidades nas suas
dietas. (ELBC: s.v. cidos gordos)
Do ponto de vista funcional, [os anticorpos] caraterizam-se pola capacidade de se ligarem si-
multaneamente a antignios e a elementos do sistema imunolgico do animal [...]. (ELBC: s.v. anti-
corpos)
Se bem que em literatura botnica ou silvcola o termo cipreste seja usado neste sentido genrico,
nom podemos deixar de chamar a atenom para o facto de o vulgo o aplicar com freqncia no sen-
tido restrito do cipreste-comum. (ELBC: s.v. cipreste)
Assim, o facto de a Terra, no seu conjunto, se encontrar em equilbrio energtico d lugar ao
transporte meridional de energia das baixas para as altas latitudes. (ELBC: s.v. circulao geral da atmos-
fera)
Para o caso de um slido, a energia de coesom a energia que se tem de fornecer a umha mol -
cula-grama do slido para o dividir nos seus elementos constituintes, determinando-se essa energia a
partir do calor de sublimaom. (ELBC: s.v. coesom)
Se A estiver contido em B sem se identificar com B, escreve-se A B (ou B A) e di-se que A
um subconjunto prprio de B (observe-se, no entanto, que tambm se usa a notaom A B com o sig-
nificado que aqui damos a A B). (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
Energia elica. Esta umha fonte de energia muito antiga, e para a conseguir utilizam-se gigan-
tescos monhos de vento estrategicamente colocados em filas. (ELBC: s.v. energia)
A fundiom centrifugada distingue-se da anterior por se empregar a fora centrfuga para en-
cher a cavidade. (ELBC: s.v. fundio)
Neste ltimo aspeto, a helmintologia compreende o estudo epidemiolgico e patolgico das hel-
mintoses, os mtodos empregados para as combater e as medidas profilticas destinadas a evit-las.
(ELBC: s.v. helmintologia)
H, assim, um interesse renovado polos modelos referentes ao metabolismo fotossinttico das
plantas, por se admitir que esses modelos irm fornecer indicaons que permitirm prever altera-
ons na assimilaom do dixido de carbono polas plantas em diferentes ambientes e condions e,
portanto, seguir a dinmica deste gs na atmosfera. (ELBC: s.v. modelo biolgico)
Os peroxissomas dos tecidos dos mamferos tenhem recebido umha atenom muito especial
polo facto de se ter constatado existirem vrias doenas genticas que estm associadas presena
de peroxissomas defeituosos. (ELBC: s.v. peroxissomas)
Alm de luz, os vegetais tenhem necessidade, para se desenvolver, de um abastecimento cons-
tante de sais nutritivos. (ELBC: s.v. pesca)
A relaom entre o aumento do fator de crescimento e a percentagem de rendimento mximo
obtenvel pode ser traduzida graficamente pola fig. anexa, a qual pom em evidncia que, de facto,
medida que o fator de crescimento (p. ex., um nutriente essencial) se vai tornando menos limitante, a
sua influncia sucessivamente menor, at se anular quando atingir a concentraom tima (ponto
em que a tangente curva paralela ao eixo dos XX). (ELBC: s.v. rendimentos decrescentes, lei dos)
O sangue das artrias renais, ramos diretos da aorta, passa para as suas ramificaons, as artrias
interlobares, que caminham aos lados das pirmides de Malpighi e se infletem, no sentido do eixo
destas formaons, sobre a parte correspondente da respetiva base, sem se anastomosarem entre si
[...]. (ELBC: s.v. rim)
Observou [Kamerlingh Onnes] que a agulha magntica mantivo sempre o mesmo desvio durante
horas, at o hlio se ter evaporado do vaso. (ELBC: s.v. supercondutividade)
Ao atravessarem as camadas de clulas do tecido vegetal, as partculas vam libertando o ADN, que,
de algumha forma, acaba por se integrar no genoma da planta. (ELBC: s.v. transgnicos)
c) Interpolaom
A interpolaom consiste em inserir palavras (das quais, umha, ao menos, tem de ser t-
nica) entre um pronome cltico situado em posiom pr-verbal e o verbo. Das diferentes
modalidades de interpolaom (enunciadas, por exemplo, em Freixeiro Mato, 2000: 183-
185), atualmente, nos textos tcnico-cientficos galego-portugueses, somente se utiliza
aquela em que o elemento intercalado entre o pronome e o verbo o advrbio de ne-
gaom nom.
A interpolaom hoje marginal na lngua espontnea e, mesmo, literria da Galiza,
mas, visto que ela gozava de grande vitalidade no galego medieval e mdio, e dada a sua
presena ocasional nos textos tcnico-cientficos redigidos atualmente em Portugal, aqui
propom-se, tambm de harmonia com a sugestom de Freixeiro Mato (2000: 185), res-
taurar e promover o seu uso na prosa especializada cultivada na Galiza663. Exemplos:
Estas [as molculas] som, em geral, agregados de tomos e, nos poucos casos em que o nom som
(caso do hlio, por exemplo), mesmo reduzidas a um tomo, se continuam a chamar molculas. (Ca-
dernos de Iniciao Cientfica: 83)
O que se nom consegue perceber olhando para essas camadas compactas, conforme estm re-
presentadas na figura 11, como delas se destacam as formas cristalinas que os metais realmente
apresentam, com suas faces, suas arestas e seus vrtices bem definidos. (Cadernos de Iniciao Cient-
fica: 112)
A circulaom geral da atmosfera e dos oceanos, o movimento das placas tectnicas e os rios som
expressom da utilizaom desta energia que se nom dissipa uniformemente no espao e no tempo.
(Colquio/Cincias, 25: 37)
Surgem as fobias, ou medos e repulsas por objetos ou situaons que os nom justificam, obses-
sons, ideias fixas impossveis de afastar, ou as perversons. (Dicionrio Tcnico-Cientfico Ilustrado, s.v.
neuroses)
Em grandes macios em que se nom exijam grandes resistncias podem incorporar-se na sua
massa pedras de maiores dimensons, formando o chamado betom ciclpico. (ELBC: s.v. beto)
Tycho Brahe foi o primeiro a conhecer os efeitos da refraom atmosfrica, mas supunha-os
apenas sensveis entre o horizonte e a altura de 45, porque os seus instrumentos, cuja precisom nom
ia alm do minuto de arco, lhe nom permitiam avaliar fraons em segundos. (ELBC: s.v. Brahe, Tycho)
Como por outro lado se nom d no home pensamento sem crebro, temos de admitir umha re-
laom entre inteligncia e crebro, que, a nom ser causal, ser condicional, i. , de condiom. (ELBC:
s.v. crebro)
O sc. XX beneficiar com todas estas condions, em que se nom deve esquecer a contribuiom
da histologia e da anatomia patolgica, possveis pola descoberta do microscpio. (ELBC: s.v. cirurgia)
663
Mira Mateus et al. (2003: 865-867) qualificam a interpolaom, no seio do moderno portugus europeu, de
trao de uma gramtica antiga, caraterizaom que fam extensiva mesclise do pronome tono para cons-
truir as formas verbais do futuro e do condicional. A mesclise fai parte do padrom culto do portugus europeu
atual e, portanto, est presente na redaom tcnico-cientfica (exemplos: Umha anlise minuciosa de muitos
destes aspetos ajudar-nos- a entender [...]. [Ecologia das Populaes e das Comunidades: 4]; Desta relaom,
que nom rudo, mas msica com soberba orquestraom, e das suas desafinaons tratar-se- no presente arti-
go. [Colquio/Cincias, 23: 60]). No entanto, em Portugal a mesclise atualmente umha construom em re-
gressom e est a ser substituda, polo menos na fala espontnea, pola nclise (Mateus et al., 2003: 866). Na Ga-
liza, a mesclise nom ultrapassou o perodo medieval (embora Rosalia de Castro, no fim do sc. XIX, escrevesse,
provavelmente como recurso enftico: Cantar-te-ei, Galiza...). O facto de que em Portugal a mesclise sofra
hoje regressom e de que ela esteja ausente das elaboraons cultas da variante galega da lngua fai com que aqui
optemos por a nom incluir no elenco de recursos morfossintticos do galego tcnico-cientfico, se bem que
nom a rejeitemos taxativamente.
32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM - 369
Com o fim, por isso, de se evitarem fraudes e permitir aos respetivos comerciantes e industriais
trabalharem com produtos sobre cujo peso se nom suscitem dvidas, norma internacional utilizar
nas transaons dessas fibras o chamado peso condicionado. (ELBC: s.v. condicionamento dos txteis)
Di-se que umha mquina est em equilbrio esttico quando os pontos de aplicaom das
foras que a solicitam se nom deslocam. (ELBC: s.v. mquina)
Constituem os rins os mais notveis emunctrios do organismo, assegurando a eliminaom de
produtos catablicos extremamente nocivos, o que explica a gravidade da insuficincia renal, aguda
ou crnica, e as alteraons da composiom do sangue e dos humores que a acompanham; se se nom
conseguirem corrigir levam ao coma e morte. (ELBC: s.v. rim)
b) Dativo de posse
De entre as trs categorias de dativos galego-portugueses nom associados grelha ar-
gumental do verbo para utilizar a terminologia de Mira Mateus et al. (2003: 840),
isto , o dativo tico ou de interesse (ex.: Acaba-me depressa o trabalho!), o de solidarie-
dade (ex.: Estou-che cansada.) e o de posse (ex.: Di-me a cabea.), unicamente este
ltimo tem cabimento, sob as formas pronominais da terceira pessoa (lhe e lhes), numha
prosa formal, objetiva e despersonalizada como a tcnico-cientfica 664. Nos textos tcnico-
cientficos, o dativo de posse denota que um determinado componente pertence, de
modo inalienvel ou caraterstico, a umha dada estrutura, ou que umha determinada pro-
priedade corresponde, de modo essencial, a umha dada matria ou entidade. Da que, em
geral, as construons de dativo de posse sejam parafraseveis, nos enunciados tcnico-ci-
entficos como na lngua geral, mediante construons de redobro de cltico (Mira Ma-
teus et al., 2003: 841), que incluem um adjetivo possessivo ou um dativo, como mostram
os seguintes exemplos:
No estdio IV os grnulos estm totalmente repletos de melanina e nom possvel distinguir-lhes
qualquer estrutura interna. (Biologia Celular: 307) [= construom de redobro de cltico: nom pos-
svel distinguir-lhes a eles qualquer estrutura interna]
O gs convertido passa a umha recuperaom de calor, arrefecido e sofre umha primeira com -
pressom antes de lhe ser retirado o anidrido carbnico por lavagem com soluom de etanolamina.
(ELBC: s.v. amonaco) [= construom de redobro de cltico: antes de lhe ser retirado a ele o anidrido
carbnico]
No seu desenvolvimento ontognico [os aneldeos] passam pola fase larvar trocfora (ou sua de-
rivada), comum alis a outros grupos zoolgicos, com os quais lhes denuncia afinidades (Mizostom-
deos, Sipunculdeos, Equiurdeos, Priapuldeos, Briozorios, Forondeos, Rotferos, Moluscos).
(ELBC: s.v. aneldeos)
A regulamentaom da CEE probe a fixaom de dispositivos que podam obstruir as malhas de
qualquer parte de umha rede ou reduzir-lhes as dimensons. (ELBC: s.v. arrasto, pesca de) [= construom
de redobro de cltico: ou reduzir-lhes a elas as dimensons ]
No mercado usa-se umha gasolina que se obtm, de maneira geral, por lotaom da de destilaom
direta com a de pirocisom, ou destas duas qualidades com qualquer das obtidas polos processos j re -
feridos, adicionadas ou nom de aditivos apropriados para lhes melhorar as propriedades antideto-
nantes, dos quais o tetraetilo e o tetrametilo de chumbo som os mais usados. (ELBC: s.v. gasolina) [=
construom de redobro de cltico: para lhes melhorar as suas propriedades]
Som as prprias clulas epidrmicas que se disponhem circularmente sua volta e lhe limitam o
lmen. (ELBC: s.v. glndulas sudorparas) [= construom de redobro de cltico: e lhe limitam o seu
lmen]
Este mesmo anatmico [Th. Wharton] descreveu-lhes [s glndulas suprarrenais] umha cavi-
dade, e Valsalva (1666-1723) dixo ter observado um ducto excretor. (ELBC: s.v. glndulas supra-renais)
Estas soluons [mordentes] contenhem em regra um sal de um metal trivalente (alumnio,
crmio, ferro), alm de certos outros sais de cobre, nquel, zinco ou antimnio, assim como fosfatos,
silicatos, estanhatos ou arsenatos usados para ajudar a fixaom do mordente, diminuindo-lhe a solu-
bilidade, e ainda cidos ou bases para ajustamento do pH. (ELBC: s.v. mordente)
Nos motores Diesel, na fase de admissom apenas se introduz ar nos cilindros, sendo este ar na
fase seguinte comprimido a altas pressons que lhe elevam a temperatura at nveis capazes de in-
flamar espontaneamente o combustvel logo que, posteriormente, este seja introduzido mediante
pulverizaom (injetores). (ELBC: s.v. motor)
A invenom da mquina plana, que permitiu a fabricaom da folha em contnuo, deve-se ao
francs Louis Nicolas Robert, e foi patenteada em 1799. Didot-Saint Lger, o patrom de Robert, ad-
664
Deixando nesta apreciaom de parte, naturalmente, os gneros textuais de divulgaom (e ainda, nalguns ca-
sos, os didticos), os quais comportam com algumha freqncia expressons emotivas, personalizadas ou colo -
ristas, bem como, em geral, estruturas de muito baixa freqncia no conjunto da prosa especializada (expres-
sons idiomticas, oraons exclamativas, pronomes de primeira pessoa, etc.: v. cap. 38, estruturas de baixa
freqncia).
32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM - 371
quiriu-lhe todos os direitos e tentou explorar a patente (1803) com um mecnico ingls, Bryan
Donkyn. A patente vu, finalmente, a cair nas maos dos irmaos Henry e Sealy Fourdrinier (de onde a
designaom comum de mquina Fourdrinier) [...]. (ELBC: s.v. papel)
Investigam-se muito as perturbaons metablicas (catecolaminas cerebrais, etc.) que lhe estm
na base. (ELBC: s.v. perturbaes do humor afectivas)
O peso da [glndula] tiroideia nom ultrapassa 30 g na espcie humana. Distinguem-se-lhe trs
partes: dous lobos laterais e umha porom intermediria de disposiom transversal, o istmo. (ELBC:
s.v. tiroideia)
Na constituiom de um transstor intervenhem materiais semicondutores a que se adicionam,
em concentraons muito reduzidas, determinadas impurezas, destinadas a aumentar-lhe a conduti-
vidade eltrica e conferir[-lhe] determinadas propriedades necessrias utilizaom. (ELBC: s.v. tran-
sstor)
Os pronomes ordinais som os seguintes (destacam-se aqui a negrito aqueles que con-
trastam significativamente com os usados em castelhano): 1., 1. primeiro, -a; 2., 2. se-
gundo, -a; 3., 3. terceiro, -a (tera para designar o terceiro dia da semana em tera-feira); 4.,
4. quarto, -a; 5., 5. quinto, -a; 6., 6. sexto, -a; 7., 7. stimo, -a; 8., 8. oitavo, -a; 9., 9. nono,
372 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
-a; 10., 10. dcimo, -a; 11., 11. dcimo primeiro, dcima primeira (tb. undcimo, -a);
12., 12. dcimo segundo, dcima segunda (tb. duodcimo, -a); 13., 13. dcimo terceiro,
dcima terceira; 14., 14. dcimo quarto, dcima quarta; 15., 15. dcimo quinto, dcima
quinta; 16., 16. dcimo sexto, dcima sexta; 17., 17. dcimo stimo, dcima stima; 18., 18.
dcimo oitavo, dcima oitava; 19., 19. dcimo nono, dcima nona; 20., 20. vigsimo, -a;
21., 21. vigsimo primeiro, vigsima primeira; 22., 22. vigsimo segundo, vigsima segunda ...
30., 30. trigsimo, -a, 31., 31. trigsimo primeiro, trigsima primeira ... 40., 40. quadrag-
simo, -a; 50., 50. quinquagsimo, -a; 60., 60. sexagsimo, -a; 70., 70. septuagsimo, -a; 80.,
80. octogsimo, -a; 90., 90. nonagsimo, -a; 100., 100. centsimo, -a; 101., 101. centsimo
primeiro, centsima primeira; 200., 200. ducentsimo, -a; 300., 300. trecentsimo, -a; 400.,
400. quadringentsimo, -a; 500., 500. quingentsimo, -a; 600., 600. sexcentsimo, -a ou seis-
centsimo, -a; 700., 700. septingentsimo, -a; 800., 800. octingentsimo, -a; 900., 900.
non(in)gentsimo, -a; 1000., 1000. milsimo, -a; 1001., 1001. milsimo primeiro, milsima
primeira; 1875. milsimo octingentsimo septuagsimo quinto; 3000. trimilsimo; 10 000.
dcimo milsimo; 100 000. centsimo milsimo; 500 000. quingentsimo milsimo; 1
000 000. milionsimo; 2 000 000. segundo milionsimo ... bilionsimo ... trilionsimo ...
Todos os ordinais apresentam flexom de gnero e de nmero. Observe-se que nos or-
dinais que constam de dous ou mais elementos, estes escrevem-se separados e tomam
todos a pertinente marca de gnero (ex.: 22. ed. = vigsima segunda ediom).
1 um/umha
2 dous/duas665
17 dezassete
20 vinte
21 vinte e um/umha
22 vinte e dous/duas
23 vinte e trs
24 vinte e quatro
50 cinqenta
100 cem (cento)
101 cento e um/umha
102 cento e dous/duas
103 cento e trs
120 cento e vinte
123 cento e vinte e trs
200 douscentos/duascentas
500 quinhentos/quinhentas666
1000 mil (coletivo: milhar)667
1001 mil e um/umha
1010 mil e dez
1025 mil e vinte e cinco
1100 mil e cem
1111 mil cento e onze
1500 mil e quinhentos / mil e quinhentas
1530 mil quinhentos e trinta / mil quinhentas e trinta
2001 dous mil e um / duas mil e umha
3941 trs mil novecentos e quarenta e um
106 um milhom (de)
1.700.000 um mihom e setecentos mil / um milhom e setecentas mil
1.760.404 um milhom setecentos e sessenta mil quatrocentos e quatro
665
Est hoje muito estendido, sem dvida por indevido diferencialismo a respeito do castelhano, o costume de
utilizar a forma duas em funom substantiva (ex.: *pgina vinte e duas da publicaom). No entanto, o correto
reservar as formas fletidas no feminino dos quantificadores para a funom adjetiva (ex.: publicaom de vinte
umha/duas pginas), e utilizar como substantivo unicamente a forma nom fletida (ex.: pgina vinte e dous
da publicaom, pgina um da publicaom), conforme o esquema frmula 1 [um], nom *frmula 1
[umha] (modalidade de automobilismo desportivo).
666
Na fala popular tambm existe cincocentos/cincocentas, forma utilizada para contar por centos produtos ma-
teriais e que se insere no quadro de um sistema de cmputo de base vigesimal, que abrange at ao nmero
dous mil (dezcentos, onzecentos, ..., vintecentos) (cf. Ferreiro, 1999: 274). As formas que, como cincocentos/cinco-
centas, som privativas desse sistema de cmputo popular nom devem utilizar-se num registo formal nem nos
textos tcnico-cientficos.
667
Nom existe em galego, como em castelhano, a forma *miles; o correto plural de mil milhares.
374 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
entre as dezenas e as unidades, a partir de 20 (21= vinte e um; 22 = vinte e dous; 94 = noventa e quatro)
entre as centenas e as unidades (101 = cento e um; 205 = douscentos e cinco; 1908 = mil novecentos e
oito)
entre os milhares e as unidades (1001 = mil e um; 2002 = dous mil e dous)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de milhom e as unidades (3.000.005 = trs milhons e
cinco; 2.335.000.006 = dous mil trescentos e trinta e cinco milhons e seis)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de biliom e as unidades (34.000.000.000.008 = trinta
e quatro bilions e oito)
entre as centenas e as dezenas (120 = cento e vinte; 123 = cento e vinte e trs; 415 = quatrocentos e
quinze)
entre os milhares e as dezenas (1010 = mil e dez; 1024 = mil e vinte e quatro; 10.025 = dez mil e vinte e
cinco)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de milhom e as dezenas (1.000.042 = um milhom e
quarenta e dous; 107.000.049 = cento e sete milhons e quarenta e nove)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de biliom e as dezenas (5.000.000.000.037 = cinco bi-
lions e trinta e sete)
entre os milhares e as centenas, s quando estas findam com 2 zeros (1400 = mil e quatrocentas; mas
1430 = mil quatrocentas e trinta)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de milhom e as centenas (40.000.324 = quarenta mi-
lhons e trescentos e vinte e quatro)
entre as unidades/dezenas/centenas/milhares de biliom e as centenas (345.000.000.000.455 = tres-
centos e quarenta e cinco bilions e quatrocentas e cinqenta e cinco)
668
Aqui a leitura nom pode ser (como em castelhano) menos X graus Celsius ou mais X graus Celsius por-
que em galego mais e menos com valor comparativo aparecem antes do numeral: A manter-se o mesmo rit -
mo de consumo, e tendo em conta a curva demogrfica, pode prever-se o esgotamento das duas maiores fon-
tes de energia atuais, durante o sculo XXI: o petrleo e o gs natural para o ano 2050 ou 2075; o carvom pensa-
se que durar mais dous sculos. (ELBCV: s.v. energia) | A base 10 nom necessariamente a melhor, tendo-
se apontado como preferveis a base 5 ou a base 12. A base 5 utilizaria apenas os algarismos at 4 e a memoriza-
om das tbuas da adiom e da multiplicaom seria muito mais fcil, mas os nmeros teriam mais algarismos,
o que tornaria os clculos mais morosos. A base 12 exigiria mais dous algarismos cujos nomes e smbolos se
deveriam convencionar, e seria maior o esforo de memorizaom das tbuas das operaons; teria porm van-
tagens sobre a base 10 por o n. 12 ter muitos mais divisores e ainda por muitos nmeros se representarem
com menos algarismos. P. ex., o n. 1.043.128 escreve-se 43374 na base 12, com menos um algarismo.
(ELBCV: s.v. sistemas de numerao).
669
O quantificador parelha (2 elementos) nom prprio da expressom formal nem tcnico-cientfica, antes da
lngua popular.
376 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
mentos)670, milhom (106 elementos), biliom (1012 elementos), triliom (1018 elementos),
quatriliom (1024 elementos), quintiliom (1030 elementos), sextiliom (1036 elementos), septi-
liom (1042 elementos), etc.
No seio do galego-portugus coexistem na atualidade dous sistemas de designaom,
mediante quantificadores coletivos, dos mltiplos de 103 superiores ao milhom. Assim, en-
quanto na Galiza e em Portugal rege o sistema N, em que um biliom corresponde a 1012
(um milhom de milhons), no Brasil rege o sistema N+1, em que um biliom corresponde
a 109 (mil milhons)671. Algumhas equivalncias entre estes dous sistemas de designaom
das grandes quantidades podem ler-se na seguinte tabela (v. tb. Apndice II):
de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manutenom da alta
temperatura da clula de eletrlise, mas tambm para quase metade da energia livre necessria re-
duom da alumina segundo a reaom [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Verifica-se, de facto, que mais de metade do clcio dos tecidos extracelular, podendo esse valor
chegar a 90%, conforme os tecidos e o seu estado fisiolgico. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
CLUSULAS DE RELATIVO
245. Polo que tange s clusulas de relativo, trs aspetos caratersticos do galego-por-
tugus tcnico-cientfico (e geral) podem interessar ao redator especializado galego 672: a
presena/ausncia de pronome identificador a anteceder o pronome relativo que, a grande
freqncia de uso muito superior observada na lngua comum das clusulas intro-
duzidas polo pronome relativo de genitivo cujo e a peculiar utilizaom em clusulas expli-
cativas do constituinte relativo de carter locativo em que (em detrimento de onde).
672
Em relaom s construons atributivas do infinitivo gerundial e do gerndio, as quais equivalem a clusulas
de relativo, v., respetivamente, secons consagradas ao infinitivo e ao gerndio (cap. 35).
673
Em galego-portugus tambm freqente, e infreqente em castelhano, que o pronome interrogativo que
seja precedido, em oraons interrogativas diretas, polo pronome identificador o: O que fazer, no entanto,
quando observamos diferenas na repartiom de recursos mas ausncia de competiom no presente? (Eco-
378 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
dico, podendo mesmo, quando freqentemente prescritos, estarem preparados com antecedncia.
(ELBC: s.v. preparaes oficinais)
No caso de se tratar de um corpo rgido, a vorticidade angular a mesma para qualquer linha
perpendicular ao eixo de rotaom, polo que a vorticidade ser o dobro da velocidade angular [...].
(ELBC: s.v. vorticidade)
Alm disso, o seu vapor muito inflamvel, polo que nom se deve ter nengumha chama prxima
do lugar em que se trabalha. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 101)
Quando a substncia de que feito um corpo passa da sua fase slida sua fase lquida, a ele-
vaom de temperatura que para isso necessria provoca umha agitaom crescente das entidades
corpusculares constituintes do corpo, enfraquecendo as foras de ligaom entre elas e promovendo a
desarticulaom do edifcio cristalino. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 103)
O cume do monte mltiplo, constitudo por trs elevaons desiguais, nas quais se encontram
todas as rochas j mencionadas, com evidentes sinais de movimentaons tectnicas, aquilo a que se
chama umha mlange tectnica. (Colquio/Cincias, 23: 51)
1. Sistema para a preparaom e/ou cozedura de cortia, em contnuo, em que se procede ao
mesmo tempo purificaom da gua de cozedura, de modo contnuo ou semicontnuo, caraterizado
por ser constitudo por umha cuba [...]. (Reivindicaom de umha patente de invenom)
Este facto explica a razom por que muitos codons alternativos para um mesmo aminocido di-
ferem apenas no seu terceiro nucletido (ver tabela). (ELBC: s.v. cdigo gentico)
Nome (gambozinos) por que som conhecidos em Portugal os peixes telesteos da ordem Cipri-
niformes, famlia Poecilidae, gnero Gambusia, de onde deriva esse nome. (ELBC: s.v. gambozinos)
Som [os hordeivrus] um grupo de vrus de plantas cuja designaom deriva de Hordeum, termo
latino do gnero a que pertence a cevada, umha vez que o membro tpico deste grupo o BSMV (barley
stripe mosaic virus). (ELBC: s.v. hordeivrus)
Num sentido mais restrito, [o metabolismo] tambm considerado como a totalidade das rea-
ons qumicas e processos fsicos a que se encontra submetido um determinado composto ou classe
de compostos num organismo vivo (p. ex.: metabolismo dos aminocidos). (ELBC: s.v. metabolismo)
Em geral, as vias catablicas permitem a degradaom metablica de molculas complexas [...], de
que resulta a formaom de molculas mais simples [...] e a libertaom de quantidades considerveis
de energia. (ELBC: s.v. metabolismo)
Apesar da enorme diversidade estrutural que carateriza as muitas centenas de milhar de metabo-
litos secundrios que ocorrem na natureza, eles som sintetizados a partir de um nmero muito redu-
zido de precursores, de que som exemplos o cido actico, o cido chiqumico e o isopentenil-piro-
fosfato [...]. (ELBC: s.v. metabolismo)
A velocidade com que o sangue circula dentro dos vasos sangneos depende do volume total do
sangue circulante e das resistncias perifricas. (ELBC: s.v. sangue)
A quantidade de lquido segregado varia com a distncia a que o local de secreom se encontra
do duodeno, sendo menor quanto mais afastado estiver aquele desta porom. (ELBC: s.v. suco entrico)
As manifestaons macroscpicas do efeito destas vrias toxinas som bastante variveis [de har-
monia] com a toxina e com os organismos sobre que atuam, os quais podem ser insetos (como cas-
cudas [orig.: baratas]), caranguejos, ratos, coelhos, mamferos de maiores dimensons ou mesmo o
home. (ELBC: s.v. veneno de escorpio)
O movimento desses corpsculos nom se v, mas v-se o movimento que eles provocam nos
corpos leves contra os quais chocam. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 72)
Nadam [as baleias-comuns, Balaenoptera physalus] sobre o lado direito, sendo talvez essa a razom
pola qual a parte esquerda da boca preta, mas a direita branca. (Grande Enciclopdia Animal: 164)
Ao atingir as extremidades das ramificaons do axnio, o potencial de aom vai por sua vez
causar a libertaom de neurotransmissor, excitando as clulas com as quais essas extremidades rea-
lizam sinapses. (Colquio/Cincias, 23: 5)
Em qualquer dos casos, necessrio um suporte ao qual as clulas adiram e sobre o qual se mul-
tipliquem antes da implantaom. (Colquio/Cincias, 23: 40)
O cume do monte mltiplo, constitudo por trs elevaons desiguais, nas quais se encontram
todas as rochas j mencionadas, com evidentes sinais de movimentaons tectnicas, aquilo a que se
chama umha mlange tectnica. (Colquio/Cincias, 23: 51)
1. Processo para a preparaom dum composto da frmula X, no qual Ar fenilo, naftilo, ou fenilo
ou naftilo substitudo por 1 a 4 substituintes iguais ou diferentes escolhidos de fluor [...]. (Reivindi -
caom de umha patente de invenom)
380 - 32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM
Para avaliar o grau destruidor de um sismo, ou seja, a sua intensidade, tenhem sido propostas v-
rias escalas, as quais se distribuem por dous grupos: qualitativas (de intensidade), baseadas nos efeitos
dos sismos, e quantitativas (de magnitude), nas quais cada grau da escala depende do valor [...]. (ELBC:
s.v. magnitude [Geofsica])
[A prensa hidrulica um] Dispositivo para produzir foras de mdulo elevado. Compom-se es -
sencialmente de dous cilindros, um muito mais largo do que o outro, aos quais estm adaptados dous
mbolos A e B, respetivamente. (ELBC: s.v. prensa hidrulica)
675
Um contraexemplo o seguinte: A traqueia constituda por umha tnica fibrosa, na espessura da qual [=
em cuja espessura] se encontram os anis traqueais incompletos atrs, em nmero de 12 a 15, sendo comple-
tados por fibras musculares, que constituem o msculo traqueal. (ELBC: s.v. traqueia).
32. TIPOS DE ORAOM DO GALEGO CIENTFICO E SUA CONSTITUIOM - 381
Apatite umha designaom geral para os minerais cristalinos com a seguinte composiom:
M10(ZO4)6X2, em que M um catiom metlico do tipo Ca, Sr, Ba, Cd, Pb, Mg, etc. [...]. (Colquio/Ci-
ncias, 23: 36)
A esta representaom do conjunto S, em que todos os seus elementos som indicados entre cha-
vetas e separados por vrgulas ou por pontos e vrgulas, chama-se representaom em extensom. (ELBC: s.v.
conjuntos, teoria dos)
Consideremos um ponto fixo O e um vetor deslizante F na reta CD (fig.); o momento do vetor em
relaom ao ponto O a grandeza l = r F, em que r um vetor com origem em O e cuja extremidade
um ponto qualquer da reta de suporte do vetor F. (ELBC: s.v. momento [Fsica])
Estas trs grandes famlias [parafnica ou aliftica, naftnica ou aliftica cclica e aromtica] te-
nhem, respetivamente, as seguintes frmulas qumicas: C nH2n+2, CnH2n e CnH2n6, em que C repre-
senta o tomo de carbono, H representa o tomo de hidrognio e n representa o nmero de tomos
de carboneto na molcula desse hidrocarboneto. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
Integrando a expressom anterior e passando de logaritmos neperianos para logaritmos decimais,
obtm-se a expressom: log (A y) = log A cx, em que A, y e x tenhem os significados atrs refe-
ridos, e c agora o chamado coeficiente (ou constante) de eficcia. (ELBC: s.v. rendimentos decrescentes,
lei dos)
A expressom geral dos arcos x que tenhem o mesmo seno que um dado arco x = n + (1)n
, em que n um nmero natural (n N). (ELBC: s.v. seno)
A pancada ir produzir umha muito pequena impressom, a que corresponde umha certa defor-
maom plstica do material, consumindo-se nessa deformaom umha parte maior ou menor da
energia cintica do martelo. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
Em geral, as vias catablicas permitem a degradaom metablica de molculas complexas [...], de
que resulta a formaom de molculas mais simples [...] e a libertaom de quantidades considerveis
de energia. (ELBC: s.v. metabolismo)
A degradaom parcial deste produto por hidrlise conduz viscose, dispersom coloidal viscosa
que, ao ser forada atravs de fieiras ou de fendas para um banho de cido sulfrico diludo, d lugar
precipitaom de celulose regenerada em fibras (rayon ou seda artificial) ou em filmes delgados (celo-
fane). (ELBC: s.v. xantato)
O gs convertido passa a umha recuperaom de calor, arrefecido e sofre umha primeira com -
pressom antes de lhe ser retirado o anidrido carbnico por lavagem com soluom de etanolamina.
(ELBC: s.v. amonaco)
Mediante a aplicaom de umha corrente eltrica contnua exterior, modifica-se o potencial do
eltrodo constitudo polo material metlico-meio corrosivo, por forma a evitar a reaom eletroqu-
mica responsvel polo ataque corrosivo. (ELBC: s.v. corroso)
Nos motores Diesel, na fase de admissom apenas se introduz ar nos cilindros, sendo este ar na
fase seguinte comprimido a altas pressons que lhe elevam a temperatura at nveis capazes de in-
flamar espontaneamente o combustvel logo que, posteriormente, este seja introduzido mediante
pulverizaom (injetores). (ELBC: s.v. motor)
tram nas mais pequenas fendas e que aderem s mnimas impurezas dos suportes, permitindo que as
osgas subam por paredes verticais e se desloquem mesmo nos teitos lisos, o que antes fijo supor que
possuissem ventosas nas extremidades dos membros. (ELBC: s.v. osga)
COESOM LEXICAL
248. No texto tcnico-cientfico composto em galego-portugus, os mecanismos de
coesom lexical mais freqentes som os de carter substitutivo (mediante o emprego de si-
nnimos e hipernimos), pois que a reiteraom, consistente na mera repetiom de umha pa-
lavra-chave utilizada anteriormente no discurso, tende a evitar-se nas lnguas romnicas
em benefcio da elegncia expressiva676.
A este respeito, revelar-se instrutivo confrontar, por exemplo, o incio de The Origin
of Species, de Charles Darwin, na sua versom original, com o incio da sua versom galego-
portuguesa, A Origem das Espcies, em que se aprecia como a tradutora evitou a repetiom
da palavra galego-portuguesa equivalente de inhabitants, reiterada no pargrafo inicial do
texto original:
When on board H.M.S. Beagle, as naturalist, I was much struck with certain facts in the distribu-
tion of the inhabitants of South America, and in the geological relations of the present to the past
inhabitants of that continent. (Darwin, 1985 [1859]: 65)
Durante a minha viagem a bordo do navio HMS Beagle, na condio de naturalista, fiquei profun-
damente impressionado com certos factos relativos distribuio das populaes da Amrica do Sul
e com as relaes geolgicas existentes entre os habitantes do presente e do passado desse conti-
nente. (Darwin, 2005 [1859]: 19)677
676
Polo contrrio, sim freqente a repetiom de palavras-chave utilizadas anteriormente no discurso quando
estas aparecem acompanhadas por um artigo determinado, um demonstrativo ou um pronome identificador,
expediente este que representa umha das modalidades de coesom referencial, a qual ser tratada em 249.
677
Mesmo em casos em que o elemento lexical reiterado numha oraom redigida em lngua germnica nom
seja umha palavra, e sim umha raz, recomendvel evitar tal reiteraom ao traduzir para galego. Exemplo: As
their name implies, neurotransmitter molecules transmit messages between neurons at points of contact cal-
led synapses. (Scientific American, 6.2007: 34) > Como o seu nome indica, as molculas neurotransmissoras
veiculam mensagens entre neurnios nos pontos de contacto denominados sinapses. (trad. nossa).
387
388 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
248.1. Reiteraom
A repetiom de umha palavra pode atuar ocasionalmente como mecanismo de co-
esom entre clusulas, como mostram os seguintes exemplos:
Sabe-se isto atravs de peas retiradas de cadveres, fixadas em formalina ou mantidas em solu-
ons fisiolgicas, peas que som ossos inteiros ou secons, estirados ou comprimidos segundo a
mesma metodologia de ensaio quando nom as mesmas mquinas com que se testam o betom
das pontes ou a borracha dos pneus. (Colquio/Cincias, 23: 34)
[o glomrulo de Malpighi] um tufo de capilares provenientes de umha arterola aferente que
converge para umha arterola eferente, arterolas que se encontram no plo vascular desta formaom.
(ELBC: s.v. Malpighi, glomrulo de)
COESOM REFERENCIAL
249. Os mecanismos de coesom referencial mais importantes nos textos tcnico-cien-
tficos som a repetiom definitizada do antecedente, a inserom de pronomes pessoais, a
inserom de demonstrativos ou ordinais anafricos, a utilizaom de artigo ou pronome
identificador (com valor demonstrativo) a acompanhar o pronome relativo que, a in-
serom dos pronomes identificadores tal ou mesmo e o emprego do advrbio anafrico a.
de morte. De facto, eles representam os extremos de um espetro contnuo de possibilidades [...]. (Co-
lquio/Cincias, 25: 77)
Nas clulas aerbicas, o oxignio molecular utilizado como aceitador de eletrons na fosfori-
laom oxidativa, processada a nvel do mitocndrio. Estas clulas possuem mecanismos de defesa re-
lativamente aos efeitos txicos das espcies moleculares resultantes da reduom incompleta de oxi-
gnio a nvel dos complexos enzimticos da cadeia respiratria mitocondrial, as espcies reativas de
oxignio (ROS, reactive oxygen species). In vivo, elas desempenham, simultaneamente, funons benficas
e lesivas das clulas. (Colquio/Cincias, 25: 81)
Se retirssemos a pele que nos reveste e a estendssemos sobre umha superfcie lisa, ela ocuparia
cerca de dous metros quadrados. (National Geographic Portugal, 21: 5)
Se se retiver a gua num nvel alto durante a mar e se se despejar lentamente atravs de umha
barragem, ela gera energia. (ELBC: s.v. energia)
Magnetoestricom: Fenmeno que se traduz na variaom do comprimento de um corpo, [feito]
de determinados materiais ferromagnticos, que tem lugar sempre que se verifica umha variaom da
intensidade do campo magntico a que ele est sujeito. (ELBC: s.v. magnetoestrico)
Apesar da enorme diversidade estrutural que carateriza as muitas centenas de milhar de metabo-
litos secundrios que ocorrem na natureza, eles som sintetizados a partir de um nmero muito redu-
zido de precursores [...]. (ELBC: s.v. metabolismo)
Os locais de sntese e de acumulaom dos metabolitos secundrios som freqentemente dis-
tintos. No caso dos animais, eles som muitas vezes armazenados em rgaos especiais [...] ou [cos-
tumam] estar presentes nos fluidos do corpo [...], no cabelo ou na pele [...]. (ELBC: s.v. metabolismo)
A operaom fundamental [da fabricaom do papel] consiste na refinaom das fibras celulsicas
em suspensom aquosa, operaom essa que tem por fim fibrilar (abrir) e/ou cortar as fibras de modo
a que posteriormente, por eliminaom de gua, elas se liguem umhas s outras, formando umha folha
contnua. (ELBC: s.v. papel)
Todos os hidrocarbonetos naturais que, nas condions normais de pressom e temperatura, se
encontram no estado gasoso som parte da famlia parafnica e constituem os seus primeiros quatro
componentes. Som eles o metano, o etano, o propano e o butano, onde o n na frmula geral da fa-
mlia [...]. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
Quando num destes ltimos [cristal anistropo biaxial] incide umha onda plana, ela desdobra-se
em geral em duas ondas que se podem determinar pola construom de Huygens logo que se conhea
a superfcie de onda emitida por cada fonte pontual [...]. (ELBC: s.v. refraco)
[...] as folhas amarelecem, murcham, secam e caem prematuramente; quando o dessecamento
rpido, elas mantenhem-se presas aos ramos; estes apresentam fraco desenvolvimento, possuindo
entrens curtos [...]. (ELBC: s.v. tinta, doena da)
A funom dos pratos provocar umha ntima mistura do vapor com o lquido, de modo a vapo-
rizar os componentes mais volteis deste a condensar os menos volteis daquele. (ELBC: s.v. destilao)
As crucferas som mais exigentes em enxofre do que as leguminosas e estas mais exigentes do
que as gramneas. (ELBC: s.v. enxofre)
Em ptica, [Isaac Newton] descobriu a dispersom da luz branca por um prisma, estudou a mis-
tura de cores e inventou o telescpio de reflexom. A par das suas descobertas experimentais neste do-
mnio, a sua teoria sobre a natureza da luz contrariou a teoria ondulatria de Huygens, impedindo o
desenvolvimento desta. (ELBC: s.v. Newton, Isaac)
As grandes evoluons tcnicas [na fabricaom do papel no sc. XXI] situarm-se [orig.: situar-
se-o] sobretodo ao nvel da melhoria da regularidade da qualidade e do aumento das velocidades de
produom das mquinas, podendo-se prever que estas atingirm no primeiro quartel do novo sculo
os 150 a 180 km/h para os papis de grande produom, p. ex., papel jornal. (ELBC: s.v. papel)
Durante o dia h um aumento progressivo da temperatura, depois esta estaciona, a seguir baixa
progressivamente at atingir um nvel mnimo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta
a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo)
[...] as folhas amarelecem, murcham, secam e caem prematuramente; quando o dessecamento
rpido, elas mantenhem-se presas aos ramos; estes apresentam fraco desenvolvimento, possuindo
entrens curtos [...]. (ELBC: s.v. tinta, doena da)
Em comparaom com os exsudados inflamatrios ou neoplsicos, de que necessrio fazer o di-
agnstico porque s vezes estes se geram em situaons propcias, aqueles [= os transudados] som
mais fluidos, menos densos (1006-1015), menos coagulveis, a reaom de Rivalta negativa, a albu-
mina inferior a 3%, a -globulina menos aumentada. (ELBC: s.v. transudado)
A dificuldade desta Cincia [da Ecologia], e aquilo que [= o que] a distingue de outras, reside
precisamente na complexa interdependncia de numerosos fatores em permanente alteraom [...].
(Ecologia das Populaes e das Comunidades: 2)
Quanto aos istopos radioativos deste elemento, aquele que [= o que] mais aplicaons tem o
60
Co, que constitui atualmente a fonte de radiaom mais usada. (ELBC: s.v. cobalto)
, portanto, til fazer-lhes umha breve referncia para mostrar, por meio de alguns exemplos, que
umha reaom de eltrodo pode conduzir a resultados muito diferentes daqueles que [= dos que] se-
riam de prever a partir de umha anlise apenas da reaom primria. (ELBC: s.v. processos electroqumicos)
Enquanto que as populaons das Ilhas Canrias estm bem estabelecidas, nom se sabe se o
mesmo se passa com as restantes populaons do continente europeu. (Guia Fapas dos Mamferos: 25)
Embora os efeitos do ato de tocar sejam fceis de compreender, o mesmo nom se pode dizer dos
seus mecanismos. (National Geographic Portugal, 21: 8)
Assinale-se que os ncleos de 235U sofrem cisom com neutrons trmicos (de energia inferior a
0,5 eV), o mesmo acontecendo com os istopos artificiais 233U e 239Pu (plutnio- 239) [...]. (ELBC: s.v.
ciso nuclear)
H tbuas de funons de umha varivel, que para se tornarem mais compactas e prticas apre -
sentam o argumento desdobrado em duas partes, a primeira na 1. coluna e a 2. ao cimo das restantes
colunas, o que acontece nas tbuas de logaritmos, com os trs ou quatro primeiros algarismos do ar-
gumento na 1. coluna e o ltimo algarismo nas dez colunas seguintes, o mesmo se observando em
certas tbuas de quadrados e outras funons simples de varivel inteira. (ELBC: s.v. tbua)
Devido grande importncia das quineiras para a sade pblica, os pases europeus que tinham
colnias nos trpicos promovrom a a sua difusom, assim como se obtivrom diversos hbridos.
(ELBC: s.v. quina)
COESOM TEMPORAL
250. Os mecanismos de coesom temporal mais caratersticos dos textos tcnico-cien-
tficos som o emprego de numerais cardinais ou ordinais para indicar umha seqncia de
aons ou estados (na descriom de experincias, processos ou fenmenos, por exemplo) e
o emprego de advrbios e adjetivos que assinalam a ordem segundo a qual som apresen-
tados e desenvolvidos os assuntos versados por um determinado texto, os quais, portanto,
tenhem carter remissivo.
ridos, e c agora o chamado coeficiente (ou constante) de eficcia. (ELBC: s.v. rendimentos decrescentes,
lei dos)
Este facto explicar a razom para a gama de massas moleculares que acima se referiu. (ELBC: s.v.
taninos)
COESOM FRSICA
251. Os mecanismos de coesom frsica vinculam unidades lingsticas que ocorrem
no mbito sintagmtico e oracional. Polo seu interesse para o redator especializado galego,
sob esta epgrafe tratamos a seguir os usos de determinadas preposions, que assinalam re-
laons gramaticais, e a colocaom condicionada do pronome cltico como mecanismo de
coesom.
251.1. Preposions
Revela-se aqui de interesse considerarmos oito preposions galego-portuguesas bas-
tante freqentes nos textos tcnico-cientficos: a, aps, at, de, em, para, perante, por e sob.
Aps, perante e sob nom tenhem correlatos no castelhano atual; a, at, de, em, para e por
mostram usos em galego (tambm na regncia de verbos) que nom se dam nas preposi-
ons castelhanas correlativas. Preposiom peculiar de certos contextos cientficos via,
com o significado de atravs de, por mediaom de. Como locuom prepositiva, tambm
se revela de interesse considerarmos a par de.
a
Apesar de nom se conhecer com rigor o mecanismo da sntese da celulose, sabe-se que ela tem
lugar superfcie do plasmalema [...]. (Biologia Celular: 428)
Quando se estudam estes assuntos tem muito interesse construir modelos de molculas a trs di-
mensons, aproveitando materiais que se prestem bem para o efeito, como, por exemplo, a plasticina
[...]. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 85)
O iodo e alguns iodetos revelam-se teis na catlise de certas reaons, como a desidrogenaom
do butano e buteno a butadieno, oxidaons com o cido sulfrico e produom de polmeros. (ELBC:
s.v. iodo)
Tem [o zinco] carter anfotrico, dissolvendo-se tambm em soluons alcalinas a quente for-
mando zincatos. (ELBC: s.v. zinco) / Quando colocas em trs tubos de ensaio, respetivamente, aparas
de zinco, de ferro e de cobre e adicionas cido clordrico, verificas que os metais zinco e ferro reagem
a frio com esse cido. (Qumica na Nossa Vida: 124)
Ao todo [= no total], from detetados seis casos de cancro na populaom estudada.
Motor a gasolina.
Ao contrrio do que acontece em castelhano, em galego, exceto nos raros casos em que pode
produzir-se ambigidade, o objeto direto nunca introduzido pola preposiom a:
A osteoartrite umha doena crnica degenerativa da cartilagem das articulaons, acompa-
nhada de dor durante o movimento, e que afeta as pessoas de idade, mas tambm jovens.
(Colquio/Cincias, 23: 39)
Fenmeno natural que afeta um terreno argiloso saturado de gua, quando assenta sobre um
substrato impermevel inclinado. (ELBC: s.v. solifluxo)
Alguns verbos galego-portugueses (em contraste com os seus correlatos castelhanos) vam
seguidos da preposiom a para introduzir o seu complemento. Assim acontece com os
verbos obedecer, presidir (ex.: presidir a um simpsio; tb. presidir um simpsio) e satisfazer:
A morte dos neurnios, os principais constituintes celulares do tecido nervoso, obedece aos
princpios gerais que regulam a morte celular. (Colquio/Cincias, 25: 76)
A clssica equaom de Bragg, que traduz a lei do mesmo nome: n = 2d sen , mostra que umha
famlia de planos (hkl), de equidistncia d, apenas refletir umha radiaom, de comprimento de onda
, se a incidncia for definida polo ngulo (ngulo de Bragg), que satisfai equaom acima. (ELBC:
s.v. Bragg, lei de)
A entrada de ar de um motor de jacto de aviom ou mssil deve satisfazer a trs objetivos: fornecer
ao motor o caudal de ar correto a todas as velocidades [...]. (ELBC: s.v. entrada de ar)
Desde 1703 at sua morte [Isaac Newton] presidiu Royal Society. (ELBC: s.v. Newton, Isaac)
Assim, na primeira das aceons mencionadas, designa-se por topologia ou estrutura topol-
gica sobre um conjunto E um conjunto T de partes de E que satisfaga s trs propriedades seguintes:
[...]. (ELBC: s.v. topologia)
No campo da Medicina, com alguns substantivos que indicam operaom realizada sobre
algum rgao ou parte do corpo (como anlise, lavagem, etc.), freqente o emprego da
preposiom a, alm da preposiom de, a ligar a denominaom da operaom e a denomi-
naom do rgao: anlise ao colesterol (tb. anlise do colesterol), anlise ao sangue (tb. anlise
de sangue), lavagem ao estmago (tb. lavagem do estmago), etc.
aps
A preposiom aps precede substantivos ou verbos para indicar posterioridade.
Exemplos:
O mesmo efeito obtido aps microinjeom de anticorpos antivimentina e antitubulina. (Bio-
logia Celular: 186)
Os sintomas da malria geralmente iniciam-se passados 10 dias a 6 semanas aps a pessoa ter
sido mordida por um mosquito infetado. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 306)
396 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
Aps umha curta gestaom, os marsupiais dam luz crias pouco desenvolvidas, prosseguindo o
desenvolvimento dentro da bolsa. (Guia Fapas dos Mamferos: 163)
Em 1988, aps anos de trabalho e publicaons menos conhecidas, apareceu na revista Chemical
Geology um artigo [...]. (Colquio/Cincias, 23: 51)
Aps termos exemplificado com alguns estudos fisiolgicos [...], poderemos concluir pola sua
elevada sensibilidade [...]. (Colquio/Cincias, 23: 72)
Este afdeo [Phylloxera vastatrix], originrio dos EUA, foi responsvel pola destruiom de grande
parte das vinhas europeias, aps a sua introduom acidental neste continente. (ELBC: s.v. galha)
Vrias evidncias [anglicismo por: provas] anatmicas tenhem sido registadas a este propsito:
as duas pontas da lngua bfida de certos rpteis vam contactar exatamente com as aberturas palatinas
dos rgaos vomeronasais aps terem sido apostas polo animal em rastos de outros animais cong-
neres ou, entom, de presas perseguidas. (ELBC: s.v. rgos vmero-nasais)
Aps esta lei [dos rendimentos decrescentes] ter sido formulada, vrios investigadores tentrom,
mais umha vez, traduzi-la por umha expressom. (ELBC: s.v. rendimentos decrescentes, lei dos)
[O samrio] o 6. elemento da famlia dos Lantandeos e obtm-se, aps laboriosos processos
de separaom, a partir de minrios ricos em terras cricas [...]. (ELBC: s.v. samrio)
at
A preposiom at indica um limite de tempo, no espao e nas aons 679. Para diferen-
ciar a preposiom at do advrbio at com valor inclusivo, aquela, quando seguida de subs-
tantivo, pode ir acompanhada da preposiom a:
Adiciona-se gua num balom de aferiom at perfazer o volume de 1 dm3. (Qumica na Nossa
Vida, 9. ano: 104)
At dcada de 60 o transplante [do arroz] era umha prtica comum, que consistia em semear o
arroz em viveiros e, passado um ms, transplant-lo para os canteiros definitivos. (ELBC: s.v. arroz)
Durante o dia h um aumento progressivo da temperatura, depois esta estaciona, a seguir baixa
progressivamente at atingir um nvel mnimo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta
a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo)
interessante notar que, para indicar um limite temporal ante quem non, contrariamente
ao que acontece em castelhano, em galego-portugus nom se pode empregar a prepo-
siom at (em clusula negativa). Portanto, nom corresponderia a um bom estilo escrever
*Nom foi at 1926 que se ficou a saber..., e sim S/Apenas em 1926 ( que) se ficou a
saber.... Assim:
Comeou os seus trabalhos em 1775 e s cinco anos mais tarde os comunicou a um amigo, Sir
Edward Home. (Deuses e Demnios da Medicina: 319) [Errado: *e at cinco anos mais tarde nom os
comunicou]
Atribui-se aos Mussulmanos a introduom da cultura [do arroz] na Pennsula Ibrica, mas s
nos finais do sc. XVIII a orizicultura portuguesa se tornou numha atividade econmica. (ELBC: s.v.
arroz) [Errado: *mas at aos finais do sc. XVIII a orizicultura portuguesa nom se tornou]
A flutuaom o processo de separaom ou concentraom de minerais mais utilizado atual-
mente, apesar de a sua descoberta, como processo industrial, ter ocorrido apenas no incio do sc. XX.
(ELBC: s.v. flutuaom) [Errado: *nom ter ocorrido at ao incio do sc. XX]
As ansas capilares estm dispostas em lbulos, dentro dos quais som mais freqentes as anasto-
moses, cuja existncia s recentemente foi verificada por trabalhos de reconstruom plstica. (ELBC:
s.v. Malpighi, glomrulo de) [Errado: *At recentemente nom foi verificada...]
679
Valor diferente do adverbial que adquire at (como sinnimo de ainda, tambm ou mesmo) em contextos
como o seguinte: Quando meditamos sobre o valor da Entomologia e quando pensamos que ela especial-
mente importante nos pases tropicais, onde h mais gentes, mais fame e mais doenas, compreendemos que,
alm de ser o maior domnio da Zoologia , talvez, o mais importante, pois a ele que compete, em grande par-
te, difundir conhecimentos que permitam defender as nossas culturas, muitos dos nossos produtos armazena -
dos e, at, a nossa sade. (Colquio/Cincias, 1: 68).
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 397
de
Em galego-portugus, em contraste com o castelhano, a preposiom de adota freqen-
temente o valor de ponto a partir do qual, equivalendo, portanto, a desde, como nos se-
guintes exemplos:
No xilema, tecido responsvel polo transporte de gua e de ions da raiz para o resto da planta, as
clulas som tubulares e possuem parede celular secundria espessa e lenhificada. (Biologia Celular:
430) [cast. desde ... hacia]
Os protons deslocam-se do lmen para o estroma, atravs das ATPases cloroplastidiais. (Biologia
Celular: 436) [cast. desde ... hacia]
Apesar de apoptose e necrose serem habitualmente consideradas como modos distintos de
morte celular, tanto do ponto de vista morfolgico como conceptual, existe hoje umha crescente
quantidade de dados experimentais que mostra que nom existe umha dicotomia entre os dous tipos
de morte. (Colquio/Cincias, 25: 77) [cast. desde el punto de vista]
A superfcie de Mercrio fotografada da [sonda espacial] Mariner 10. (ELBC: s.v. Mercrio, legenda
de fotografia) [cast. desde la]
O processo palatino [anglicismo por a apfise palatina] horizontal e projeta-se medialmente da
fossa nasal da maxila e forma umha parte considervel do soalho da cavidade nasal e o teito da boca.
(Internet) [cast. desde la]
em
Exemplos de uso da preposiom em contrastantes com o castelhano som os se-
guintes680:
J nos finais da dcada de 70 e graas s tcnicas de imunofluorescncia e de imunocitoqumica
foi possvel visualizar ao microscpio ptico a arquitetura intracelular dos microtbulos numha c -
lula intacta. (Biologia Celular: 190)
Fala-se, por vezes, em estado slido, estado lquido e estado gasoso, mas os cientistas pre-
ferem dizer fase slida, fase lquida e fase gasosa. Em vez de mudanas de estado falam em mu-
danas de fase. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 62)
680
Nalguns casos em que o castelhano utiliza a preposiom em (com o sentido de no seio de), o galego-portu-
gus pode utilizar a locuom prepositiva junto de. Ex.: Propujo-se ainda, com base em dados empricos colhi-
dos junto da comunidade cientfica portuguesa, que os prprios cientistas se identificavam, em graus variveis,
com estas diferentes representaons [...]. (Os Portugueses e a Cincia: 247).
398 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
Na continuaom [= a seguir = em seguida] veremos como nos convm pensar neles [nos cor-
psculos], e represent-los, atualmente. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 80)
Na falta de outras oportunidades de comunicaom e de outras instncias formais, o espao in-
formal dos meios de comunicaom de massas tem vindo a reforar o seu papel de instncia media-
dora da comunicaom entre cientistas, decisores e pblicos [...]. (Os Portugueses e a Cincia: 254)
[tambm: falta de outras oportunidades...]
Mas na hora da abertura da umha nova roa, o fogo ou a modificaom brutal das condions do
solo e do clima quebram a dormncia dessas sementes, que entom germinam. (Cincia Hoje, 187: 32)
[cast.: a la hora de]
Os mtodos mais utilizados para conservar alimentos som: [...] 5) acondicionamento em vcuo
[...]. (ELBC: s.v. conservao de alimentos)
No entanto, o mercrio considerado como um elemento relativamente esttico no solo, com
umha mobilidade situada, em mdia, entre a do chumbo (mais imvel) e a do zinco. (ELBC: s.v. mer-
crio)
Na regncia de verbos:
A voz da r produzida quando o ar passa sob pressom nas membranas situadas sob a maxila.
(ELBC: s.v. batrquios) [passar em = passar por]
para
Como elemento de ligaom:
[...] transio da profase para a metafase. (Biologia Celular: 143)
No xilema, tecido responsvel polo transporte de gua e de ions da raiz para o resto da planta, as
clulas som tubulares e possuem parede celular secundria espessa e lenhificada. (Biologia Celular:
430)
Os protons deslocam-se do lmen para o estroma, atravs das ATPases cloroplastidiais. (Biologia
Celular: 436)
Os agricultores de todas as regions estudadas conhecem esse fenmeno, mas o tratamento dado
a essas novas plantas varia de umha regiom para outra. (Cincia Hoje, 187: 32)
medida que a velocidade aumenta, na transiom para voo horizontal, os comandos aerodin-
micos tornam-se mais eficazes e os jactos auxiliares podem ser fechados. (ELBC: s.v. v/stol)
Na regncia de verbos:
de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manutenom da alta
temperatura da clula de eletrlise, mas tambm para quase metade da energia livre necessria re-
duom da alumina segundo a reaom [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
No mercado portugus existe a tendncia para [tambm: a] considerar os tipos corrente e extra,
doseando respetivamente 50-55% e 60-65% de protena bruta. (ELBC: s.v. farinha)
Foi s recentemente, em 1975, que B. Mandelbrot comeou um estudo sistemtico dos fractais e
chamou a atenom dos investigadores para o facto de a natureza ser fractal, caso das nuvens, monta-
nhas, costa dos continentes, superfcies das ilhas, rvores, seres vivos, distribuiom das galxias, etc.
(ELBC: s.v. fractal)
Outros usos:
Quando se estudam estes assuntos tem muito interesse construir modelos de molculas a trs di-
mensons, aproveitando materiais que se prestem bem para o efeito, como, por exemplo, a plasticina
[...]. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 85)
perante
O uso mais freqente da preposiom perante nos textos tcnico-cientficos corres-
ponde ao seu valor de oposiom nocional, usos em que concorre com a locuom face a:
Face aos perigos [= Perante os perigos] criados polo home, que cada vez mais ameaam todos os
aspetos da diversidade, o pluralismo das abordagens e mtodos de estudo torna-se essencial. ( Eco-
logia das Populaes e das Comunidades: 18)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 399
por
As hemiceluloses ligam-se superficialmente s microfibrilas de celulose atravs de ligaons de hi-
drognio. As ramificaons das hemiceluloses permitem, por sua vez, a ligaom das microfibrilas
umhas s outras, bem como a outros componentes da matriz, designadamente as pectinas. (Biologia
Celular: 427) [> cast. a su vez]
Um outro mecanismo responsvel pola morte neuronal a exposiom excessiva a aminocidos
excitatrios, nomeadamente ao glutamato. (Colquio/Cincias, 25: 79) [tambm: responsvel da
morte neuronal]
sob
A preposiom sob indica posiom inferior, tanto de um ponto de vista fsico como fi-
gurado. Nos textos tcnico-cientficos esta preposiom utiliza-se sobretodo no seu sentido
figurado, intangvel.
Relaom intangvel:
A espcie um grupo de indivduos com o mesmo fundo gentico, isolado sob o ponto de vista
reprodutor de outras espcies. (Biologia I Parte 12. Ano: 73)
O composto mais importante, sob o ponto de vista comercial e das aplicaons, o xido, ZnO,
matria-prima para a produom do metal e seus derivados, muito utilizado como pigmento branco
na fabricaom de tintas e vernizes e nas indstrias da cermica e da borracha. (ELBC: s.v. zinco)
No entanto, o facto de se apresentar, nas condions normais de pressom e temperatura, na forma
gasosa obriga a que tenha de ser liquefeito sob pressom e acondicionado em recipientes capazes de
suportar elevadas pressons. (ELBC: s.v. amonaco)
A voz da r produzida quando o ar passa sob pressom nas membranas situadas sob a maxila.
(ELBC: s.v. batrquios)
A degenerescncia exprime-se sob muitos aspetos e varia de indivduo para indivduo, dentro de
limites nom patolgicos. (ELBC: s.v. degenerescncia)
As bandas Q, ou de fluorescncia emitida pola quinacrina sob a aom dos raios ultravioleta,
from as primeiras a serem obtidas. (Biologia Celular: 129)
Sob a aom da fora centrfuga, o mel abandona os alvolos e projetado de encontro super-
fcie interna do cilindro, escoando-se depois atravs de umha sada inferior. (ELBC: s.v. extractor centr-
fugo)
A farinha de peixe com mais 0,2% de azoto sob a forma de amonaco considera-se produto alte-
rado e apenas deve ser empregada como adubo. (ELBC: s.v. farinha)
Parte desta energia armazenada nas clulas sob a forma de energia qumica e de potencial re-
dutor, freqentemente no ATP e no NADH, respetivamente. (ELBC: s.v. metabolismo)
400 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
Estrutura vegetal, constituindo umha entidade fenotpica, que se desenvolve sob a influncia si-
multnea dos gentipos da planta e de um organismo cecidognico. (ELBC: s.v. galha)
Portanto, o transporte de solutos atravs da membrana interna ter de ser efetuado sob o con-
trolo de vrios tipos de protenas transportadoras. (ELBC: s.v. mitocndrios)
O ouro ocorre na natureza, quase sempre, sob forma metlica, i. , a de ouro nativo. (ELBC: s.v. ouro)
via
O primeiro passo da biossntese dos esteris a partir do esqualeno consiste na ciclizaom deste
triterpeno, a qual ocorre via esqualeno-2,3-epxido, quer em plantas, quer em animais. (ELBC: s.v. es-
qualeno)
a par de
Locuom prepositiva que pode significar ao lado de, junto a:
Em ptica, [Isaac Newton] descobriu a dispersom da luz branca por um prisma, estudou a mis-
tura de cores e inventou o telescpio de reflexom. A par das suas descobertas experimentais neste do-
mnio, a sua teoria sobre a natureza da luz contrariou a teoria ondulatria de Huygens, impedindo o
desenvolvimento desta. (ELBC: s.v. Newton, Isaac)
681
Nos textos especializados portugueses, porm, de vez em quando deparam-se casos de nclise pronominal
indevida, sobretodo com porque: O termo proantocianidinas usado, alternativamente, para designar os ta-
ninos condensados, porque quando estes som tratados com cidos quentes quebram-se algumhas das liga-
ons carbono-carbono [...]. (ELBC: s.v. taninos).
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 401
COESOM INTERFRSICA
252. A coesom interfrsica determina a ligaom entre clusulas e entre oraons
(tambm entre pargrafos) e pode produzir-se por parataxe (= coordenaom) ou por hi-
potaxe (= subordinaom). Como a seguir se ver, dezaoito som os valores semnticos que
pode revestir a conexom interfrsica. Como elementos de ligaom entre clusulas e ora-
ons, o galego-portugus pode utilizar conjunons (e locuons conjuntivas), advrbios (e
locuons adverbiais), preposions (e locuons prepositivas) e diversas construons ver-
bais. De todos estes conetores ou elementos conetivos, a seguir se oferece umha seleom
guiada polos critrios de representatividade no discurso especializado e de contrastividade
com o castelhano.
e682
Nom possuem [os amiloplastos] pigmentos e a sua estrutura extremamente simples.
(Biologia Celular: 441)
Se A estiver contido em B sem se identificar com B, escreve-se A B (ou B A) e di-se que A
um subconjunto prprio de B [...]. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
Os produtos provenientes de peixes inteiros doseiam em geral 60 a 70% de protenas (em mdia
65%) e os resultantes de resduos da indstria conserveira contenhem 50-60% (em mdia 55%).
(ELBC: s.v. farinha)
Este mesmo anatmico [Th. Wharton] descreveu-lhes [s glndulas suprarrenais] umha cavi-
dade, e Valsalva (1666-1723) dixo ter observado um ducto excretor. (ELBC: s.v. glndulas supra-renais)
Os mitocndrios das clulas de msculo som particularmente proeminentes e foi nessas clulas
que os citologistas da segunda metade do sc. XIX inicialmente os detetrom, dando-lhes o nome de
sarcossomas. (ELBC: s.v. mitocndrios)
enfim, finalmente
Os movimentos de sdio e potssio contra gradiente atravs da membrana celular do glbulo
vermelho humano [...] tenhem duas caratersticas importantes: som acoplados entre si e acoplados
sntese-hidrlise de ATP. [...] Finalmente, quando se fragmentam e isolam membranas de glbulos ver-
melhos humanos, o preparado obtido tem umha atividade ATP-sica [...]. (Biologia Celular: 95)
Apesar dos estudos feitos, ignora-se ainda o primum movens da doena [da catarata]. Culpam-se
as irradiaons, como na catarata dos sopradores de vidro, na catarata devida aos raios X, s descargas
eltricas, etc. Culpam-se as intoxicaons, como nos envenenamentos pola naftalina, polo tlio, polo
682
Nas listagens enumerativas compostas por unidades lexicais utilizam-se como nexos as conjunons copula-
tivas e e nem (ex.: Nem populaons arcaicas nem o H. neanderthalensis devem ter contribudo para o genoma
humano moderno. [s.v. homem]). A locuom copulativa e mais nom pertence lngua formal e, portanto, est
ausente do discurso tcnico-cientfico.
402 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
dinitrofenol, polo ergotino, etc. [...] Culpam-se, enfim, vrios estados de carncia e defeitos da nu-
triom. (ELBC: s.v. catarata)
Aumento da concentraom do sangue que se traduz essencialmente por aumento: do nmero
de glbulos vermelhos e brancos por unidade do volume, do teor em hemoglobina da srie rubra, do
valor globular desta srie e, enfim, do peso especfico do sangue total. (ELBC: s.v. hemoconcentrao)
j
Do ponto de vista medicinal tem-se atribudo ao lpulo propriedades sedativas, hipnticas e bac-
tericidas. Tambm se lhe tenhem atribudo propriedades teis no tratamento da caspa e da tinha, na
cicatrizaom de chagas do coiro cabeludo e no crescimento do cabelo. Nom clara a natureza dos
constituintes com aom sedativa, embora se tenha verificado que o metilbutenol tem um efeito nar -
ctico nos ratos. J no que respeita atividade bactericida, h indicaons de que esteja associada aos
derivados ceto-enlicos relacionados com o floroglucinol. (ELBC: s.v. lpulo)
por um lado
Quanto China, h umha certa divergncia de opinions quanto antigidade do uso do al -
godom. Por um lado, alguns citam que num escrito datado de 2200 anos a.C. se trata do algodom e
dos tecidos feitos com a sua fibra; outros autores dim que os Chineses [...]. (ELBC: s.v. algodo)
ainda
Serm, ainda, referidas algumhas afeons em que a disfunom autonmica poda ser con-
seqncia de doena localizada no SNA perifrico [...]. (Colquio/Cincias, 23: 64)
s protenas bcl-2 tenhem sido ainda atribudas funons de controlo da formaom de ROS e de
inibiom da libertaom de Ca2+ dos reservatrios intracelulares. (Colquio/Cincias, 25: 82)
H ainda a considerar outras classificaons [das bombas] segundo o fim a que se destinam, ou
consoante a natureza do fluido ou a do agente mecnico usado ou ainda segundo o nome do autor
ou da casa construtora. (ELBC: s.v. bomba FS.)
Numha carburaom perfeita, alm desta dosagem correta, torna-se ainda necessrio obter a me-
lhor vaporizaom do carburante e umha boa homogeneidade da mistura para se conseguir umha
combustom completa. (ELBC: s.v. carburador)
As resinas convertveis por catlise som ou do tipo ureia-formaldedo, melamina-formaldedo,
ou ainda polisteres insaturados. (ELBC: s.v. tinta)
igualmente
O estudo [dos compressores axiais ou em hlice] igualmente vetorial e o seu aspeto o das fig.
8 e 9, em que se v ser o compressor constitudo por umha srie de rodas motoras intercaladas com
diretrizes igualmente munidas de palhetas. (ELBC: s.v. compressor)
mesmo
Nas clulas em que ocorre um aumento da expressom do gene bcl-2 observa-se umha maior to-
lerncia ao Ca2+ no mitocndrio, o que sugere que alguns membros desta famlia de protenas podam
formar um canal inico ou umha bomba inica capaz de manter o potencial de membrana do mi-
tocndrio, mesmo quando a concentraom intracelular de Ca 2+ est aumentada. (Colquio/Cincias,
25: 82)
O facto de as caspases serem expressas constitutivamente em todas as clulas, mesmo em clulas
ps-mitticas, como os neurnios, e de a apoptose poder ser induzida rapidamente, sugere que estas
proteases som reguladas com grande eficincia e precisom. (Colquio/Cincias, 25: 83)
nem
O esquema 9 simplificado. Nom inclui sistemas de transporte de molculas neutras, nem som
indicados mecanismos de controlo dos diferentes translocadores [...]. (Biologia Celular: 99)
Assim, nom entram em lise nem libertam o seu contedo para o meio extracelular e nom desen-
cadeiam qualquer reaom inflamatria. (Colquio/Cincias, 25: 77)
Estes catalisadores [as enzimas] nom podem, por isso, desencadear reaons que nom sejam ter-
modinamicamente possveis, nem determinar a direom em que ocorre umha dada reaom qumica.
(ELBC: s.v. enzimas)
tambm na matriz que se encontra o ADN mitocondrial, assim como todos os componentes ne-
cessrios sua replicaom e transcriom, bem como os ribossomas mitocondriais e sistemas impli-
cados na sntese proteica que ocorre nos mitocndrios. (ELBC: s.v. mitocndrios)
Estas soluons [mordentes] contenhem em regra um sal de um metal trivalente (alumnio,
crmio, ferro), alm de certos outros sais de cobre, nquel, zinco ou antimnio, assim como fosfatos,
silicatos, estanhatos ou arsenatos usados para ajudar a fixaom do mordente, diminuindo-lhe a solu-
bilidade, e ainda cidos ou bases para ajustamento do pH. (ELBC: s.v. mordente)
nom s (= apenas) ..., mas (= como) tambm (= ainda) [= cast. no slo ..., sino tam-
bin]
Portanto, as colisons galcticas podem conduzir nom s ao nascimento de novas estrelas, como
tambm ao nascimento de novos enxames globulares. (< Therefore, gallactic collisions may lead to
the birth not just of new stars but also of new globular clusters. Scientific American, Out. 2003)
de notar que a oxidaom do carbono dos nodos contribui nom s para a manutenom da alta
temperatura da clula de eletrlise, mas tambm para quase metade da energia livre necessria re-
duom da alumina segundo a reaom [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Contodo, se a presena do metabolito secundrio conferir algumha vantagem seletiva planta,
que lhe permita maior sucesso competitivo num determinado hbitat, entom a forma possuidora da
via modificada poder nom s sobreviver como tornar-se a forma dominante desse hbitat. (ELBC: s.v.
metabolismo)
Em todas as ilhas acabadas de referir h vulcanismo ativo, sendo digna de nota a sucessom de
erupons que ali tivrom lugar nas ltimas dcadas [...]. (ELBC: s.v. vulco)
Forma verbal acresce [a todo isso] como conetor aditivo interoracional (com o
valor de dever, ainda, ser considerado)
[Cerca de] 75% dos cidos gordos do pescado som insaturados, o que, s por si, muito interes-
sante para a sade; acresce que a natureza dessa gordura insaturada, onde abundam cidos gordos
multipoli-insaturados da srie -3 [mega 3], torna o pescado excecionalmente vantajoso para a
sade arterial e para a prevenom da aterosclerose. (ELBC: s.v. pescado)
683
Conetores de sentido contrrio (restritivo) som exceto, exceom de e com a exceom de: O ncleo dorsal
motor do Vago est localizado no bolbo, Fig. 1, e envia todas as fibras pr-ganglionares para os rgaos intrato -
rcicos e intra-abdominais incluindo o aparelho gastrointestinal, Fig. 2, com a exceom do sigmoide e da por-
om anorretal. (Colquio/Cincias, 23: 64).
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 407
quanto a
Quanto s respostas numricas dos predadores, medem-se pola variaom da densidade destes
em relaom das presas e podem ser devidas tanto a fenmenos comportamentais imediatos de
agregaom como a variaons da taxa de crescimento dos predadores [...]. (Ecologia das Populaes e
das Comunidades: 122)
Os dados que continuamente surgem quanto s relaons estruturais e funcionais, particular-
mente a nvel perifrico, do SNA abrem novas perspetivas de avaliaom clnica e laboratorial, bem
como a abordagem de doenas e disfunons [...]. (Colquio/Cincias, 23: 64)
Trs modos principais som de notar quanto implantaom [dos dentes], que pode ser: acro-
donte [...]. (ELBC: s.v. dente)
252.4. Confirmaom
Certos elementos de ligaom entre oraons, de carter parattico, servem para intro-
duzir um membro que refora ou reafirma o afirmado no membro anterior. Estes ele-
mentos de ligaom confirmativos som a conjunom e e os conetores adverbiais e preposi-
cionais efetivamente, com efeito, de facto e na verdade (tambm a locuom verbal claro que).
efetivamente
Efetivamente, se certo que a maior parte dos protozorios som organismos livres, elevado n-
mero de entre eles comporta-se como parasitas de outros seres vivos. (ELBC: s.v. protozorio)
com efeito
408 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
Um modelo semelhante a este explica bem as principais caratersticas de muitos dos grandes ja -
zigos minerais formados no fundo dos mares do passado [...]. Com efeito, os jazigos desta famlia
(sulfuretos macios vulcanognicos) caraterizam-se polo seu carter macio, sendo extremamente
raro ( escala mundial) discernirem-se quaisquer restos de chamins, ou at mesmo de produtos de
oxidaom destas. (Colquio/Cincias, 23: 47, 48)
Sobre umha provvel terceira seqncia de sinalizaom celular, baseada no PI(3,5)P 2, pouco se
sabe, embora haja dados experimentais que apoiam a sua existncia. Com efeito, constata-se que a
sntese deste fosfolpido de inositol marcadamente regulada em certas situaons, como seja, p. ex.,
em resposta ao efeito de um stress osmtico. (ELBC: s.v. inositol)
de facto
Apesar de apoptose e necrose serem habitualmente consideradas como modos distintos de
morte celular, tanto do ponto de vista morfolgico como conceptual, existe hoje umha crescente
quantidade de dados experimentais que mostra que nom existe umha dicotomia entre os dous tipos
de morte. De facto, eles representam os extremos de um espetro contnuo de possibilidades [...]. (Co-
lquio/Cincias, 25: 77)
na verdade
O facto de a vorticidade ser umha funom da curvatura das linhas de corrente e da variaom da
velocidade ao longo da normal torna-a umha grandeza de muita importncia para a meteorologia,
por permitir estimar, a partir das cartas meteorolgicas, a divergncia e a convergncia na atmosfera.
Na verdade, dada a relaom entre estas grandezas e as variaons da pressom atmosfrica, a sua esti -
mativa constitui um dos maiores problemas a ter em conta no desenvolvimento de qualquer tcnica
de previsom do tempo. (ELBC: s.v. vorticidade)
claro que
claro que na interaom hospedeiro/patognio a morte celular um acontecimento comum,
quer na resistncia, quer na suscetibilidade, dependendo do ciclo de vida do patognio em causa.
(ELBC: s.v. hipersensibilidade, resposta de)
684
Dentre os geossinnimos enquanto e mentres, ambos existentes na Galiza, selecionamos o primeiro por
coincidir com o luso-brasileiro.
685
Nos textos tcnico-cientficos, para indicar o densenrolar simultneo de duas aons ou de dous processos,
muito freqente o emprego do conetor preposicional ao mesmo tempo que, e nom tanto como na lngua co-
mum o da forma conjuntiva enquanto, a qual, nos textos tcnico-cientficos, surge com mais freqncia com o
valor de contraste antittico.
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 409
bial e pola respetiva subordinante, com independncia da relaom temporal que se estabe-
lea entre elas).
e
medida que as clulas se multiplicam, vam-se aproximando do lmen do cino, aumentando
de volume, o citoplasma carrega-se de numerosas gotas adiposas e o ncleo torna-se vesiculoso e de-
genera. A clula rompe-se e expulsa com o seu produto de secreom (secreom holcrina). (ELBC:
s.v. glndulas sebceas)
depois
Durante o dia h um aumento progressivo da temperatura, depois esta estaciona, a seguir baixa
progressivamente at atingir um nvel mnimo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta
a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo)
quando
Quando a queimadura tiver arrefecido, retire as roupas, sapatos, cintos ou joias restritivas da rea
afetada antes que esta comece a inchar. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 988)
Quando a ARN-polimerase I e o fator de elongaom atingem a seqncia nucleotdica correspon-
dente ao stio de terminaom, estes libertam-se da cadeia do ADNr originando a terminaom da sn-
tese. (Biologia Celular: 168)
entretanto
Baseado na observaom do emparelhamento obrigatrio das bases constituintes dos nucle-
tidos que componhem o ADN, A-T, G-C, e no dado entretanto j adquirido das respetivas proporons
constantes caratersticas de cada espcie, Francis Crick avanou a hiptese de que o ADN genmico de
cada clula contm em si a capacidade de se autoduplicar. (Biologia Celular: 133)
em seguida = a seguir
O facto de nom terem sido descritos melanossomas livres nos espaos intercelulares parece con-
trariar a hiptese de que os melanossomas som primeiramente expulsos para aqueles espaos e, em
seguida, fagocitados. (Biologia Celular: 309)
Em Portugal um exemplo paradigmtico desta variaom do interesse econmico de determi-
nada substncia mineral a exploraom do volfrmio, que atingiu o seu auge durante a II Guerra
Mundial e praticamente desapareceu em seguida, na seqncia da crise dos mercados mundiais nos
anos 60. (ELBC: s.v. jazigo mineral)
Utilizam-se instalaons contnuas ou descontnuas, mas, em todas elas, o metal separado dos
restantes produtos (dixido de enxofre, cido sufuroso e cido sulfrico) por condensaom em reci-
pientes de madeira, sendo em seguida purificado por lavagem com umha soluom de cido ntrico
seguida de destilaom. (ELBC: s.v. mercrio)
Contodo, a topologia atual deve reconhecer em Riemann o seu fundador e em Cantor o autor
de algumhas das suas definions fundamentais, primeiro sobre a reta, em seguida no espao eucli-
diano a n dimensons. (ELBC: s.v. topologia)
Obtm-se [o xnon] como produto secundrio no processo de destilaom fracionada do ar li-
quefeito, juntamente com o oxignio, o crpton, o acetileno e outros hidrocarbonetos presentes,
sendo em seguida separado por um processo de vaporizaom flash e absorom em gel de slica e
carvom ativado. (ELBC: s.v. xnon)
410 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
Durante o dia h um aumento progressivo da temperatura, depois esta estaciona, a seguir baixa
progressivamente at atingir um nvel mnimo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta
a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo)
logo que = assim que (indicativos de posterioridade imediata; = cast. en cuanto, tan
pronto como)
No primeiro [no reservatrio], que se encontra pressom atmosfrica em virtude de comunicar
com o ambiente por um orifcio, existe um flutuador com umha haste superior que fecha umha vl-
vula de entrada de carburante logo que este atinge um certo nvel no seu interior e volta a abrir logo
que este desce. (ELBC: s.v. carburador)
Nos motores Diesel, na fase de admissom apenas se introduz ar nos cilindros, sendo este ar na
fase seguinte comprimido a altas pressons que lhe elevam a temperatura at nveis capazes de in-
flamar espontaneamente o combustvel logo que, posteriormente, este seja introduzido mediante
pulverizaom (injetores). (ELBC: s.v. motor)
Quando num destes ltimos [cristal anistropo biaxial] incide umha onda plana, ela desdobra-se
em geral em duas ondas que se podem determinar pola construom de Huygens logo que se conhea
a superfcie de onda emitida por cada fonte pontual [...]. (ELBC: s.v. refraco)
As sanguessugas parasitas som-no habitualmente de forma temporria, abandonando o hospe-
deiro logo que terminem a sua refeiom. (ELBC: s.v. sanguessugas)
Algumhas zonas hmidas [= cast. humedales] tropicais o Pantanal da Amrica do Sul, por ex-
emplo ficam quase ressequidas durante a estaom seca, mas parecem enormes lagos assim que co-
mea a chover (Grande Enciclopdia Animal: 67)
A infestaom por piolhos provoca comichom intensa e desagradvel. Nom grave mas deve
ser tratada assim que se deteta. (Folheto Piolhos. Farmcia da Famlia distribudo pola portuguesa
Associao Nacional das Farmcias)
enquanto
O cido fosfoglicrico usado em diferentes vias: enquanto umha parte utilizada na sntese
do amido e da sacarose, a outra utilizada na regeneraom da ribulose-1,5-bifosfato. ( Biologia Ce-
lular: 440)
Na ordem Adeleida Wenyon os microgametcitos ligam-se precocemente aos macrogamet-
citos, enquanto se d a formaom dos gmetas, fenmeno este designado por sizgia. (ELBC: s.v. ga-
mogonia)
medida que
medida que as clulas se multiplicam, vam-se aproximando do lmen do cino, aumentando
de volume, o citoplasma carrega-se de numerosas gotas adiposas e o ncleo torna-se vesiculoso e de -
genera. (ELBC: s.v. glndulas sebceas)
medida que os sedimentos, incluindo os restos orgnicos, se depositrom uns sobre os outros,
ou seja, medida que a subsidncia aumentou, a matria orgnica foi ficando sujeita a pressons e
temperaturas cada vez mais elevadas [...]. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 411
desde que
Desde que o surto foi identificado, h mais de um ms, muitas das vtimas mortais tenhem sido indi-
vduos com antecedentes de doenas infeciosas ou idades avanadas. (Pblico, 15.4.2003: 26)
sempre que
Sempre que existem pontuaons, os plamodesmos ocorrem preferencialmente a nvel destas.
(Biologia Celular: 431)
Este processo ocorre sempre que nas clulas a relaom NADPH/NADP+ elevada, nom sendo, por
isso, necessrio produzir mais nucletidos reduzidos. (Biologia Celular: 439)
contodo
As formas de tirosinase T1, T2 e T3 distinguem-se por diferenas na recombinaom das subs -
tncias proteicas que as constituem, pola atividade relativa, pola massa molecular, [...]. Contodo,
todas exercem atividades tirosinsica e dopaoxidsica. (Biologia Celular: 304)
Existem, contodo, algumhas limitaons que som de ponderar quanto ao seu uso para avaliar o
simptico [...]. (Colquio/Cincias, 23: 67)
a pesar de (que)
Apesar de grande, [a mamba-negra] muito gil, deslizando com facilidade polos arbustos e r -
vores. (Grande Enciclopdia Animal: 392)
Apesar de apoptose e necrose serem habitualmente consideradas como modos distintos de
morte celular, tanto do ponto de vista morfolgico como conceptual, existe hoje umha crescente
quantidade de dados experimentais que mostra que nom existe umha dicotomia entre os dous tipos
de morte. (Colquio/Cincias, 25: 77)
Por exemplo, os cristais do gs raro rgon som considerados como moleculares, apesar de os ns
da rede serem tomos, unidos por foras de London. (Colquio/Cincias, 25: 27)
Apesar da enorme diversidade estrutural que carateriza as muitas centenas de milhar de metabo-
litos secundrios que ocorrem na natureza, eles som sintetizados a partir de um nmero muito redu-
zido de precursores [...]. (ELBC: s.v. metabolismo)
a despeito de
Na fase II, inicialmente a reduom do retorno venoso e do volume sistlico leva diminuiom do
dbito cardaco a despeito da taquicardia causada pola retirada do efeito vagal no ndulo sinusal.
(Colquio/Cincias, 23: 67)
A concentraom plasmtica de noradrenalina, a despeito das inmeras crticas de que foi e
alvo, constitui o mais duradoiro e fivel ndice da atividade simptica. (Colquio/Cincias, 23: 67)
nom obstante
Nom obstante a sua diversificaom em trs tipos distintos, quanto morfologia geral, os Des-
dentados apresentam, entre outras, as seguintes caratersticas fundamentais comuns: dentadura se-
cundariamente homodonte, [...]. (ELBC: s.v. Desdentados)
locomotiva. Veculo de traom ferroviria destinado a rebocar as composions dos comboios.
Quanto origem da fora motriz que utiliza, distinguem-se: a) Locomotiva a vapor, hoje cada em de-
suso por motivos econmicos, nom obstante os apreciveis progressos tcnicos incorporados e a ex-
pressiva dimensom mtica atingida na primeira metade do sc. XX. (ELBC: s.v. locomotiva)
se
Efetivamente, se certo que a maior parte dos protozorios som organismos livres, elevado n-
mero de entre eles comporta-se como parasitas de outros seres vivos. (ELBC: s.v. protozorio)
Todas as espcies [de sanguessugas] se alimentam de matria animal, mas, se a maioria exclusi-
vamente sangvora, existem outras que tenhem hbitos predadores, alimentando-se de presas vari-
adas (minhocas, pequenos moluscos, larvas de insetos, etc.), que ingerem vivas e muitas vezes na to-
talidade. (ELBC: s.v. sanguessugas)
Estas espcies, designadas por clatratos, embora tenham umha composiom qumica bem defi-
nida, nom se podem considerar verdadeiros compostos, na medida em que som asseguradas por
foras de Van der Waals, muito mais fracas que as ligaons qumicas vulgares. (ELBC: s.v. xnon)
porm
Segundo alguns autores, o movimento dos complexos celulose-sintetase deve-se fluidez da
membrana, tendo os microtbulos um papel orientador desse movimento. Outros, porm, propo-
nhem a ligaom dos complexos enzimticos aos microtbulos corticais por meio de ligaons inicas.
(Biologa Celular: 428, 430)
[O leirom-dos-pomares ] Principalmente noturno, porm ativo depois do amanhecer. (Guia
Fapas dos Mamferos: 277)
O osso foi apurado biolgica e mecanicamente por um processo que dura h milhons de anos,
enquanto os materiais feitos polo home tenhem marcas de alguns milhares de anos, se conside-
rarmos que a idade do bronze (cerca de 3000 a.C.) o primeiro indcio da nossa capacidade de pro-
duzir materiais novos, ou seja, diferentes dos que a natureza coloca nossa disposiom, como o
barro, a madeira, o cobre e o ouro. Porm, s com a revoluom industrial, contempornea de outras
grandes revoluons que marcrom o nosso destino coletivo, como a revoluom americana [por: esta-
do-unidense] (1773-1776) e a revoluom francesa (1789), se d corpo produom massiva de arte-
fatos em ferro para fins nom blicos [...]. (Colquio/Cincias, 23: 34)
Os recetores pr-ganglionares colinrgicos som, tal como no SNS, nicotnicos. Os ps-ganglio-
nares, porm, som muscarnicos. (Colquio/Cincias, 23: 64)
A possibilidade de cultivar tecidos em meios artificiais [...] deu ao bilogo a ideia de se ter desco -
berto um mtodo que lhe permitiria resolver todos os grandes problemas relativos atividade celular.
Infelizmente, porm, e por vrias razons, tal nom sucedeu. (ELBC: s.v. biologia)
Um catalisador nom modifica a posiom final do equilbrio qumico de umha reaom reversvel
[...]. Pode, porm, ajudar a estabelecer esse equilbrio mais rapidamente. (ELBC: s.v. catlise)
no entanto
O mercado tambm influi, de duas maneiras, sobre a diversidade. Por um lado, impom umha pa-
dronizaom dos produtos vendidos (diversas farinhas, tapioca e outros) mais rgida que no caso do
autoconsumo, levando os agricultores a descartarem variedades que nom correspondem demanda.
No entanto, em funom da diversidade dos produtos comercializados (farinha de gua, farinha seca,
tapioca, goma, tucupi, macaxeira), o mercado tambm contribui para manter a diversidade num
certo patamar. (Cincia Hoje, 187: 32)
O amonaco anidro apresenta, em relaom aos outros adubos azotados, a vantagem de ter mais
elevada percentagem de N c. 82% e um mais baixo preo de custo de fabrico. No entanto, o
facto de se apresentar, nas condions normais de pressom e temperatura, na forma gasosa obriga a
que tenha de ser liquefeito sob pressom e acondicionado em recipientes capazes de suportar elevadas
pressons. (ELBC: s.v. amonaco)
Se A estiver contido em B sem se identificar com B, escreve-se A B (ou B A) e di-se que A
um subconjunto prprio de B (observe-se, no entanto, que tambm se usa a notaom A B com o sig-
nificado que aqui damos a A B). (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
A configuraom molecular do fsforo vermelho nom bem conhecida, pensando-se no entanto
que seja constitudo por vrias modificaons cristalinas polimricas e material amorfo. (ELBC: s.v. fs-
foro)
Igualmente importantes som as funons inversas das funons circulares e das funons hiperb-
licas. Notar, no entanto, que para definir a inversa de f: A ==> B, deve esta funom aplicar biunivoca-
mente A sobre B, o que obriga a certas restrions na definiom das funons circulares inversas e hi-
perblicas inversas. (ELBC: s.v. funo)
A mobilidade do mercrio nos solos, assim como a sua toxicidade para as plantas, depende da
forma em que se encontra. De facto, as formas orgnicas som simultaneamente mais mveis e txicas
do que as inorgnicas. No entanto, o mercrio considerado como um elemento relativamente est-
tico no solo, com umha mobilidade situada, em mdia, entre a do chumbo (mais imvel) e a do
zinco. (ELBC: s.v. mercrio)
entretanto
Todo isto tem a desvantagem, em relaom plasticina, de nom se poderem obter as peas iso -
ladas (os tomos) com os tamanhos relativos que convm dar-lhes. Existem, entretanto, no mer-
cado, caixas com coleons de peas soltas, de formas, cores e tamanhos apropriados [...]. (Cadernos de
Iniciao Cientfica: 85)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 415
todavia
Como precursores do ADN usados em autorradiografia para o estudo da proliferaom celular, Le-
blond e o seu grupo tentrom primeiro, nos anos quarenta, o fosfato-P 32 que captado polo ADN no
decurso da sua sntese. Todavia, o mtodo nom especfico, porque outras substncias podem incor-
porar aquele composto. (Biologia Celular: 332)
O canal K-ATP bloqueado por concentraons de ATP da ordem dos mM (Fig.16), ou seja, da
ordem de grandeza das concentraons que se pensa existirem no citossol. Este bloqueio nom parece
ser devido fosforilaom do canal, pois derivados do ATP incapazes de servirem como substratos de
fosforilaom continuam, todavia, a bloque-lo. (Colquio/Cincias, 15: 27)
At h poucos anos esta possibilidade seria liminarmente afastada, e todos os contactos serpenti-
nito/sedimento interpretados como devidos a atividade tectnica. Todavia, curioso que nom te-
nham sido descobertos depsitos como os do campo Rainbow, fisicamente semelhantes aos encai-
xados em basaltos, nos ofilitos mais bem preservados, de idade Mesozoica ou Terciria.
(Colquio/Cincias, 23: 52)
Dissolve-se [o ouro], com algumha dificuldade, numha mistura de cidos ntrico e clordrico
(gua rgia), formando cido clorourico, HAuCl 4, e tambm em cido selnico, reaom que, to-
davia, nom tem interesse prtico. (ELBC: s.v. ouro)
O hlio lquido de obtenom dispendiosa, mas em certas aplicaons a sua utilizaom compen -
saria. As experincias cedo mostrrom, todavia, que, se um metal supercondutor, levado a umha tem-
peratura inferior a Tc, for sujeito a um campo magntico superior a certo limite, o estado de super -
condutividade desaparece, pasando o metal ao estado normal. (ELBC: s.v. supercondutividade)
pode incitar-nos a trabalhar para que o nosso planeta seja de novo saudvel. (Grande Enciclopdia do
Oceano: 8)
E o prprio Einstein escreve em 1930, Nom considero que o principal significado da teoria da
relatividade geral seja a previsom de alguns pequenssimos efeitos observveis, mas antes a simplici-
dade dos seus fundamentos e a sua consistncia. (Colquio/Cincias, 16: 15)
Existem razons para crer que, em grande parte dos casos, a informaom processada polos neur-
nios nom se encontra codificada diretamente nos potenciais de aom individuais, mas sim na sua
freqncia instantnea de ocorrncia. (Colquio/Cincias, 23: 6)
E possvel que descontinuidade ssmica de Mohorovii, nos oceanos, corresponda nom
umha passagem de rochas baslticas a rochas ultramficas, mas sim umha frente de serpentinizaom
no interior destas ltimas. (Colquio/Cincias, 23: 44)
As clulas onde tem origem o fluxo pr-sinptico para os gnglios perifricos projetam-se nos
neurnios das colunas intermdio-laterais da medula, sem morfologicamente constiturem um feixe,
mas antes mltiplos ncleos celulares, Fig. 2. (Colquio/Cincias, 23: 62)
Nas modernas tcnicas anestsicas procura-se conseguir o grau adequado de anestesia, nom
com um nico anestsico, mas com o emprego de combinaons de vrios anestsicos e ainda pola
utilizaom de outros frmacos adjuvantes. (ELBC: s.v. anestsicos)
O Estado [brasileiro do Cear] nom possui propriamente rios, mas sim torrentes, que podem ser
denominadas ravinas ou rios temporrios, ficando reduzidas, na poca das secas, a poos isolados,
quando nom desaparecem por completo. (ELBC: s.v. Cear)
interessante constatar que, tal como observado nas junons celulares do tipo gap junction [=
junom de hiato], os poros dos plasmodesmos nom som meros orifcios, mas antes estruturas com-
plexas que possuem a propriedade de regular a abertura do poro. (ELBC: s.v. junes celulares)
Dizer que um produto secundrio nom tem significado biolgico apenas por nom ter umha
funom metablica bvia na planta que o sintetiza umha opiniom, polo menos, pouco imaginativa.
A funom do produto secundrio pode mesmo nom estar associada bioqumica da planta que o
produz, mas antes bioqumica de outros organismos que ocupam, ou ocuprom, o mesmo hbitat.
(ELBC: s.v. metabolismo)
[...] na calcite, terceiro termo da escala de Mohs, a dureza nas faces {0001} nom igual a 3, mas
sim igual a 2. (ELBC: s.v. Mohs, escala de)
Nos objetos de arte e de luxo nom se utiliza ouro puro por ser excessivamente macio e sim
umha liga com cobalto, nquel e prata. (ELBC: s.v. ouro)
Da a produom generalizada de gasolina sem chumbo nom tanto para reduzir, original-
mente, a poluiom polo chumbo, mas antes para permitir o funcionamento dos escapes catalticos.
(ELBC: s.v. poluio pelos escapes do motor a gasolina)
O xito da epopeia portuguesa exigiu se congregassem todas as potencialidades da Naom e por
isso nom temos, at ao sc. XVIII, umha investigaom desinteressada, mas antes um imenso esforo ci-
entfico de conjunto ao servio daquela causa. (ELBC: s.v. Portugal. Cincias exactas e naturais)
Assim, a nossa posiom na histria das cincias, do sc. XV ao sc. XVIII, nom se carateriza polo
aparecimento de grandes figuras isoladas, mas sim por termos criado ou recriado os mtodos para a
investigaom cientfica, alargando a sua amplitude, e fornecendo importantes dados e resultados, e,
acima de todo, pola sua contribuiom global para a nossa obra coletiva: a criaom de um Mundo
Novo. (ELBC: s.v. Portugal. Cincias exactas e naturais)
Hopkins propujo a existncia, em certos alimentos, de um ou mais fatores acessrios essenciais
nutriom animal, os quais, ao contrrio dos macronutrientes principais, nom som usados na pro-
duom de energia metablica, mas no desempenho de funons especializadas no organismo. (ELBC:
s.v. vitaminas)
Com efeito, o conjunto vocabular do portugus nunca se mantivo estacionrio, antes evo-
luiu constantemente num ritmo ora mais, ora menos acelerado, evoluom que nom chegou ainda ao
seu termo e que representa o esforo comum de homes procedentes de ambientes geogrficos e so-
ciais muito diversos. (Estudos de Lingustica Histrica Galego-Portuguesa: 9)
Esclarecido o jogo retrico, a mxima j nom discorda da opiniom corrente, mas antes a corro-
bora. (Sobre Literatura: 71)
[...] salvo que Wilkins nom queria combinar letras privadas de significado para conferir um nome
a cada indivduo, mas antes queria combinar os que ele e outros denominavam por carateres reais
[...]. (Sobre Literatura: 120)
Estas caratersticas nom som explicveis por processos magmticos, antes sugerindo que tais mi-
neralizaons (incluindo jazigos famosos como Langmuitor, no Canad, e Kambalda, na Austrlia)
podam ter tido origem em processos anlogos aos dos campos hidrotermais submarinos atuais. (Co-
lquio/Cincias, 23: 52)
A freqncia cardaca e a pressom arterial em repouso nom som rigorosamente constantes, nem
variam de modo aleatrio, mas, polo contrrio, exteriorizam periodicidades com freqncias razoa-
velmente constantes. (Colquio/Cincias, 23: 68)
Contrariamente aos outros fatores de transcriom, o NF-kB nom est, normalmente, presente
no ncleo, mas encontra-se no citoplasma em associaom com protenas inibidoras designadas por
IkB. (Colquio/Cincias, 25: 81)
No entanto, o sentimento nacionalista [na Estnia] tal como nos outros pases blticos
nunca se apagou (recorde-se a destituiom do governo estnio, em 1950, acusado de desvio nacio-
nalista), antes se foi reforando, nomeadamente polas manifestaons de repdio polo pacto germa-
no-sovitico de nom-agressom, cujas clusulas secretas colocrom a Estnia na rbita sovitica.
(ELBC: s.v. Estnia)
Embora o Home use medicamentos desde tempos muito recuados, como cincia a Farmcia
recente [...] e ocupa umha posiom interdisciplinar, sendo, por vezes, difcil delimit-la em relaom s
cincias mdicas que lhe som mais afins, tais como a Fisiologia, a Bioqumica, etc., tanto mais que
nom tem umha metdica experimental prpria, antes adotando os mtodos prprios de outras disci-
plinas. (ELBC: s.v. farmacologia)
crvel que os neandertais nom derivem de populaons previamente estabelecidas na Europa,
antes descendam de outra vaga de imigrantes africanos. (ELBC: s.v. homem)
A prega da virilha nom retilnea, antes tem a forma de um S itlico cujo comprimento em linha
reta c. 10 a 12 cm no home, e de 11 a 13 cm na mulher. (ELBC: s.v. virilha)
Em Anatomia Comparada o vmer um osso lanado no espao que est compreendido entre
o pr-maxilar e a regiom esfenoidal, suportando o mesetmoide; raramente fai parte do palato secun-
drio, antes se coloca, geralmente, num plano mais dorsal [...]. (ELBC: s.v. vmer)
ora (bem)
O hidrxido de alumnio separado da soluom por decantaom e filtraom, lavado e calcinado
seguidamente a temperaturas entre 1200 C e 1350 C, obtendo-se finalmente alumina, Al 2O3, com
elevada pureza. [...] Ora, o alumnio pertence ao grupo dos metais reativos, em que h que utilizar tc-
nicas de extraom especiais, sendo umha delas a eletrlise em meio nom aquoso, i. , utilizando como
eletrlito um banho de sais fundidos a elevadas temperaturas (eletrlise gnea). (ELBC: s.v. Alumnio)
enquanto (que)
Enquanto algumhas das clulas definitivas mantenhem a sua parede celular primria [...], outras
h que desenvolvem parede celular secundria [...]. (Biologia Celular: 425)
Enquanto que as populaons das Ilhas Canrias estm bem estabelecidas, nom se sabe se o
mesmo se passa com as restantes populaons do continente europeu. (Guia Fapas dos Mamferos: 25)
Simultaneamente, e em contraste com os normais, a resposta cronotrpica est ausente, en-
quanto nos normais desce devido ao efeito do barorrecetor. (Colquio/Cincias, 23: 68)
A supressom da apoptose um dos mecanismos polos quais surge a proliferaom celular nom
controlada, caraterstica das neoplasias, enquanto a ativaom da apoptose est envolvida na etiopato-
genia das doenas neurodegenerativas [...]. (Colquio/Cincias, 25: 77)
ders piorar..
418 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
As mutaons de bcl-2, que inibem a capacidade de se ligar a bax, diminuem a capacidade de pre-
venir a apoptose, enquanto bax promove a apoptose a nom ser que seja neutralizado pola ligaom a
bcl-2 ou bcl-XL. (Colquio/Cincias, 25: 78)
As soluons de cido ciandrico conservam-se mal em contacto com a luz; vestgios de bases ou
de cianeto de potssio aceleram a decomposiom, enquanto os cidos a retardam. (ELBC: s.v. cido cia-
ndrico)
O seu princpio de funcionamento [o do auscultador] idntico ao dos altifalantes, mas en-
quanto estes necessitam de grandes potncias eltricas para o seu funcionamento e irradiam ondas
sonoras intensas para o meio ambiente, os auscultadores telefnicos consomem pequenas potncias
eltricas e s se destinam pessoa que os estiver a utilizar. (ELBC: s.v. auscultador)
Estas duas fraons tenhem aons diferentes: enquanto o LDL-colesterol o responsvel pola
agressom arterial, o HDL-colesterol tem um papel protetor por remover os depsitos de colesterol da
parede arterial. (ELBC: s.v. colesterolmia)
Enquanto Ptolomeu imaginou um sistema geocntrico, em que o Sol e os restantes corpos ce-
lestes orbitavam volta da Terra, Coprnico colocou o Sol no centro do sistema, com a Terra e os
outros planetas a descreverem rbitas circulares. (ELBC: s.v. Coprnico, Nicolau)
Utilizam-se tambm prefixos ou sufixos de letras minsculas para indicar certas caratersticas: o
prefixo c designa os espetros de riscas muito finas (supergigantes), enquanto g indica o das gigantes
[...]. (ELBC: s.v. Harvard, classificao de)
A derivaom dos chimpanzs situa-se entre 6,3 e 7,7 Ma, enquanto o antepassado comum com
os gorilas ter vivido entre 8 e 10 Ma, com a separaom h, polo menos, 8 Ma. (ELBC: s.v. homem)
Assim, enquanto que os taninos condensados ocorrem quase universalmente nos fentos e nas
gimnosprmicas e som de distribuiom generalizada, nas angiosprmicas (especialmente rvores e
arbustos) os taninos hidrolisveis estm limitados s plantas dicotiledneas. (ELBC: s.v. taninos)
ao passo que
A conservaom ex situ responde, em parte, s necessidades de manter umha ampla base gentica
para fins de melhoramento, mas limita a perceom da planta na sua dimensom biolgica singular, ao
passo que os recursos domesticados ou cultivados resultam, em essncia, de interaons entre as cara -
tersticas biolgicas das espcies, as condions ecolgicas [...]. (Cincia Hoje, 187: 28)
A citocromo-oxidase e a succinato-desidrogenase, p. ex., som enzimas marcadoras da membrana
interna do mitocndrio, ao passo que a fumarato-hidratase e a citrato-sintase som enzimas marca-
doras da matriz mitocondrial. (ELBC: s.v. enzima)
j
No xilema, tecido responsvel polo transporte de gua e de ions da raz para o resto da planta, as
clulas som tubulares e possuem parede celular secundria espessa e lenhificada. J as clulas da epi-
derme possuem apenas parede celular primria, embora espessa. (Biologia Celular: 430)
As ligas de alumnio com silcio e com magnsio formam pelculas protetoras de xidos, que lhes
conferem excelente resistncia corrosom, nomeadamente em ambientes salinos (gua do mar, p.
ex.). J outras ligas de alumnio, particularmente as que contenhem cobre, som muito suscetveis
corrosom em meios hmidos, polo que podem, se necessrio, ser isoladas do contacto direto com o
meio corrosivo [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Nom de recear que poda ocorrer toxicidade de enxofre devido a altas concentraons de iom
sulfato no solo. J a poluiom do ar com dixido de enxofre pode danificar as plantas; o contacto di-
reto com o gs causa necroses foliares, que podem levar perda de toda a folhagem. (ELBC: s.v. en-
xofre)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 419
senom
Antes de grupos nominais, pronomes ou frases infinitivas e em contexto negativo ou
interrogativo, para indicar exceom, restriom (= exceto, salvo). Umha construom equiva-
lente mais nom + verbo + (do) que... / nom + verbo + mais (do) que.... Exemplos:
Umha das classes [de protozorios], a classe dos Esporozorios, nom compreende mesmo
senom organismos parasitas. (ELBC: s.v. protozorio)
[...] no seu interior descrevem-se fibras, visveis nas preparaons de dentes descalcificados, as
chamadas fibras de Tomes, que mais nom som que prolongamentos dos odontoblastos (clulas situ-
adas na periferia da polpa em contacto com o cemento). (ELBC: s.v. dentina) [= que nom som senom
prolongamentos...]
No citoplasma, os organelos som preservados at que a clula se fragmenta, formando-se os
corpos apoptticos, que nom som mais do que fragmentos celulares rodeados por umha membrana
[...]. (Colquio/Cincias, 25: 76, 77)
ou melhor (dizendo)
420 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
252.9. Disjunom
As conexons disjuntivas articulam unidades que exprimem situaons alternativas. Os
elementos de ligaom correspondentes som a conjunom ou (entom), as frmulas conjun-
tivas duplas ou ... ou, quer ... quer, ora ... ora, j ... j e os conetores adverbiais e preposicionais
alternativamente, em alternativa687.
687
Como se v, entre as frmulas disjuntivas duplas nom se encontra *bem ... bem, que prpria do castelhano,
mas nom do galego-portugus. Polo contrrio, em galego-portugus freqente, mais do que em castelhano, o
emprego de bem como adjetivo intensificador (em concorrncia com muito(to)): O pxaro evita, pois, ali-
mentar-se da borboleta, a qual reconhece bem polo padrom bem caraterstico das suas asas. (ELBC: s.v. meta-
bolismo).
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 421
gaos vomeronasais aps terem sido apostas polo animal em rastos de outros animais congneres ou,
entom, de presas perseguidas. (ELBC: s.v. rgos vmero-nasais)
Nalgumhas espcies (p. ex., Coccyzus) este comportamento nom constante, pois a ave ora cons-
tri um ninho, ora ocupa um j construdo: quando o ninho habitado, a fmea da espcie parasita
ou o ocupa na ausncia dos seus proprietrios, ou entom afugenta-os, o que pode dar lugar a luitas.
(ELBC: s.v. parasitismo nidal)
Em muitas plantas o oxalato nom metabolizado ou entom -o muito lentamente, constituindo
um produto final do metabolismo. (ELBC: s.v. rfide)
alternativamente
Os eletrons excitados polo PSI podem seguir umha de duas vias possveis. Podem, juntamente
com protons do estroma, reduzir o NADP+. [...] Alternativamente, os eletrons ativados podem regressar
ao PSI, atravs de um complexo citocromo b/f. (Biologia Celular: 439)
e
O acelerador do veculo est ligado vlvula de borboleta e quanto maior a abertura desta, maior
a corrente de ar na cmara, maior a depressom, mais carburante vaporizado e por conseguinte mais
entrada de mistura no cilindro e o motor aumenta de velocidade. (ELBC: s.v. carburador)
assim
Foi recentemente demonstrado, em clulas neuronais em cultura expostas protena -amiloide,
um aumento da expressom do gene bax e umha inibiom da expressom do gene bcl-2. Este poder
ser um dos mecanismos polo qual a acumulaom de -amiloide tornar os neurnios mais vulner-
veis a diferentes agentes lesivos, contribuindo assim para o aparecimento da doena. (Colquio/Cin-
cias, 25: 87)
Os elementos constituintes de um corpo (tomos ou molculas) mantenhem-se unidos
devido existncia de foras atrativas entre si: som as chamadas foras de coesom. Assim, para se-
parar o corpo nos seus elementos constituintes ter-se de lhe fornecer energia. (ELBC: s.v. coeso)
Por definiom, enquanto a magnitude cresce em progressom aritmtica, o brilho diminui em
progressom geomtrica; assim, o valor da magnitude diminui quando o brilho aumenta. (ELBC: s.v.
magnitude [Astronomia])
entom
Na realidade, tem sido demonstrado que o stress oxidativo e a excitotoxicidade cooperam na in-
duom de degenerescncia neuronal. Importa entom analisar os alvos intracelulares destes agentes
agressores. (Colquio/Cincias, 25: 81)
Se um lado e dous ngulos num tringulo som iguais a um lado e ngulos correspondentes
noutro tringulo, entom os dous lados restantes som tambm iguais. Se a = a 1, A = A1 e B = B1, entom
os dous outros lados e o ngulo restante som iguais. (Dicionrio Tcnico-Cientfico Ilustrado: 293)
Contodo, se a presena do metabolito secundrio conferir algumha vantagem seletiva planta,
que lhe permita maior sucesso competitivo num determinado hbitat, entom a forma possuidora da
via modificada poder nom s sobreviver como tornar-se a forma dominante desse hbitat. (ELBC: s.v.
metabolismo)
logo
A soma dos trs ngulos de um tringulo sempre igual a 180. Logo, se som conhecidos dous
ngulos, o terceiro ngulo pode ser sempre encontrado. (Dicionrio Tcnico-Cientfico Ilustrado: 293)
O hidroaviom tem um grande casco, que aumenta a resistncia aerodinmica, logo diminui o al-
cance e a autonomia de voo, fatores estes muito mais importantes, por determinarem a vantagem do
aviom com base em terra. (ELBC: s.v. patrulha anti-submarina, avio de)
Concluiu [Kamerlingh Onnes], portanto, ter continuado a haver na bobina umha corrente per-
sistente sem indcios de diminuiom de intensidade; logo, a resistncia eltrica da bobina era nula,
ou, polo menos, inferior a qualquer valor detetvel. (ELBC: s.v. supercondutividade)
portanto
A pancada ir produzir umha muito pequena impressom, a que corresponde umha certa defor-
maom plstica do material, consumindo-se nessa deformaom umha parte maior ou menor da
energia cintica do martelo. A altura do ressalto vai, portanto, depender da energia ainda dispo-
nvel. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
, portanto, til fazer-lhes umha breve referncia para mostrar, por meio de alguns exemplos, que
umha reaom de eltrodo pode conduzir a resultados muito diferentes daqueles que seriam de
prever a partir de umha anlise apenas da reaom primria. (ELBC: s.v. processos electroqumicos)
por isso
Em muitas clulas cilndricas ou alongadas, as microfibrilas de celulose da parede celular pri-
mria disponhem-se perpendicularmente ao eixo maior da clula, impondo, por isso, um alonga-
mento direcionado. (Biologia Celular: 428)
O mdulo da fora F em B , pois, igual a esta pressom multiplicada pola rea S da secom reta
de B, i. , F = f/s S. Por isso, umha fora muito maior surge em B se S for muito maior do que s. (ELBC:
s.v. prensa hidrulica)
Embora atualmente sejam muitas vezes [as preparaons oficinais] substitudas por especiali-
dades farmacuticas de preparaom industrial, nem por isso desaparecrom [...]. (ELBC: s.v. prepara-
es oficinais)
por conseguinte
O acelerador do veculo est ligado vlvula de borboleta e quanto maior a abertura desta, maior
a corrente de ar na cmara, maior a depressom, mais carburante vaporizado e por conseguinte mais
entrada de mistura no cilindro e o motor aumenta de velocidade. (ELBC: s.v. carburador)
pois
O pxaro evita, pois, alimentar-se da borboleta, a qual reconhece bem polo padrom bem carate-
rstico das suas asas. (ELBC: s.v. metabolismo)
A exploraom de tais mananciais, numha regiom determinada das suas reas de distribuiom,
pode, pois, repercutir-se na abundncia e nas capturas de umha zona muito vasta. (ELBC: s.v. pesca)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 423
deste modo
Alm disto, convencionou-se que, entre dous astros cuja magnitude difira em umha unidade, um
deles 2,512 vezes mais brilhante que o outro. Esta relaom entre duas magnitudes sucessivas foi es-
colhida por ser 2,512 a raz quinta de 100; deste modo h umha diferena de 5 magnitudes entre
dous astros cujos brilhos estm entre si como 100 para 1. (ELBC: s.v. magnitude [Astronomia])
devido a (que)
Na realidade, as apatites enganam o organismo, nom sendo reconhecidas como corpo estranho,
devido a serem quimicamente prximas da hidroxiapatite que constitui a substncia mineral de que
som feitos o ossos e os dentes. (Colquio/Cincias, 23: 36)
Simultaneamente, e em contraste com os normais, a resposta cronotrpica est ausente, en-
quanto nos normais desce devido ao efeito do barorrecetor. (Colquio/Cincias, 23: 68)
Os elementos constituintes de um corpo (tomos ou molculas) mantenhem-se unidos devido
existncia de foras atrativas entre si: som as chamadas foras de coesom. (ELBC: s.v. coeso)
pois (que)
Esta passagem do valor diploide ao valor haploide fundamental, pois que permite, na altura da
fertilizaom, a reconstituiom ao nvel do ovo ou zigoto do nmero cromossmico diploide carate-
rstico da espcie e indispensvel ao desenvolvimento harmonioso do indivduo. (Biologia Celular:
356)
Estas varicosidades nom som estticas, pois movem-se e podem atingir a densidade entre 10.000
a 2 milhons por mm3 [...]. (Colquio/Cincias, 23: 62)
No grupo seguinte das Angiosprmicas reduz-se ainda mais a geraom gametfita, pois a o saco
embrionrio, mesmo depois de germinado, permanece unicelular e contm apenas sete ncleos.
(ELBC: s.v. alternncia de geraes)
Na realidade, as comunidades sociais de insetos som excecionais na ordem dos himenpteros,
pois apenas se encontram em trs das subdivisons dos aculeatos: Formicoidea (formigas), Apoidea
(abelhas) e Vespoidea (vespas), sucedendo, alis, que h muitas abelhas e vespas nom sociais. (ELBC:
s.v. insectos sociais)
O mercrio metlico lquido temperatura ordinria, pois funde a 38,9 C, sendo de referir
que o nico metal que se mantm neste estado a temperaturas inferiores a 0 C. (ELBC: s.v. mercrio)
As designaons de araras, papagaios, periquitos e cacatuas (ou catatuas) som denominaons cor-
rentes e prticas, mas sem valor sistemtico, pois as particularidades que as assinalam possuem dimi-
nuto valor anatmico, o que explica que, como foi referido, todos os Psitaciformes constituam umha
nica famlia. (ELBC: s.v. Psitaciformes)
em/como conseqncia de
Enquanto hbitat, a floresta temperada caduciflia [...] tem umha caraterstica muito interes-
sante. As rvores que nela crescem, como carvalhos e faias, produzem folhas destinadas a durar
apenas umha estaom. Em conseqncia, essas folhas som geralmente finas e fceis de comer, razom
por que tantos insetos as devoram mal elas comeam a aparecer na primavera. ( Grande Enciclopdia
Animal: 52)
O SNP est desenhado para respostas mais localizadas, mas alguns dos seus efeitos podem ser
mais alargados, como conseqncia da extensa ramificaom do Vago. (Colquio/Cincias, 23: 64)
Estes sintomas resultam da isquemia cerebral em conseqncia da incapacidade de a autorregu-
laom vascular cerebral compensar a diminuiom do dbito cardaco que existe nestes doentes nas
situaons acima referidas. (Colquio/Cincias, 23: 65)
Na fase I h aumento transitrio da pressom arterial em conseqncia da compressom mecnica
da aorta pola elevaom da pressom intratorcica e intra-abdominal. (Colquio/Cincias, 23: 66)
As formas livres destes grupos [helmintas] estm mais prximas dos tipos ancestrais do que as
formas parasitas, que se modificrom muito em conseqncia da especializaom na vida parasitria.
(ELBC: s.v. helminta)
424 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
merc de = graas a
S em 1926 que se ficou a saber, graas difraom de raios X realizada por Bassett sobre ossos
e dentes, que estes eram constitudos por umha substncia semelhante ao mineral apatite.
(Colquio/Cincias, 23: 36)
A compreensom de que existe um dilogo ininterrupto do crebro com o coraom e os vasos
por intermdio do sistema nervoso autnomo s foi possvel merc dos recentes avanos eletrofisio-
lgicos, biofsicos e moleculares na avaliaom do sistema nervoso autnomo e do aparelho cardio -
vascular. (Colquio/Cincias, 23: 60)
Merc de complexas operaons qumicas a [glndula] tiroideia segrega 75 a 125 mcg de iodo
hormonal, principalmente sob a forma de tiroxina, a qual circula no sangue ligada a umha protena.
(ELBC: s.v. iodo)
porque
Tycho Brahe foi o primeiro a conhecer os efeitos da refraom atmosfrica, mas supunha-os
apenas sensveis entre o horizonte e a altura de 45, porque os seus instrumentos, cuja precisom nom
ia alm do minuto de arco, lhe nom permitiam avaliar fraons em segundos. (ELBC: s.v. Brahe, Tycho)
como
Como dispunha de trifenilclorometano, ele [Moses Gomberg] resolveu atacar o problema exa-
tamente polo mtodo que ainda hoje seguiramos: tentou acoplar dous grupos de trifenilmetilo um
ao outro utilizando um metal. (ELBC: s.v. trifenilmetilo)
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 425
Como o sdio nom funcionasse muito bem, Gomberg utilizou, em vez dele, prata finamente di-
vidida, mercrio, ou, o melhor de todos, limalha de zinco. (ELBC: s.v. trifenilmetilo)
j que688
Os investigadores do Centro de Cincias Genmicas Michael Smith pugrom de lado o tra-
balho rotineiro sobre cancro e centrrom todas as atenons numha amostra do coronavrus retirada
de um doente com a sndrome respiratria aguda, j que o Canad um dos pases afetados por esta
epidemia (j morrrom a 13 pessoas e pensa-se que 274 estarm contaminadas). (Pblico,
15.4.2003: 26)
Nos restantes casos predomina a locomotiva diesel-eltrica, j que o emprego das transmissons
mecnicas e hidrulicas se tem limitado s pequenas unidades locotratores para servio com -
plementar (triagens, estaons, parques industriais e porturios, minas, etc.). (ELBC: s.v. locomotiva)
visto (que)
A unidade fundamental dos sistemas ecolgicos a populaom, ou melhor, o sistema popula-
om-ambiente, visto que o estudo da populaom indissocivel do estudo do ambiente que com ela
interatua. (Ecologia das Populaes e das Comunidades: 4)
A existncia de rochas ultramficas constituindo o fundo do mar em si enigmtica e levanta al-
gumhas questons de grande importncia, visto tratar-se de rochas que normalmente existem no
manto, ou na crosta profunda, debaixo de espessuras de vrios quilmetros de basaltos e seus equiva -
lentes plutnicos (os gabros, que representam as cmaras magmticas onde se gerrom os basaltos).
(Colquio/Cincias, 23: 50)
Os resultados da missom Flores acerca do alvo FAMOUS from de certa forma pouco encoraja-
dores, visto nom se ter encontrado qualquer sinal de atividade, mas tampouco explicrom a anomalia
de metano. (Colquio/Cincias, 23: 50)
Dizer que existe umha tal correspondncia [biunvoca] entre dous conjuntos como que
afirmar que os dous conjuntos tenhem o mesmo nmero de elementos, visto que os elementos se
podem associar um a um, sem exceom. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
um ensaio [o da dureza lima] que exige prtica, visto os resultados dependerem da rugosi-
dade da superfcie, da pressom, do ngulo de contacto e da velocidade. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
688
A locuom posto que em galego nom , como em castelhano, causal, mas adversativa.
426 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
em virtude de
em virtude de se ter verificado que os microtbulos desempenham funons diversas, e que
tambm se encontram em locais diferentes nom s nos seres multicelulares como unicelulares, que
Fulton e Simpson propugrom em 1976 que seriam as tubulinas elas prprias responsveis pola di-
versidade funcional. (Biologia Celular: 190)
No primeiro [no reservatrio], que se encontra pressom atmosfrica em virtude de comunicar
com o ambiente por um orifcio, existe um flutuador com umha haste superior que fecha umha vl-
vula de entrada de carburante logo que este atinge um certo nvel no seu interior e volta a abrir logo
que este desce. (ELBC: s.v. carburador)
polo que
As reaons conducentes sintese do ATP e do NADPH estm diretamente dependentes da energia
luminosa, polo que som tambm conhecidas por reaons da fase luminosa da fotossntese. (Biologia
Celular: 436)
J outras ligas de alumnio, particularmente as que contenhem cobre, som muito suscetveis
corrosom em meios hmidos, polo que podem, se necessrio, ser isoladas do contacto direto com o
meio corrosivo [...] (ELBC: s.v. alumnio)
Cantor sustentava que a resposta era negativa (conjetura conhecida por hiptese do
contnuo), mas em 1963 Cohen provou que tal hiptese independente dos restantes axiomas at
agora adotados para a teoria dos conjuntos, polo que nom podemos decidir com base neles se a hip-
tese do contnuo verdadeira ou falsa. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
No caso de se tratar de um corpo rgido, a vorticidade angular a mesma para qualquer linha
perpendicular ao eixo de rotaom, polo que a vorticidade ser o dobro da velocidade angular (z = 2 ,
em que a velocidade angular). (ELBC: s.v. vorticidade)
Aplica-se umha corrente eltrica contnua exterior de forma a alterar o potencial do eltrodo me-
tal-meio corrosivo para que se forme um produto da reaom eletroqumica [...]. (ELBC: s.v. corroso)
Aparelho [a prensa], manual ou mecnico, destinado a produzir foras de mdulo elevado: com-
pom-se, essencialmente, de duas peas, das quais umha, polo menos, se move aproximando-se da
outra de modo a comprimir o objeto colocado entre elas. (ELBC: s.v. prensa)
252.13. Sntese
A conexom de sntese, de carter parattico, serve como mecanismo de organizaom
textual e vincula diversas unidades textuais com umha ltima que resume o significado das
anteriores. Os nexos de sntese, que som interoracionais, som a conjunom assim, os cone-
tores adverbiais e preposicionais em conclusom, em resumo, em sntese, em suma, em smula e
as frases nom finitas concluindo, recapitulando, resumindo, sintetizando. Exemplos:
252.14. Explicitaom-particularizaom
Na relaom conetiva de explicitaom-particularizaom, de carter parattico e intero-
racional, vinculam-se unidades textuais com um ltimo membro que constitui umha par-
frase ou exemplificaom dos anteriores. Os correspondentes nexos som os conetores ad-
verbiais e preposicionais especificamente, nomeadamente, designadamente, por exemplo, em
particular e as frases verbais (que conectam oraons mutuamente equivalentes ou impli-
cadas) isto (= i. ), ou seja, quer dizer, vale dizer, a saber.
nomeadamente
Um outro mecanismo responsvel pola morte neuronal a exposiom excessiva a aminocidos
excitatrios, nomeadamente ao glutamato. (Colquio/Cincias, 25: 79, 80)
As ligas de alumnio com silcio e com magnsio formam pelculas protetoras de xidos, que lhes
conferem excelente resistncia corrosom, nomeadamente em ambientes salinos (gua do mar, p.
ex.). (ELBC: s.v. alumnio)
Dous outros tipos de funons som genericamente atribudas a enzimas extracelulares, i , a des-
toxificaom de produtos nocivos chegados ao apoplasto ou a formados e as relaons da planta com o
meio ambiente, nomeadamente no que respeita s reaons a agentes patognicos (relaons
parasita/hospedeiro). (ELBC: s.v. fluido intercelular)
Os mitocndrios tambm som importantes por disponibilizarem vrios compostos, nomeada-
mente cidos orgnicos e amincidos, que som indispensveis s clulas como unidades para di-
versos processos de biossntese. (ELBC: s.v. mitocndrios)
designadamente
As ramificaons das hemiceluloses permitem, por sua vez, a ligaom das microfibrilas umhas s
outras, bem como a outros componentes da matriz, designadamente as pectinas. (Biologia Celular:
427)
Aps tal aproveitamento, os resduos podem ainda servir para vrios fins, designadamente como
combustvel, para alimentaom de gados, adubaom de terras, etc. (ELBC: s.v. bagao)
A viabilidade da exploraom de determinado jazigo mineral depende de fatores intrnsecos ao ja-
zigo, designadamente natureza do minrio, teor, localizaom, volume, geometria, etc., e, ainda, de fa-
428 - 33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO
tores extrnsecos: tecnolgicos, tais como tcnicas de exploraom mineira e de tratamento do mi-
nrio [...]. (ELBC: s.v. jazigo mineral)
por exemplo
S em aplicaons muito exigentes do ponto de vista computacional, como o processamento em
tempo real de imagens em movimento, por exemplo, se utilizam realizaons em hardware dedicado
ou computadores especiais. (Colquio/Cincias, 23: 9)
Com efeito, nem todos os rgaos recebem um nmero igual de feixes dos dous sistemas, e nal-
gumhas situaons, que adiante trataremos, as respostas autonmicas ao mesmo estmulo som no
mesmo sentido, como, por exemplo, na assunom da posiom ereta. (Colquio/Cincias, 23: 64)
Finalmente, existem incongruncias como em quase todas as classificaons. Por exemplo, os
cristais do gs raro rgon som considerados como moleculares, apesar de os ns da rede serem
tomos, unidos por foras de London. (Colquio/Cincias, 25: 27)
689
Tenha-se em conta que a freqncia de uso das clusulas condicionantes com se (+ conjuntivo) muito
mais alta que a das clusulas condicionantes com a/de + infinitivo, e que, dentre estas, as que fam uso da prepo-
siom a som mais freqentes que as que o fam da preposiom de.
33. MECANISMOS DE COESOM TEXTUALNO GALEGO CIENTFICO - 429
a/de (+ infinitivo)
Porm, a manterem-se as elevadas taxas de crescimento da capacidade de memria dos compu-
tadores que se venhem verificando, provvel que esta diferena venha a deixar de existir dentro de
alguns anos, podendo talvez um vulgar computador pessoal vir a ter maior capacidade de armazena -
mento de informaom que o crebro humano. (Colquio/Cincias, 23: 6)
A manter-se o mesmo ritmo de consumo, e tendo em conta a curva demogrfica, pode prever-se
o esgotamento das duas maiores fontes de energia atuais, durante o sculo XXI: o petrleo e o gs na-
tural para o ano 2050 ou 2075; o carvom pensa-se que durar mais dous sculos. (ELBC: s.v. energia)
Som consideradas aqui apenas as bactrias matanognicas que crescem anaerobiamente com
CO2 e H2 como fontes de carbono e, de serem acetognicas, i. , de nom produzirem cido actico
como principal produto final, utilizam a via do acetil-CoA quando crescem com CO ou CO 2 e H2.
(ELBC: s.v. via do acetil-CoA)
As mutaons de bcl-2, que inibem a capacidade de se ligar a bax, diminuem a capacidade de pre-
venir a apoptose, enquanto bax promove a apoptose a nom ser que seja neutralizado pola ligaom a
bcl-2 ou bcl-XL. (Colquio/Cincias, 25: 78)
Se a entrada de ar for de rea fixa, fornecer o caudal correto a umha velocidade de referncia;
abaixo dessa velocidade o caudal ser insuficiente, a nom ser que se usem vlvulas laterais [...]. (ELBC:
s.v. entrada de ar)
para (que)
Para que a transferncia se faga de um modo eficiente, torna-se necessrio que as molculas de
clorofila estejam intimamente associadas e com orientaom definida. (Biologia Celular: 437)
Entom, para preparar a soluom aquosa de sulfato de cobre (II) com a concentraom pretendida
procede-se do seguinte modo: [...]. (Qumica na Nossa Vida, 9. ano: 104)
Aplica-se umha corrente eltrica contnua exterior de forma a alterar o potencial do eltrodo me-
tal-meio corrosivo para que se forme um produto da reaom eletroqumica [...]. (ELBC: s.v. corroso)
No mercado usa-se umha gasolina que se obtm, de maneira geral, por lotaom da de destilaom
direta com a de pirocisom, ou destas duas qualidades com qualquer das obtidas polos processos j re -
feridos, adicionadas ou nom de aditivos apropriados para lhes melhorar as propriedades antideto-
nantes, dos quais o tetraetilo e o tetrametilo de chumbo som os mais usados. (ELBC: s.v. gasolina)
com vista a
Os equipamentos dos avions da 1. geraom de propulsom a jacto, com vista quela finalidade,
som obrigados a registar polo menos 5 dados (parmetros) do voo, a saber: a) altura; b) velocidade;
c) rumo; d) componente vertical do G; e) tempo. (ELBC: s.v. caixa preta)
A densidade das gasolinas do mercado regula por 0,720, sendo as caratersticas de volatibilidade,
curva de destilaom, tensom de vapor, gomas e ndice de octano reguladas em funom das caraters-
ticas dos motores de explosom, com vista a obter deles o melhor rendimento. (ELBC: s.v. gasolina)
(do) que
Na verdade, s em 1912 que F. G. Hopkins provou, experimentalmente, em Inglaterra, que os
animais necessitavam, mais do que apenas hidratos de carbono, protenas e lpidos na dieta alimentar
para um crescimento normal. (ELBC: s.v. vitaminas)
O objetivo fundamental era o mximo aproveitamento possvel do poder calorfico do combus-
tvel, demonstrado pola obtenom, j em 1897, de rendimentos da ordem dos 26%, praticamente o
dobro do que na poca se conseguia, quer com mquinas a vapor quer com motores a gs; som, alis,
hoje correntes os aproveitamentos superiores a 40%, que permitem considerar os motores Diesel
como os de funcionamento mais econmico em inmeras aplicaons. (ELBC: s.v. Diesel)
em relaom a
O nmero de provas fisiolgicas para confirmaom do diagnstico das disautonomias
muito elevado, em relaom a outras neuropatias. (Colquio/Cincias, 23: 65)
O amonaco anidro apresenta, em relaom aos outros adubos azotados, a vantagem de ter
mais elevada percentagem de N c. 82% e um mais baixo preo de custo de fabrico. (ELBC: s.v.
amonaco)
quanto
Assinale-se que os ncleos de 235U sofrem cisom com neutrons trmicos (de energia inferior a
0,5 eV), o mesmo acontecendo com os istopos artificiais 233U e 239Pu, entre outros, e que a probabili-
dade de se darem estas reaons tanto maior quanto menor for a velocidade dos neutrons incidentes.
(ELBC: s.v. ciso nuclear)
enquanto
Por definiom, enquanto a magnitude cresce em progressom aritmtica, o brilho diminui em
progressom geomtrica; assim, o valor da magnitude diminui quando o brilho aumenta. (ELBC: s.v.
magnitude [Astronomia])
medida que
medida que a velocidade aumenta, na transiom para voo horizontal, os comandos aerodin-
micos tornam-se mais eficazes e os jactos auxiliares podem ser fechados. (ELBC: s.v. v/stol)
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):
FORMAS VERBAIS FINITAS
253. Carter ligado terminologizaom dos textos tcnico-cientficos o predomnio
neles dos substantivos sobre qualquer outra categoria de palavras (estilo nominalizado).
Assim, Sager, Dungworth e McDonald (1980: 234) afirmam que os substantivos consti-
tuem at 44% da lngua especializada, enquanto representam s 28% da lngua comum.
Em conjunto, os substantivos e os adjetivos que, associados, formam a mido unidades
terminolgicas representam, segundo estes autores, at 60% das palavras em muitos
textos tcnico-cientficos. Em contraste, os verbos perdem importncia comunicativa
nestes textos e ocorrem com umha freqncia que apenas metade ou um tero da que
mostram nos textos da lngua comum. Esta extrema nominalizaom pode explicar-se (cf.
Sager, Dungworth e McDonald, 1980: 204) polo facto de a Cincia e a Tcnica se interes-
sarem mais pola apresentaom de circunstncias e teorias, pola descriom de experincias
e processos e pola avaliaom e explicaom de resultados do que polas aons e aconteci-
mentos. Segundo Gerbert (1970: 38), a preferncia dos textos tcnico-cientficos polos
substantivos em detrimento dos verbos deve reportar-se a que estes se revelam demasiado
vagos para as definions exatas que requerem cientistas e tcnicos, enquanto que aqueles
podem qualificar-se graas a medidas e valores precisos.
Nom obstante o dito, para a caraterizaom da lngua especializada o estudo do sistema
verbal apresenta grande interesse, porquanto o galego-portugus cientfico intensifica, a
respeito da lngua comum, a freqncia de algumhas formas verbais (presente do indica-
tivo, infinitivo flexionado, futuro do conjuntivo, passiva prpria, perfrases aspetuais, etc.) e
adapta de modo peculiar algumhas estruturas verbais (certos usos do infinitivo flexionado,
do futuro e potencial do indicativo e do presente do conjuntivo, por exemplo). A seguir,
neste captulo, que enceta o estudo do sistema verbal do galego cientfico, serm conside-
rados os procedimentos para evitar ou simplificar clusulas verbais (finitas), as formas ver-
bais finitas (presente do indicativo, futuro do indicativo, potencial, presente do conjuntivo,
futuro do conjuntivo), a pronominalizaom verbal e a voz passiva.
432
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 433
Aps umha curta gestaom, os marsupiais dam luz crias pouco desenvolvidas, prosseguindo o
desenvolvimento dentro da bolsa. (Guia Fapas dos Mamferos: 163)
Os objetivos da avaliaom clnica e laboratorial do SNA som: a identificaom da existncia de
umha falncia autonmica generalizada; a caraterizaom da sua gravidade, o que impom, dada a ine-
xistncia de provas [...], a estratificaom por scores [...]; a definiom do tipo de disfunom [...]; a distri-
buiom das deficincias polos diferentes rgaos-alvo e a sua localizaom [...]. (Colquio/Cincias, 23:
64, 65)
Infelizmente, porm, [o betom] tem fraca resistncia traom. (ELBC: s.v. beto)
O cimento portland um material cermico em forma de p, produzido por prvia calcinaom
de umha mistura de calcrio e argilas a temperaturas que atingem c. 1500 C (ver fig.); durante a cal-
cinaom, em que chega a formar-se umha fase lquida, ocorrem diversas reaons entre aquelas mat-
rias-primas, resultando delas a formaom do clinker [...]. (ELBC: s.v. cimento)
Nas aplicaons em construom, geralmente como aglomerados da areia nas argamassas e
tambm da brita nos betons, -lhe adicionada gua [ao cimento], formando-se umha pasta que vai
endurecendo por reaons de hidrataom exotrmicas entre o cimento e a gua. (ELBC: s.v. cimento)
Tambm possvel controlar certos aspetos do comportamento de cimento em obra, p. ex., ace-
lerando ou retardando a presa, pola adiom de determinadas substncias na altura da sua utilizaom.
(ELBC: s.v. cimento)
A fundiom um processo de conformaom obtido pola fusom, sobreaquecimento, vazamento
e solidificaom de um metal ou liga metlica (ou material lquido nom metlico, mas endurecvel)
numha cavidade, cuja forma o negativo da que se pretende obter. O processo de fundiom distin-
gue-se dos alternativos, conformaom plstica (laminagem, trefilagem, estampagem, etc.), processos
de uniom (soldadura, brasagem ou colagem) ou por arranque de apara (maquinaom), polo facto de
o material a conformar ter obrigatoriamente de passar polo estado lquido e a forma final ser confe-
rida pola moldaom [...]. (ELBC: s.v. fundio)
Este afdeo [Phylloxera vastatrix], originrio dos EUA, foi responsvel pola destruiom de grande
parte das vinhas europeias, aps a sua introduom acidental neste continente. (ELBC: s.v. galha)
Nas regions de clima quente e hmido peculiar a hidrlise dos silicatos. Nos nossos climas
vulgar a caulinizaom dos feldspatos, a cloritizaom das biotites, a serpentinizaom dos perdotos,
etc. (ELBC: s.v. meteorizao)
Na primavera, o aumento progressivo das temperaturas pode induzir o cessar do repouso in-
vernal, a germinaom e mecanismos metablicos de resistncia ao calor. (ELBC: s.v. termoperodo)
A precisom do diagnstico est na base de umha teraputica racional, a qual, quando especfica,
garante resultados mais perfeitos e rpidos, apesar de a anamnese e o exame objetivo constiturem
ainda hoje a base fundamental do diagnstico. (ELBC: s.v. diagnstico)
Esta repetiom normal quando transitria em crianas pequenas. (ELBC: s.v. ecolalia)
Os cloretos, que provenhem na quase totalidade do emprego de sal como conservante da mat-
ria-prima antes da sua preparaom industrial, quando em quantidade elevada, depreciam o produto.
(ELBC: s.v. farinha)
Quando mal processada [a farinha de peixe], pode apresentar-se contaminada por agentes pato-
gnicos, especialmente Salmonella. (ELBC: s.v. farinha)
A magnitude absoluta (M) a magnitude aparente (m) que um astro apresentaria quando trans-
portado a umha distncia de 10 parsecs, ou sejam, 308 1012 km (32,6 anos-luz). (ELBC: s.v. magni-
tude [Astronomia])
O termo modelo biolgico ainda entendido como todo o ser vivo ou sistema natural que,
pola sua simplicidade ou propriedades particulares, apresente vantagens acrescidas quando usado
como sistema de estudo de um determinado fenmeno ou, entom, poda funcionar como o represen-
tante-tipo de todo um conjunto de seres vivos. (ELBC: s.v. modelo biolgico)
[As preparaons oficinais som] quaisquer frmacos elaborados por um farmacutico segundo
umha frmula e umha tcnica indicadas numha famacopeia, o que muito simplifica o receiturio m -
dico, podendo mesmo, quando freqentemente prescritos, estarem preparados com antecedncia.
(ELBC: s.v. preparaes oficinais)
Supercondutividade.- Estado fsico (tambm dito supracondutividade) caraterizado por resistivi-
dade eltrica nula e diamagnetismo perfeito, exibido por alguns materiais (ditos supercondutores ou
supracondutores) quando a temperaturas abaixo de certos valores, muito inferiores temperatura am-
biente [...]. (ELBC: s.v. supercondutividade)
Por convenom, di-se que a vorticidade positiva ( > 0) quando associada a umha circulaom
ciclnica, e negativa ( < 0) quando associada a umha circulaom anticiclnica. (ELBC: s.v. vorticidade)
Porm, na maioria dos casos impossvel obter um comportamento perfeito da rede para todos
os padrons de treino, polo que o objetivo do treino tem que ser redefinido, passando a ser levar E a
um valor tam baixo quanto possvel. (Colquio/Cincias, 23: 8)
Se necessrio, aplique umha loom para antes de barbear. (Manual de instruons da mquina de
barbear eltrica Philishave 765/715)
O vacolo pode ainda armazenar compostos de natureza diversa, muitos dos quais som txicos
para a clula se acumulados no citoplasma. (Biologia Celular: 432)
Depois de certo prazo (seis meses a um ano), tais mandiocas som avaliadas e, se julgadas interes-
santes, som multiplicadas por estacas. (Cincia Hoje, 187: 32)
Tomando como base o conhecimento, nalguns casos especulativo, da sua biognese, tenhem os
alcaloides sido subdivididos em: a) alcaloides verdadeiros, se contendo azoto num anel heterocclico e
derivando de aminocidos [...]; b) protoalcaloides, se derivando de aminocidos, mas nom contendo
um anel heterocclico [...]; c) pseudoalcaloides, se sendo bases azotadas nom parecem estar relacio-
nados com aminocidos [...]. (ELBC: s.v. alcalides)
J outras ligas de alumnio, particularmente as que contenhem cobre, som muito suscetveis
corrosom em meios hmidos, polo que podem, se necessrio, ser isoladas do contacto direto com o
meio corrosivo [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Os mtodos mais utilizados para conservar alimentos som: 1) salga com ou sem secagem; re-
jeitar se bolorentos, ranosos ou apodrecidos; 2) fumagem [...]. (ELBC: s.v. conservao de alimentos)
[...] processos que, ainda h alguns anos atrs, eram considerados gravssimos e at implacavel-
mente mortais (p. ex., lepra, tuberculose, muitssimos cancros, etc., hoje situaons de aprecivel be-
nignidade, se tratadas cientificamente). (ELBC: s.v. preparaes farmacuticas industriais)
Como possvel observar um buraco negro se ele por definiom invisvel? Apesar de invisvel,
podemos contudo observar os efeitos do seu campo de gravidade sobre as estrelas vizinhas ou com -
panheiras no caso de fazer parte de um sistema duplo ou mltiplo. (Colquio/Cincias, 1: 17)
436 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
Ainda que relativamente pouco abundante, [o ouro] conhece-se desde tempos remotos, o que
nom causa surpresa atendendo ocorrncia do metal no estado nativo, ao seu aspeto brilhante e lus -
troso e sua virtual indestrutibilidade. (ELBC: s.v. ouro)
[...] hoje [a voz alergia ] mais utilizada como conceito de umha reaom de hipersensibilidade
particular a antignios particulares (alergnios) que provocam sintomas caratersticos sempre que
contactados, inalados, ingeridos ou injetados. (ELBC: s.v. alergia)
Os nveis sricos de colesterol podem ser reduzidos atravs de dieta com restriom de gorduras
animais e atravs de frmacos, sempre que indicado. (ELBC: s.v. colesterolmia)
b) Elipse do verbo ser (no futuro do conjuntivo) nas clusulas de oraons inten-
sificantes-proporcionais:
Os ensaios de dureza de metais usam corpos duros para provocarem mossas nos metais a en -
saiar. Quanto mais profunda a marca, menor a dureza. (Colquio/Cincias, 23: 33)
O acelerador do veculo est ligado vlvula de borboleta e quanto maior a abertura desta, maior
a corrente de ar na cmara, maior a depressom, mais carburante vaporizado e por conseguinte mais
entrada de mistura no cilindro e o motor aumenta de velocidade. (ELBC: s.v. carburador)
Na bobina [Onnes] fijo circular corrente eltrica provinda de umha bateria colocada fora do
vaso, temperatura ambiente, corrente essa que, como se sabe, cria um campo magntico na sua vizi-
nhana, tanto mais intenso quanto maior a intensidade da corrente. (ELBC: s.v. supercondutividade)
Na verdade, dada a relaom entre estas grandezas e as variaons da pressom atmosfrica, a sua
estimativa constitui um dos maiores problemas a ter em conta no desenvolvimento de qualquer tc-
nica de previsom do tempo. (ELBC: s.v. vorticidade)
690
Segundo Freixeiro Mato (2000: 414-416, nfase nossa; cf. tb. Grtner, 1998: 230, 231), [Na funom atri-
butiva] o infinitivo xerundial define o substantivo de forma semellante ao participio de presente latino e rene
ao mesmo tempo as propriedades do verbo e do adxectivo [...] e conforma construcins predicativas conxun-
tas de grande capacidade informativa e funcional. [...] ao mostrar a accin como unha cualidade especial do
substantivo, o infinitivo xerundial desenvolve o significado dun adxectivo co trazo smico cualidade actualiza-
da (xente a correr, home a xemer) [...]. O infinitivo xerundial na funcin de atributo do substantivo forma cons-
trucins predicativas absolutas caracterizadas por o substantivo ser sempre suxeito semntico do infinitivo
preposicional e non coincidir nunca co suxeito do verbo en forma finita, feito que torna a construcin mis in-
dependente e reforza o seu carcter predicativo; o substantivo vai con frecuencia acompaado da preposi-
cin con e o infinitivo coa forma flexionada (Al apareceron os rapaces, cos dedos a pingaren tinta) [...]..
440 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
O sistema fechado tem intercalado um reservatrio contendo [= que contm] cal sodada, que
absorve o dixido de carbono expirado, permitindo que a mistura anestsica seja reinalada vrias
vezes. (ELBC: s.v. anestsicos) [= um reservatrio que contm...]
Efetivamente, se certo que a maior parte dos protozorios som [exceom tendncia descrita!]
organismos livres, elevado nmero de entre eles comporta-se como parasitas de outros seres vivos.
(ELBC: s.v. protozorio)
Todas as espcies [de sanguessugas] se alimentam de matria animal, mas, se a maioria exclusi-
vamente sangvora, existem outras que tenhem hbitos predadores [...]. (ELBC: s.v. sanguessugas)
FUTURO DO INDICATIVO
256. Dous aspetos do emprego do futuro do indicativo detenhem particular interesse
para o redator tcnico-cientfico em lngua galega, a saber, a sua utilizaom como ele-
mento metacomunicativo de antecipaom (para apresentar o contedo do texto) e o seu
uso para a formulaom de hipteses.
As caratersticas do campo Lucky Strike, aliadas evidncia [anglicismo indevido por: aos
dados] obtida nos jazigos antigos, permite prever que sob o campo hidrotermal, a pequena profundi-
dade, deverm existir verdadeiros minrios do tipo sulfuretos macios. (Colquio/Cincias, 23: 48)
As protenas podem estar inseridas na prpria membrana por intermdio de polipeptdeos hi-
drofbicos. Alguns venenos e talvez as protenas G poderm pertencer a este grupo III. (Biologia Ce-
lular: 89)
Este [o lquido hidrotermal] poder assim ser forado a circular horizontalmente abaixo da su-
perfcie. (Colquio/Cincias, 23: 47)
A ausncia de outras formas de vida alm de bactrias [...] sugere que o campo hidrotermal Sal-
danha (assim foi batizado) poder ser extremamente jovem, isto , que a descarga concentrada de
fluido, atravs de orifcios bem definidos, poder ter-se iniciado muito recentemente. (Colquio/Ci-
ncias, 23: 52)
Nom foi identificada fauna, mas observrom-se filamentos que poderm corresponder a agre-
gados de bactrias. (Colquio/Cincias, 23: 52)
Foi recentemente demonstrado, em clulas neuronais em cultura expostas protena -amiloide,
um aumento da expressom do gene bax e umha inibiom da expressom do gene bcl-2. Este poder ser
um dos mecanismos polo qual a acumulaom de -amiloide tornar os neurnios mais vulnerveis a
diferentes agentes lesivos, contribuindo assim para o aparecimento da doena. (Colquio/Cincias,
25: 87)
As alteraons no equilbrio do Ca2+ intraneuronal e a subseqente formaom de espcies reativas
de oxignio poderm levar ao aumento da probabilidade de morte neuronal em circunstncias que,
habitualmente, nom seriam txicas. (Colquio/Cincias, 25: 87)
Umha vez que os compostos que som produzidos em excesso podem ser txicos para as clulas,
foi sugerido que o metabolismo secundrio poder direcionar a sntese para a formaom de produtos
inofensivos, que serm posteriormente excretados. (ELBC: s.v. metabolismo)
Mais raramente, o mongolismo ou sndrome de Down poder, em c. 1% dos casos, ser devido a
mosaicismo [...]. (ELBC: s.v. sndrome de Down)
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 443
As caratersticas globais destes ecossistemas som tais que ganhou adeptos a teoria de que a vida
na Terra poder ter-se gerado na dependncia de fontes termais submarinas, em sistemas anlogos
aos atuais. (Colquio/Cincias, 23: 45)
A ausncia de outras formas de vida alm de bactrias [...] sugere que o campo hidrotermal Sal-
danha (assim foi batizado) poder ser extremamente jovem, isto , que a descarga concentrada de
fluido, atravs de orifcios bem definidos, poder ter-se iniciado muito recentemente. (Colquio/Ci-
ncias, 23: 52)
A pancada ir produzir umha muito pequena impressom, a que corresponde umha certa defor-
maom plstica do material, consumindo-se nessa deformaom umha parte maior ou menor da
energia cintica do martelo. A altura do ressalto vai, portanto, depender da energia ainda dispo-
nvel. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
H, assim, um interesse renovado polos modelos referentes ao metabolismo fotossinttico das
plantas, por se admitir que esses modelos irm fornecer indicaons que permitirm prever alteraons
na assimilaom do dixido de carbono polas plantas em diferentes ambientes e condions e, por-
tanto, seguir a dinmica deste gs na atmosfera. (ELBC: s.v. modelo biolgico)
Longnquo ainda est o tempo em que a xenotransplantaom ir resolver o problema da falta de
dadores para transplantaom. (ELBC: s.v. xenotransplantao)
POTENCIAL
257. O potencial (tambm chamado condicional ou ps-pretrito) do indicativo indica
hiptese ou suposiom formulada com reserva ou distanciamento (condicional hipottico:
cf. Riera, 2005a: 108). Exemplos de uso:
A caixa depositada no corredor do Museu de La Plata nom ficou inclume. Consta que, no si-
lncio sem testemunhas da noite, um desafeto de Moreno, o clebre antroplogo e paleontlogo ar-
gentino Florentino Ameghino (1854-1911), teria examinado a pele, chegando conclusom de que
pertencera a umha preguia. (Cincia Hoje, 161: 24)
No Brasil ocorrrom as duas primeiras espcies citadas: G[lossotherium]. robustum, no Rio
Grande do Sul, e G. lettsomi, na Bahia. Ao que parece, ambas procediam de regions temperadas e, pe-
rante a queda da temperatura nos territrios de origem, h aproximadamente 12 mil anos, teriam-se
refugiado em ambiente menos agressivo, como o do Brasil intertropical. (Cincia Hoje, 161: 24)
Em 1988, aps anos de trabalho e publicaons menos conhecidas, apareceu na revista Chemical
Geology um artigo defendendo que alguns dos principais jazigos de sulfuretos macios de Aljustrel se
teriam formado debaixo de umha cobertura de sedimentos, em condions muito semelhantes s
agora suspeitadas para o alvo no segmento FAMOUS. (Colquio/Cincias, 23: 51)
Por um lado, alguns citam que num escrito datado de 2200 anos a.C. se trata do algodom e dos
tecidos feitos com a sua fibra; outros autores dim que os Chineses, muitssimo arreigados s tradi-
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 445
ons, teriam recebido a planta da ndia, a qual foi primitivamente muito cultivada como ornamental,
e nom como produtora de fibra. (ELBC: s.v. algodo)
Os Chineses teriam realizado os primeiros foguetes em 1100; em 1232 usrom-nos na defesa de
Kai-Fung-Fu (Pien King), cercada polos Mongis, sob a forma de flechas voadoras incendirias.
(ELBC: s.v. foguete)
Segundo esta hiptese [a endossimbitica], os mitocndrios teriam sido, no passado, orga-
nismos independentes, prximos das atuais eubactrias aerbias, que term invadido ou sido captu-
rados por um eucariota anaerbio primitivo [redaom correta: que term invadido um eucarionte
anaerbico primitivo ou por ele term sido capturados]. (ELBC: s.v. mitocndrios)
Certos vidros vulcnicos comportam, no entanto, cristais que j se teriam formado no interior da
cmara magmtica, e, com o decurso do tempo, no seio da matria vtrea comeam a registar-se des -
vitrificaons, formando-se cristalitos de formas em geral exticas. (ELBC: s.v. vidro vulcnico)
PRESENTE DO CONJUNTIVO
258. Quatro usos caratersticos mostra o presente do conjuntivo (= subjuntivo) no ga-
lego-portugus tcnico-cientfico692: a expressom de juzos (quando utilizado com verbos
de pensamento), a introduom de exemplos, como elemento nexual ou coesivo e como
ncleo de clusulas condicionantes introduzidas pola palavra caso.
Nom h ainda provas de que o translocador Cl-K + exista, mas admite-se que desempenhe um
papel muito importante no transporte inico transepitelial de cloro e eventualmente de potssio. (Bi-
ologia Celular: 94)
Durante o deslocamento dos queratincitos para a superfcie epidrmica, os melanossomas som
possivelmente destrudos, admitindo-se que haja somente degradaom do seu contedo proteico e
nom da melanina. (Biologia Celular: 310)
Pensa-se que o Brasil tenha cerca de 50 mil espcies vegetais (22% do total do planeta), 524 es-
pcies de mamferos, trs mil de peixes, 1622 de aves, 517 de anfbios, 467 de rpteis, 10-15 milhons
de insetos, alm de milhons de espcies de microrganismos. (Cincia Hoje, 167: 38)
Estima-se que 40% dos medicamentos disponveis na teraputica moderna tenham sido desen-
volvidos a partir de fontes naturais. (Cincia Hoje, 167: 41)
Estima-se que o mercado mundial dos medicamentos derivados de plantas seja da ordem de
30.000-40.000 milhons de dlares estado-unidenses anuais, e ele vem crescendo em taxas expres -
sivas. (Cincia Hoje, 167: 42)
Estima-se que no Reino Unido 18% dos pacientes com prteses da anca tenham que ser sujeitos
a umha nova operaom, freqentemente para colocaom de umha nova prtese. (Colquio/Cincias,
23: 39)
Esta espcie [ameixeira: Prunus domestica L.], de h muito cultivada em vrias castas, nom co-
nhecida no estado espontneo, mas supom-se que seja um hbrido natural entre as P. spinosa L. e P.
cerasifera Ehrh. var. divaricata (Ledeb.) Bailey, oriunda do Cucaso. (ELBC: s.v. ameixeira)
O modo como os anestsicos gerais atuam nom est perfeitamente esclarecido, mas admite-se
que interfiram com o mecanismo de respiraom celular, inibindo a aom de vrias enzimas [...].
(ELBC: s.v. anestesia)
A configuraom molecular do fsforo vermelho nom bem conhecida, pensando-se no entanto
que seja constitudo por vrias modificaons cristalinas polimricas e material amorfo. (ELBC: s.v. fs-
foro)
Nalgumhas galhas complexas, admite-se que haja transferncias de material gentico (i. , vrus,
plasmdios ou transposons) do inseto cecidozoide para a planta [...]. (ELBC: s.v. galha)
Admite-se que o produto de secreom, ou sebum, [...] tenha propriedades bacteriostticas, con-
dicione a permeabilidade cutnea e influa na plasticidade da pele. (ELBC: s.v. glndulas sebceas)
Admite-se que este facto esteja relacionado com as caratersticas qumicas [...]. (ELBC: s.v. inositol)
De facto, estima-se que os insetos causem perdas de produom entre 13% a 16%. (ELBC: s.v. in-
secticida)
J no que respeita atividade bactericida [do lpulo], h indicaons de que esteja associada aos
derivados ceto-enlicos relacionados com o floroglucinol. (ELBC: s.v. lpulo)
Os dedos [das osgas] som muito achatados e cada um possui umha placa inferior, com escamas
modificadas em pequenas lamelas transversais, providas de pincis de sedas muito finas que pene-
tram nas mais pequenas fendas e que aderem s mnimas impurezas dos suportes, permitindo que as
osgas subam por paredes verticais e se desloquem mesmo nos teitos lisos, o que antes fijo supor que
possussem ventosas nas extremidades dos membros. (ELBC: s.v. osga)
Acredita-se que estes misteriosos fragmentos [os tectitos] podam ter origem extraterrestre e de-
rivar do impacto de grandes meteoritos na superfcie lunar ou resultar de impactos de grandes massas
meteorticas na superfcie da Terra. (ELBC: s.v. tectito)
Foi designado [o zinco] por diversos nomes, julgando-se que o atual tenha sido utilizado pola
primeira vez por Lohneyes, em 1697. (ELBC: s.v. zinco)
que a partir do surgimento das primeiras colnias de organismos unicelulares, os seres vivos comerom [e,
neste caso, nom: comeassem] a apresentar a capacidade de sintetizar e depositar ativamente macromolculas
biolgicas a nvel dos espaos intercelulares. (Biologia Celular: 63), Supom-se que os quistos, chegando ao
clon, passam [e, neste caso, nom: passem] polas fases referidas e as amebas uninucleadas iniciam umha nova
infestaom. (ELBC: s.v. ameba).
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 447
Modelos recentes proponhem que o cinetcoro seja constitudo por ansas de cromatina que ir-
radiam da regiom centromrica do cromossoma, unidas entre si por protenas, e formando um sis-
tema trilamelar visvel apenas ao microscpio eletrnico. (ELBC: s.v. cinetcoro)
Certamente polo facto de os ispteros serem sempre insetos sociais, pensa-se, com freqncia,
que os insetos sociais constituam tambm, na ordem dos himenpteros, umha modalidade muito
espalhada. (ELBC: s.v. insectos sociais)
invertase tem sido atribudo um importante papel nos processos que levam intensificaom
do transporte Source-Sink da sacarose, que, enviada desde as folhas, se vai acumular em rgaos de
reserva, como sejam razes tuberosas, tubrculos, frutos e sementes. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
Com efeito, constata-se que a sntese deste fosfolpido de inositol marcadamente regulada em
certas situaons, como seja, p. ex., em resposta ao efeito de um stress osmtico. (ELBC: s.v. inositol)
Outros [metabolitos secundrios] ainda exibem importncia ecolgica, atuando na atraom de
outros organismos (odores, cores), na proteom contra a predaom ou como substncias txicas ou
de ataque, como sejam os casos dos alcaloides da salamandra, dos glicsidos cardacos dos venenos
dos sapos [...]. (ELBC: s.v. metabolismo)
Os taninos from definidos como compostos de origem natural com massa molecular de 500 a
3000 dalton e com um nmero suficiente de grupos OH de natureza fenlica [...] que possibilite a
formaom de ligaons de entrecruzamento entre macromolculas, como sejam protenas, celulose,
pectinas. (ELBC: s.v. taninos)
O que se passa no home quanto ao calor animal ilustra em grande parte o que ocorre nos ani -
mais dotados de homotermia aves e mamferos, cuja temperatura interna constante e mais
elevada que a do ambiente, mas acrescente-se que nestes o revestimento de penas ou de pelos os pro-
tege contra a perda por irradiaom. (ELBC: s.v. calor animal)
As ROM que som reprogramveis assumem a designaom de EPROM (Erasable Programmable Read
Only Memory). A ttulo de exemplo refira-se que a BIOS (Basic Input-Output System) de um compu-
tador pessoal umha memria deste tipo. (ELBC: s.v. computador)
Assinale-se que os ncleos de 235U sofrem cisom com neutrons trmicos (de energia inferior a
0,5 eV), o mesmo acontecendo com os istopos artificiais 233U e 239Pu (plutnio- 239) [...]. (ELBC: s.v.
ciso nuclear)
Do primeiro grupo [mquinas frigorficas de compressom e expansom de um gs permanente],
citemos as mquinas de ar. (ELBC: s.v. frigorfica, mquina)
No caso dos caros, refiram-se as espcies Aceria sheldoni e Calepitrimerus vitis, associadas, respeti-
vamente, s deformaons observveis em flores, folhas e frutos, no limoeiro, e erinose da vinha.
(ELBC: s.v. galha)
Sublinhe-se que a alimentaom ovolactovegetariana compatvel com perfeita sade de adultos
e crianas, embora poda comprometer a estatura final destas. (ELBC: s.v. pescado)
De entre os papagaios, citem-se o j referido papagaio-cinzento ou jaco, Psittacus erithachus, da
frica Tropical Ocidental [...]. (ELBC: s.v. Psitaciformes)
Em territrio portugus, alm dos Aores, pode referir-se o vulcanismo extinto da ilha da Ma-
deira. No continente, as manifestaons vulcnicas som muito remotas (v.g. complexo basltico da re-
giom de Lisboa-Mafra). Diga-se, enfim, que, embora sem vulcanismo ativo, muitos aparelhos vulc-
nicos apresentam fenmenos secundrios como fumarolas [...]. (ELBC: s.v. vulco)
448 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
Caso um mosquito nom infetado morda umha pessoa infetada, ele fica infetado e pode depois
transmitir a doena [a malria] a outras pessoas. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 305)
Caso nom seja tratada, a malria causada polos protozorios Plasmodium vivax, P. ovale e P. ma-
lariae causa ataques recorrentes de sintomas com cada episdio de destruiom de glbulos verme-
lhos polos parasitas. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 306)
Utilizando-se algarismos para indicar as posions, deve procurar-se para os substituintes a po-
siom mais baixa possvel; caso existam vrias possibilidades equivalentes de escolha, seguem-se as
regras enunciadas nas pgs. 22 a 24. (Nomenclatura de Compostos Orgnicos: 57)
A anomalia de metano poderia nom ser acompanhada de outros efluentes hidrotermais caso a
descarga hidrotermal fosse filtrada por sedimentos, que reteriam facilmente partculas e H 2S. (Col-
quio/Cincias, 23: 50)
FUTURO DO CONJUNTIVO
259. O futuro do conjuntivo umha forma verbal de grande rendimento no luso-bra-
sileiro tcnico-cientfico. Na Galiza o seu uso foi habitual na lngua espontnea at ao s-
culo XIX (veja-se, por exemplo, a sua freqente utilizaom na poesia de Rosalia de Castro e,
sobretodo, de Manuel Curros Henriques), mas hoje goza de escassa vitalidade nos falares
galegos (apenas presente em provrbios e frmulas fossilizadas) pola pressom do caste-
lhano. No entanto, para a constituiom em galego de um modelo expressivo culto e cient-
fico, a plena restauraom dos usos desta forma verbal parece hoje insoslaivel (cf. Freixeiro
Mato, 2000: 359-362).
O futuro do conjuntivo denota umha aom nom real situada no futuro, a qual ante-
rior a um referendo situado tambm no futuro 695. O futuro do conjuntivo nom se usa
nunca como forma autnoma, ocorrendo em oito tipos de clusulas subordinadas (v.
infra), de modo que ele aparece em correlaom com verbos, situados na clusula principal,
em futuro ou em presente (do indicativo, do conjuntivo ou do imperativo) e nom pode
utilizar-se em oraons puramente hipotticas do tipo Se a populaom fosse constituda por
um milhom de indivduos, haveria 20.000 representantes do alelo no fundo gnico, em
que a correlaom se estabelece entre o potencial (clusula principal) e o pretrito do con-
juntivo (clusula subordinada).
Os oito tipos de clusulas em que pode ocorrer o futuro do conjuntivo som: clusulas
concessivas duplas, nas quais o futuro do conjuntivo surge associado ao presente do conjun-
tivo (ex.: Seja como for, resolveremos o problema); clusulas de relativo (ex.: Recomen-
damos que volte ao seu ptico para substituir as lentes de contacto na data que lhe in-
dicar); clusulas condicionantes (ex.: Se quigerdes, reato a explicaom); clusulas circuns-
tanciais temporais (ex.: Quando vinher, mostra-lho); clusulas circunstanciais locativas
(ex.: Situa o projetor onde ela che dixer); clusulas circunstanciais modais (ex.: Proceda
conforme o tcnico lhe indicar); clusulas comparativas (ex.: Grite tanto como puder),
695
Para se obter umha visom geral da gramtica do futuro do conjuntivo galego pode consultar-se Costa Ca -
sas et al. (1988: 202, 203) e Freixeiro Mato (2000: 367-370).
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 449
No fim, aquelas fraons que apresentarem propriedades semelhantes podem ser reunidas em
lotes, cada um dos quais constitudo por um dos componentes com aprecivel grau de pureza.
(ELBC: s.v. destilao)
Por outro lado, acumulam-se formas azotadas de baixo peso molecular, como aminas e amidas,
prejudiciais para os animais que vinherem a ingerir estas plantas. (ELBC: s.v. enxofre)
Contodo, verdade que a qualidade de um hipertexto depende da prtica e das capacidades que
o seu elaborador for desenvolvendo. (ELBC: s.v. hipernavegao)
Na planta, os vrus [idaeovrus] encontram-se em todos os tecidos, incluindo as sementes e o
plen, verificando-se que esta a forma de transmissom, tanto para a semente como para os tecidos
da planta que for polinizada. (ELBC: s.v. idaeovrus)
259.3.Clusulas condicionantes
Substitua as pilhas velhas, se o telecomando deixar de controlar as funons do leitor. (Manual de
instruons do leitor de discos compactos Sony CDP-XB720: 4)
Se nom utilizar o telecomando durante um longo perodo de tempo, retire as pilhas para evitar
os danos provocados polo derramamento e pola corrosom do lquido das pilhas. (Manual de instru-
ons do leitor de discos compactos Sony CDP-XB720: 4)
Se usar o sistema Philishave pola primeira vez , repare por favor no seguinte: a sua pele necessita
polo menos de duas semanas para se adaptar. (Manual de instruons da mquina de barbear eltrica
Philishave 765/715)
Obtenhem-se melhores resultados se a pele estiver seca. (Manual de instruons da mquina de
barbear eltrica Philishave 765/715)
Se necessrio, aplique umha loom para antes de barbear. Isto poder ser vantajoso se o clima
for quente e hmido. (Manual de instruons da mquina de barbear eltrica Philishave 765/715)
Se, posteriormente, cessar a aom da colquicina, a mitose seguinte ser normal. (Biologia Ce-
lular: 352)
Se procurarmos investigar o nmero de plantas distintas [que h] num quilmetro quadrado
da regiom em que moramos; se contarmos o nmero de espcies diferentes que habitam num
tronco de rvore; se nos informarmos sobre o nmero total de seres vivos diferentes que se desen -
volvem num rio, num lago ou no mar, ficaremos surpreendidos com a enorme diversidade de formas
a existentes! (Biologia I Parte 12. Ano: 14)
Se a populaom nom estiver em evoluom e os cruzamentos se derem ao acaso, as freqncias
dos gentipos AA, Aa e aa podem ser assim calculadas. (Biologia I Parte 12. Ano: 65)
Como vimos, dous organismos podem apresentar grandes semelhanas morfolgicas e, no en-
tanto, se nom houver possibilidade de cruzamento entre eles, ou se, cruzando-se, originarem des-
cendncia estril, pode afirmar-se que pertencem a espcies diferentes. (Biologia I Parte 12.
Ano: 75)
O veneno da mambra-negra de aom muito rpida, podendo as suas mordeduras ser mortais
se nom forem logo tratadas. (Grande Enciclopdia Animal: 392)
Como dixemos, umha caraterstica importante do ser humano e dos animais superiores a sua
capacidade de aprendizagem. Se a encararmos como umha capacidade de adaptaom do comporta -
mento ao meio, podemos ver que existe, em menor grau, mesmo em espcies animais com um sis-
tema nervoso relativamente pouco elaborado. (Colquio/Cincias, 23: 4)
De facto, umha grandeza que s se anula se a rede produzir as respostas corretas para todos os
padrons de treino. (Colquio/Cincias, 23: 8)
Se estes estudos produzirem os resultados esperados, isto , evidncia [anglicismo por: infor-
maom, dados] para a precipitaom de sulfuretos em profundidade, impor-se realizar sondagens no
local. (Colquio/Cincias, 23: 52)
Se analisarmos esta listagem com cuidado, vemos que a par dos cristais naturais, os minerais,
muitos outros surgrom de domnios tecnolgicos especializados. (Colquio/Cincias, 25: 20)
Se a coloraom verde atingir todo o tubo-teste, a taxa de alcoolemia de 0,80 g/dm 3. (Qumica
na Nossa Vida: 149)
O outro fator condicionante a chuva, que, se molhar a fibra do algodom na altura em que as
cpsulas abrirem, deprecia extraordinariamente o produto. (ELBC: s.v. algodoeiro)
Se se pretender acelerar o endurecimento, pode reaquecer-se a liga a temperatura da ordem dos
100 a 200 C durante poucas horas [...]. (ELBC: s.v. alumnio)
Se um volume suficiente de material cindvel (volume crtico) for reunido de modo que os neu -
trons secundrios podam encontrar outros ncleos e nom se escapar do urnio ou do plutnio , esta-
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 451
belece-se umha reaom nuclear em cadeia, cada vez mais rpida, at se tornar explosiva. (ELBC: s.v.
bomba atmica)
Se a chumaceira for mal calculada, suportar esforos superiores aos previstos ou tiver lubrifi-
caom deficiente, a temperatura do conjunto sobe e pode verificar-se a fusom do material antifricom
dos casquilhos, a gripagem dos moentes e at a rotura do veio ou da chumaceira. (ELBC: s.v. chuma-
ceira)
Se se retiver a gua num nvel alto durante a mar e se se despejar lentamente atravs de umha
barragem, ela gera energia. (ELBC: s.v. energia)
Se, p. ex., enterrarmos um condutor de Cu e outro de Zn num limom e os ligarmos exterior-
mente a um voltmetro obtemos umha leitura nesse voltmetro que prova que se desenvolvrom rea-
ons na vizinhana dos condutores, as quais som acompanhadas pola libertaom de energia eltrica.
(ELBC: s.v. processos electroqumicos)
Nota de uso
A estrutura mais freqente para exprimir condiom em galego-portugus som as clu-
sulas iniciadas pola partcula condicional se (amide nucleadas por um futuro do conjun-
tivo696). No entanto, com essa funom tambm podem aparecer, se bem que com muita
menor freqncia que os futuros do conjuntivo em clusulas introduzidas por se, entre ou-
tras, as seguintes estruturas:
a) Infinitivos flexionados introduzidos pola preposiom a (ou, mais raramente, por de):
Porm, a manterem-se as elevadas taxas de crescimento da capacidade de memria dos compu -
tadores que se venhem verificando, provvel que esta diferena venha a deixar de existir dentro de
alguns anos, podendo talvez um vulgar computador pessoal vir a ter maior capacidade de armazena -
mento de informaom que o crebro humano. (Colquio/Cincias, 23: 6)
Como por outro lado se nom d no home pensamento sem crebro, temos de admitir umha re -
laom entre inteligncia e crebro, que, a nom ser causal, ser condicional, i. , de condiom. (ELBC:
s.v. crebro)
A manter-se o mesmo ritmo de consumo , e tendo em conta a curva demogrfica, pode pre-
ver-se o esgotamento das duas maiores fontes de energia atuais, durante o sculo XXI: o petrleo e o
gs natural para o ano 2050 ou 2075; o carvom pensa-se que durar mais dous sculos. (ELBC: s.v.
energia)
Som consideradas aqui apenas as bactrias metanognicas que crescem anaerobiamente com
CO2 e H2 como fontes de carbono e, de serem acetognicas, i. , de nom produzirem cido actico
como principal produto final, utilizam a via do acetil-CoA quando crescem com CO ou CO 2 e H2.
(ELBC: s.v. via do acetil-CoA)
696
Mas nem sempre, pois, quando o verbo da clusula principal est no presente do indicativo, pode aparecer
na clusula condicionante outro presente do indicativo. Exemplo: Se o sistema fornece calor ao termstato,
parte do slido funde e a parte fundida pode medir a quantidade de calor fornecida polo sistema ao termsta-
to; se, polo contrrio, o sistema recebe calor do termstato, parte do lquido congela. (ELBC: s.v. termstato).
452 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
Caso nom seja tratada, a malria causada polos protozorios Plasmodium vivax, P. ovale e P. ma-
lariae causa ataques recorrentes de sintomas com cada episdio de destruiom de glbulos verme-
lhos polos parasitas. (Enciclopdia Mdica da Famlia: 306)
Utilizando-se algarismos para indicar as posions, deve procurar-se para os substituintes a po-
siom mais baixa possvel; caso existam vrias possibilidades equivalentes de escolha , seguem-se as
regras enunciadas nas pgs. 22 a 24. (Nomenclatura de Compostos Orgnicos: 57)
A anomalia de metano poderia nom ser acompanhada de outros efluentes hidroterrmais caso a
descarga hidrotermal fosse filtrada por sedimentos, que reteriam facilmente partculas e H 2S. (Col-
quio/Cincias, 23: 50)
259.6.Clusulas intensificantes-proporcionais
Quanto maior for o nmero de indivduos AA, menor ser a freqncia de a. (Biologia I Parte
12. Ano: 67)
Diremos entom que os alongamentos sofridos pola mola som tanto maiores quanto maiores
forem as intensidades das foras de traom que a deformam. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 31)
O significado do objetivo que apontamos para a Fsica ir sendo compreendido medida que
formos avanando na leitura destes cadernos. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 34)
Quanto maior for o valor da velocidade do sistema , maior ser o valor da sua energia cintica.
(Cadernos de Iniciao Cientfica: 126)
Caso contrrio sempre positiva, e de valor tanto maior quanto mais os valores de sada da rede
se afastarem dos valores desejados. (Colquio/Cincias, 23: 8)
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 453
O porte das rvores [Hevea brasiliensis] depende do clima e da fertilidade do terreno e o seu n-
mero ser tanto maior quanto piores forem as condions. (ELBC: s.v. borracha)
A colheita feita por vezes sucessivas, e quantas mais forem melhor ser a qualidade do al-
godom, por estar menos tempo exposto ao sol, ao vento e aos orvalhos, que o sujam, mancham e de -
terioram. (ELBC: s.v. algodo)
O coeficiente de sedimentaom freqentemente utilizado na caraterizaom de partculas,
sendo tanto maior quanto maior for a partcula. (ELBC: s.v. centrifugao)
O estudo e projeto de umha chumaceira com os respetivos casquilhos e sua lubrificaom um
problema complicado, tanto mais quanto maior for a velocidade do veio e a carga a suportar. (ELBC:
s.v. chumaceira)
Quanto mais elevados forem os nveis de HDL-colesterol, menor ser o risco de doena coro-
nria. (ELBC: s.v. colesterolmia)
Assinale-se que os ncleos de 235U sofrem cisom com neutrons trmicos (de energia inferior a
0,5 eV), o mesmo acontecendo com os istopos artificiais 233U e 239Pu, entre outros, e que a probabili-
dade de se darem estas reaons tanto maior quanto menor for a velocidade dos neutrons inci-
dentes. (ELBC: s.v. ciso nuclear)
Ao longo, porm, da palheta a velocidade perifrica varia, originando assim palhetas tanto mais
empenadas quanto mais compridas forem. (ELBC: s.v. compressor)
Este nmero [nmero de dureza Brinell de um material] tanto maior quanto menor for a rea
da impressom, ou seja, quanto menor tiver sido a deformaom plstica do material [...]. (ELBC: s.v. du-
reza, ensaios de)
Por vezes, as aves parasitadas reagem presena de ovos estranhos abandonando o ninho ou
construindo um novo plano nidal que enterra os ovos parasitas, mas esta rejeiom estatisticamente
tanto menor quanto mais os ovos parasitas forem semelhantes aos ovos da espcie parasitada. (ELBC:
s.v. parasitismo nidal)
Quanto maior for n, mais complexa a molcula do hidrocarboneto e maior a sua densidade
ou, por outras palavras, quanto menor for n menor a sua densidade. (ELBC: s.v. petrleo bruto)
A quantidade de lquido segregado varia com a distncia a que o local de secreom se encontra
do duodeno, sendo menor quanto mais afastado estiver aquele desta porom. (ELBC: s.v. suco entrico)
Note-se ainda que quanto mais tardia for a sementeira, maior dever ser a dose a empregar, pois
de um modo geral menos intenso o afilhamento. (ELBC: s.v. trigo)
Enquanto que as populaons das Ilhas Canrias estm bem estabelecidas, nom se sabe se o
mesmo se passa com as restantes populaons do continente europeu. (Guia Fapas dos Mamferos: 25)
454 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
O que se passa no home quanto ao calor animal ilustra em grande parte o que ocorre nos ani -
mais dotados de homotermia aves e mamferos, cuja temperatura interna constante e mais
elevada que a do ambiente [...]. (ELBC: s.v. calor animal)
O calor do corpo humano, definido pola sua temperatura termomtrica, resulta das reaons qu-
micas exotrmicas que nele se passam. (ELBC: s.v. calor animal)
Umha mistura de dous (ou mais) lquidos de pontos de ebuliom diferentes destila geralmente a
umha temperatura intermdia, dizendo-se neste caso que formam umha mistura normal. O mesmo
nom se passa com as misturas ditas azeotrpicas, as quais, para determinadas percentagens dos seus
componentes, podem destilar a temperaturas superiores a qualquer das dos seus componentes.
(ELBC: s.v. destilao)
Caso semelhante se passa nas molculas heteropolares [...]. (ELBC: s.v. diplo)
A exploraom de tais mananciais, numha regiom determinada das suas reas de distribuiom,
pode, pois, repercutir-se na abundncia e nas capturas de umha zona muito vasta. (ELBC: s.v. pesca)
Todos estes parmetros som suscetveis de serem tratados, com software adequado, de modo a
serem transformados em curvas espetrais, dado o carter peridico de que se reveste a sua descriom.
(Colquio/Cincias, 23: 66)
A seguir ao glomrulo, que propriamente a porom secretora da glndula, segue-se o canal ex-
cretor, que atravessa perpendicularmente a derme [...]. (ELBC: s.v. glndulas sudorparas)
697
No entanto, som usados com pronome os verbos combinar (O iodo pode combinar-se com os outros ha-
lognios [...]., ELBC: s.v. iodo) e dissolver (Por seu lado, o mercrio dissolve-se em fsforo branco lquido.,
ELBC: s.v. mercrio).
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 455
Mangansio: metal cinzento e quebradio, que oxida em contacto com o ar. ( DALP: s.v. manga-
nsio)
A gua congela a zero graus Celsius. (DACL: s.v. congelar)
O arsnio metlico tem a densidade 5,73, funde em tubo selado a 814 C e sublima a c. 450 C.
(ELBC: s.v. arsnio)
As clulas albuminosas ou clulas de Strasburger som clulas parenquimatosas que coram inten-
samente com os corantes citoplasmticos, polo que se pensa serem ricas em material proteico. (ELBC:
s.v. clula)
Quando a polpa [dentria] necrosa, a dor abranda um pouco, mas aparece edema da face. (ELBC:
s.v. dente)
[Os fsforos amorfos] Acendem s em lixa que contenha fsforo vermelho ou sesquissulfureto,
amassados com p de vidro e qualquer ligante. (ELBC: s.v. fsforos)
pressom atmosfrica [o iodo] sublima sem fundir, produzindo vapores violceos. (ELBC: s.v.
iodo)
O mercrio metlico lquido temperatura ordinria, pois funde a 38,9 C. (ELBC: s.v. mer-
crio)
Se a toxicidade for intensa, as folhas podem tornar-se completamente amarelas e necrosar a
partir das margens, situaom que pode conduzir morte da planta. (ELBC: s.v. nquel)
Se o sistema fornece calor ao termstato, parte do slido funde e a parte fundida pode medir a
quantidade de calor fornecida polo sistema ao termstato; se, polo contrrio, o sistema recebe calor
do termstato, parte do lquido congela. (ELBC: s.v. termstato)
[...] as folhas amarelecem, murcham, secam e caem prematuramente [...]. (ELBC: s.v. tinta, doena da)
Anticodom: Grupo de trs nucletidos que entra na constituiom do ARNt e que reconhece o ami-
nocido especfico e o codom complementar do ARNm, com o qual emparelha durante a sntese pro-
teica, no ribossoma. (DBCN: s.v. anticodo)
Raios de luz que encurvam por aom da gravidade, quando se d o colapso do ncleo. (Grande
Dicionrio Visual da Cincia: 330)
As gengivas costumam dilatar e inchar, um problema conhecido como hiperplasia gengival,
como resultado da vulgar doena das gengivas chamada gengivite. (Enciclopdia Mdica da Famlia:
619)
o regime laminar, em que as diversas camadas de lquido deslizam umhas sobre as outras, sem
se misturar. Se a velocidade do movimento grande, o filete colorido entorta e dispersa-se com
grande rapidez, misturando-se rapidamente a massa do lquido que est em movimento turbilhonar e
di-se, entom, que o escoamento feito em regime turbulento. (ELBC: s.v. hidrodinmica)
O vidro assim obtido torna-se totalmente inadequado para instrumentos pticos, como bvio,
por apresentar dupla refraom, mas muito utilizado na indstria (para-brisas, servios de mesa,
etc.), onde qualificado de inquebrvel, pois muito mais resistente do que o vidro vulgar; quando
[ele] parte, reduz-se a pequenos pedaos, arredondados e inofensivos. (ELBC: s.v. refraco)
Apesar de grande, [a mamba-negra] muito gil, deslizando com facilidade polos arbustos e r-
vores. (Grande Enciclopdia Animal: 392)
Em qualquer dos casos, necessrio um suporte ao qual as clulas adiram e sobre o qual se mul-
tipliquem antes da implantaom. (Colquio/Cincias, 23: 40)
Enquanto estes se situam em zonas de vulcanismo recente (zonas neovulcnicas), o campo
Rainbow assenta diretamente sobre peridotitos serpentinizados [...]. (Colquio/Cincias, 23: 49)
No primeiro [no reservatrio], que se encontra pressom atmosfrica em virtude de comunicar
com o ambiente por um orifcio, existe um flutuador com umha haste superior que fecha umha vl-
vula de entrada de carburante logo que este atinge um certo nvel no seu interior e volta a abrir logo
que este desce. (ELBC: s.v. carburador)
Os dedos [das osgas] som muito achatados e cada um possui umha placa inferior, com escamas
modificadas em pequenas lamelas transversais, providas de pincis de sedas muito finas que pene-
tram nas mais pequenas fendas e que aderem s mnimas impurezas dos suportes [...]. (ELBC: s.v. osga)
Fenmeno natural que afeta um terreno argiloso saturado de gua, quando assenta sobre um
substrato impermevel inclinado. (ELBC: s.v. solifluxo)
Durante o dia h um aumento progressivo da temperatura, depois esta estaciona, a seguir baixa
progressivamente at atingir um nvel mnimo durante a noite ou princpio da manh, e depois volta
a aumentar. (ELBC: s.v. termoperodo)
456 - 34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS
Em meados do sculo 1960, a populaom era cerca de 2,5 milhares de milhons. Nos 27
anos seguintes duplicou, atingindo os 5 milhares de milhons. (Biologia - II Parte - 12. Ano: 624)
Concluiramos que o alongamento duplicava quando a intensidade da fora duplicava, e que tri-
plicava quando a intensidade da fora triplicava. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 31)
Por exemplo, para condrcitos de orelha humana o nmero de clulas duplica duas vezes por se-
mana nas trs primeiras semanas [...]. (Colquio/Cincias, 23: 39)
Nos Estados Unidos da Amrica, os casos de melanoma a forma mais grave de cancro da pele
quase duplicrom nas ltimas duas dcadas e figrom com que este tipo de cancro apresentasse a
mais rpida taxa de crescimento. (National Geographic Portugal, 21: 18)
Ocorreu a Brearley que esse ao poderia ser usado em cuitelaria. (Colquio/Cincias, 23: 35)
O primeiro episdio remonta ao princpio da dcada de 40 e ilustra a promessa do primeiro
agente antimicrobiano potente, que quase provocou a cura de um doente moribundo como resul-
tado de umha infeom bacteriana generalizada. (Colquio/Cincias, 23: 75)
A exploraom de minas de sal-gema na Europa remonta aos Celtas, que parece terem iniciado a
exploraom das minas de Hallstatt. (ELBC: s.v. sal-gema)
Alm de terem sido pouco explorados sob a forma de modelos, tanto o comensalismo como o
mutualismo som, em geral, pouco conhecidos com precisom, nom se sabendo em muitos casos se
ambos os parceiros de facto beneficiam com a interaom [...]. (Ecologia das Populaes e das Comuni-
dades: 136)
O sc. XX beneficiar com todas estas condions, em que se nom deve esquecer a contribuiom
da histologia e da anatomia patolgica, possveis pola descoberta do microscpio. (ELBC: s.v. cirurgia)
Os indicadores-do-mel nom som capazes de abrir as colmeias. Para essa operaom beneficiam
da ajuda do ratel. (ELBC: s.v. indicador-do-mel)
A VOZ PASSIVA
261. A lngua especializada galego-portuguesa carateriza-se por umha ocorrncia sig-
nificativa da voz passiva, de uso mais freqente que na lngua comum, o que condi com a
tendncia daquela para a expressom despersonalizada698. Entre as causas que explicam a
grande freqncia de uso da voz passiva no ingls tcnico-cientfico e que som extensveis
ao galego, Sager, Dungworth e McDonald (1980: 209) citam as seguintes: 1., a passiva
possibilita que a atenom se centre no efeito e resultado das aons elementos funda-
mentais em Cincia e Tcnica, omitindo umha informaom bvia ou desnecessria
como o agente da aom (raramente este explicitado: estilo despersonalizado); 2., o
uso da passiva tambm evita a constante citaom com o conseguinte entorpecimento
do estilo do sujeito que responsvel por umha srie de aons (passivas prprias sem
agente explcito), e 3., a passiva (prpria) permite que, nas oraons, o objeto direto da
correspondente oraom ativa (que o que comporta a informaom conhecida) ocupe a
posiom temtica, quer dizer, inicial ou pr-verbal, ganhando assim grande realce.
Em galego-portugus, a impersonalizaom que requer o discurso tcnico-cientfico
conseguida, a nvel verbal, mediante trs modos de expressom principais: a passiva pr-
pria, a passiva reflexa (tambm denominada passiva pronominal ou de cltico) e a ativa im-
pessoal. A passiva prpria conhece no atual galego-portugus um uso considervel
mesmo quando o verbo auxiliar ser depende doutro verbo (modal) e pode dizer-se que
o galego formal, em que se incluem as lnguas especializadas, nom sente a mesma
698
No caso do ingls a intensificaom que experimenta a passiva no discurso tcnico-cientfico mui consider-
vel: Gpferich (1995: 409) achou que no seu corpus tcnico-cientfico redigido em ingls a passiva representa
em mdia 31,26% das formas verbais finitas, enquanto que para a lngua comum se tenhem determinado valo -
res inferiores a 5%.
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 457
aversom pola passiva prpria que o castelhano, de modo que num texto tcnico-cient-
fico redigido em galego-portugus relativamente alto o nmero de oraons passivas que
podem incluir-se sem que o estilo se ressinta ou adquira feiom estrangeirizante699.
Em galego, a ativa impessoal com se nunca ocorre com objeto direto, enquanto em
castelhano pode faz-lo:
cast. Se le vi en el laboratorio. > gal. Foi visto no laboratrio.
cast. Se las oy en el laboratorio. > gal. From ouvidas no laboratrio.
cast. Se distribuy a los pacientes en dos grupos. > Os pacientes from distribudos em dous
grupos. (Nom confundir com a ativa reflexa ou reflexiva: Os pacientes distriburom-se em dous
grupos [eles prprios, a si prprios])
cast. Se vacun a las embarazadas. > gal. As grvidas from vacinadas.
na uno/una e inglesa one/you): Umha pessoa / A gente nom pode fazer sempre todo. (< ingl. One cant
always do everything; cast. uno/una no puede hacer siempre todo), Umha pessoa deve faz-lo o melhor que
pode. (< ingl. One has to do ones best).
702
A possibilidade de personalizaom do infinitivo em galego-portugus (infinitivo flexionado) determina que
freqentemente, como tendncia, ele seja acompanhado por marcas explcitas de impersonalizaom (partcula
se) para patentear o seu uso impessoal (v. 265.1).
34. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (I):FORMAS VERBAIS FINITAS - 459
Tanto na anestesia regional como na local o indivduo nom privado da conscincia, sendo
apenas suprimida a perceom da dor numha determinada regiom. (ELBC: s.v. anestesia)
Os anestsicos gasosos som fornecidos em cilindros, onde se encontram sob pressom. Os anes-
tsicos lquidos som utilizados em vaporizadores especiais que possuem mecanismos de compen-
saom em relaom s modificaons de temperaturas e de volume do lquido a vaporizar. Com as mo-
dernas tcnicas de anestesia quer os gases, quer os vapores som sempre misturados com oxignio
antes de administrados. [...] As diversas combinaons que se podem fazer com estes elementos condi-
cionam diferentes modos de circulaom dos gases, sendo por isso designados de sistemas abertos, se-
miabertos, semifechados e fechados (circular e vaivm). (ELBC: s.v. anestsicos)
Executa-se [a prova de Mantoux] injetando na espessura da derme da face anterior do antebrao
0,1 ml de solutos de tuberculina, ou do seu derivado purificado P.P.D., em concentraons crescentes.
Considera-se positiva quando produz umha zona de induraom com mais de 5 mm de dimetro.
(ELBC: s.v. Mantoux, prova de)
20% de NH3, que parcialmente se separa por refrigeraom com gua. O gs residual comprimido e
vai reentrar no circuito, misturando-se com gs novo. (ELBC: s.v. amonaco)
As cacatuas ou catatuas som representadas por espcies muito robustas [passiva prpria obriga-
tria], do gnero Cacatua e gneros prximos, e vivem principalmente na Nova Guin e na Austrlia;
caraterizam-se [passiva reflexa] por possurem umha poupa de forma variada, freqentemente revi-
radas para a frente. Entre outras, podem ser citadas as espcies [...]. (ELBC: s.v. Psitaciformes)
As designaons de araras, papagaios, periquitos e cacatuas (ou catatuas) som denominaons cor-
rentes e prticas, mas sem valor sistemtico, pois as particularidades que as assinalam possuem dimi-
nuto valor anatmico, o que explica que, como foi referido, todos os Psitaciformes constituam umha
nica famlia. (ELBC: s.v. Psitaciformes)
O apogeu da expansom dos Pteridfitos e a sua diversificaom deu-se no Carbnico e no Pr -
mico. Fentos arbreos, como vrias espcies de Cyathea e Dicksonia que podem atualmente ser obser-
vados na Estufa Fria de Lisboa e nos parques em Sintra, podem ser consideradas parentes dos Pteri-
dfitos primitivos. (ELBC: s.v. Pteridfitos)
A N dos Alpes, o acesso mais difcil ao mar e o clima figrom com que o sal fosse extrado das
fontes de salmoura ou por exploraom do sal-gema. (ELBC: s.v. sal)
A deficincia de zinco pode ser corrigida pola aplicaom de zinco ao solo ou em pulverizaons
foliares, vulgarmente na forma de sulfato de zinco ou de quelatos. (ELBC: s.v. zinco)
O INFINITIVO
264. Deixando de parte o infinitivo flexionado, que ser tratado sob a prxima epgrafe
265, a seguir, na presente secom, som tratados os usos mais caratersticos do infinitivo
(nom flexionado) nos textos tcnico-cientficos, os quais correspondem ao infinitivo ge-
rundial, ao infinitivo que funciona como complemento de adjetivos, substantivos e verbos,
ao infinitivo que exprime propsito ou resultado e ao infinitivo remissivo704.
704
As perfrases verbais que incluem um infinitivo e que som freqentes nos textos tcnico-cientficos som tra-
tadas na secom especfica consagrada s perfrases verbais (v. cap. 36), exceto no caso das perfrases que inclu-
em um infinitivo gerundial, as quais aparecem neste captulo sob a rubrica correspondente ao infinitivo gerun-
dial de funom predicativa.
463
464 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
Os tilacoides do estroma som sculos polimrficos nom empilhados que aparecem, muitas
vezes, a ligar entre si tilacoides de grana diferentes. (Biologia Celular: 433)
Fig. 2. Experincia de Mayow realizada com material ao alcance de todos. O arame que se nota a
rodear a vela continua-se numha circunferncia ampla que assenta no fundo da tina e d estabilidade
vela. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 203)
[O peto-verde, Picus viridis, um] Grande pica-pau verde e amarelo que passa muito tempo no
solo a alimentar-se. (Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa: 298)
A despolarizaom da membrana remove o Mg2+, que se encontra a bloquear o canal inico do
recetor. (Colquio/Cincias, 25: 80)
705
Se bem que recomendemos, como antes se dixo, a potenciaom do emprego do infinitivo gerundial nas pe-
rfrases, isso nom quer dizer que o gerndio nom poda aparecer algumha vez em tal contexto, como mostra o
seguinte exemplo, tirado de um texto lusitano: Como do conhecimento geral, a diversidade biolgica ou bi-
odiversidade existente [...] est sendo destruda a um ritmo muito superior ao do nosso conhecimento acerca
de quais as espcies existentes e do papel que desempenham na manutenom dos sistemas naturais. ( Ecolo-
gia das Populaes e das Comunidades: 1).
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 465
Enquanto Ptolomeu imaginou um sistema geocntrico, em que o Sol e os restantes corpos ce-
lestes orbitavam volta da Terra, Coprnico colocou o Sol no centro do sistema, com a Terra e os
outros planetas a descreverem rbitas circulares. (ELBC: s.v. Coprnico, Nicolau)
Este modelo primitivo [de transstor], que apresentava diversos inconvenientes a obstar a umha
aplicaom eficaz, foi substitudo rapidamente polo transstor de junom, hoje de aplicaom generali-
zada. (ELBC: s.v. transstor)
Admitindo a cruz de fluido precisamente no centro, os braos rodarm no mesmo sentido, o
que significa existir a, e s a, umha ntida vorticidade a evidenciar a transformaom do movimento
numha rpida rotaom. (ELBC: s.v. vorticidade)
Os ensaios de dureza de metais usam corpos duros para provocarem mossas nos metais a en-
saiar. (Colquio/Cincias, 23: 33)
Para que o projeto [Manhattan] pudesse ser de utilidade ainda durante a guerra, havia que ex-
plorar vrias linhas de investigaom ao mesmo tempo, sem a certeza de que algumhas delas tivessem
sucesso. Os problemas a resolver eram extraordinariamente complexos. (ELBC: s.v. bomba atmica)
Som deste tipo os grandes compressores para alimentaom dos altos-fornos em que a pressom a
atingir varia entre 1,3 e 1,75 atmosferas com dbitos que chegam a atingir 1800 m 3/mn de ar aspi-
rado. (ELBC: s.v. compressor)
Na eletroforese livre, as substncias a separar som colocadas numha soluom dentro de um tubo
em forma de U, sem a utilizaom de um suporte slido. (ELBC: s.v. electroforese)
O processo de fundiom distingue-se dos alternativos, conformaom plstica (laminagem, trefi-
lagem, estampagem, etc.), processos de uniom (soldadura, brasagem ou colagem) ou por arranque
de apara (maquinaom), polo facto de o material a conformar ter obrigatoriamente de passar polo
estado lquido e a forma final ser conferida pola moldaom. (ELBC: s.v. fundio)
A quantidade de semente a empregar por unidade de superfcie depende fundamentalmente do
grau de fertilidade do solo e do poder de afilhamento da forma cultivada a utilizar. (ELBC: s.v. trigo)
Na verdade, dada a relaom entre estas grandezas e as variaons da pressom atmosfrica, a sua
estimativa constitui um dos maiores problemas a ter em conta no desenvolvimento de qualquer tc-
nica de previsom do tempo. (ELBC: s.v. vorticidade)
silicatos, estanhatos ou arsenatos usados para ajudar a fixaom do mordente, diminuindo-lhe a solu-
bilidade, e ainda cidos ou bases para ajustamento do pH. (ELBC: s.v. mordente)
, portanto, til fazer-lhes umha breve referncia para mostrar, por meio de alguns exemplos, que
umha reaom de eltrodo pode conduzir a resultados muito diferentes daqueles que seriam de
prever a partir de umha anlise apenas da reaom primria. (ELBC: s.v. processos electroqumicos)
Para determinar a massa de um corpo polo processo da tara procede-se do modo seguinte: [...].
(ELBC: s.v. tara, processo da)
O INFINITIVO FLEXIONADO
265. O infinitivo flexionado umha forma verbal que individualiza no seio das lnguas
romnicas o sistema lingstico galego-portugus, constituindo um recurso expressivo e
estilstico de grande eficcia e elegncia, polo que o seu correto uso deve potenciar-se, so-
bretodo nos mbitos da escrita formal (cf. Costa Casas et al., 1988: 205-212; Grtner,
1998: 483-486; Freixeiro Mato, 2000: 387-404). A seguir som enunciados numerosos
exemplos de uso desta forma verbal, de grande rendibilidade no discurso tcnico-cient-
fico709, classificados segundo a necessidade da forma flexionada do infinitivo face inva-
rivel. (Sobre a colocaom do pronome tono que acompanha um infinitivo, v. 243.1-b).
708
Um contraexemplo, que ilustra o emprego do imperativo-reflexivo, o seguinte: Veja-se o Caderno n. 1
desta coleom. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 42).
709
O infinitivo flexionado hoje mais freqente nos textos redigidos em Portugal do que nos compostos no
Brasil, mas a norma morfossinttica lusitana, e nom a brasileira, que mais plenamente se identifica com a ga -
lega.
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 469
Para o estudo das instabilidades dos terrenos ser necessrio: 1. Estimar o momento da ruptura
iniciadora do processo, procurando identificar locais estveis e instveis. 2. Calcular os desloca-
mentos [...]. 3. No caso de fenmenos de elevada dinmica, gerar modelos [...]. 4. Verificar a inci-
dncia dos sismos nas zonas expostas. (Colquio/Cincias, 25: 50)
curioso apontar que a produom da palavra articulada ou a elaboraom da escrita dependem,
para cada umha destas funons, da integridade de zonas especficas do crtex cerebral. (ELBC: s.v. c-
rebro)
cimento: Termo genrico utilizado para designar materiais ligantes de slidos entre si, com o ob-
jetivo de formar produtos monolticos. (ELBC: s.v. cimento)
Tambm possvel controlar certos aspetos do comportamento de cimento em obra, p. ex.,
acelerando ou retardando a presa, pola adiom de determinadas substncias na altura da sua utili-
zaom. (ELBC: s.v. cimento)
Para podermos avaliar convenientemente a toxicidade dos resduos existentes na cultura, na al-
tura da colheita, essencial conhecer com exatidom qual o esquema de metabolizaom de cada inse-
ticida. (ELBC: s.v. insecticida)
A fundiom centrifugada distingue-se da anterior por se empregar a fora centrfuga para en-
cher a cavidade. (ELBC: s.v. fundio)
Durante o desenvolvimento dos programas de melhoramento gentico desde cedo se tornou
evidente haver caratersticas do indivduo cuja transmissom parecia residir fora do ncleo [...]. (ELBC:
s.v. mitocndrios)
H, assim, um interesse renovado polos modelos referentes ao metabolismo fotossinttico das
plantas, por se admitir que esses modelos irm fornecer indicaons que permitirm prever altera-
ons na assimilaom do dixido de carbono polas plantas em diferentes ambientes e condions e,
portanto, seguir a dinmica deste gs na atmosfera. (ELBC: s.v. modelo biolgico)
A causa do segundo acidente do space shuttle [= vaivm espacial] ainda nom conhecida, e from
precisos dous anos para esclarecer a causa do primeiro acidente. (ELBC: s.v. space shuttle)
cast. Todo el pas debe estar en alerta, dada la complejidad del problema y la urgente necesidad
de combatir la epidemia. > gal. Todo o pas deve estar alerta, dada a complexidade do problema e a
urgente necessidade de se combater a epidemia / de combatermos a epidemia.
710
Mas esta , naturalmente, apenas umha tendncia, nom umha obrigaom, e, assim, tambm se registam
com freqncia casos em que os usos impessoais do infinitivo nom aparecem explicitados polo uso da partcu-
la se, como acontece nalgum dos exemplos antes vistos: Logo que a passagem de fluido hidrotermal cessa, a
oxidaom progride para o interior, sendo possvel observar [aqui nom observar-se] a degradaom inicial dos
sulfuretos primrios em sulfuretos secundrios e posteriormente em xidos. (Colquio/Cincias, 23: 47).
470 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
cast. La OMS puso como ejemplo de la dificultad para conocer la magnitud de la crisis el hecho de
que en la provincia surgieron de repente 47 casos tras la visita de un equipo de mdicos. > gal. A OMS
pujo como exemplo da dificuldade para se conhecer / conhecermos a grandeza da crise o facto de
na provncia terem surgido de repente 47 casos aps a visita de umha equipa de mdicos.
cast. Por eso, los cientficos, reunidos en torno al IPCC, de Naciones Unidas, han propuesto re-
ducir las emisiones de gases de efecto invernadero para evitar un excesivo calentamiento global. >
gal. Por isso, os cientistas, reunidos em volta do IPCC, das Naons Unidas, propugrom reduzir as
emissons de gases de efeito de estufa para se evitar um excessivo aquecimento planetrio.
cast. El clima obedece a tantas variables que no es posible determinar qu pasar si seguimos ca-
lentando el aire como hasta ahora. > gal. O clima obedece a tantas variveis que nom possvel deter-
minarmos / determinar-se o que ocorrer se continuarmos a aquecer o ar como at agora.
711
A obrigatoriedade do uso do infinitivo flexionado nas circunstncias enunciadas nesta epgrafe deve consi-
derar-se antes umha tendncia expressiva fortemente marcada do que umha necessidade sem qualquer exce -
om, de modo que ocasionalmente ser possvel depararmos em textos (portugueses) corretamente redigidos
usos do infinitivo infinitivo nom fletido que se apartam dos aqui descritos (o que acontece, como depois
se ver, mesmo nalgum dos exemplos aqui includos). Estes casos, se bem que nom devam qualificar-se sem
mais como errados, sim constituem exceons ou desvios a umha norma bem estabelecida, polo que a re-
comendaom geral para o redator galego de textos especializados que, nas circunstncias enunciadas nesta
epgrafe, nom deixe de utilizar a forma fletida dos infinitivos.
712
Ainda poderia aduzir-se um terceiro caso de flexom obrigatria do infinitivo, mas de freqncia nula na re -
daom tcnico-cientfica: quando, compartilhando o infinitivo e o verbo nuclear o sujeito, este aparece expres-
so (como pronome ou substantivo) no seio da construom infinitiva e o infinitivo nom aparece situado imedi-
atamente depois do verbo nuclear. Exemplos deste infinitivo flexionado, imprprio da redaom formal e plani-
ficada, som os seguintes, que aparecem em Costa Casas et al. (1988: 211): Devemos, por todos os meios
possveis que tivermos ao nosso dispor, solucionarmos ns os prprios problemas.; Estamos seguros de
termos ns mais poder de convocatria. .
713
Como exceom, no caso dos infinitivos gerundiais (= gerundivos) em funom atributiva, os quais determi -
nam um substantivo que fai as vezes de sujeito do infinitivo, a flexom do infinitivo meramente facultativa (cf.
Freixeiro Mato [2000: 416], Mira Mateus et al. [2003: 643]): v. 264.1-c.
714
Contodo, neste caso preferem-se as formas sem morfemas nmero-pessoais quando o verbo nuclear cau -
sativo (deixar, fazer, mandar, ordenar, permitir: Deixei-nos fazer a sua vontade.; As evidncias [anglicismo
indevido por: os dados] existentes permitem defender modelos como o representado na Figura 5, onde os
campos hidrotermais acabam por se transformar em rochas a teito das mineralizaons, marcando os horizon-
tes portadores. [Colquio/Cincias, 23: 48]) ou sensorial (ouvir, sentir, ver, etc.: Ouviche bater na porta.).
472 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
A poca de sementeira tem igualmente influncia, sendo bem conhecido o facto de o nmero de
filhos ser em geral maior nas sementeiras tempors do que nas serdias. (ELBC: s.v. trigo)
Outros casos
Incluem-se nesta epgrafe diversos outros tipos de construons (predicativo, sujeito,
complemento direto, determinante adverbial, etc.) que contenhem um infinitivo flexio-
nado com sujeito (nem sempre expresso) diferente do do verbo da clusula principal.
Predicativo:
Parece estarmos em presena de umha experincia simplicssima que nem sequer exige um la-
boratrio e material apropriado para ser realizada. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 47)
evidente que o uso de substncias dopantes tem variadas repercussons, nomeadamente jur-
dicas, morais, sociais e mdicas. E os maiores perigos do seu uso som precisamente: a) suprimirem
as reaons premonitrias naturais da fadiga, e da o esforo excessivo que o atleta, inconscientemente,
vai continuando a fazer; b) causarem perturbaom da coordenaom natural das funons fisiolgicas
e psicolgicas; c) provocarem abuso, habituaom e toxicomania. (ELBC: s.v. doping)
Sujeito:
Mesmo em computadores especializados, considerados altamente paralelos (e que nom som os
de uso corrente) apenas umha pequena fraom dos elementos se encontra ativa em cada instante.
Para o compreendermos basta pensarmos que a grande maioria dos elementos de um computador
se encontra na sua memria [...]. (Colquio/Cincias, 23: 6)
Seria natural descermos na direom de maior declive na esperana de atingirmos o fundo com
maior rapidez. (Colquio/Cincias, 23: 8)
Este processo de desdiferenciaom comum em culturas bidimensionais, sendo vulgar as c-
lulas passarem a produzir colagnio do tipo I em vez de colagnio do tipo II, o qual caraterstico do
fentipo condroblstico. (Colquio/Cincias, 23: 40)
Com efeito, os jazigos desta famlia (sulfuretos macios vulcanognicos) caraterizam-se polo seu
carter macio, sendo extremamente raro ( escala mundial) discernirem-se quaisquer restos de
chamins, ou at mesmo de produtos de oxidaom destas. (Colquio/Cincias, 23: 47/48)
Polo contrrio, freqente verem-se as rochas encaixantes substitudas por sulfuretos, inicial-
mente ao longo de fraturas entrecruzadas, que coalescem em minrios macios, formados exclusiva-
mente por sulfuretos. (Colquio/Cincias, 23: 48)
476 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
Complemento direto:
xistosidade: Propriedade que permite a certas rochas sedimentares e metamrficas dividirem-se
em porons orientadas por planos paralelos entre si e independentes da estratificaom. (Dicionrio
da Lngua Portuguesa. Porto Editora: s.v. xistosidade)
Com o fim, por isso, de se evitarem fraudes e permitir aos respetivos comerciantes e industriais
trabalharem com produtos sobre cujo peso se nom suscitem dvidas, norma internacional utilizar
nas transaons dessas fibras o chamado peso condicionado. (ELBC: s.v. condicionamento dos txteis)
Complemento de adjetivo
(freqente na redaom das reivindicaons dependentes das patentes de invenom):
Importa monitorizar o local [...] atravs da instalaom [...] de instrumentos apropriados, capazes
de registarem continuamente variaons. (Colquio/Cincias, 23: 52; no original: registar)
Ao nvel da populaom conjunto de organismos geneticamente afins e capazes de se repro-
duzirem entre si trata [a Ecologia] da presena ou ausncia das espcies num determinado local
[...]. (ELBC: s.v. ecologia)
A ecologia animal fundamenta a sua identidade, em grande parte, no facto de os animais das co-
munidades serem seres heterotrficos, ou seja, incapazes de produzirem por si prprios as substn-
cias de que se alimentam, ao contrrio do que acontece com as plantas, que som seres autotrficos.
(ELBC: s.v. ecologia)
Com a inibiom da xantina-oxidase, os produtos de excreom do metabolismo das purinas
passam a ser a xantina e a hipoxantina, as quais som mais solveis em gua que o cido rico e, por
isso, menos capazes de originarem depsitos cristalinos. (ELBC: s.v. xantina)
2 Sistema de acordo com a reivindicaom 1, caraterizado por toda a superfcie da cuba, ex-
ceto a abertura superior e, no caso de ser usada, a zona que recebe fogo direto, ser isolada com reves-
timento de um material isolante, mecanicamente adequado. (Patente de invenom PT102138B:
1/3)
6 Sistema de acordo com as reivindicaons 1 a 5, caraterizado por os compartimentos (6, 6')
terem paredes feitas em rede de arame ou em chapas furadas, fabricadas, de preferncia, em material
metlico e inoxidvel. (Patente de invenom PT102138B: 2/3)
7 Sistema de acordo com as reivindicaons 1 a 6, caraterizado por nos compartimentos (6,
6') (caixas, gaiolas) das diferentes concretizaons se poderem colocar pranchas individuais ou pe-
quenos conjuntos de pranchas, nom compactados. (Patente de invenom PT102138B: 2/3)
10 Sistema de acordo com as reivindicaons 8 e 9, caraterizado por o movimento de rotaom
da estrutura rotativa (1) poder ser contnuo ou semicontnuo, de modo a que cada compartimento
esteja na posiom de entrada/sada de material na zona da abertura durante um perodo suficiente
para a rpida execuom desta operaom. (Patente de invenom PT102138B: 2/3)
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 477
Complemento de verbo718:
O emparelhamento, possivelmente induzido pola tendncia de automontagem das subuni-
dades, leva os elementos laterais a reunirem-se para formar o elemento central e completar o com-
plexo sinaptonmico. (Biologia Celular: 363)
A questom tem de ser resolvida por partes; teremos que dispor as cousas de modo que, de cada
vez, somente duas das grandezas podam variar, enquanto se obriga os valores das outras a permane-
cerem constantes. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 49)
A pilha a responsvel por essa corrente eltrica. No circuito possvel obrigar os eletrons a
transferirem-se atravs dos fios de ligaom. (Qumica na Nossa Vida: 136)
Isto levou os filsofos naturais da poca a formularem vrias teorias sobre a distribuiom geo-
grfica das espcies. (Cincia Hoje, 167: 31; no original: formular)
Umha das estratgias que se adotrom foi promover os simpsios da Ioste em diferentes pases,
assim como convidar pessoas de pases pobres para assumirem a direom da entidade. (Cincia
Hoje, 187: 9)
Agentes antibacterianos como cefalosporinas, tetraciclina, [...] constiturom poderosas adions
ao imenso e sofisticado arsenal antibacteriano, o que levou muitos profissionais a pensarem que o
controlo total sobre as infeons causadas por microrganismos patognicos era um objetivo possvel
de atingir. (Colquio/Cincias, 23: 75, 76; no original: pensar)
Mudmos alguns pormenores na tcnica de armadilhagem e isso contribuiu para nos tor-
narmos recordistas de capturas. (National Geographic Portugal, 21)
718
Construom de conjuntivo alternativa ao infinitivo (flexionado): A organizaom do sistema nervoso sim-
ptico (SNS) a nvel da espinhal medula [anglicismo por: medula espinhal] e na periferia leva a que os grupos ce-
lulares nas regions torcica e lombar forneam a inervaom eferente pr-ganglionar aos neurnios simpticos
ps-sinpticos [...]. (Colquio/Cincias, 23: 62).
719
Tenha-se em conta que estas clusulas condicionais introduzidas por a/de ou por no caso de e nucleadas por
um infinitivo flexionado apresentam umha freqncia de uso muito menor que a das clusulas condicionais
iniciadas por se (e nucleadas por um futuro do conjuntivo).
478 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
No caso de se tratar de um corpo rgido, a vorticidade angular a mesma para qualquer linha
perpendicular ao eixo de rotaom, polo que a vorticidade ser o dobro da velocidade angular (z = 2 ,
em que a velocidade angular). (ELBC: s.v. vorticidade)
Clusulas temporais:
A decisom para a entrada no ciclo [...] ocorre no final da fase G 1, visto que, depois de as clulas
terem passado esta fase, de modo geral, progridem para a mitose. (Biologia Celular: 331)
As primeiras destas imagens [de fontes hidrotermais submarinas] from obtidas h precisa -
mente vinte anos, dous anos depois de, no rifte das Galpagos, terem sido descobertas emanaons a
cerca de 20 C, acompanhadas de fauna. (Colquio/Cincias, 23: 44)
Estar o vrus da pneumonia atpica a sofrer modificaons que o tornam mais mortal? Vrios es-
pecialistas consideram que cedo para tirar conclusons, mas a dvida instalou-se na imprensa chi-
nesa depois de no fim de semana pessoas relativamente jovens e saudveis nom terem resistido
doena, em Hong Kong. (Pblico, 15.4.2003: 26)
Aps um perodo de tempo conveniente, o campo eltrico desligado antes de os ions atin-
girem os eltrodos, permitindo o fracionamento dos componentes da amostra de acordo com a sua
mobilidade eletrofortica. (ELBC: s.v. electroforese)
leos minerais, detergentes, calda sulfoclcica e dinitrofenis eram exemplos deste tipo de pro -
dutos que matavam as formas hibernantes dos insetos fitfagos antes de infestarem as culturas.
(ELBC: s.v. insecticida)
As cascas de algumhas espcies [de quina] contenhem vrios alcaloides importantes e a sua in -
fusom j era usada polos ndios americanos antes de os europeus chegarem quele continente. (ELBC:
s.v. quina)
Como regra som de preferir as sementeiras tempors s serdias, pois vam permitir que o trigo
atinja mais rapidamente o desenvolvimento desejado, podendo resistir melhor s grandes chuvas e
frios prprios da poca, enquanto por outro lado vam permitir colh-lo antes de sobrevirem os
fortes calores. (ELBC: s.v. trigo)
Clusulas finais:
Mesmo em computadores especializados, considerados altamente paralelos (e que nom som os
de uso corrente) apenas umha pequena fraom dos elementos se encontra ativa em cada instante.
Para o compreendermos basta pensarmos que a grande maioria dos elementos de um computador
se encontra na sua memria [...]. (Colquio/Cincias, 23: 6)
Entom, para calculares a massa das molculas necessrio: 1.- Conheceres a constituiom
dessas molculas. 2.- Somares a massa de todos os tomos que intervenhem nessa molcula. 3.-
Comparar o valor obtido com a massa do tomo de hidrognio-1. (Qumica na Nossa Vida: 90)
Para podermos avaliar convenientemente a toxicidade dos resduos existentes na cultura, na al -
tura da colheita, essencial conhecer com exatidom qual o esquema de metabolizaom de cada inse-
ticida. [...] Estas protenas, nomeadamente as CryI e CryII, da subespcie kurstaki, tenhem sido mani-
puladas geneticamente e introduzidas em culturas, tais como milho e algodom, que passam a conter
nveis de toxinas nas plantas em desenvolvimento suficientes para combaterem pragas de espcies
sensveis quelas toxinas. (ELBC: s.v. insecticida)
Clusulas causais:
O aparecimento de frmacos (inibidores) que, em pequenas concentraons, inibem o trans-
porte de certos ions ou molculas por se combinarem com os repetivos translocadores, permitiu a
caraterizaom dos fluxos atravs desses sistemas de transporte. (Biologia Celular: 89)
Isto importante, e a sua importncia justifica-se exatamente por os cientistas terem chegado
conclusom de que os corpsculos constituintes da matria em que os Antigos pensavam som, na
quase totalidade das substncias conforme se nos apresentam, agregados de partculas que se re-
petem como unidades estruturais. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 81, 82)
medida que a determinaom de estruturas se vai tornando mais sofisticada, tambm cresce o
nmero de substncias que deixrom de ser consideradas como amorfas, por revelarem um certo
grau de cristalinidade (hemicristalinas). (Colquio/Cincias, 25: 24)
O papel das molculas muito importante, pois, ao estabelecerem pontes de hidrognio de di-
ferentes tipos, formam umha rede intrincada e complexa que refora a estrutura inica. (Colquio/Ci-
ncias, 25: 27)
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 479
Continua ainda hoje a ser umha das citocininas sintticas mais utilizadas em estudos de fisiologia
vegetal por apresentar um efeito hormonal mais prolongado do que as citocininas naturais, umha
vez que os tecidos vegetais a metabolizam mais lentamente. (ELBC: s.v. cinetina)
um ensaio [o da dureza lima] que exige prtica, visto os resultados dependerem da rugosi-
dade da superfcie, da pressom, do ngulo de contacto e da velocidade. (ELBC: s.v. dureza, ensaios de)
Este cido [o sulfdrico] pode ainda conduzir a umha deficincia de ferro, por o precipitar na
forma de sulfureto. (ELBC: s.v. enxofre)
ainda de realar o papel que os fosfolpidos de inositol desempenham na clula ao darem
origem formaom de estruturas complexas com glicanas (PI-glicanas) [...]. (ELBC: s.v. inositol)
Estas plantas geneticamente modificadas, cultivadas em vastas reas dos EUA e Canad, e com pa-
recer favorvel da Comissom Cientfica das Plantas da UE, nom tivrom ainda autorizaom para
serem utilizadas polos agricultores, a nvel dos diferentes pases da Uniom, por estes pases conside-
rarem que nom estm totalmente esclarecidas todas as eventuais implicaons toxicolgicas e ambi -
entais resultantes da utilizaom destas plantas e/ou dos produtos delas resultantes. (ELBC: s.v. insecti-
cida)
Os mitocndrios tambm som importantes por disponibilizarem vrios compostos, nomeada-
mente cidos orgnicos e aminocidos, que som indispensveis s clulas como unidades para di-
versos processos de biossntese. (ELBC: s.v. mitocndrios)
A presena destas enzimas particularmente importante por participarem na degradaom oxi-
dativa de intermedirios metablicos [...]. (ELBC: s.v. peroxissomas)
Alm disso, [o solo] deve encontrar-se limpo de vegetaom espontnea, visto o trigo defen-
der-se muito mal da concorrncia. (ELBC: s.v. trigo)
Clusulas consecutivas720:
A convenincia est, por exemplo, na possibilidade de representar os corpsculos por figuras
adequadas, desenhando-os ou moldando-os, distribuindo-os uns em relaom aos outros, na respetiva
figuraom, de modo a traduzirem, o melhor possvel, o que sabemos a respeito deles. (Cadernos de
Iniciao Cientfica: 80)
Circuito impresso um desenho composto por pistas, normalmente de cobre, realizado sobre
umha placa de material isolante (baquelite ou plstico), de modo a permitir a passagem de corrente
entre os vrios componentes do circuito. (ELBC: s.v. circuito)
A separaom de blastmeros consiste no isolamento de clulas totipotenciais de embrions em est-
dios iniciais do seu desenvolvimento, promovendo-se, depois, a multiplicaom progressiva de cada
umha delas de modo a obterem-se indivduos exatamente idnticos. (ELBC: s.v. clonagem)
Clusulas concessivas:
Por exemplo, os cristais do gs raro rgon som considerados como moleculares, apesar de os ns
da rede serem tomos, unidos por foras de London. (Colquio/Cincias, 25: 27)
Apesar de estas substncias serem txicas e amargas, algumhas espcies de insetos, como o
caso da lagarta da borboleta-monarca, adaptrom-se a elas, alimentando-se da planta. (ELBC: s.v. meta-
bolismo)
Clusulas inclusivas:
Alm de terem aparecido numerosas peas isoladas, que recebiam denominaons medida
que iam sendo descobertas, pesquisadores que nom tiveram contacto direto com elas emitiam as
suas opinions. (Cincia Hoje, 161: 24)
A existncia de lacunas, ns vazios na rede, alm de a fragilizarem, podem at originar a sua des-
truiom. (Colquio/Cincias, 25: 29)
720
Exemplo com construom de conjuntivo: 10 Sistema de acordo com as reivindicaons 8 e 9, carateri-
zado por o movimento de rotaom da estrutura rotativa (1) poder ser contnuo ou semicontnuo, de modo a
que cada compartimento esteja na posiom de entrada/sada de material na zona da abertura durante um pe-
rodo suficiente para a rpida execuom desta operaom. (Patente de invenom PT102138B: 2/3).
480 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
Esta visom dos corpos, formados por corpsculos separados uns dos outros e sempre em agi-
taom, pode trazer-nos dificuldades quando queremos pensar nas cousas concretamente supondo
que estvamos a ver os corpsculos e eles todos a moverem-se. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 69)
Isto implica um nmero elevadssimo de neurnios, todos funcionando em paralelo, com
grupos de neurnios a realizarem cada umha destas operaons sobre cada pequena regiom da
imagem. (Colquio/Cincias, 23: 6)
O nervo craniano mais caudal, e mais importante, a participar no SNP pr-ganglionar o Vago
(X). (Colquio/Cincias, 23: 63, 64)
A pergunta feita por umha mulher jovem que sofre de psorase e que apresenta os joelhos co-
bertos de placas vermelhas, a escamar e a pelar. (National Geographic Portugal, 21: 8)
Bensley e Hoerr, em 1934, from os primeiros a isolar mitocndrios em quantidade, por centri-
fugaom diferencial dos extratos. (ELBC: s.v. mitocndrios)
Admitindo a cruz de fluido precisamente no centro, os braos rodarm no mesmo sentido, o
que significa existir a, e s a, umha ntida vorticidade a evidenciar a transformaom do movimento
numha rpida rotaom. (ELBC: s.v. vorticidade)
Clusulas causais:
Som [os macacos-sau, gn. Callicebus] mongamos e reconhecidos por gritarem em dueto
polas manhs. (Cincia Hoje, 187: 58)
As clulas albuminosas distinguem-se das clulas parenquimatosas flomicas polas suas cone-
xons com os elementos crivosos, por nom conterem amido e pola atividade extraordinariamente
elevada de fosfatases cidas [...]. (ELBC: s.v. clula)
Occasionally the beds adjacent to the fault plane fold or bend as they resist slippage because of
friction. (Encyclopdia Britannica, Micropdia: s.v. fault) > Por vezes, os compartimentos adjacentes
ao plano de falha dobram ou curvam-se ao oferecerem resistncia ao deslizamento por causa do
atrito. (trad. C. Garrido)
Clusulas consecutivas:
Os cromossomas [...] ligam-se polos seus centrmeros s fibras do fuso acromtico e movem-se
de forma a disporem-se no plano designado por placa equatorial [...]. (Biologia Celular: 346)
Todos estes parmetros som suscetveis de serem tratados, com software adequado, de modo a
serem transformados em curvas espetrais, dado o carter peridico de que se reveste a sua des-
criom. (Colquio/Cincias, 23: 66)
Clusulas finais:
Os pesos poderm ser positivos ou negativos, para possibilitarem a representaom de sinapses
excitatrias e inibitrias. (Colquio/Cincias, 23: 7)
Os ensaios de dureza de metais usam corpos duros para provocarem mossas nos metais a en-
saiar. (Colquio/Cincias, 23: 33)
Nos anos 30, os agricultores luitavam com grandes dificuldades para combater eficazmente as
pragas, dado o reduzido leque de produtos sua disposiom. [...] Estas plantas geneticamente modi-
ficadas, cultivadas em vastas reas dos EUA e Canad, e com parecer favorvel da Comissom Cientfica
das Plantas da UE, nom tivrom ainda autorizaom para serem utilizadas polos agricultores, a nvel
482 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
dos diferentes pases da Uniom, por estes pases considerarem que nom estm totalmente esclare -
cidas todas as eventuais implicaons toxicolgicas e ambientais resultantes da utilizaom destas
plantas e/ou dos produtos delas resultantes. (ELBC: s.v. insecticida)
Alm de luz, os vegetais tenhem necessidade, para se desenvolver, de um abastecimento cons-
tante de sais nutritivos. (ELBC: s.v. pesca)
Na conversom polo calor, a resina contm grupos qumicos que som potencialmente reativos
mas que devem ser ativados polo calor para se tornarem ativos. (ELBC: s.v. tinta)
Estes steres xantato sofrem pirlise, a temperaturas relativamente moderadas, para darem al-
cenos (reaom de Chugaev), constituindo assim um processo indireto de desidratar lcoois. (ELBC:
s.v. xantato)
Clusulas de modo:
Percorrem [os ratos-de-cabrera] toda a rea da colnia, alimentando-se sem serem avistados
polos predadores, porque andam sempre nas galerias. (National Geographic Portugal, 21)
Trata-se [o metabolismo] de um sistema aberto, em que os seus processos se aproximam conti-
nuamente de um estado de equilbrio sem nunca o atingirem, polo menos enquanto o organismo
estiver vivo. (ELBC: s.v. metabolismo)
O sangue das artrias renais, ramos diretos da aorta, passa para as suas ramificaons, as artrias
interlobares, que caminham aos lados das pirmides de Malpighi e se infletem, no sentido do eixo
destas formaons, sobre a parte correspondente da respetiva base, sem se anastomosarem entre si
(de onde a possibilidade de ocorrerem enfartes renais, de maior ou menor extensom, quando um
destes ramos se obstrui). (ELBC: s.v. rim)
Clusulas temporais:
Eles [os hidrocarbonetos lquidos e gasosos] deslocam-se no seio das rochas, para reas de
menor gradiente de pressom, at encontrarem reas favorveis sua acumulaom, chamadas arma-
dilhas, no seio de rochas porosas e permeveis (geralmente areias pouco ou muito cimentadas, calc-
rios e dolomias), onde constituem as chamadas jazidas petrolferas, ou at superfcie. (ELBC: s.v. pe-
trleo bruto)
Complemento de adjetivo:
As abordagens tpicas de engenharia de materiais som incapazes de dar resposta ao seguinte de-
safio fabricar um material tam prximo do osso que o organismo nom o reconhea como um
corpo estranho. (Colquio/Cincias, 23: 36, 37)
Todos estes parmetros som suscetveis de serem tratados, com software adequado, de modo a
serem transformados em curvas espetrais, dado o carter peridico de que se reveste a sua descriom.
(Colquio/Cincias, 23: 66)
Foram j identificadas em diferentes tipos de clulas algumhas protenas motores, do tipo da
cinesina, ligadas aos cinetcoros ou integradas neles, e capazes de garantir polo menos a organi-
zaom da placa metafsica e talvez do prprio fuso acromtico. (ELBC: s.v. cinetcoro)
Em geral, os organismos do zooplncton som de tamanho demasiado pequeno para servirem a
umha exploraom direta polo home. (ELBC: s.v. pesca)
A vantagem dos avions v./stol. serem os nicos capazes de operar a partir de pontes de voo de
navios nom muito grandes (porta-helicpteros) e de estarem adaptados ao apoio de operaons anf-
bias. (ELBC: s.v. v/stol)
Complemento de substantivo:
No mtodo Ro-Nh as amostras som contaminadas e tenhem tendncia para formar agregados.
(Colquio/Cincias, 25: 29)
As clulas vegetais tenhem ainda a particularidade de possuir plastdios que podem ser cloro-
plastos, cromoplastos e leucoplastos e que som originados a partir dos protoplastdios presentes no
citoplasma da clula-mae. (ELBC: s.v. clula)
Do ponto de vista funcional, [os anticorpos] caraterizam-se pola capacidade de se ligarem si-
multaneamente a antignios e a elementos do sistema imunolgico do animal [...]. (ELBC: s.v. anti-
corpos)
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 483
Todavia, sendo cada vez maior o desenvolvimento das sociedades, os homes sentem necessi-
dade de expandir as suas ideias nom suficiente, j, a simples deslocaom do home. (ELBC: s.v. cir-
culao [Tcn.])
Estas plantas geneticamente modificadas, cultivadas em vastas reas dos EUA e Canad, e com pa-
recer favorvel da Comissom Cientfica das Plantas da UE, nom tivrom ainda autorizaom para
serem utilizadas polos agricultores [...]. (ELBC: s.v. insecticida)
O GERNDIO
266. Como usos mais freqentes e/ou caratersticos do gerndio nos textos tcnico-
cientficos galego-portugueses, relevam os gerndios empregados em clusulas reduzidas
(causais, concessivas, temporais e condicionais), os gerndios que denotam mtodo,
meio, modo ou instrumento, os gerndios pospostos clusula principal que equivalem a
clusulas coordenadas comeadas por e, os gerndios, de funom atributiva, que equi-
valem a clusulas de relativo e os gerndios includos em clusulas adverbiais introduzidas
pola conjunom como721.
Clusulas causais:
Sendo impossvel, na maioria dos casos, estudar todas as populaons dum dado ecossistema, os
ecologistas concentram os seus esforos em conjuntos mais pequenos, as comunidades (ou povoa-
mentos) e as guildes. (Ecologia das Populaes e das Comunidades: 5) [= J que impossvel...]
Um carburador elementar do tipo descrito, nom podendo dar-nos umha mistura homognea e
constante para todos os regimes de marcha, obriga a introduzir nos carburadores reais umha srie de
dispositivos auxiliares, sistema de arranque, ralenti, aceleraom rpida, etc., de maneira a tornar efici-
ente o seu funcionamento, seja qual for a velocidade do motor. (ELBC: s.v. carburador) [= dado que
nom pode dar-nos...]
Indicador: Substncia que, sofrendo determinada transformaom qumica a que corresponde
umha modificaom de cor, indica o ponto de equivalncia de certas reaons utilizadas em anlise
quantitativa. (ELBC: s.v. indicador)
O arseniato de chumbo, um dos inseticidas mais utilizados nessa altura, criou srios problemas
de resistncia e, sendo um produto muito txico e persistente, deixava resduos txicos nos ali-
mentos. (ELBC: s.v. insecticida) [= como um produto muito txico...]
Essas reaons intermdias, requerendo baixa energia de ativaom, realizam-se mais rapidamente
do que a reaom direta. (ELBC: s.v. catlise)
721
Sobre as perfrases verbais que incluem um gerndio, v. a secom especfica de perfrases (cap. 36) e a sec-
om dedicada ao infinitivo gerundial de funom predicativa ( 264.1-a).
484 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
Clusulas concessivas:
Esta estrutura contrasta com a do amido e a do glicognio, que, embora sendo polmeros de uni-
dades de glicose, assumem umha conformaom helicoidal por estabelecerem ligaons glicosdicas
(1 ==> 4). (Biologia Celular: 426)
Esse estado cristalino nom se manifesta apenas nas substncias que, nas condions do ambiente,
existem j em fase slida, mas tambm naquelas que, existindo em fase lquida ou gasosa, nessas
mesmas condions, podam vir a solidificar. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 103)
Nom estando [o rato-de-cabrera, Microtus cabrerae] em perigo de extinom, encontra-se porm
ameaado. (National Geographic Portugal, 21) [= Ainda que nom esteja em perigo...]
Desde Charcot considera-se que o tique, parecendo um sintoma fsico, , na realidade, psquico.
(ELBC: s.v. tique [orig.: Desde Charcot que se considera...])
Clusulas temporais:
Supom-se que os quistos, chegando ao clon, passam polas fases referidas e as amebas uninucle-
adas iniciam umha nova infestaom. (ELBC: s.v. ameba) [= quando chegam]
Por outro lado, umha clula do interior do vulo o saco embrionrio, germinando in loco,
d origem a um tecido de reserva (endosperma primrio) e a algumhas rosetas contendo umha oos -
fera cada umha. (ELBC: s.v. alternncia de geraes)
Clusulas condicionantes:
Se a sua tendncia para maior agressividade for herdvel, em breve a maioria dos indivduos [...]
ser agressiva. Sendo assim, como explicar a existncia de conflitos simblicos? (Ecologia das Popu-
laes e das Comunidades: 100)
A populaom de presas (N) cresce exponencialmente na ausncia do predador: dN/dt = rN,
sendo r a taxa de crescimento da presa. (Ecologia das Populaes e das Comunidades: 113)
Normalmente, [os condensadores eletrolticos] s servem para a corrente contnua, pois, inver-
tendo-se a polaridade, o conjunto passa a funcionar como voltmetro e destri-se a pelcula dieltrica.
(ELBC: s.v. condensador)
Se f(x) for integrvel segundo Riemann em qualquer intevalo [a, b], define-se [...], sendo c um
nmero real qualquer, desde que os integrais do segundo membro tenham sentido. (ELBC: s.v. inte-
gral) [= se c um nmero...]
Tendo em conta a definiom de integral duplo, logo se reconhece que, se f(x, y) for identica-
mente igual unidade, o valor integral a rea do domnio de integraom. (ELBC: s.v. integral) [= Se se
tem/tiver em conta...]
Sendo N e a nmeros reais maiores que zero e a 1, define-se logaritmo de N na base a como o
nmero m tal que am = N. (ELBC: s.v. logaritmo)
Como este uso do gerndio denota posterioridade a respeito da aom indicada polo
verbo da clusula principal, ele utilizado freqentemente na redaom especializada para
exprimir a ideia de resultado ou efeito:
Quando a ARN-polimerase I e o fator de elongaom atingem a seqncia nucleotdica correspon-
dente ao stio de terminaom, estes libertam-se da cadeia do ADNr originando a terminaom da sn-
tese. (Biologia Celular: 168)
Em muitas clulas cilndricas ou alongadas, as microfibrilas de celulose da parede celular pri-
mria disponhem-se perpendicularmente ao eixo maior da clula, impondo, por isso, um alonga-
mento direcionado. (Biologia Celular: 428)
Quando a substncia de que feito um corpo passa da sua fase slida sua fase lquida, a ele-
vaom de temperatura que para isso necessria provoca umha agitaom crescente das entidades
corpusculares constituintes do corpo, enfraquecendo as foras de ligaom entre elas e promovendo a
desarticulaom do edifcio cristalino. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 103)
O CO2 utilizado para carboxilar a ribulose-1,5-bifosfato, um acar com cinco tomos de car-
bono, originando duas molculas de cido fosfoglicrico. (Biologia Celular: 440)
Ao atingir as extremidades das ramificaons do axnio, o potencial de aom vai por sua vez
causar a libertaom de neurotransmissor, excitando as clulas com as quais essas extremidades rea-
lizam sinapses. (Colquio/Cincias, 23: 5)
As evidncias [anglicismo indevido por: os dados] existentes permitem defender modelos como
o representado na Figura 5, onde os campos hidrotermais acabam por se transformar em rochas a
teito das mineralizaons, marcando os horizontes portadores. (Colquio/Cincias, 23: 48)
Um crescimento muito rpido pode tambm provocar lacunas e facilitar o arrastamento do sol-
vente e a sua retenom, contaminando os cristais e diminuindo a sua transparncia. (Colquio/Cin-
cias, 25: 29)
A utilizaom da rocha ou concha como suporte de cristalizaom permite diminuir o grau de so -
bressaturaom ou subarrefecimento crticos, tornando o crescimento de cristais mais simples e r-
pido, dispensando a semente dos mtodos clssicos e da ancestral tcnica do fio. (Colquio/Cin-
cias, 25: 29)
O mtodo clssico de extraom do alumnio a partir da bauxite pode dividir-se em duas fases
fundamentais: a primeira consiste na obtenom da alumina pura a partir da bauxite; a segunda, na de-
composiom da alumina por eletrlise em sais fundidos, ou eletrlise gnea, obtendo-se no ctodo o
alumnio metlico. (ELBC: s.v. alumnio)
O sistema fechado tem intercalado um reservatrio contendo cal sodada, que absorve o dixido
de carbono expirado, permitindo que a mistura anestsica seja reinalada vrias vezes. (ELBC: s.v. anest-
sicos)
A catlise cido-base provavelmente devida troca de ions H + entre o catalisador e os rea-
gentes, originando compostos intermdios inicos que reagem mais facilmente. (ELBC: s.v. catlise)
[...] as caratersticas essenciais dos chamados motores Diesel ainda hoje se mantenhem, nomea-
damente: admissom do ar sem mistura de combustvel, compressom deste ar a pressons elevadas,
provocando temperaturas muito acima do ponto de inflamaom do combustvel [...]. (ELBC: s.v. Di-
esel)
Na mquina frigorfica Westinghouse e Leblanc o problema foi resolvido arrastando o vapor e o
ar por meio de um ejetor de vapor, mantendo-se assim o grau de vazio necessrio evaporaom.
(ELBC: s.v. frigorfica, mquina)
725
significativo que, dos dous exemplos de uso do gerndio especificativo aduzidos por Grtner (1998:
230), um deles corresponda inequivocamente ao campo tcnico-cientfico: Uma proveta contendo 1000
ml....
726
Temos registado usos do gerndio atributivo mesmo em tratados gramaticais da lngua portuguesa (ex.:
As formas flexionadas exibindo tempo gramatical no inerte so aparentemente os nicos hospedeiros legti-
mos dos clticos especiais [...]. Mira Mateus et al., 2003: 830) e no Dicionrio da Lngua Portuguesa Contempo-
rnea da Academia das Cincias de Lisboa (DACL: s.v. bula1, aceom 4: Papel impresso que acompanha os me-
dicamentos, contendo informaes acerca deste[s] e acerca do seu uso.).
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 489
727
Este uso prximo do gerundio en oraciones nominales do espanhol, nica construom atributiva de ge -
rndio considerada de modo irrestrito como correta nessa lngua, e descrita, por exemplo, por Seco (1995:
207).
728
Estrutura que tambm existe em ingls: In all previous work this species was invariably represented as ha-
ving two pairs of appendices in each segment. > Em todas as obras anteriores, esta espcie foi representada sem
exceom como dispondo de dous pares de apndices em cada segmento.
35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS - 491
Sem informaom sobre a chave, todas as possveis mensagens aparecem a Eve como tendo a
mesma probabilidade de gerar a mensagem cifrada que intercetou. (Colquio/Cincias, 25: 12)
O isomorfismo era definido em Geologia como sendo o processo polo qual se encontram na
Natureza cristais mistos com umha composiom qumica intermdia entre dous extremos puros.
(Colquio/Cincias, 25: 28) [melhor estilo: O isomorfismo era definido em Geologia como o pro -
cesso polo qual...]
Salvo indicaom em contrrio fornecida polo dirio de bordo [...], todas as capturas serm consi-
deradas como tendo sido efetuadas com a rede de menor malhagem existente a bordo. (ELBC: s.v. ar-
rasto, pesca de)
A exceom a crnea, que, sendo apenas parte de um rgao, mais comummente referida como
sendo transplantada [e nom enxertada]. (ELBC: s.v. enxerto)
Este [o apoplasto], que representa c. 5% do volume dos tecidos, umha estrutura com um certo
grau de continuidade em todo o corpo da planta (das razes s folhas) que atualmente se recohece
como sendo um local de elevada importncia fisiolgica, nomeadamente em processos metablicos
associados com a resposta da planta a fatores ambientais. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
Theodor Nelson, o cientista que estivo na origem da ideia de hipertexto, definiu-no como sendo
um texto ligado em muitas direons, diferentemente do que acontece com os textos que from cons-
trudos at ao tempo presente. (ELBC: s.v. hipernavegao)
O projeto desenvolvido polo grupo de hipertexto Xanadu, sediado em San Jos, nos EUA, ficou
para a Histria como sendo a primeira realizaom prtica relevante dos princpios enunciados por
Theodor Nelson. (ELBC: s.v. hipernavegao)
Podemos considerar o sarilho como sendo constitudo por dous cilindros de raios diferentes, so-
lidrios um com o outro e mveis em torno do mesmo eixo. (ELBC: s.v. mquina)
O PARTICPIO
267. De um ponto de vista puramente morfolgico, deve ter-se em conta que, em gale-
go-portugus, som algo numerosos os verbos que apresentam dous particpios (de pas-
sado), um regular e um outro irregular ou truncado (entre eles, alguns freqentes nos
textos tcnico-cientficos, como aceitar > aceitado / aceite ou aceito, acender > acendido /
aceso, assentar > assentado / assente, eleger > elegido / eleito, emergir > emergido / emerso, em-
pregar > empregado / empregue (tb. s empregado), entregar > entregado / entregue, exprimir >
exprimido / expresso, expulsar > expulsado / expulso, extinguir > extinguido / extinto, findar >
findado / findo, ganhar > ganhado / ganho, gastar > gastado / gasto, matar > matado / morto,
murchar > murchado / murcho, pagar > pagado / pago, prender > prendido / preso, (em)pre-
nhar > (em)prenhado / prenhe, salvar > salvado / salvo, submergir > submergido / submerso, su-
jeitar > sujeitado / sujeito, suspender > suspendido / suspenso, torcer > torcido / torto). Como
norma geral, os particpios irregulares som utilizados como adjetivos ou fazendo parte de
construons verbais com ser (passiva), e as formas regulares nos restantes casos (perfrases
e tempos compostos com ter), o que origina algumhas interessantes discrepncias com o
castelhano:
A Avicena e a outros sbios rabes se deve que as tradions da medicina hipocrtica e galnica
nom se tenham submergido na longa letargia da Idade Mdia. (Deuses e Demnios da Medicina: 84)
[O bisso umha] Madeixa de filamentos escuros e robustos que fixa certos moluscos bivalves,
como, p. ex., o mexilhom, Mytilus edulis, a rochas ou qualquer outro substrato duro submerso no mar.
(ELBC: s.v. bisso)
A figura 1 apresenta umha mola em hlice, suspensa de um suporte; a figura 2 mostra a mesma
mola, da qual se suspendeu um corpo de certo peso. evidente que o corpo, por ser pesado, fijo es -
ticar a mola; tornou-na mais comprida. O aumento de comprimento que a mola sofreu pode ser me -
dido (como se v nas figuras) utilizando umha rgua ao longo da qual se fai deslizar um ponteiro que
se regula de modo que a sua extremidade aguada aponte a extremidade inferior da mola, antes e de -
pois de o peso ter sido suspenso. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 29)
492 - 35. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (II):FORMAS VERBAIS INFINITAS
268. O particpio, para alm de fazer parte de perfrases verbais (ou tempos com-
postos: v. cap. 36) e da passiva prpria, pode funcionar como conetor ou adjetivo nos se-
guintes usos:
Os resultados da missom Flores acerca do alvo FAMOUS from de certa forma pouco encoraja-
dores, visto nom se ter encontrado qualquer sinal de atividade, mas tampouco explicrom a anomalia
de metano. (Colquio/Cincias, 23: 50)
Dizer que existe umha tal correspondncia [biunvoca] entre dous conjuntos como que
afirmar que os dous conjuntos tenhem o mesmo nmero de elementos, visto que os elementos se
podem associar um a um, sem exceom. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
b) Como pr-modificador:
Numha populaom grande, cujos membros se cruzam livremente e na ausncia de foras que
provoquem alteraons nos alelos de um dado locus dos cromossomas homlogos, as proporons ori-
ginais dos gentipos mantenhem-se constantes ao longo das geraons princpio de Hardy-Wein-
berg. (Biologia I Parte 12. Ano: 65)
Num sentido mais restrito, [o metabolismo] tambm considerado como a totalidade das rea-
ons qumicas e processos fsicos a que se encontra submetido um determinado composto ou classe
de compostos num organismo vivo (p. ex.: metabolismo dos aminocidos). (ELBC: s.v. metabolismo)
A expressom geral dos arcos x que tenhem o mesmo seno que um dado arco x = n + (1)n
, em que n um nmero natural (n N). (ELBC: s.v. seno)
Em grandes macios em que se nom exijam grandes resistncias podem incorporar-se na sua
massa pedras de maiores dimensons, formando o chamado betom ciclpico. (ELBC: s.v. beto)
Fenmeno natural que afeta um terreno argiloso saturado de gua, quando assenta sobre um
substrato impermevel inclinado. (ELBC: s.v. solifluxo)
e) Como predicativo:
A difusom lateral de translocadores que tenderia a homogeneizar a sua distribuiom na mem-
brana celular parece estar impedida ou polas junons selantes ou por umha especializaom do citos-
queleto, que nessa zona estaria inserido na membrana. (Biologia Celular: 99)
O clcio, o mais verstil dos agentes sinalizadores intracelulares, est invariavelmente envolvido
no controlo da morte neuronal. (Colquio/Cincias, 25: 82)
Se A estiver contido em B sem se identificar com B, escreve-se A B (ou B A) e di-se que A
um subconjunto prprio de B [...]. (ELBC: s.v. conjuntos, teoria dos)
Num sentido mais restrito, [o metabolismo] tambm considerado como a totalidade das rea-
ons qumicas e processos fsicos a que se encontra submetido um determinado composto ou classe
de compostos num organismo vivo (p. ex.: metabolismo dos aminocidos). (ELBC: s.v. metabolismo)
36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):
PERFRASES VERBAIS
269. No presente captulo som estudadas as perfrases verbais mais significativas (mais
freqentes) do galego tcnico-cientfico729, classificadas nas epgrafes perfrases
aspetuais, perfrases modais e perfrases temporais.
Estima-se que o mercado mundial dos medicamentos derivados de plantas seja da ordem de
30.000-40.000 milhons de dlares estado-unidenses anuais, e ele vem crescendo em taxas expres-
sivas. (Cincia Hoje, 167: 42)
Porm, a manterem-se as elevadas taxas de crescimento da capacidade de memria dos compu-
tadores que se venhem verificando, provvel que esta diferena venha a deixar de existir dentro de
alguns anos [...]. (Colquio/Cincias, 23: 6)
729
Seguindo Freixeiro Mato (2000: 434, 435, 473), aqui nom consideramos perfrase verbal o complexo ver-
bal ser + particpio de valor passivo, o qual estudado na secom consagrada passiva (prpria); polo contr-
rio, e de harmonia com esse autor (2000: 435, nota n. 25), sim consideramos perfrases verbais as seqncias
estar + a + infinitivo , continuar + a + infinitivo, estar + gerndio e continuar + gerndio (bem como ficar
+ a + infinitivo/gerndio), ainda que estes complexos, segundo corresponder, som tratados nas secons con-
sagradas ao infinitivo gerundial e ao gerndio (formas infinitas do verbo).
495
496 - 36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):PERFRASES VERBAIS
Assim, as clulas mais superficiais do stratum de Malpighi vam-se queratinizando sem que o seu
ncleo desaparea completamente e transformam-se progressivamente nos elementos do limbo un-
gueal (crneo). (ELBC: s.v. unha)
730
Valor perfectivo-(re)iterativo que constante com o auxiliar em presente do indicativo; dependendo do
contexto, este valor pode dar-se tambm com o pretrito imperfeito do indicativo, com o futuro do indicativo
ou com o presente do conjuntivo: cf. Costa Casas et al. (1988: 226); Freixeiro Mato (2000: 455, 456); lvarez
e Xove (2002: 358).
731
Um outro exemplo da perfrase com valor puramente perfectivo-reiterativo: Durante muitos anos admi-
tiu-se que o colesterol ocorria apenas nos animais. Contodo, foi detetado, em 1958, nas algas -vermelhas e, em
1963, na pataqueira. De entom para ac tem sido encontrado, em pequenas quantidades, em muitas plantas,
sendo um componente importante nas espcies dos gneros Solanum e Nicotiana. (ELBC: s.v. colesterol).
732
Assim, nos textos redigidos em luso-brasileiro fica clara a diferena da perfrase a respeito do valor mera -
mente perfectivo do pretrito perfeito: Foi recentemente demonstrado, em clulas neuronais em cultura ex-
postas protena -amiloide, um aumento da expressom do gene bax e umha inibiom da expressom do gene
bcl-2. (Colquio/Cincias, 25: 87) [diferente de: Tem sido recentemente demonstrado...].
36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):PERFRASES VERBAIS - 497
No entanto, a maior parte dos autores tem defendido a origem golgiana com base na habitual
proximidade entre as vesculas primordiais dos melanossomas e os elementos de Golgi e na presena
de atividade tirosinsica em ambas as estruturas. (Biologia Celular: 307) [Diferente de: a maior parte
dos autores defendeu a origem golgiana...]
Em todos estes aspetos o crebro difere marcadamente dos computadores clssicos, e muitos es-
foros tenhem vindo a ser feitos para reproduzir tais capacidades em sistemas artificiais.
(Colquio/Cincias, 23: 3)
A regularidade da sua porosidade e a dimensom dos seus poros adequada ao crescimento
sseo tem feito com que alguns corais tenham aplicaom em situaons em que os esforos mec-
nicos som pouco intensos. (Colquio/Cincias, 23: 41)
Estas objeons, que nas neuropatias autonmicas nom som de considerar, dada a extrema re-
duom da sua produom, tenhem-se tentado ultrapassar por estudos com noradrenalina marcada
com radioistopos e estudos cinticos. (Colquio/Cincias, 23: 67)
Tomando como base o conhecimento, nalguns casos especulativo, da sua biognese, tenhem os
alcaloides sido subdivididos em: [...]. (ELBC: s.v. alcalides)
Diversos materiais tenhem vindo a ser usados como cimento polo home ao longo dos sculos.
(ELBC: s.v. cimento)
Investigaons mais recentes nom tenhem permitido obter resultados mais conclusivos. (ELBC: s.v.
conjuntos, teoria dos)
invertase tem sido atribudo um importante papel nos processos que levam intensificaom
do transporte Source-Sink da sacarose [...]. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
Ultimamente a resposta de hipersensibilidade tem sido considerada como um exemplo da
morte celular programada (apoptose). (ELBC: s.v. hipersensibilidade, resposta de)
Tem causado umha certa perplexidade o facto de, havendo tantas formas diversas de fosfolpidos
nas membranas, terem sido os fosfolpidos de inositol selecionados durante o processo evolutivo
para o desempenho destas (e possivelmente outras) importantes funons celulares. (ELBC: s.v. ino-
sitol)
Do ponto de vista medicinal tem-se atribudo ao lpulo propriedades sedativas, hipnticas e bac-
tericidas. Tambm se lhe tenhem atribudo propriedades teis no tratamento da caspa e da tinha, na
cicatrizaom de chagas do coiro cabeludo e no crescimento do cabelo. (ELBC: s.v. lpulo)
Para avaliar o grau destruidor de um sismo, ou seja, a sua intensidade, tenhem sido propostas v-
rias escalas [...]. (ELBC: s.v. magnitude [Geofsica])
Devido s suas caratersticas de eucariota inferior, a levedura Saccharomyces cerevisiae foi o orga-
nismo cujo genoma mitocondrial tem sido mais extensivamente estudado. (ELBC: s.v. mitocndrios)
Vrias evidncias [anglicismo censurvel por: provas] anatmicas tenhem sido registadas a este
propsito: [...]. (ELBC: s.v. rgos vmero-nasais)
Tem sido objeto de muitas controvrsias o facto de as fmeas de umha mesma espcie de aves
parasitas poderem variar individualmente a ornamentaom dos ovos, para cada umha conseguir pa -
rasitar umha de vrias espcies diferentes; mas nom tenhem sido convincentes as diversas explica-
ons que tenhem sido formuladas a este propsito. (ELBC: s.v. parasitismo nidal)
Os peroxissomas dos tecidos dos mamferos tenhem recebido umha atenom muito especial
polo facto de se ter constatado existirem vrias doenas genticas que estm associadas presena de
peroxissomas defeituosos. (ELBC: s.v. peroxissomas)
A Engenharia Gentica das plantas um dos ramos da Biotecnologia e forneceu, em 1983, a pri-
meira planta geneticamente modificada polo Home. De entom para ac, a Engenharia Gentica de
plantas tem sido explorada, tendo j permitido obter resultados ainda h pouco tempo impensveis.
(ELBC: s.v. transgnicos)
A perfrase com valor atualizador pode empregar-se, portanto, para traduzir alguns
usos do present perfect ingls:
Coal has long been used for power generation, for the production of metallurgical coke, and as a
source of various aromatic compounds employed as intermediates in synthesizing dyes, solvents, and
drugs. (Encyclopaedia Britannica, Micropaedia: s.v. coal) > O carvom tem sido empregado desde h
muito tempo na geraom de energia, na produom de coque metalrgico e como fonte de diversos
compostos aromticos empregados como intermedirios na sntese de tintas, dissolventes e fr-
macos. (trad. C. Garrido)
The increasing cost of natural gas in the late 20th century, however, has led to the exploration of
both new and old methods for producing gas from coal [...]. The continuing concern for finding alter-
native energy sources also has revived interest in the conversion of coal into liquid fuels similar to
498 - 36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):PERFRASES VERBAIS
crude oil. A method that has been extensively evaluated involves pyrolysis and hydrogenation [...].
Since the late 1970s, various other technologies for economical liquefaction of coal have been investi-
gated, particularly in oil-dependent countries possessing extensive coal reserves. (Encyclopaedia Bri-
tannica, Micropaedia: s.v. coal) > No entanto, o aumento do custo do gs natural nos fins do sculo
XX tem levado exploraom tanto de novos como de antigos mtodos para produzir gs a partir do
carvom [...]. A incessante preocupaom por achar fontes de energia alternativas tambm tem reavi-
vado o interesse pola transformaom do carvom em combustveis lquidos semelhantes ao petrleo
bruto. Neste sentido, um mtodo que tem sido muito avaliado inclui pirlise e hidrogenaom [...].
Desde os fins do decnio de 1970 tenhem-se investigado diversas outras tcnicas para conseguir a li-
quefaom econmica do carvom, particularmente em pases dependentes do petrleo que possuem
grandes reservas de carvom. (trad. C. Garrido)
Sulfur forms some 16 oxygen-bearing acids. Only four or five of them, however, have been pre-
pared in the pure state. (Encyclopaedia Britannica, Micropaedia: s.v. sulfur) > O enxofre forma cerca
de 16 cidos que contenhem oxignio. No entanto, apenas quatro ou cinco deles tenhem sido prepa-
rados no estado puro. (trad. C. Garrido)
Depois da [= de a] tinta aplicada e [de] a maior parte da gua se ter evaporado geram-se foras
de tensom que tendem a provocar a fusom de tais partculas e a formar o filme (coalescncia). (ELBC:
s.v. tinta)
A droga [a zidovudina] nom se mostrou eficaz como agente anticancergeno, mas revelou-se efi-
ciente no tratamento da SIDA, tendo sido a primeira droga aprovada na terapia desta doena. (ELBC: s.v.
zidovudina)
Notas de uso:
1. Enquanto o emprego da perfrase perfectiva ter + particpio com o auxiliar em infi-
nitivo, gerndio, futuro do indicativo, ps-pretrito, pretrito do conjuntivo e futuro do
conjuntivo parece na verdade imprescindvel e insubstituvel nos textos formais redigidos
em galego-portugus da Galiza, embora nem todos estes usos se registem na fala espon-
tnea (cf. Costa Casas et al., 1988: 225, 226; Freixeiro Mato, 2000: 456; lvarez e Xove,
2002: 343), o da perfrase perfectiva com o auxiliar ter em pretrito imperfeito do indica-
tivo deve, polo contrrio, evitar-se em benefcio da utilizaom do pretrito mais-que-per-
feito do indicativo, forma presente na fala espontnea galega e que comporta idntico
valor semntico que a perfrase utilizada em luso-brasileiro. J o caso da perfrase perfec-
tiva ter + particpio com o auxiliar em presente do conjuntivo algo diferente, pois o seu
substituto funcional na fala espontnea galega, o pretrito do conjuntivo, apresenta umha
menor especificidade semntica do que ela (ex.: os indivduos que tenham sido expostos
radiaom sofrerm... diferente de os indivduos que fossem expostos radiaom so-
frerm/sofreriam...), de modo que julgamos recomendvel o emprego na escrita formal
da perfrase com o auxiliar em presente do conjuntivo:
Volumes iguais do mesmo lquido, que apresentem, ao ar, igual superfcie de evaporaom, ham
de necessariamente evaporar-se mais depressa ou mais devagar conforme a vaporizaom se realizar a
temperatura mais elevada ou menos elevada. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 49)
A questom tem de ser resolvida por partes; teremos que dispor as cousas de modo que, de cada
vez, somente duas das grandezas podam variar, enquanto se obrigam os valores das outras a perma -
necerem constantes. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 49)
No entanto, o facto de se apresentar, nas condions normais de pressom e temperatura, na forma
gasosa obriga a que tenha de ser liquefeito sob pressom e acondicionado em recipientes capazes de
suportar elevadas pressons. (ELBC: s.v. amonaco)
Para o caso de um slido, a energia de coesom a energia que se tem de fornecer a umha mol-
cula-grama do slido para o dividir nos seus elementos constituintes, determinando-se essa energia a
partir do calor de sublimaom. (ELBC: s.v. coesom)
O processo de fundiom distingue-se dos alternativos [...] polo facto de o material a conformar
ter obrigatoriamente de passar polo estado lquido e a forma final ser conferida pola moldaom. [...]
(ELBC: s.v. fundio)
Tambm fundamental para a compreensom do funcionamento destes organitos [dos mitocn-
drios] foi a elucidaom da sua estrutura, o que tivo de aguardar a microscopia eletrnica e o desenvol-
vimento das tcnicas dos cortes finos, na dcada de 50. (ELBC: s.v. mitocndrios)
A soluom que se encontra no estojo [porta-lentes (de contacto)] deve ser renovada diaria-
mente. (Instruons de utilizaom de soluom conservadora de lentes de contacto)
O sc. XX beneficiar com todas estas condions, em que se nom deve esquecer a contribuiom
da histologia e da anatomia patolgica, possveis pola descoberta do microscpio. (ELBC: s.v. cirurgia)
A farinha de peixe com mais 0,2% de azoto sob a forma de amonaco considera-se produto alte -
rado e apenas deve ser empregada como adubo. (ELBC: s.v. farinha)
Outros fatores do complexo B incluem o cido p-aminobenzoico (PABA), o inositol, a colina e a
betana, embora seja questionvel se estes compostos se devem englobar no grupo das vitaminas.
(ELBC: s.v. vitaminas)
Estas objeons, que nas neuropatias autonmicas nom som de considerar, dada a extrema re-
duom da sua produom, tenhem-se tentado ultrapassar por estudos com noradrenalina marcada
com radioistopos e estudos cinticos. (Colquio/Cincias, 23: 67)
36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):PERFRASES VERBAIS - 503
, portanto, til fazer-lhes umha breve referncia para mostrar, por meio de alguns exemplos, que
umha reaom de eltrodo pode conduzir a resultados muito diferentes daqueles que seriam de
prever a partir de umha anlise apenas da reaom primria. (ELBC: s.v. processos electroqumicos)
A perfrase modal poder + infinitivo, que indica hiptese ou possibilidade (= al. drfen,
ingl. may) nom deve ser confundida com o complexo verbal nom perifrstico poder + infi-
nitivo, em que o verbo poder conserva o seu significado bsico de ser capaz de ou ter a
possibilidade de (= al. knnen, ingl. can). A construom poder + infinitivo constitui per-
frase modal (cf. Freixeiro Mato, 2000: 471; Navarro, 2005: s.v. may) quando ela exprime
hiptese ou probabilidade e pode ser substituda por um advrbio de dvida seguido do
segundo verbo em conjuntivo (ex.: esses medicamentos podem ser txicos para as clulas
= talvez sejam txicos). Assim, som exemplos da perfrase modal de hiptese ou probabili-
dade:
Umha vez que os compostos que som produzidos em excesso podem ser txicos para as clulas,
foi sugerido que o metabolismo secundrio poder direcionar a sntese para a formaom de produtos
inofensivos, que serm posteriormente excretados. (ELBC: s.v. metabolismo)
Animais lentos e aparentemente sem defesas eficazes, [os megatrios] podem ter sido abatidos
polo home e por grandes carnvoros. (ELBC: s.v. megatrio)
Assim, umha clula parenquimatosa de fgado pode conter mais de 1000 mitocndrios (ocu-
pando 10-15% do volume da clula), enquanto que clulas jovens da coifa radicular de milho pos -
suirm c. 200, mas nas clulas expandidas maduras esse nmero atingir os 2000 a 3000. (ELBC: s.v.
mitocndrios)
, portanto, til fazer-lhes umha breve referncia para mostrar, por meio de alguns exemplos, que
umha reaom de eltrodo pode conduzir a resultados muito diferentes daqueles que seriam de
prever a partir de umha anlise apenas da reaom primria. (ELBC: s.v. processos electroqumicos)
Polo contrrio, nos seguintes exemplos, o verbo poder nom constitui perfrases modais
de probabilidade:
A ativaom das caspases pode ser controlada pola protena bcl-2, normalmente localizada na
membrana externa do mitocndrio [...]. (Colquio/Cincias, 25: 85)
Em grandes macios em que se nom exijam grandes resistncias podem incorporar-se na sua
massa pedras de maiores dimensons, formando o chamado betom ciclpico. (ELBC: s.v. beto)
As caratersticas globais destes ecossistemas som tais que ganhou adeptos a teoria de que a vida
na Terra poder ter-se gerado na dependncia de fontes termais submarinas, em sistemas anlogos
aos atuais. (Colquio/Cincias, 23: 45)
A ausncia de outras formas de vida alm de bactrias [...] sugere que o campo hidrotermal Sal-
danha (assim foi batizado) poder ser extremamente jovem, isto , que a descarga concentrada de
fluido, atravs de orifcios bem definidos, poder ter-se iniciado muito recentemente. (Colquio/Ci-
ncias, 23: 52)
Nom foi identificada fauna, mas observrom-se filamentos que poderm corresponder a agre-
gados de bactrias. (Colquio/Cincias, 23: 52)
Foi recentemente demonstrado, em clulas neuronais em cultura expostas protena -amiloide,
um aumento da expressom do gene bax e umha inibiom da expressom do gene bcl-2. Este poder ser
um dos mecanismos polo qual a acumulaom de -amiloide tornar os neurnios mais vulnerveis a
diferentes agentes lesivos, contribuindo assim para o aparecimento da doena. (Colquio/Cincias,
25: 87)
As alteraons no equilbrio do Ca2+ intraneuronal e a subseqente formaom de espcies reativas
de oxignio poderm levar ao aumento da probabilidade de morte neuronal em circunstncias que,
habitualmente, nom seriam txicas. (Colquio/Cincias, 25: 87)
Umha vez que os compostos que som produzidos em excesso podem ser txicos para as clulas,
foi sugerido que o metabolismo secundrio poder direcionar a sntese para a formaom de produtos
inofensivos, que serm posteriormente excretados. (ELBC: s.v. metabolismo)
Mais raramente, o mongolismo ou sndrome de Down poder, em c. 1% dos casos, ser devido a
mosaicismo [...]. (ELBC: s.v. sndrome de Down)
e, na outra, um pequeno canal excretor que vai terminar no canal de Wolff. (ELBC: s.v. mesonefro) | Vrias evi-
dncias [anglicismo por: provas] anatmicas tenhem sido registadas a este propsito: as duas pontas da lngua
bfida de certos rpteis vam contactar exatamente com as aberturas palatinas dos rgaos vomeronasais aps te-
rem sido apostas polo animal em rastos de outros animais congneres ou, entom, de presas perseguidas.
(ELBC: s.v. rgos vmero-nasais).
735
Assim, Grtner (1998: 33) afirma: Im Futuro do presente bezeichnet sie [= a perfrase ir + infinitivo] die
Nachzeitigkeit zur Zukunft, d.h. eine Handlung, die nach einer anderen zuknftigen stattfinden wird bzw. von
einem erst in der Zukunft entstehenden Subjekt vollzogen wird. Damit sind modale Nebenbedeutungen von
Wahrscheinlichkeit bis Sicherheit verbunden. ([A perfrase ir + infinitivo] no futuro do presente denota
posterioridade a respeito do futuro, isto , umha aom que ser realizada depois de umha outra, quer dizer, por
parte de um sujeito que s surgir no futuro, de forma que assim se lhe associam adicionalmente valores mo-
dais que vam da probabilidade certeza., trad. C. Garrido).
506 - 36. O SISTEMA VERBAL DO GALEGO CIENTFICO (III):PERFRASES VERBAIS
Os pigmentos som slidos, insolveis na gua, de granulometria extremamente fina, que, dis -
persos no agente peliculante, vam conferir tinta opacidade, cor, resistncia corrosom. (ELBC: s.v.
tinta)
Assim, a sementeira rala favorece o afilhamento, enquanto a sementeira basta o vai dificultar; a
fertilidade e a humidade do solo favorecem-no igualmente, assim como a temperatura. (ELBC: s.v.
trigo)
Como regra, som de preferir as sementeiras tempors s serdias, pois vam permitir que o trigo
atinja mais rapidamente o desenvolvimento desejado, podendo resistir melhor s grandes chuvas e
frios prprios da poca, enquanto por outro lado vam permitir colh-lo antes de sobrevirem os fortes
calores. (ELBC: s.v. trigo)
O conceito de vcuo est associado rarefaom do gs contido num determinado volume. O
grau de rarefaom, ou seja, o nmero de tomos ou molculas por unidade de volume vai condici-
onar a pressom do gs. (ELBC: s.v. vcuo)
Os gases libertados vam reagir entre si e com material lvico, antigo e oxidado, que caiu ou escor-
regou dentro da cratera, e assim se produzem altssimas temperaturas na parte superior da coluna l -
vica, ou no lago formado pola lava no topo do aparelho vulcnico. (ELBC: s.v. vulco)
Longnquo ainda est o tempo em que a xenotransplantaom ir resolver o problema da falta de
dadores para transplantaom. (ELBC: s.v. xenotransplantao)
37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOM
NO GALEGO CIENTFICO
270. Na composiom de textos tcnico-cientficos, como acontece, em geral, na de
qualquer texto pragmtico, o redator, para potenciar a funom representativa, deve prestar
atenom estrutura informativa da mensagem, ordenando os constituintes dos enunci-
ados de umha forma que se adapte s caratersticas e interesses cognitivos do destinatrio.
Trs som as estruturas informativas dos enunciados que aqui consideramos: a organi-
zaom em tema e rema, a organizaom em foco e dado e a organizaom em tpico e comen-
trio (cf. sntese aplicada ao galego em Freixeiro Mato, 2000: 690-705).
A organizaom em tema e rema ou tematizaom permite ao redator separar o que o
destinatrio da mensagem conhece (tema) do que desconhece (rema) e efetua-se dis-
pondo o elemento temtico na posiom inicial do enunciado, e o rema a seguir; a organi-
zaom em foco e dado ou focalizaom consiste em ressaltar um constituinte (foco) sobre o
resto do enunciado (dado), situando aquele, na maior parte dos casos, no princpio da
oraom e dotando-o de forte intensidade meldica; finalmente, a organizaom em tpico e
comentrio ou topicalizaom serve para marcar os limites referenciais da seqncia e conse-
gue-se situando o tpico ao princpio do enunciado e separando-o do comentrio medi-
ante umha pausa, com queda da entoaom.
270.1. Tematizaom
O tema o elemento informativo acerca do qual se fala e indica a perspetiva que adota
o redator; o rema o que se predica do tema, aquilo que o redator d como mais relevante
a respeito do tema. A estratgia para determinar a organizaom em tema e rema a ordem
das palavras no enunciado, de modo que o tema se situa esquerda e o rema direita.
A estrutura informativa nom marcada aquela em que o tema coincide com o sujeito
da oraom, e esta constitui, de facto, a estrutura mais freqente das oraons nos textos tc-
nico-cientficos. Assim, por exemplo, Hoffmann (1998: 419) cifra em 35% a percentagem
de enunciados que nos textos especializados impressos apresentam o sujeito como tema,
ainda que esta freqncia poda variar entre os diferentes gneros textuais.
O facto de a passiva ser abundante na redaom especializada (sobretodo em lnguas
como o ingls e, tambm em considervel medida, em galego-portugus) contribui para a
preponderncia das oraons em que o tema coincide com o sujeito, o qual, neste caso, se
identifica com o objeto direto da correspondente oraom em voz ativa (utilizaom da voz
passiva, sobretodo da passiva prpria, como mecanismo de tematizaom do objeto direto):
Os anestsicos gasosos som fornecidos em cilindros, onde se encontram sob pressom. Os anes-
tsicos lquidos som utilizados em vaporizadores especiais que possuem mecanismos de compen-
saom em relaom s modificaons de temperaturas e de volume do lquido a vaporizar. (ELBC: s.v.
anestsicos)
A derruba de rvores de dimetros inferiores a 35 cm feita polo home munido de machado [...].
(ELBC: s.v. derruba)
507
508 - 37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOMNO GALEGO CIENTFICO
No caso dos artigos de enciclopdia e das normas tcnicas, o sujeito constitui o tema
na esmagadora maioria das oraons, de modo a propiciar umha progressom temtica ba-
seada na constncia do tema (Hoffmann, 1998: 420):
A flor constitui o rgao reprodutor dos Espermatfitos. [...] A flor deriva de folhas que [...]. As
flores podem classificar-se seguindo critrios diversos, como, por exemplo, [...].
Como segunda estrutura informativa mais freqente nos textos especializados im-
pressos, Hoffmann (1998: 419) menciona, com o valor de 25%, aquela que apresenta
como tema um determinante adverbial. Esta organizaom em tema-rema revela-se especial-
mente freqente em gneros textuais tcnico-cientficos como a resenha, a recensom e o
resumo (de artigo de investigaom), nos quais aparecem com profusom enunciados inici-
ados por expressons locativas como as seguintes: Neste livro [...], No presente vo-
lume coletivo [...], No presente artigo [...].
Nas oraons declarativas dos textos tcnico-cientficos, a tematizaom do predicado
nom tam freqente como nas dos textos literrios. Nos textos especializados, ela d-se
principalmente em dous casos: quando se produz inversom da ordem sujeito-predicado
em oraons de natureza descritiva com verbo copulativo (nas quais, com freqncia,
umha clusula adjetival aparece em posiom inicial), e quando o sujeito composto (e,
portanto, compreende umha forma verbal) e a oraom comea polo verbo. Exemplos:
Igualmente importantes som as funons inversas das funons circulares e das funons hiperb-
licas. Notar, no entanto, que para definir a inversa de f: A ==> B, deve esta funom aplicar biunivoca-
mente A sobre B, o que obriga a certas restrions na definiom das funons circulares inversas e hi -
perblicas inversas. (ELBC: s.v. funo)
Tambm fundamental para a compreensom do funcionamento destes organitos [dos mitocn-
drios] foi a elucidaom da sua estrutura, o que tivo de aguardar a microscopia eletrnica e o desenvol-
vimento das tcnicas dos cortes finos, na dcada de 50. (ELBC: s.v. mitocndrios)
Embora seja bastante utilizado no fabrico de joias, objetos de arte e de luxo , a principal apli-
caom do ouro ainda como reserva bancria para cobertura da moeda circulante. (ELBC: s.v. ouro)
Constituem os rins os mais notveis emunctrios do organismo, assegurando a eliminaom de
produtos catablicos extremamente nocivos, o que explica a gravidade da insuficincia renal, aguda
ou crnica, e as alteraons da composiom do sangue e dos humores que a acompanham [...]. (ELBC:
s.v. rim)
Ocorreu a Brearley que esse ao poderia ser usado em cuitelaria. (Colquio/Cincias, 23: 35)
E possvel que descontinuidade ssmica de Mohorovii, nos oceanos, corresponda nom
umha passagem de rochas baslticas a rochas ultramficas, mas sim umha frente de serpentinizaom
no interior destas ltimas. (Colquio/Cincias, 23: 44)
Tem sido objeto de muitas controvrsias o facto de as fmeas de umha mesma espcie de aves
parasitas poderem variar individualmente a ornamentaom dos ovos [...]. (ELBC: s.v. parasitismo nidal)
736
Em relaom tematizaom do objeto indireto, deve chamar-se a atenom para duas circunstncias de or-
dem morfossinttica, as quais som ilustradas nos exemplos que seguem: primeira, que, ao contrrio do que
acontece com a focalizaom, a tematizaom nom condiciona a colocaom do cltico; segunda, que o bom esti-
lo de redaom demanda prescindir do dativo pronominal na presena do dativo nominal, aqui tematizado (v.
243.2-a).
37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOMNO GALEGO CIENTFICO - 509
grandeza E chama-se habitualmente erro quadrtico total, ou simplesmente erro total da rede no
conjunto de treino. (Colquio/Cincias, 23: 8)
Aos americanos [= estado-unidenses] Jakson, Wells, Long e Morton cabe a glria de terem sido
os pioneiros da anestesia por inalaom (com o ter e o protxido de azoto). (ELBC: s.v. anestesia)
Ao eltrodo positivo d-se geralmente o nome de andio ou nodo e ao eltrodo negativo o de
catdio ou ctodo. (ELBC: s.v. elctrodo)
invertase tem sido atribudo um importante papel nos processos que levam intensificaom
do transporte Source-Sink da sacarose [...]. (ELBC: s.v. fluido intercelular)
270.2. Focalizaom
O foco constitudo por um elemento informativo que se destaca, que se pom de re-
levo, e que, para tal, se dispom em geral esquerda do enunciado, sem pausa e com mar-
cada intensidade meldica; o dado constitudo polos elementos do enunciado que nom
formam o foco. Um ou vrios elementos interpretam-se como foco de umha oraom se
podem inserir-se na expressom ... que/quem (cf. Carvalho Calero, 1987: 424), expressom
que, de facto, representa umha frmula alternativa de focalizaom, dita de clivagem. Ex-
emplo:
Polissacardeos bem mais complexos do que a celulose fam parte da matriz da parede celular.
As hemiceluloses incluem-se entre eles.
tema rema
Entre eles se incluem as hemiceluloses.
foco dado
( entre eles que se incluem as hemiceluloses.)
foco dado
Polissacardeos, bem mais complexos do que a celulose, fam parte da matriz da parede celular.
Neles se incluem as hemiceluloses, que som polissacardeos altamente ramificados contendo um es-
queleto base de cerca de 50 unidades de acar do mesmo tipo, ligadas entre si por ligaons glicos-
dicas (1 ==> 4). (Biologia Celular: 426)
O texto deste Caderno deve ser lido sem pressas. Propositadamente se apresenta dividido em 3
partes (I, II e III), aconselhando-se o jovem leitor a fazer intervalos entre a leitura de cada umha das
partes e s passar seguinte quando lhe parecer que j assimilou convenientemente a parte anterior.
(Cadernos de Iniciao Cientfica: 12)
Tais experincias tenhem de comum com as experincias realizadas polos cientistas o propsito
com que som efetuadas, que o de se provocar determinado ato e o de repeti-lo para se reconhecer se
em condions anlogas os efeitos produzidos som os mesmos. Da se tirarm conclusons que po-
derm vir a ser consideradas como leis. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 40)
Duas atitudes se podem tomar: ou dizemos que nom existe nengumha proporcionalidade
entre as intensidades das foras de traom e os alongamentos sofridos e, nesse caso, nom estabele -
cemos nengumha lei, ou dizemos que sim, que existe proporcionalidade, e justificamos as diferenas
que encontrmos como sendo devidas a imperfeions da graduaom da rgua, a defeitos nossos
quando efetumos as leituras, ou a quaisquer outras causas. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 53)
Reproduom de umha gravura da Arte de Navegar do cosmgrafo portugus Manuel Pimentel,
editada pola primeira vez em 1699. Nela se representam os seis instrumentos de medida mais
usados na navegaom dessa poca para determinaom do valor da altura do Sol. (Cadernos de Inici-
ao Cientfica: 53)
Neste caso dos corpsculos, quando queremos pensar neles, imaginamos naturalmente que som
esfricos, e como esferas os representamos no papel desenhando umha circunferncia. (Cadernos de
Iniciao Cientfica: 80)
Para a matria em fase gasosa, est certo: as unidades estruturais som molculas; para os lquidos
e slidos nem sempre som molculas, mas nalguns casos tambm o som. A isso se referem as figuras
5 a 7. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 83)
Essa estrutura, porm, compacta e nom aberta como se representa na figura 8. A figura 9 que
nos d a imagem mais prpria dessa estrutura. Por a se v que as camadas de ions se sobreponhem
no cristal [...]. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 110)
Na Grcia, pois, instaura-se um sistema mdico que colhe a seiva de vrias fontes, mas que rapi-
damente se modela numha sntese genial. Ali se formam escolas onde a discussom se desembaraa
de preconceitos que tornam a inteligncia rida e passiva; ali se encontra a liberdade de expressom
que em todas as pocas estimulou o verdadeiro progresso. (Deuses e Demnios da Medicina: 19)
Na escola de Tales, e sob o estmulo desses filsofos, pola primeira vez se investigam na natu-
reza as motivaons dos fenmenos que alteram a harmonia do organismo e se procuram as leis que
os regulam [...]. (Deuses e Demnios da Medicina: 26)
Os historiadores mais recentes negam, em particular, que Hipcrates tenha pertencido ao corpo
mdico do templo de Esculpio, pois dificilmente se aceita que algum tam apostado em dissociar a
medicina da teologia e dos ritos, vendo na doena um fenmeno de origem natural e nom sobrena-
tural, haja colaborado com os prestes milagreiros. (Deuses e Demnios da Medicina: 29)
Nelas [nas obras de Hipcrates] se condensa, e muitas vezes se ilumina, toda a sabedoria de
umha poca. (Deuses e Demnios da Medicina: 39)
Aos rabes se deve a preparaom de xaropes e extratos de frutos [...] e o emprego teraputico
dos narcticos. (Deuses e Demnios da Medicina: 82)
A Avicena e a outros sbios rabes se deve que as tradions da medicina hipocrtica e galnica
nom se tenham submergido na longa letargia da Idade Mdia. (Deuses e Demnios da Medicina: 84)
S em aplicaons muito exigentes do ponto de vista computacional, como o processamento em
tempo real de imagens em movimento, por exemplo, se utilizam realizaons em hardware dedicado
ou computadores especiais. (Colquio/Cincias, 23: 9)
Umha regra se observa na homotermia, que a de que as temperaturas baixas determinam re-
flexo nervoso que ativa o metabolismo, com produom de calor, a qual diminui medida que a tem -
peratura externa aumenta. (ELBC: s.v. calor animal)
O contedo do balom aquecido e, logo que se atinge o ponto de ebuliom da mistura, esta
ferve e o vapor formado mais rico no componente mais voltil que o lquido original. Neste facto se
baseia a separaom por este mtodo [destilaom]. (ELBC: s.v. destilao)
Sobre umha provvel terceira seqncia de sinalizaom celular, baseada no PI(3,5)P 2, pouco se
sabe, embora haja dados experimentais que apoiam a sua existncia. (ELBC: s.v. inositol)
Em todas as classes em que se dividem os protozorios se encontram espcies parasitas. (ELBC:
s.v. protozorio)
37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOMNO GALEGO CIENTFICO - 511
737
A focalizaom deste constituinte, que desempenha a funom de objeto direto, mediante inversom daria o
enunciado A transmissom da doena a investigou a cientista., tipo de enunciado que, pola sua grande carga
enftica ou emotiva, extremamente raro nos textos tcnico-cientficos. Menos estranha talvez se revelasse nos
textos especializados a correspondente topicalizaom (v. infra), que rezaria: A transmissom da doena[,] in-
vestigou-na a cientista..
512 - 37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOMNO GALEGO CIENTFICO
Iniciando os estudos nas escolas de Bruxelas, [Andr Veslio] foi depois enviado para o Colgio
Creveau, em Lovaina, donde transitou para a Universidade da mesma cidade, adquirindo rapida-
mente vastos conhecimentos na leitura dos clssicos, tendo sido a ele que o editor Haldinus procurou
para a correom das provas das edions grega e latina das obras de Galeno. (Deuses e Demnios da Me-
dicina: 120)
Assim se poderia concluir como que o tempo gasto na evaporaom depende do volume de l-
quido que se utiliza. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 50)
Umha anlise minuciosa de muitos destes aspetos ajudar-nos [orig.: ajudar-nos-] a entender
como que as populaons se mantenhem no mosaico ambiental. (Ecologia das Populaes e das Comu-
nidades: 4)
Tambm importante compreendermos porque que certas espcies se reproduzem umha
nica vez e outras apresentam vrias pocas de reproduom [...]. (Ecologia das Populaes e das Comu-
nidades: 4, 5)
A dataom fai-se determinando onde que se ajusta o padrom caraterstico da seqncia dos
anis das tbuas da pintura que se pretende datar na curva de anis anuais estabelecida para a respe-
tiva espcie em cada umha dessas regions. (Colquio/Cincias, 16: 82)
Essa estrutura, porm, compacta e nom aberta como se representa na figura 8. A figura 9 que
nos d a imagem mais prpria dessa estrutura. (Cadernos de Iniciao Cientfica: 110)
37. TEMATIZAOM, FOCALIZAOM E TOPICALIZAOMNO GALEGO CIENTFICO - 515
270.3. Topicalizaom
O tpico a unidade que apresenta um mbito ou estado de cousas em relaom ao
qual se predica umha determinada informaom e que surge ao incio do enunciado, prece-
dendo o comentrio e dele separado por umha pausa (nos textos escritos, quase sempre
mediante vrgula), com queda da entoaom. O comentrio a informaom que se suscita a
partir da pausa que assinala o tpico. Um ou vrios elementos interpretam-se como tpico
se podem ser introduzidos polas expressons topicalizantes no mbito de, por causa de,
quanto a ou a respeito de, sem que sofra nengumha mudana a estrutura informativa da
oraom (cf. Carvalho Calero, 1987: 424):
516
38. ESTRUTURAS MORFOSSINTTICAS DE BAIXA FREQNCIA NO GALEGO CIENTFICO - 517
738
Que tal presena de expressons idiomticas ou coloristas tambm possvel na divulgaom cientfica com-
posta em alemm mostra-o o seguinte exemplo, tirado da revista de divulgaom alem Naturwissenschaftliche
Rundschau: Bisher galt das Mittelohr der rezenten Sugetiere als entscheidendes gemeinsames abgeleitetes
Merkmal (Synapomorphie) der Monotremen und Theria. Eine so komplexe Struktur, so die Lehrmeinung,
kann schwerlich mehrfach unabhngig voneinander entstehen. Gerade diese Vorstellung wird nun durch Fos-
silfunde erschttert. [...] Mssen wir uns von der Vorstellung verabschieden, dass extrem komplexe Merkmale
im Laufe der Evolution nur einmal entstanden sind? Im Falle des Sugetiermittelohrs sollte man das Kind
nicht mit dem Bade ausschtten: [...]. (Naturw. Rdsch., 8/2005: 435). A nossa traduom: At agora, o ouvido
mdio dos mamferos recentes vinha sendo considerado como decisivo carter derivado comum aos Mono-
tremados e Trios (sinapomorfia). Na teoria, tam complexa estrutura dificilmente poder ter surgido multipla-
mente de modo independente nos diferentes grupos, mas precisamente esta consideraom que agora se v
abalada polos novos achados de fsseis. [...] Teremos de abandonar a ideia de que os carateres extremamente
complexos surgem apenas umha vez no decurso da evoluom? Nem tanto: com o caso do ouvido mdio dos
Mamferos, nom deveramos ir longe de mais [das Kind mit dem Bade ausschtten > lit. esvaziar o banho com o
meninho dentro, isto , deitar fora o bom com o mau, ir longe de mais, exagerar].
739
Ora, a presena de expressons idiomticas (e mesmo humorsticas) em gneros textuais tcnico-cientficos
como o livro de texto ou a monografia didtica, sendo algo habitual em ingls, bastante mais rara em galego-
portugus, polo que tal circunstncia poder constituir na traduom umha discordncia intercultural de tipo esti-
lstico (cf. Garrido, 2004a: 110; Garrido, 2004b). Considerem-se, a este respeito, a modo de exemplo, as duas
expressons idiomticas que ocorrem nos dous trechos transcritos a seguir, extrados da monografia didtica
The Growth of Biological Thought. Diversity, Evolution, and Inheritance, do bilogo estado-unidense Ernst Mayr
(2000. The Belknap Press of Harvard University Press. Cambridge, Massachusetts): Avery and his group re -
mained extremely careful [...] in the evaluation of their findings, but the evidence was so strong that they no
longer needed to prove their point; the shoe was now on the other foot, and it was up to the opponents to refu-
te Averys claim. (pg. 818, 819) | The genotype and phenotype problem could now be stated in definitive
terms and the last nail could be hammered into the coffin of the theory of the inheritance of acquired charac-
ters. (pg. 824).
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APNDICES
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APNDICE I
O ALFABETO GREGO E O LXICO CIENTFICO
(alfa) FS.:radiaom ; BIOQ.: alfaglobulina; ASTRON.: de Centauro; como sm-
bolo () pode indicar: partcula, ngulo, radioatividade, coeficiente,
aceleraom; tambm se usa em formulaom qumica: -metilpirrole,
cido -aminopropinico, -D-glicose.
(delta) GEOMORF.: delta, deltaico; ANAT.: msculo deltoide; PAT.: deltacismo; como
smbolo () serve para indicar dioptria.
(eta) LING.: etacismo; como smbolo () serve para indicar o coeficiente de vis-
cosidade.
521
522 - APNDICE I O alfabeto grego e o lxico cientfico
(micro(n)) - - -
(sigma) QUM.: eletrom , ligaom , orbital ; ANAT. ANIM.: vlvula sigmoide, ansa sig-
moide; PAT.: sigmoidite, sigmoidostomia; QUM. ORG.: reaom sigmatrpica;
como smbolo indica: tensom superficial (), condutividade eltrica
(), desvio-padrom (), somatrio ().
523
524 - APNDICE II Leitura de nmeros e expressons quantitativas
Nom aparece conjunom: 1. entre milhares e centenas, quando seguem dezenas e/ou
unidades; 2 entre os milhons e as centenas de milhar, quando seguem dezenas de milhar
e/ou unidades de milhar.
B. DENOMINAOM DOS MLTIPLOS DE 103 EM VRIAS LNGUAS
(ESCALA LONGA [REGRA 106N] / ESCALA CURTA [REGRA 103(N+1)])
Lngua Galego-Portugus English
Quantidade Deutsch Espaol (UK since 1974)
Europeu Brasileiro
eine Million um milhom / um milho a million
un milln
106 um milho
mil millones = mil milhons / um bilho a billion
eine Milliarde
109 un millardo mil milhes
eine Billion um biliom / um trilho a trillion
un billn
1012 um bilio
mil bilions / um quatrilho a quadrillion
eine Billiarde mil billones
1015 mil bilies
eine Trillion un trilln um triliom / um quintilho a quintillion
1018 um trilio
526 - APNDICE II Leitura de nmeros e expressons quantitativas
C. EXPRESSONS QUANTITATIVAS
Imprecisom/aproximaom
cerca de 600 (= c. 600) / por volta de 600 (*sobre [cast.])
informal: *uns seiscentos; *seiscentos e tal / e poucos / e tantos indivduos
Percentagens
30%: trinta por cento da populaom foi atingida / os trinta por cento da populaom
from atingidos
Mais de 50% do peso seco da semente [do caf] formado por polissacridos e acares, 10
20% por lpidos e 1015% por protenas. A fraom lipdica nom saponificvel, que excede em geral
os 10%, contm essencialmente esteroides [...]. (ELBC: s.v. caf)
O objetivo fundamental era o mximo aproveitamento possvel do poder calorfico do combus-
tvel, demonstrado pola obtenom, j em 1897, de rendimentos da ordem dos 26%, praticamente o
dobro do que na poca se conseguia, quer com mquinas a vapor quer com motores a gs; som, alis,
hoje correntes os aproveitamentos superiores a 40%, que permitem considerar os motores Diesel
como os de funcionamento mais econmico em inmeras aplicaons. (ELBC: s.v. Diesel)
Proporom
3/5: em cada cinco espcies de insetos, trs som colepteros
A incidncia da trissomia 21, sem grandes variaons mundiais, de 1 em cada 700800 nasci-
mentos. (ELBC: s.v. sndrome de Down)
Relaom
4/2 = 8/4: quatro est para dous (assim) como oito para quatro / o nmero repre-
senta a razom (do comprimento) da circunferncia para o seu dimetro
Quando a potncia atua paralelamente ao plano inclinado, a potncia est para a resistncia
como a altura est para o comprimento do plano. (ELBC: s.v. plano inclinado)
Superndices e subndices
a: a-linha (cast. a-prima, ingl. a-prime);
a: a-duas linhas;
a: a-trs linhas;
hs: ag-esse
Temperatura
5 C gal. cinco graus (Celsius)
5 C ingl. five degrees Celsius
5 C al. fnf Grad (Celsius)
ADIOM OU SOMA:
7 + 8 = 15 gal. sete e oito som/fam quinze
ingl. seven and/plus eight are/make fifteen
al. sieben und/plus acht ist/sind/gleich fnfzehn
SUBTRAOM:
10 - 3 = 7 gal. dez menos trs som/fam sete
ingl. ten take away three are/equals seven
/ three from ten leaves seven
al. zehn weniger/minus drei ist/sind/gleich sieben
MULTIPLICAOM:
23=6 gal. duas vezes trs som seis740
ingl. two times three is six / two threes are six
al. zwei mal drei ist/gleich sechs
DIVISOM:
20 : 4 = 5 gal. vinte divididos / a dividir por quatro som cinco
ingl. twenty divided by four is/equals five
al. zwanzig (geteilt/dividiert) durch vier ist/gleich fnf
740
Do mesmo modo: A especificaom de um binculo vem discriminada no instrumento sob a forma de um
nmero vezes outro: 8 30, por exemplo. Para a observaom das aves, umha ampliaom de 8, 9 ou 10 vezes
perfeita.. O valor dos pesos vezes a altura d a grandeza do poder mecnico.. Mas, no caso da indicaom
de dimensons, utiliza-se por: A lngua [do Arapaima gigas] compreende umha porom ssea de 20 cm de
comprimento por 4 cm de largura.; As dimensons som 5 4 1 [= cinco por quatro por um]..
528 - APNDICE II Leitura de nmeros e expressons quantitativas
potenciaom e radiciaom
5,3 fnf Komma drei five point three (5.3) cinco vrgula trs
+ mehr, und, plus (Addition) plus (addition) mais (sinal de adiom)
- weniger, minus (Subtraktion) minus (subtraction) menos (sinal de subtraom)
mehr oder weniger, plus or minus mais ou menos
[plus oder minus
, mal (Multiplikation) multiplied by, times multiplicado por, vezes
[(multiplication) [(sinal de multiplicaom)
:, ,/ geteilt durch (Division) divided by (division) dividido por
(sinal de divisom)
= ist gleich is equal to, equals igual a
ist ungleich is not equal to, does not equal diferente de, nom igual a
~ ist hnlich, ist quivalent mit is similar to, is equivalent to semelhante a, equivalente a
, ist annhernd/nahezu/ is approximately equal to aproximadamente igual a
[ungefhr gleich
ist identisch mit is identical to/with idntico a
> ist grer als is greater/more than maior que
< ist kleiner als is smaller/less than menor que
ist gleich oder grer als is equal to or greater than igual ou maior que
[is greater than or equal to [ maior ou igual a
ist gleich oder kleiner als is equal to or less than igual ou menor que
[is less than or equal to [ menor ou igual a
() runde Klammern parentheses parnteses
[] eckige Klammern brackets colchetes
{} geschweifte Klammern braces chaves
unendlich infinity, infinite infinito
Wurzel aus (Quadratwurzel) (square) root of raz quadrada de
Grad(e) degree(s) grau(s)
(Bogen)Minute(n) minute(s) minuto(s)
(Bogen)Sekunde(n) second(s) segundo(s)
% Prozent, vom Hundert per cent por cento (percentagem)
Promille, vom Tausend per thousand por mil
Element von belongs to, is an element of pertence a, elemento de
kein Element von, does not belong to, nom pertence a,
[nicht Element von [is not an element of [nom elemento de
, {} leere Menge empty set, null set conjunto vazio
Mengenschnitt, Durchschnitt intersection intersecom
(Mengen)Vereinigung union uniom
umfasst contains as a subset contm
enthalten in, Teilmenge von, is included in, is a subset of, est contido
[echte Teilmenge von [is contained in
wenn ..., dann implies implica
an n-te Potenz von a a to the power of n potncia n de a
loge, Logarithmus zur Basis e natural logarithm, logaritmo natural,
ln [logarithm to the base e [logaritmo na base e
529
530 - Apndice III Smbolos matemticos
741
O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi adotado pola XI Conferncia Geral de Pesos e Medidas, em
1960. Para ampliar o tema pode consultar-se Baptista (1994).
742
Observe-se que o nome da unidade nom leva acento grfico, apesar de o apresentar o apelido do fsico e
matemtico francs (A.-M. Ampre).
743
Forma secundria (imprpria de textos cientficos): vtio.
744
Forma secundria (imprpria de textos cientficos): vltio.
531
532 - APNDICE IV Grandezas e unidades do Sistema Internacional (SI)
745
Do nome do qumico sueco Theodor Svedberg, unidade de medida de constante de sedimentaom
igual a 1013 s.
746
De onda de umha radiaom.
747
No mbito da FS. ATM.
748
No mbito da ASTR.
749
Do nome do fsico mile Hilaire Amagat. The name amagat is unfortunately used as a unit for both mo -
lar volume and amount density. Its value is slightly different for different gases, reflecting the deviation from
ideal behaviour for the gas being considered. (IUPAC, 1993a: 113).
750
Unidade atualmente denominada kilopond.
751
De roentgen equivalent man.
APNDICE V
TABELA PERIDICA DOS ELEMENTOS QUMICOS
1 hidrognio 43 tecncio 85 stato
2 hlio 44 rutnio 86 rdon
3 ltio 45 rdio 87 frncio
4 berlio 46 paldio 88 rdio
5 boro 47 prata 89 actnio
6 carbono 48 cdmio 90 trio
7 azoto1 49 ndio 91 protactnio
8 oxignio 50 estanho 92 urnio
9 flor 51 antimnio 93 netnio
10 non 52 telrio 94 plutnio
11 sdio 53 iodo 95 amercio
12 magnsio 54 xnon 96 crio
13 alumnio 55 csio 97 berklio
14 silcio 56 brio 98 califrnio
15 fsforo 57 lantnio 99 einstinio
16 enxofre 58 crio 100 frmio
17 cloro 59 praseodmio 101 mendelvio
18 rgon 60 neodmio 102 noblio
19 potssio 61 promcio 103 laurncio
20 clcio 62 samrio 104 unnilqudio
21 escndio 63 eurpio =rutherfrdio Rf
22 titnio 64 gadolnio 105 unnilpntio
23 vandio 65 trbio = dbnio Db
24 crmio 66 disprsio 106 unnilhxio
25 mangansio2 67 hlmio = seabrgio Sg
26 ferro 68 rbio 107 unnilsptio
27 cobalto 69 tlio = bhrio Bh
28 nquel 70 itrbio 108 unnilctio
29 cobre 71 lutcio = hssio Hs
30 zinco 72 hfnio 109 unnilnio
31 glio 73 tntalo = meitnrio Mt
32 germnio 74 tungstnio4 110 ununnlio
33 arsnio3 75 rnio 111 ununnio
34 selnio 76 smio 112 ununbio
35 bromo 77 irdio 113 ununtrio
36 crpton 78 platina 114 ununqudio
37 rubdio 79 ouro 115 ununpntio
38 estrncio 80 mercrio 116 ununhxio
39 trio 81 tlio 117 ununsptio
40 zircnio 82 chumbo 118 ununctio
41 nibio 83 bismuto
42 molibdnio 84 polnio
534
APNDICE V Tabela peridica dos elementos qumicos - 535
Quando nom se trata de umha funom qumica, a presena de azoto pode indicar-se em-
pregando ambos os tipos de radicais. Assim, por exemplo, os quatro xidos de azoto est-
veis recebem os nomes de: xido nitroso ou xido diazotado (N2O), xido ntrico, xido az-
tico, xido de azoto ou monxido de azoto (NO), dixido de azoto (NO2) e pentxido diazo-
tado (N2O5).
2. Forma secundria: mangans.
3. Nom confundir o elemento arsnio com arsnico As2O3, anidrido arsenioso ou tri-
xido de arsnio, slido branco, pulverulento, venenoso, com diversas aplicaons indus-
triais.
4. Secundariamente, volfrmio.
BIBLIOGRAFIA CITADA
E CORPUS TEXTUAL CONSIDERADO
NO ESTUDO DA MORFOSSINTAXE
BIBLIOGRAFIA CITADA752
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539
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CORPUS TEXTUAL CONSIDERADO
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Livros de texto
545
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-a 25, 25.1, 85 42
-an -az 75
-a 25.3 -ana -aza- 153
-aa 75 -ana 86.1
-baro
-bara 105
-acanto 104 -ncia 174
-base 18.2
-ceas 175 -ando 92 -bata 105
-aceno 153 -andria 18.2, 101.1, 104 -bata 105
-ceo -cea 88.1 -andro 104 -bio 105
-ceos 175 -ngio 104 -biose 105
-acho 73 -anilida 153 -blasto 105
-ao -aa -75 -anilina 153 -bole 105
-aom 86.1 -ano -ana 88.1, 153 -bolia 105
-ada 64.4, 76, 86.1 -ano 153 -cana 155
-ade 25.3 -ante 64.4, 91 -cala 106
-adelfo 175 -antema 176 -calipto 50.7, 106
-adieno 153, 157 -ntemo 104 -carba- 155
-adi-ino 153, 161 -anto 104 -carbaldedo 155
-ado 64.4 -antropia 104 -carbamoil- 155
-ado -ada 89, 92 -antropo 18.2, 104 -carbonilo 155
-agem 53.2, 64.4, 76, 86.1 -ar 47, 70, 88.1, 95 -carboxamida 155
-agogo 176 -reo 88.1 -carboxlico 155
-agonista 104 -arg- 153 -cardia 18.2, 106
-agra 176 -aria 76 -crdio 106
-al 76, 88.1, 153 -rio 77 -crpico 106
-ale(s) 54.8, 175 -rio -ria 88.1, 93 -carpo 106
-algesia 104 -rios 175 -caul(e)
-algia 18.2, 104 -aritmo 104 -(c)om 86.1
-alho -alha 73 -ars- 153 -cefalia 18.2, 106
-alino 24, 104 -artrose 176 -cfalo 106
-ama 76 -a(s) 25.3 -cele 25.4, 33, 106
-ame 76 -ase 25.3, 48.3, 88.3, 153 -cel(i)o 25.4, 33, 106
-amento 88.3
-ase -celo 25.4, 33, 106
-mia 76 -asia 88.3 -cnico 64.3
-amida 153 -sico 88.3 -ceno 64.3, 175
-amidina 153 -astenia 104 -centese 176
-amido 153 -tico -tica 88.3 -centro 106
-amina 153 -ato 64.4, 73, 153 -ceps 128
-aminilo 153 -atrieno 153, 157 -cer- 106
-amino 153 -atri-ino 153, 161 -cera 106
-amnio 153 -vel 93 -cerco 106
551
552 - NDICE REMISSIVO DE TERMOS
-ido(s) 18.3, 112, 161, 175 25.4
-is -mancia 18.2, 114
-idom 82 -ise 48.3, 88.3 -mania 114
-drico 161 88.3
-ise
-mano 18.3, 114
-idro 112 -sico 88.3 -mante 114
-id(o)- 108, 112 -ismo 80, 82, 176 -mastia 114
-iedade 82 -ista 25.1, 80, 88.3 -megalia 114
-iente 91 -stico -stica 88.3 -mel- 137
-ieta 112 -isto 112 -melia 114
-ificar 95 -ite -ito 74
-melo 114
-il- 112 -ite 7, 17.1, 25.4, 53.2, 54.4, 161, -menta 76, 86.1
-il 93 175, 176 -mente 69.2
-ileno 161 -tico -tica 88.3 -mento 64.4, 76, 86.1
-ilha 43 -ito -ita 83 -mero 114, 163, 175
-ilho -ilha 43, 73, 83 -ito 25.4, 161, 175 -metria 114
-ilhom 83 -itude 82 -metro 114
-ilidade 82 -vel 93 -mi- 114
-ilideno 161 -ivo -iva 93 -micete(s) 114
-ilidino 161 -izar 47, 95 -micose 114
-lio 161 -jacente 135 -mctico 50.2
-ilo -ila 43, 74 -je- 135 -mielite 114
-ilo 53.3, 161, 175 -jeom 86.1 -mitia 114
-im -ina 73 -jei- 135 -mixia 114
-imen- 112 -jeiom 86.1 -mnsia 18.2, 114
-imenta 86.1 -jeit- 135 -monas 114
-imento 86.1 -jet- 135 -morfismo 114
-imida 161 -lalia 113 -morfo 114
-imina 161 -lapso 136 -morfose 114
-ina 153, 175 -ltero 136 -motor 137
-ina (-na) 161 -lectico 113 -motriz 137
-inano 153, 161 -lcito 18.3 -nastia 115
-neo(s) 175 -lema 25.1, 113 -nauta 115
-inho -inha 73, 83, 88.3 -lepse 113 -necta 50.2, 115
-inil 161 -lepsia 113 -necti- 50.2, 115
-inilo 161 -lexia 113 -nefa 115
-inino 153, 161 -lnge 136 -nefro 115
-ino -ina 88.3 -lise 25.3, 48.3 -nema 115
-ino 153, 161 18.3, 113
-lise -nsia 18.2, 115
-ino(s) 175 -lite 113 -neta 115
-inte 91 18.3, 113
-lito -neuro(s) 115
-io 18.3, 30, 161 -locular 136 -nico 115
-iose 176 -logia 102.1, 113 -nmia 18.2
-ipsa 24, 112 -logista 25.1, 80, 113 -nitrilo 164
-ipsia 88.3 -logo 25.1, 80, 113 -nomia 18.2, 115
-ptico 88.3 -loma 113 -nmio 115
-ir 97 -luca 136 -nomo 115
-irano 153, 161 -lvio 136 -nose 115
-ireno 153, 161 -luviom 136 -noto 115
-iridina 153, 161 -ma 25.1 -o 85
-irina 153, 161 -malacia 114 -ocano 153, 165
NDICE REMISSIVO DE TERMOS - 555
batimento 64.4, 86.1 benzolo 53.3 bilharziose 17.2, 18.3, 25.3, 64.5
batmetro 105 benzona 165 biliom 43, 89, 216
batiscafo 18.3 benzoquinona 186.1 bilionsimo 89
batscafo 18.3, 108 berklio 64.5, a5 bilirrubina 44.2, 52.2, 141
batisfera 18.2 berlio a5 blis 25.4, 54.1, 201.2
batizar 50.7 bernardo-eremita 64.5 bmano 18.3
bato- 105 berqulio 64.5 bin- 146
batofobia 105 besouro 75 binocular 146
batrquio 33 beta [= ] 36, a1 binculo 54.3, 139
baunilha 36, 43, 51, 73 -cianina a1 binmio 115
bauxite 17.1, 25.4, 53.1, 175 -globulina a1 bio- 105
BCG 180.1 betatrom 15, 183.1 biolcool 105
beceg 180.1 btula 35 biocenose 106
becquerel a4 Betulceas 35 Biofsica 105
begnia 64.5, 79 betume 25.5 biforo 18.3
behaviorismo 200.4 betume da Judeia 65, 100.1 biogs 105
beio 46.1, 221 betuminoso 25.5 biognese 110
beija-flor 211 bexiga 11.1, 35, 52.2, 201.2 biognico 110
beira-mar 22.7 bexigoso 35 bioindstria 105
Beirute 18.2, 25.4 Bi a4 biologista 80
belemnite 25.4, 175 bi- 23.2, 44.1, 48.2, 146, 149, 154 bilogo 80
belone- 105 biamperimetria 149 bioma 25.1
belonefobia 105 bibenzilo 154 biomagnetismo 105
beloni- 105 bibenzolo 154 binica 183.1
Beloniformes 105 bceps 50.7, 54.1, 59, 59.2, 59.3, binico 174
bem- 23.1 128 bionutriente 105
bem-estar 23.1 bicho-preguia 53.2 biopolmero 105
bem-soante 23.1 biciclo- 154 biopsia 18.2, 18.2, 116
bncton 42 biciclo[1.1.0]butano154 biorritmo 24
benefcio 198 biciclo[3.2.1]octano 154 biosfera 18.2
benfeitor 23.1 1,1'-biciclopropano 154 biossatlite 24
bntico 88.3 bicpite 50.7, 54.1, 59, 59.2, 59.3, biossensor 105
bentnico 88.3 128 biossntese 48.2, 105
bentos 88.3 bico de Bunsen 64.5, 100.1, 219 biot a4
benz- 154 bicolor 128 biotaxia 121
benzamida 154 biebdomadrio 23.2 biotite 175
benzedrina 161 bieldeo(s) 18.3, 79, 174 bitopo 18.3, 121
benzeno 46.2, 154, 157 biface 53.3 biovular 200.3
benzenossulfonato 21 bfase 18.3 bpede 25.4
benzidina 46.2, 154 bifsico 18.3, 146 bipedia 140
benzil- 154 bifenileno 157 bipenado 146
benzilo 46.2, 53.3, 154 bifenilo 53.3 bipene 140
benzilpenicilina 154 bfido 131 bipinado 140
benzimida 161 bifocal 146 bipinulado 140
benzina 46.2 bigamia 18.2 bipolar 149
benzo- 46.1, 154 Big Bang 189.2 birrefraom 44.1
benzociclo-octeno 154 bile 25.4, 54.1 birrefringncia 44.1, 149
1,2,3-benzoditiazollio 161 bilhrzia 46.2 bis- 23.2, 48.2, 146, 152, 154
benzoil- 153, 154 bilharzase 17.2, 18.3, 25.3, 49 bisav 146
NDICE REMISSIVO DE TERMOS - 569
bis(hidrogenotrioxocarbonato) bocejar 95 Bq a4
de clcio 160 bhrio a5 brctea 50.2
bisma- 154 bolbo 29 bractola 18.3, 50.2, 74
bismuto 154, a5 bolbo piloso 29 bradi- 105
bisneto 146 bolbo raquidiano 29 bradicardia 18.2, 106, 207
bissecom 48.2 bole-bole 22.4, 150.2 bradiglossia 48.1
bisseriado 48.2 blide 25.5, 53.2, 53.3 bradipneia 105
bissetor 50.2, 86.2, 146 blido 25.5, 53.3 Bradipoddeos 117
bissetriz 48.2, 50.2, 86.2, 146, 149 bolo- 105 bradisfigmia 108
bissexto 48.2, 149 bolmetro 105 bradissismo 105
bissexual 48.2 bombagem 85 brainstorming 60
bisso 48.1 bombardeamento 85, 86.1 bramir 189.2
bissulfato 48.2 bombardear 95 branco do olho 64.3
bis(fenil-hidrazona) 154 bombardeio 85 branco do ovo 64.3
bis(fosfato) 154 bombeamento 85 branco-prateado 22.9
bis(haptobenzeno)crmio 160 bombear 95 brando 222
bis(haptociclopentadienilnquel) bmbice 40.8, 54.1, 59.3 branqueaom 85
160 bmbix 40.8, 54.1, 59.3 branqueadura 85
bit 60, 181.2 bonito 73 branqueamento 85
bitcula 27 bora- 154 branquear 95
bitangente 146 borato 153 branqueta 83
biureto 146 brax 40.8, 54.1 brnquia 18.2, 212
bivalve 25.4 borboleta 36, 212 branquial 212
Bivalvia 200.5 borborigmo 189.2 branquio- 105
bivitelino 200.3 borda 25.5 branquioma 105
blasto- 105 bordejar 95 Branquipodes 25.4, 117
blastoclio 25.4, 33, 106 bordetela 64.5 Branquiros 105
blastocelo 25.4, 33, 106 bordo 25.5, 197 braqui- 105
blastocinese 105 bordo(-sicmoro) 212 braquialgia 127
blastcito 60, 150.2, 200.2, 213 Breas 54.1 braquicefalia 18.2, 106
blastoderme 107 boro- 154 braquicfalo 106
blastodisco 105, 200.2 boro 154, a5 braqucero 105
blastognese 25.3, 48.3 borossilicato 154 braquidactilia 50.2, 107
blastmero 17.3, 114, 175 borotungstato 154 braqui(o)- 127
blastporo 18.3 borracha 212 Braquipodes 25.4, 127, 213
blstula 74, 175 bosom 15 braquistilo 105
blefarite 105 bosque 216 brasil 65
blefar(o)- 105 bosqumano 18.3 brasilina 65
blefaroplasto 105, 117 Botnica 10.3, 200.2 Brassicceas 200.5
blefaroptose 50.7, 117 botnico 10.3, 80 breu 53.1
blenda 200.8 botan(o)- 105 brevi- 127
blen(o)- 105 botanfilo 105 brevicaule 127
blenoftalmia 105 botom 212 brevipene 127
blenorragia 18.2, 44.2 botom sinptico 100.2 brevirrostro 141
blenorreia 105 botri(o)- 105 brilho 43
bloco 25.5 botriocfalo 105 brio- 105
bloquear 85, 95 botriomicose 105 brifilo 105
bloqueio 85 botulismo 200.1 Brifitas 53.3
boca 26 bovino 88.3, 89 Brifitos 18.3, 53.3, 175
570 - NDICE REMISSIVO DE TERMOS
freeware 190 ftirase 18.3, 25.3, 50.4, 176, 200.1 fusobactria 176
freio 25.6 fuco 27, 54.4 fusocelular 176
frenesi(m) 194 fcsia 64.5 fusom 48.1, 86.1
frentico194 fugida 64.4, 86.1 fusospiroquetose 176
freno- 109 fumaa 75
frenologia 109 fumagem 64.4
frenopata 25.1, 109 fumar- 158
frente 53.2, 216 fumarase 158
frente de onda 216 fumarato 158 G, g
frente de superfcie 216 fumarato-hidratase 22.2, 153
frente fria 216 fumarola 75
G a4
frente intertropical 216 fumi- 131
g 178, a4
frente Mach 216 fumigar 69.3
GABA 185
frente polar 216 fumgeno 131
gado bovino 88.3
frente quente 216 fumvoro 131
gado vacum 88.3
fron 16, 18.2, 42, 158 funom de
gadolnio 64.5, a5
fron 12 158 regressom 86.1, 141
gaguejar 189.2
freqncia 102.2, a1, a4 funom geratriz 52.2
gaiado 73
fricom 50.2, 201.2, 227 fundir 86.1
Gal a4
frigo(ri)- 131 fundo gnico 60
galactagogo 110
frigoria 131 fungar 189.2
galctico 38, 50.2
frigorfico 9, 131, 202 fungi- 131
galact(o)- 50.2, 101.3, 110
frigoterapia 131 fungicida 25.1, 131
galactforo 101.3
frino- 109 fungcola 131
galactmetro 50.2, 101.3, 110
frinodermia 109 fungiforme 131
galactose 25.3, 50.2, 101.3
frinolisina 109 fungo 175
-galactosidase 22.2, 153
fritideira 53.1, 86.2 fungo-ambrosia 18.2
galaicofalante 22.7
fronde 53.2 fur- 158
galxia 18.2, 38
fronte 216 furano 153, 158
glbula 53.3
fronto- 131 furansido 165
glbulo 53.3
frontoclpeo 131 furazano 153
galecofalante 22.7
frontoparietal 131 furazol 158
galecfono 18.2, 22.7
frugi- 131 furfur- 158
galego-falante 22.7
frugfero 131 furfurceo 88.1
galego-portugus 22.5
frugvoro 131, 145 furfural 158
galena 200.8
fruti- 131 furfreo 88.1
gale(o)- 110
frutfero 131 furfuril 158
galeopiteco 110, 205
frutificaom 131 furfurol 158
galgo 187
frutose 25.3, 50.2, 165 furil- 158
galhada 76
frutose-bisfosfato-aldolase 22.2, 1-(2-furil)-2-(2-pi-rrolil)etano-
galhadura 76
153 diona 158
galileano 88.1
F.S.A. 178.1 furo 212
galileu a4
ftal- 158 furnculo 201.2
Galinceas 43, 52.1
ftalazina 158 furunculose 176
galinha 52.1
ftalena 157, 186.1 fusi- 131
galinhola 75
ftlico 158, 186.1 fusiforme 131, 176
galinicultura 52.1
ftalimida 158 fusionar 86.1
glio 64.5, a5
ftanito 50.4 fusvel 64.3
galvanismo 80
ftrtico 50.4 fuso- 176
galvanizaom 64.4, 86.1
596 - NDICE REMISSIVO DE TERMOS
lquen 41, 42, 54.10 lofo- 113 lmen 42, 59.2, 59.3, a4
liquenologista 80 lofoforado 113 luminncia 174, 179, a4
lquido 221 lofforo 113 luminescncia 18.2, 25.5, 174
lquido cefalorraquidiano 102.2 lofoscopia 113 lunaom 52.2
lirdeo(s) 18.3, 79, 174 loftrico 18.3, 113 lunar 52.2
lisado 64.4 logaritmo 44.1, 104, 211 luneta 54.3
lise 88.3 logaritmo neperiano 100.2 lnula 52.2, 74
liso- 113 logo 221, 225 lunulado 52.2
lisossoma 48.2 logo- 113 lupa binocular 146
lisozima 53.2, 113, 124 logopedia 18.2 lupo 59, 59.3
listado 73 logo que 225 lpus 59, 59.2
litase 88.3, 200.1 logorreia 113 lusco-fusco 22.7
litisico 88.3 logtipo 18.3 Lusitaniano 175
ltico 88.3 lombar 28 lusofalante 22.7
ltio 32, 161, a5 lombricoide 29 lusfono 18.2, 22.7
lito- 101.3, 113 lombriga 26, 221 lutcio 32, 64.5, a5
litclase 18.3, 175 lombriga-intestinal 221 lux 54.12, 59.1, a4
litoclasia 175 longa-metragem 22.8, 150.2 luxaom 40.1
litoclastia 175 longi- 136 luxar 40.1
litoclasto 106 longicrneo 128, 136 Luxemburgo 40.1
litfago 113 longipene 136 luxo 40.1
litologia 101.3 longitude 82, 221 luzente 46.2
litosfera 18.2, 213 longo 221 lx a4
litotripsia 113 longo- 22.8
litro a4 longueirom 75
lixa 40.1 longura 82, 221
lixvia 40.1 lontra 199 M, m
lixiviaom 86.1 louro-cereija 150.2
lixiviar 86.1 lousa 48.1, 211
m3 179
lm a4 louva-a-deus 22.1, 114, 150.2
m- 163
lobacho 73 lox(o)- 113
m 54.12, 179, a4
lobato 73 loxodromia 107
m. 178.1
lobaz 75 loxodrmico 113
Maastrichtiano 175
lobo 27, 73, 197 LSD 180.1
ma 46.1, 187, 199
lobpode 25.4 Lua 52.2
macaco 62.2
lobopdio 25.4 lubrificante 186.2
maarico 7, 62.2, 219
lobrigante 221 lubrificar 186.2
Macaronsia 18.2, 115
lbulo 197 luci- 46.2, 136
macho 100.2
local 221 luciferase 46.2
macio 222
localidade-tipo 22.7 luciferina 46.2
macieira 53.2, 78
loc. cit. 178.1 lucfero 46.2, 136
macio 222
loci 54.11, 59.1 lucfilo 46.2
macro- 101.3, 114
locomotiva 86.2 lucfugo 46.2, 136
macrocefalia 101.3, 200.2
locomotor 137 lumbago 28
macrcito 114
locomotriz 137 lumbricida 26
macrocosmo 54.1, 54.4, 106
locus 54.11, 59.1 Lumbricdeos 26
macrglia 18.2, 18.3
lcus 54.1, 54.11, 59, 59.2 lumbricoide 29
macroglosso 48.1
Locustneos 175 lobrigante 221
macrmero 175
lofi- 113 lume 42, 53.1, 59.2, 59.3, 216
macronormcito 114
608 - NDICE REMISSIVO DE TERMOS
osteossarcoma 48.2 ovo- 139 oxignio 9, 11, 18.3, 30, 40.7, 110,
ostolo 18.3 ovo alectico 200.9 116, a5
ostrceo 88.1 ovo isolectico 200.9 oximel 116
straco 18.3 ovo oligolectico 200.9 oximino- 165
ostrac(o)- 116 ovcito 18.3, 139 oxirano 161
Ostrcodes 116 oxcido 102.2, 161 oxireno 161
ostrei- 116, 139 1,2,5-oxadiazole 165 oxirrinco 116
ostreicultura 116, 139 oxafosfetano 158 oxitocina 116, 161
ostreiforme 116, 139 oxal- 165 oxiro 116
otalgia 116 oxalato 165 oxo- 165
otria 53.2 oxalemia 165 oxocano 165
tico 50.2 oxalilo 152 1-oxo-1,2-di-hidro-naftaleno 165
otimizar 50.7, 95 oxalo 152 oxolano 165
timo 50.7 oxamida 161, 165 oxonano 165
ot(o)- 102.1, 116 4-oxa-13-tia-8,9-diaza- ozalide 184
otocon 106 1,6,8,10,15-hexadecapen- ozo- 116
otlito 18.3, 113 taeno 153 ozocerite 46.1, 116
otorragia 116 1,2-oxatieto 157 oznido 161
otorrino 186.3 oxazirina 161 ozono 46.1, 146
Otorrinolaringologia 101.1, 1,3-oxazole 165
102.1, 116 oxepano 157
otorrinolaringologista 80, 186.3 oxepina 157
ourio 46.1 oxetano 157 P, p
ourio-do-mar 22.1, 62.2 oxeto 157
ourio-(do-mar-)roxo 213 oxi- 102.3, 116, 165
P a4
ourio-(do-mar-)violeta 213 oxicido 102.2
p- 166
ourives 54.1 2-oxi-4-aminopirimidina 21
p-dimetilbenzeno
ourivesaria 76 oxicloreto de bismuto 165
166
ouro a5 oxidaom-reduom 22.7
p-hidrazinofenol 160
ouro negro 213 oxidvel 93
Pa 179, a4
ouro-pigmento 150.2 3,3'-oxidifenol 165
paciente 91
ouvear 189.2 xido 11, 205
padreiro 212
ouvinte 91 oxido- 102.2, 165
pagamento 85
oval 53.2 xido aztico a5
pgina inferior 208
ovaleno 157 xido cobltico 100.1
pgina superior 208
ovarialgia 139 xido cuproso 100.1, 161
pagode 53.1
ovari(o)- 139 xido cprico 100.1, 161
Pagurdeos 122
ovariotomia 139 xido de azoto a5
paguro 64.5
ovelhum 89 xido de cobalto (III) 100.1
pal- 117
ovi- 139 xido de cobre (I) 100.1, 161
paldio 64.5, 161, a5
oviduto 50.2, 129, 139, 229 xido de cobre (II) 100.1, 161
palafita 53.2
ovgero 132, 139 xido diazotado a5
palanestesia 117
ovino 89 3-oxido-2-naftoato de dissdio
palat(o)- 140
ovparo 140 165
palatofaringe 102.2
oviscapto 120 xido ntrico a5
palatofarngeo 140
ovissaco 48.2 xido nitroso a5
palatografia 140
OVNI 182.2 oxidorredutase 102.2
palatoplastia 117
ovni 18.1, 180.2 oxidrilo 155
palatoquadrado 102.2
ovo 49
Palertico 117
618 - NDICE REMISSIVO DE TERMOS