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    Anéis de Saturno não surgiram junto ao planeta, diz estudo

    Últimas descobertas de nave da Nasa antes de se desintegrar ajudam a entender formação do planeta

    Telescópio espacial Hubble capturou imagem do hemisfério norte de Saturno
    Telescópio espacial Hubble capturou imagem do hemisfério norte de Saturno Foto: Nasa/ ESA/ A. Simon/ M.H. Wong/ Opal

    Ashley Stricklandda CNN

    Por mais que os anéis de Saturno possam desaparecer em menos de 100 milhões de anos porque a gravidade os atrai para o planeta, aparentemente eles não estavam ali desde sempre. A descoberta foi publicada na revista científica Science na última quinta-feira (14).

    Quando a nave Cassini, da Nasa, mergulhou na atmosfera do planeta para finalizar, em 2017, sua missão que já durava 20 anos, ela se aprofundou no planeta e em seus anéis. O último ato antes da desintegração foi medir precisamente a quantidade de material nos anéis de Saturno, já que saber das densidades permite aos cientistas estabelecer a idade dos anéis.

    Os anéis de Saturno são compostos em 40% pela lua Mimas — que tem uma cratera de impacto em sua superfície que faz com que as pessoas a comparem com a Estrela da Morte, de Star Wars.

    Os cientistas acreditam agora que os anéis foram formados há menos de 100 milhões de anos, ou até mesmo há “apenas” 10 milhões.

    A idade dos anéis tem sido debatida por cientistas há anos. Alguns acreditam que eles foram formados junto ao planeta, há 4.5 bilhões de anos, e seriam formados por restos congelantes remanescentes da formação do sistema solar. Outros afirmavam que os anéis capturaram material do cinturão de Kuiper ou de um cometa, reduzido ao longo do tempo a orbitar Saturno.

    “Essas descobertas só foram possíveis porque a Cassini viajou muito perto à superfície em suas últimas horas”, disse em um comunicado Burkhard Militzer, autor do estudo e professor de Ciências planetárias e da Terra na Universidade de Berkeley na Califórnia. “Foi uma maneira clássica e espetacular de encerrar a missão”.

    Para ter os dados corretos, no entanto, os cientistas tiveram que considerar os ventos da atmosfera de Saturno. Os fluxos se assemelham a nuvens carregadas a cerca de 6 mil milhas de profundidade. As nuvens de superfície no equador de Saturno giram 4% mais rápido do que esta camada profunda.

    “A descoberta das camadas de rotação profunda é uma revelação surpreendente sobre a estrutura interna do planeta”, disse Linda Spilker, cientista do projeto Cassini do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. “A questão é o que faz com que a parte de rotação mais rápida da atmosfera vá tão fundo e o que isso nos diz sobre o interior de Saturno”.

    Eles também determinaram que o núcleo rochoso do planeta é entre 15 e 18 vezes maior do que a massa da Terra.

    E o mistério de quanto tempo dura um dia em Saturno foi finalmente resolvido, também graças a Cassini: 10 horas, 33 minutos e 38 segundos. Essa descoberta foi divulgada no Jornal Astrofísico.

    Isto se soma aos resultados científicos anteriores do “mergulho mortal” de Cassini, que estão desvendando os mistérios de Saturno.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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